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      VINICIUS DE MORAES  - Página 29 Empty Re: VINICIUS DE MORAES

      Mensaje por Maria Lua Mar Ago 29, 2023 8:48 pm

      IDA E POESIA




      A lua projetava o seu perfil azul
      Sobre os velhos arabescos das flores calmas
      A pequena varanda era como o ninho futuro
      E as ramadas escorriam gotas que não havia.
      Na rua ignorada anjos brincavam de roda...
      — Ninguém sabia, mas nós estávamos ali.
      Só os perfumes teciam a renda da tristeza
      Porque as corolas eram alegres como frutos
      E uma inocente pintura brotava do desenho das cores

      Eu me pus a sonhar o poema da hora.

      E, talvez ao olhar meu rosto exasperado
      Pela ânsia de te ter tão vagamente amiga
      Talvez ao pressentir na carne misteriosa
      A germinação estranha do meu indizível apelo
      Ouvi bruscamente a claridade do teu riso
      Num gorjeio de gorgulhos de água enluarada.
      E ele era tão belo, tão mais belo do que a noite
      Tão mais doce que o mel dourado dos teus olhos
      Que ao vê-lo trilar sobre os teus dentes como um címbalo
      E se escorrer sobre os teus lábios como um suco
      E marulhar entre os teus seios como uma onda
      Eu chorei docemente na concha de minhas mãos vazias
      De que me tivesses possuído antes do amor.


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      siendo guardián en tu cielo
      y tren de tus ilusiones."
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      VINICIUS DE MORAES  - Página 29 Empty Re: VINICIUS DE MORAES

      Mensaje por Maria Lua Jue Ago 31, 2023 7:13 am

      ILHA DO GOVERNADOR



      Esse ruído dentro do mar invisível são barcos passando
      Esse ei-ou que ficou nos meus ouvidos são os pescadores esquecidos
      Eles vêm remando sob o peso de grandes mágoas
      Vêm de longe e murmurando desaparecem no escuro quieto.
      De onde chega essa voz que canta a juventude calma?
      De onde sai esse som de piano antigo sonhando a Berceuse?
      Por que vieram as grandes carroças entornando cal no barro molhado?

      Os olhos de Susana eram doces mas Eli tinha seios bonitos
      Eu sofria junto de Susana — ela era a contemplação das tardes longas
      Eli era o beijo ardente sobre a areia úmida.
      Eu me admirava horas e horas no espelho.

      Um dia mandei: “Susana, esquece-me, não sou digno de ti — sempre teu...”
      Depois, eu e Eli fomos andando... — ela tremia no meu braço
      Eu tremia no braço dela, os seios dela tremiam
      A noite tremia nos ei-ou dos pescadores...

      Meus amigos se chamavam Mário e Quincas, eram humildes, não sabiam
      Com eles aprendi a rachar lenha e ir buscar conchas sonoras no mar fundo
      Comigo eles aprenderam a conquistar as jovens praianas tímidas e risonhas.
      Eu mostrava meus sonetos aos meus amigos — eles mostravam os grandes olhos abertos
      E gratos me traziam mangas maduras roubadas nos caminhos.

      Um dia eu li Alexandre Dumas e esqueci os meus amigos.
      Depois recebi um saco de mangas
      Toda a afeição da ausência...

      Como não lembrar essas noites cheias de mar batendo?
      Como não lembrar Susana e Eli?
      Como esquecer os amigos pobres?
      Eles são essa memória que é sempre sofrimento
      Vêm da noite inquieta que agora me cobre
      São o olhar de Clara e o beijo de Carmem
      São os novos amigos, os que roubaram luz e me trouxeram.
      Como esquecer isso que foi a primeira angústia
      Se o murmúrio do mar está sempre nos meus ouvidos
      Se o barco que eu não via é a vida passando
      Se o ei-ou dos pescadores é o gemido de angústia de todas as noites?

      ---


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      Mensaje por Maria Lua Jue Ago 31, 2023 8:10 pm

      A QUEDA



      Tu te abaterás sobre mim querendo domar-me mas eu te resistirei
      Porque a minha natureza é mais poderosa do que a tua.
      Ao meu abraço procurarás condensar-te em força — eu te olharei apenas
      Mansamente alisarei teu dorso frio e ao meu desejo hás de moldar-te
      E ao sol te abrirás toda para as núpcias sagradas.
      Hás de ser mulher para o homem
      E em grandes brados espalharás amor ao céu azul e ao ouro das matas.
      Eu ficarei de braços erguidos para os teus seios de pedra
      E escorrerá como um arrepio pelo teu corpo líquido um beijo para os meus olhos
      Na poeira de luz que se levantará como incenso em ondas
      Descerás teus cabelos cheios para ungir-me os pés.

      No instante as libélulas voarão paradas e o canto dos pássaros vibrará suspenso
      E todas as árvores tomarão forma de corpos em aleluia.
      Depois eu partirei como um animal de beleza, pelas montanhas
      E teu pranto de saudade estará nos meus ouvidos em todas as caminhadas.




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      Mensaje por Maria Lua Vie Sep 01, 2023 5:52 pm

      AGONIA


      No teu grande corpo branco depois eu fiquei.
      Tinha os olhos lívidos e tive medo.
      Já não havia sombra em ti — eras como um grande deserto de areia
      Onde eu houvesse tombado após uma longa caminhada sem noites.
      Na minha angústia eu buscava a paisagem calma
      Que me havias dado há tanto tempo
      Mas tudo era estéril e monstruoso e sem vida
      E teus seios eram dunas desfeitas pelo vendaval que passara.
      Eu estremecia agonizando e procurava me erguer
      Mas teu ventre era como areia movediça para os meus dedos.
      Procurei ficar imóvel e orar, mas fui me afogando em ti mesma
      Desaparecendo no teu ser disperso que se contraía como a voragem.

      Depois foi o sono, o escuro, a morte.

      Quando despertei era claro e eu tinha brotado novamente
      Vinha cheio do pavor das tuas entranhas.


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      VINICIUS DE MORAES  - Página 29 Empty Re: VINICIUS DE MORAES

      Mensaje por Maria Lua Vie Sep 01, 2023 5:53 pm

      A ÚLTIMA PARÁBOLA


      No céu um dia eu vi — quando? — era na tarde roxa
      As nuvens brancas e ligeiras do levante contarem a história estranha e desconhecida
      De um cordeiro de luz que pastava no poente distante num grande espaço aberto.
      A visão clara e imóvel fascinava os meus olhos...
      Mas eis que um lobo feroz sobe de trás de uma montanha longínqua
      E avança sobre o animal sagrado que apavorado se adelgaça em mulher nua
      E escraviza o lobo que já agora é um enforcado que balança lentamente ao vento.
      A mulher nua baila para um chefe árabe mas este corta-lhe a cabeça com uma espada
      E atira-a sobre o colo de Jesus entre os pequeninos.
      Eu vejo o olhar de piedade sobre a triste oferenda mas
      [nesse momento saem da cabeça chifres que lhe ferem o rosto
      E eis que é a cabeça de Satã cujo corpo são os pequeninos
      E que ergue um braço apontando a Jesus uma luta de cavalos enfurecidos
      Eu sigo o drama e vejo saírem de todos os lados mulheres e homens
      Que eram como faunos e sereias e outros que eram como centauros
      Se misturarem numa impossível confusão de braços e de pernas
      E se unirem depois num grande gigante descomposto e ébrio de garras abertas.
      O outro braço de Satã se ergue e sustém a queda de uma criança
      Que se despenhou do seio da mãe e que se fragmenta na sua mão alçada
      Eu olho apavorado a luxúria de todo o céu cheio de corpos enlaçados
      E que vai desaparecer na noite mais próxima
      Mas eis que Jesus abre os braços e se agiganta numa cruz que se abaixa lentamente
      E que absorve todos os seres imobilizados no frio da noite.
      Eu chorei e caminhei para a grande cruz pousada no céu
      Mas a escuridão veio e — ai de mim! — a primeira estrela fecundou os meus olhos de poesia terrena!...




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      VINICIUS DE MORAES  - Página 29 Empty Re: VINICIUS DE MORAES

      Mensaje por Maria Lua Vie Sep 01, 2023 5:58 pm

      Mi Rincón Poético


      Vinícius de Moraes: Para vivir un gran amor


      Vinícius de Moraes, apodado O Poetinha (el pequeño poeta), conocido también como el “blanco más negro del Brasil” (o branco mais preto do Brazil) como a él mismo le gustaba definirse, fue una figura capital en la música popular brasileña contemporánea. Su nombre completo era Marcus Vinícius da Cruz de Melo Morais, nació y murió en Río de Janeiro, y como poeta escribió escribió la letra de un gran número de canciones que se han convertido en clásicas. Además de ser el autor de la famosísima Orfeu da Conceição (una adaptación en forma de pieza musical del mito griego de Orfeo, transportado a la realidad de las favelas de Rio de Janeiro) y creador del estilo musical bossa nova, compaginó incansablemente la diplomacia, la música y la literatura. Su poesía permite reconocer dos etapas en su sensibilidad lírica: la primera de total adhesión al cristianismo, con una concepción espiritualista religiosa y mística; la segunda, de constante aproximación al mundo material, en la que reniega del idealismo anterior. Él mismo dijo que había evolucionado “en el sentido de la liberación de los prejuicios y los hastíos propios de su clase social y del ambiente en que había vivido”.


      Siendo un brasileño y habiendo escrito sus poemas en Portugués, la apreciación de su obra nunca podrá ser tan buena cuando sus versos son traducidos al Castellano, de la misma manera en que las letras de las canciones de los Beatles o la prosa de Shakespeare pierden mucho de su sabor y su rima cuando son sometidas a una traducción. Sin embargo, no todo necesariamente se pierde durante el proceso de traducción, ya que puede sobrevivir la esencia del mensaje cuando el traductor ha hecho un buen trabajo. Y tratándose del Portugués, por ser un idioma con muchas similitudes con el Castellano por razones históricas, la esencia del mensaje puede perdurar al traspasar fronteras entre ambas culturas.




      continuará
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      VINICIUS DE MORAES  - Página 29 Empty Re: VINICIUS DE MORAES

      Mensaje por Maria Lua Sáb Sep 02, 2023 10:03 pm

      ***


      Uno de los poemas más conocidos de Vinícius de Moraes, el cual en Brasil es interpretado con la música de bossa nova que le acompaña, es el que veremos a continuación, el cual se dará primero en su versión traducida al Castellano, y en su versión original para que pueda apreciarse mejor el espíritu de la inspiración nativa del autor.


      Para vivir un gran amor
      Vinícius de Moraes

      Para vivir un gran amor,
      se necesita mucha concentración y mucha sensatez,
      mucha seriedad y y poca risa - para vivir un gran amor.

      Para vivir un gran amor,
      es menester ser un hombre de una sola mujer;
      pues ser de muchas, ¡vaya! Eso es fácil…
      - No tiene mérito alguno.

      Para vivir un gran amor,
      primero es preciso consagrarse caballero
      y entregarse a su dama por entero, no importa cómo sea.

      Hay que convertir el cuerpo
      en una morada donde se encierre a la mujer amada
      y luego apostarse afuera con una espada- para vivir un gran amor.

      Para vivir un gran amor, os cuento,
      es necesario prestar atención a los “viejos amigos”,
      que por querer acapararnos, pueden estropear el gran amor.

      Hay que tener muchísimo cuidado
      con cualquiera que no esté enamorado,
      pues quien no lo está, está siempre preparado
      para fastidiar el gran amor.

      Para vivir un gran amor, en realidad,
      hay que convencerse de que la verdad
      es que no existe amor sin fidelidad - para vivir un gran amor.

      Pues quien traiciona su amor por vanidad
      es un desconocedor de la libertad,
      de esa inmensa, indivisible libertad que trae un sólo amor.

      Para vivir un gran amor,
      “il faut”, además de ser fiel
      ser un buen conocedor del arte culinario y del judo
      -para vivir un gran amor.

      Para vivir un gran amor perfecto,
      no basta sólo con ser un buen sujeto;
      es preciso también tener mucho pecho -pecho de remero.
      Es preciso mirar siempre a la persona amada
      como a la primera novia y a su viuda también,
      amortajada en su amor muerto.

      Es muy necesario tener preparado
      crédito para rosas en el florista
      - ¡mucho, mucho más que en la modista! -
      para complacer al gran amor.
      Pues de lo que el gran amor quiere saber,
      es de amor, de amor sin medida;
      después, un tutuzinho com torresno es un punto a favor…

      También puntúa saber hacer cositas:
      huevos revueltos, gambas, sopitas, salsas, strogonoffs
      - comiditas para después del amor.
      ¿Y qué hay mejor que ira a la cocina
      y preparar con amor una gallina con una rica y sabrosa farofinha,
      para tu gran amor?

      Para vivir un gran amor
      es muy, muy importante
      vivir siempre juntos y hasta ser, en lo posible,
      un solo difunto, para no morir de dolor.
      Es necesario un cuidado permanente,
      no sólo con el cuerpo sino también con la mente,
      pues cualquier bajón tuyo, la amada lo siente -
      y se enfría un poco el amor.

      Hay que ser muy cortés sin cortesía;
      dulce y conciliador sin cobardía;
      saber ganar dinero con poesía - para vivir un gran amor.
      Es necesario saber beber whisky,
      (¡con un mal bebedor nunca se arriesgue!)
      y ser impermeable al qué dirán, que nada quiere con el amor.
      Pero todo esto no sirve de nada,
      si en esta selva oscura y desorientada
      no se supiese hallar a la amada
      -para vivir un gran amor.





      Ahora veremos el poema anterior en su versión original tal y como fue creado:





      Para viver um grande amor


      (versión original en Portugés)
      Vinícius de Moraes

      Para viver um grande amor,
      preciso é muita concentração e muito siso,
      muita seriedade e pouco riso —
      para viver um grande amor.

      Para viver um grande amor,
      mister é ser um homem de uma só mulher;
      pois ser de muitas, poxa! é de colher…
      — não tem nenhum valor.

      Para viver um grande amor,
      primeiro é preciso sagrar-se cavalheiro
      e ser de sua dama por inteiro — seja lá como for.

      Há que fazer do corpo
      uma morada onde clausure-se a mulher amada
      e postar-se de fora com uma espada —
      para viver um grande amor.

      Para viver um grande amor, vos digo,
      é preciso atenção como o “velho amigo”,
      que porque é só vos quer sempre consigo
      para iludir o grande amor.

      É preciso muitíssimo cuidado
      com quem quer que não esteja apaixonado,
      pois quem não está,
      está sempre preparado pra chatear o grande amor.

      Para viver um amor, na realidade,
      há que compenetrar-se da verdade
      de que não existe amor sem fidelidade —
      para viver um grande amor.
      Pois quem trai seu amor por vanidade
      é um desconhecedor da liberdade,
      dessa imensa, indizível liberdade que traz um só amor.

      Para viver um grande amor,
      il faut além de fiel,
      ser bem conhecedor de arte culinária e de judô
      — para viver um grande amor.

      Para viver um grande amor perfeito,
      não basta ser apenas bom sujeito;
      é preciso também ter muito peito — peito de remador.

      É preciso olhar sempre a bem-amada
      como a sua primeira namorada e sua viúva também,
      amortalhada no seu finado amor.

      É muito necessário ter em vista
      um crédito de rosas no florista
      — muito mais, muito mais que na modista!
      — para aprazer ao grande amor.
      Pois do que o grande amor quer saber mesmo,
      é de amor, é de amor, de amor a esmo;
      depois, um tutuzinho com torresmo conta ponto a favor…

      Conta ponto saber fazer coisinhas:
      ovos mexidos, camarões, sopinhas, molhos, strogonoffs
      — comidinhas para depois do amor.
      E o que há de melhor que ir pra cozinha
      e preparar com amor uma galinha com uma rica e gostosa farofinha,
      para o seu grande amor?

      Para viver um grande amor
      é muito, muito importante
      viver sempre junto e até ser, se possível,
      um só defunto — pra não morrer de dor.
      É preciso um cuidado permanente
      não só com o corpo mas também com a mente,
      pois qualquer “baixo” seu, a amada sente
      — e esfria um pouco o amor.

      Há que ser bem cortês sem cortesia;
      doce e conciliador sem covardia;
      saber ganhar dinheiro com poesia — para viver um grande amor.
      É preciso saber tomar uísque
      (com o mau bebedor nunca se arrisque!)
      e ser impermeável ao diz-que-diz-que —que não quer nada com o amor.
      Mas tudo isso não adianta nada,
      se nesta selva oscura e desvairada
      não se souber achar a bem-amada
      — para viver um grande amor.






      continuará
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      o un ciego soñando
      y en ese vuelo y en ese sueño
      compartir contigo sol y luna,
      siendo guardián en tu cielo
      y tren de tus ilusiones."
      (Hánjel)





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      VINICIUS DE MORAES  - Página 29 Empty Re: VINICIUS DE MORAES

      Mensaje por Maria Lua Sáb Sep 02, 2023 10:04 pm

      ***




      Otro poema de Vinícius de Moraes traducido al Castellano es el siguiente en el que nos habla de la amistad cuando tenemos necesidad de un amigo, no de un amigo ocasional sino de un verdadero amigo, haciendo honor al refrán que dice “el que encuentra un amigo encuentra un tesoro”:


      Se necesita un amigo
      Vinícius de Moraes

      No es necesario que sea hombre,
      basta que sea humano,
      basta que tenga sentimientos,
      basta que tenga corazón.

      Se necesita que sepa hablar y callar,
      sobre todo que sepa escuchar.

      Tiene que gustar de la poesía,
      de la madrugada, de los pájaros, del Sol,
      de la Luna, del canto, de los vientos
      y de las canciones de la brisa.

      Debe tener amor, un gran amor por alguien,
      o sentir entonces, la falta de no tener ese amor.
      Debe amar al prójimo y respetar el dolor que
      los peregrinos llevan consigo.
      Debe guardar el secreto sin sacrificio.
      Debe hablar siempre de frente y
      no traicionar con mentiras o deslealtades.

      No debe tener miedo de enfrentar nuestra mirada.
      No es necesario que sea de primera mano,
      ni es imprescindible que sea de segunda mano.
      Puede haber sido engañado,
      pues todos los amigos son engañados.
      No es necesario que sea puro,
      ni que sea totalmente impuro,
      pero no debe ser vulgar.

      Debe tener un ideal, y miedo de perderlo,
      y en caso de no ser así,
      debe sentir el gran vacío que esto deja.
      Tiene que tener resonancias humanas,
      su principal objetivo debe ser el del amigo.
      Debe sentir pena por las personas tristes
      y comprender el inmenso vacío de los solitarios.
      Se busca un amigo para gustar
      de los mismos gustos,
      que se conmueva cuando es tratado de amigo.

      Que sepa conversar de cosas simples,
      de lloviznas y de grandes lluvias y
      de los recuerdos de la infancia.
      Se precisa un amigo para no enloquecer,
      para contar lo que se vio de bello y
      de triste durante el día, de los anhelos
      y de las realizaciones, de los sueños y de la realidad.

      Debe gustar de las calles desiertas,
      de los charcos de agua y los caminos mojados,
      del borde de la calle, del bosque después de la lluvia,
      de acostarse en el pasto.
      Se precisa un amigo que diga que vale la pena vivir,
      no porque la vida es bella, sino porque estamos juntos.

      Se necesita un amigo para dejar de llorar.
      Para no vivir de cara al pasado,
      en busca de memorias perdidas.
      Que nos palmee los hombros,
      sonriendo o llorando,
      pero que nos llame amigo,
      para tener la conciencia de que aún estamos vivos.






      continuará
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      siendo guardián en tu cielo
      y tren de tus ilusiones."
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      VINICIUS DE MORAES  - Página 29 Empty Re: VINICIUS DE MORAES

      Mensaje por Maria Lua Lun Sep 04, 2023 10:27 pm

      ***


      En cierta forma, Vinícius de Moraes es muy conocido en los países de habla hispana a través de una canción brasileña muy famosa para la cual se utilizó la letra de Vinícius de Moraes y la música del compositor brasileño Antonio Carlos Jobim. En el poema original, los versos decían:


      Vinha cansado de tudo, de tantos caminhos
      Tão sem poesía, tão sem passarinhos
      Com medo da vida, com medo de amar.

      Quando na tarde vazia, tão linda no espaço
      Eu vi a menina que vinha num passo
      Cheio de balanço caminho do mar.





      continuará
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      VINICIUS DE MORAES  - Página 29 Empty Re: VINICIUS DE MORAES

      Mensaje por Maria Lua Miér Sep 06, 2023 3:49 pm

      A MÚSICA DAS ALMAS



      Le mal est dans le monde comme un esclave qui monte l’eau.
      Claudel


      Na manhã infinita as nuvens surgiram como a loucura numa alma
      E o vento como o instinto desceu os braços das árvores que estrangularam a terra...

      Depois veio a claridade, o grande céu, a paz dos campos...
      Mas nos caminhos todos choravam com os rostos levados para o alto
      Porque a vida tinha misteriosamente passado na tormenta.



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      VINICIUS DE MORAES  - Página 29 Empty Re: VINICIUS DE MORAES

      Mensaje por Maria Lua Vie Sep 08, 2023 5:22 pm

      Vinícius de Moraes en francés






      LA ROSE D’ HIROSHIMA


      Pensez aux enfants

      Muets télépathiques

      Pensez aux fillettes

      Aveugles tâtonnantes

      Pensez aux femmes

      Déchirées altérées

      Pensez aux blessures

      Comme des roses chaudes

      Mais n’oubliez pas

      La Rose la rose

      Rose d’ Hiroshima

      La rose héréditaire

      Rose radio-active

      Stupide estropiée

      La rose à la cirrhose

      L’ anti-rose atomique

      Sans couleur sans parfum

      Sans rose sans rien



      **************


      ROSA DE HIROXIMA



      Pensem nas crianças

      Mudas telepáticas

      Pensem nas meninas

      Cegas inexatas

      Pensem nas mulheres

      Rotas alteradas

      Pensem nas feridas

      Como rosas cálidas

      Mas oh não se esqueçam

      Da rosa da rosa

      Da rosa de Hiroshima

      A rosa hereditária

      A rosa radioativa

      Estúpida e inválida

      A rosa com cirrose

      A anti-rosa atômica

      Sem cor sem perfume

      Sem rosa sem nada


      _________________



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      Mensaje por Maria Lua Vie Sep 08, 2023 9:15 pm

      A IMPOSSÍVEL PARTIDA




      Como poder-te penetrar, ó noite erma, se os meus olhos cegaram nas luzes da cidade
      E se o sangue que corre no meu corpo ficou branco ao contato da carne indesejada?...
      Como poder viver misteriosamente os teus recônditos sentidos
      Se os meus sentidos foram murchando como vão murchando as rosas colhidas
      E se a minha inquietação iria temer a tua eloquência silenciosa?...
      Eu sonhei!... Sonhei cidades desaparecidas nos desertos pálidos
      Sonhei civilizações mortas na contemplação imutável
      Os rios mortos... as sombras mortas... as vozes mortas...
      ...o homem parado, envolto em branco sobre a areia branca e a quietude na face...
      Como poder rasgar, noite, o véu constelado do teu mistério
      Se a minha tez é branca e se no meu coração não mais existem os nervos calmos
      Que sustentavam os braços dos Incas horas inteiras no êxtase da tua visão?...
      Eu sonhei!... Sonhei mundos passando como pássaros
      Luzes voando ao vento como folhas
      Nuvens como vagas afogando luas adolescentes...
      Sons... o último suspiro dos condenados vagando em busca de vida...
      O frêmito lúgubre dos corpos penados girando no espaço...
      Imagens... a cor verde dos perfumes se desmanchando na essência das coisas...
      As virgens das auroras dançando suspensas nas gazes da bruma
      Soprando de manso na boca vermelha dos astros...

      Como poder abrir no teu seio, ó noite erma, o pórtico sagrado do Grande Templo
      Se eu estou preso ao passado como a criança ao colo materno
      E se é preciso adormecer na lembrança boa antes que as mãos desconhecidas me arrebatem?...


      _________________



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      Mensaje por Maria Lua Sáb Sep 09, 2023 7:06 pm

      Galeano y Vinicius de Moraes: Garrincha, el ángel de las piernas torcidas



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      Una pierna seis centímetros más larga que la otra o una más corta, según se vea la pierna medio llena o medio vacía.

      Ni vaquero ni zambo; ambas piernas metidas hacia dentro; si al menos fuera simétrica su imperfección…
      fuera simétrica su imperfección…


      De meniscos y ligamentos mejor ni hablamos, acabarían calcinados; la columna echa una ese.


      Las piernas de Garrincha, escorzo imposible
      Un pastel de cuerpo coronado por la guinda de una mente de un niño de ocho años… tirando por lo alto.

      Su hermana le bautiza por el nombre de un pajarito inútil y feo del Mato grosso que anda siempre alelado y en los días grises irremediablemente empanado.

      Según Pelé, categórica e indudablemente, el mejor jugador de todos los tiempos en su posición. Aún considerado hoy como el mejor regateador o driblador de la historia del fútbol. Con los dos juntos en la alineación jamás perdió Brasil un partido. La mezcla imparable de los posiblemente mejores jugadores amateur y profesional de la historia. Epígono y comienzo de dos eras. Según Tostao, el Chaplin del fútbol.

      Como nadie ha dicho mejor que Eduardo Galeano en su “Fútbol a sol y sombra y otros escritos”, Garrincha ejercía sus picardías de malandra(1) a la orilla de la cancha, sobre el borde derecho, lejos del centro; criado en los suburbios, en los suburbios jugaba.

      Y es que cuando el fútbol era un arte y no una profesión normalizada, existía la posibilidad del fuera de serie, de un verso libre que aún no rimando con el mundo no fuera del mundo excluido, de una estrella que brillara y que no sólo rompiera el molde, sino que ni siquiera conociera el concepto de molde.

      Prosigue Galeano:  cuando Garrincha empezó a jugar al futbol, los médicos le hicieron la cruz, diagnosticaron que nunca llegará a ser un deportista este anormal, este pobre resto del hambre y de la poliomelitis, burro y cojo.
      Si a eso  unimos que era pelín despreocupado, la tarde del Maracanazo se fue a pescar y no siguió el partido, el día que probó por Flamengo se largó a mitad del entrenamiento porque perdía el tren y cuando fue a echar suerte en el Vasco de Gama se le olvidaron las botas. Pero el caso es que el día que tanteó por Botafogo, ya con diecinueve años, se regateó hasta al utillero y el entonces defensa central del equipo y de la selección brasileña Milton Santos (a quien apodaban “La enciclopedia del fútbol”), que fue desde entonces su hermano mayor, le echó el lazo: pero el primer día, jugando él con los reservas, me hizo un ‘caño’. Pedí que le hicieran titular inmediatamente, no quería enfrentarme a él.

      Aunque tampoco es de extrañar que no se le acabara de ver mucho futuro en esto del fútbol, ya que nunca lo consideró más allá de un juego. A fin de cuentas el día de la final del mundial del 62, que le consagraría como el mejor jugador del Mundial, Garrincha despertó resfriado y con una fiebre de 39 grados, lo que obligó al doctor a suministrarle un arsenal de analgésicos para levantarle de la cama. Minutos antes de entrar en la cancha, aún grogui, el mismo tipo que había marcado cuatro goles en ese Mundial, preguntó al seleccionador Aymoré Moreira: Maestro, ¿hoy es la final?, a lo que técnico y jugadores le respondieron en coro que sí. Cándidamente el genio simplemente replicó: Ah, con razón hay tanta gente.

      Sigue Galeano: Nunca hubo un puntero derecho como él. En el Mundial del 58 fue el mejor de su puesto. En el Mundial del 62, el mejor jugador del campeonato.

      Garrincha llamaba a todos los defensas Joao porque no tenía ni idea de contra quién jugaba ni cómo se llamaban sus rivales. Lo que más le marcó del mundial del 58 fue descubrir la existencia del transistor, aunque el que adquirió lo revendió por un dólar a su divertido masajista porque en Brasil no le iba a servir de mucho ya que, aun siendo un invento formidable, todas las emisoras se escuchaban en sueco. Cuando se convirtió en el mejor jugador del mundial del 62 le preguntaron cuál fue el equipo que más le había costado ganar y contestó, mirando a sus compañeros como buscando ayuda, que ese que llevaba en la camisa una cruz de San Cristóbal, de lo que el fascinado plumilla acabó deduciendo que se refería a Inglaterra.

      Preguntado en otra ocasión por su mejor jugada se despachó así:  La jugada que más recuerdo fue en Italia, en 1958, cuando nos preparábamos para el campeonato Mundial de Suecia. Creo que fue contra el Juventus. Agarré la pelota “con la punta, a la altura de la mitad de la cancha. Empecé a gambetear a todos los que me salían, hasta el arquero. Llegué solo frente al arco, porque había dejado a todos atrás. Entonces tomé la bola con las dos manos. Ya no tenía gracia seguir”.

      Apodado en Brasil “la alegría del pueblo”, dice Galeano que  Cuando él estaba allí, el campo de juego era un picadero de circo, la pelota un bicho amaestrado, el partido, una invitación a la fiesta. Garrincha no se dejaba sacar la pelota, niño defendiendo su mascota, y la pelota y él cometían diabluras que mataban de risa a la gente; él saltaba sobre ella, ella brincaba sobre él, ella se escondía, él se escapaba, ella lo corría.

      En aquella famosa imagen del partido contra Checoslovaquia en la que su marcador checo se pone frente a él con los brazos en jarra desesperado ante tanto regate, una vez acabado el partido su entrenador le comentaba que si no recordaba que le había avisado de todas las cosas que hacía… a lo que el disciplinado y sarcástico defensa replicó que sí, que lo recordaba perfectamente, pero que había olvidado indicarle cuándo las hacía.

      Vinicius de Moraes, el poeta y diplomático brasileño amigo de Neruda, autor de Orfeo Negro, uno de los padres de la Bossa Nova y compositor de la Garota de Ipanema, le escribió este soneto


      El ángel de las piernas chuecas (2)



      A un pase de Didí, Garrincha avanza:

      El cuero junto al pie y el ojo atento.

      Dribla a uno y a dos, luego descansa

      Como quien mide el riesgo del momento.



      Tiene un presentimiento, así se lanza

      Más rápido que el propio pensamiento,

      Dribla uno más, dos más, la bola alcanza

      Feliz entre sus pies, los pies del viento.



      La lleva, así la multitud contrita

      En un acto de muerte se alza y grita

      En unísono canto de esperanza.



      Garrincha, el ángel, oye y dice: ¡goooool!

      En la imagen la G chuta en la O

      Dentro del arco entonces la L danza.



      Fumador empedernido desde los diez años y dipsómano hasta su último aliento. Sostenía que él no vivía la vida sino que la vida le vivía a él. Galeano concluye su radiografía diciendo de Mané, como le llamaban sus amigos, que no era un ganador sino más bien un perdedor con buena suerte y que la buena suerte no dura, ya que mientras Garrincha regatea la leyenda Mané murió de su propia muerte: pobre, borracho y solo.





      Expresión coloquial del habla del río de La Plata: persona que delinque o vive de manera deshonesta. “más callado que el cine mudo, con cara de malandra.” (Mario Benedetti. De su cuento Corazonada)
      Del libro “Siete poetas del Brasil”, traducción de Eduardo Langagne. El libro fue coeditado en 2012 por Círculo de Poesía y el CECAP.




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      Mensaje por Maria Lua Dom Sep 10, 2023 7:16 pm

      FIM


      Será que cheguei ao fim de todos os caminhos
      E só resta a possibilidade de permanecer?
      Será a Verdade apenas um incentivo à caminhada
      Ou será ela a própria caminhada?
      Terão mentido os que surgiram da treva e gritaram — Espírito!
      E gritaram — Coragem!
      Rasgarei as mãos nas pedras da enorme muralha
      Que fecha tudo à libertação?
      Lançarei meu corpo à vala comum dos falidos
      Ou cairei lutando contra o impossível que antolha-me os passos
      Apenas pela glória de tombar lutando?

      Será que eu cheguei ao fim de todos os caminhos...
      Ao fim de todos os caminhos?


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      Mensaje por Maria Lua Lun Sep 11, 2023 11:00 pm

      IDADE MÉDIA

      Faze com que tua boca seja para mim água e não vinho
      E faze com que para mim teus seios peras e não cidras...
      Algum dia no teu ventre que eu vejo se estender como uma branca terra fecunda em lírios
      Deixarei a semente de gigantes arianos que atravessarão silenciosamente o Volga
      E que as cabeceiras de seda voando, as lanças de ouro voando, cavalgarão doidamente contra a Lua...



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      Mensaje por Maria Lua Mar Sep 12, 2023 9:42 pm

      O POETA



      A vida do poeta tem um ritmo diferente
      É um contínuo de dor angustiante.
      O poeta é o destinado do sofrimento
      Do sofrimento que lhe clareia a visão de beleza
      E a sua alma é uma parcela do infinito distante
      O infinito que ninguém sonda e ninguém compreende.

      Ele é o eterno errante dos caminhos
      Que vai, pisando a terra e olhando o céu
      Preso pelos extremos intangíveis
      Clareando como um raio de sol a paisagem da vida.
      O poeta tem o coração claro das aves
      E a sensibilidade das crianças.
      O poeta chora.
      Chora de manso, com lágrimas doces, com lágrimas tristes
      Olhando o espaço imenso da sua alma.
      O poeta sorri.
      Sorri à vida e à beleza e à amizade
      Sorri com a sua mocidade a todas as mulheres que passam.
      O poeta é bom.
      Ele ama as mulheres castas e as mulheres impuras
      Sua alma as compreende na luz e na lama
      Ele é cheio de amor para as coisas da vida
      E é cheio de respeito para as coisas da morte.
      O poeta não teme a morte.
      Seu espírito penetra a sua visão silenciosa
      E a sua alma de artista possui-a cheia de um novo mistério.
      A sua poesia é a razão da sua existência
      Ela o faz puro e grande e nobre
      E o consola da dor e o consola da angústia.

      A vida do poeta tem um ritmo diferente
      Ela o conduz errante pelos caminhos, pisando a terra e olhando o céu
      Preso, eternamente preso pelos extremos intangíveis.



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      o un ciego soñando
      y en ese vuelo y en ese sueño
      compartir contigo sol y luna,
      siendo guardián en tu cielo
      y tren de tus ilusiones."
      (Hánjel)





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      Mensaje por Maria Lua Miér Sep 13, 2023 9:53 pm

      SOLIDÃO



      Desesperança das desesperanças...
      Última e triste luz de uma alma em treva...
      — A vida é um sonho vão que a vida leva
      Cheio de dores tristemente mansas.

      — É mais belo o fulgor do céu que neva
      Que os esplendores fortes das bonanças
      Mais humano é o desejo que nos ceva
      Que as gargalhadas claras das crianças.

      Eu sigo o meu caminho incompreendido
      Sem crença e sem amor, como um perdido
      Na certeza cruel que nada importa.

      Às vezes vem cantando um passarinho
      Mas passa. E eu vou seguindo o meu caminho
      Na tristeza sem fim de uma alma morta.




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      VINICIUS DE MORAES  - Página 29 Empty Re: VINICIUS DE MORAES

      Mensaje por Maria Lua Vie Sep 15, 2023 1:42 pm

      SONORIDADE



      Meus ouvidos pousam na noite dormente como aves calmas
      Há iluminações no céu se desfazendo...

      O grilo é um coração pulsando no sono do espaço
      E as folhas farfalham um murmúrio de coisas passadas
      Devagarinho...
      Em árvores longínquas pássaros sonâmbulos pipilam
      E águas desconhecidas escorrem sussurros brancos na treva.
      Na escuta meus olhos se fecham, meus lábios se oprimem
      Tudo em mim é o instante de percepção de todas as vibrações.
      Pela reta invisível os galos são vigilantes que gritam sossego
      Mais forte, mais fraco, mais brando, mais longe, sumindo
      Voltando, mais longe, mais brando, mais fraco, mais forte.
      Batidos distantes de passos caminham no escuro sem almas
      Amantes que voltam...

      Pouco a pouco todos os ruídos se vão penetrando como dedos
      E a noite ora.
      Eu ouço a estranha ladainha
      E ponho os olhos no alto, sonolento.
      Um vento leve começa a descer como um sopro de bênção
      Ora pro nobis...

      Os primeiros perfumes ascendem da terra
      Como emanações de calor de um corpo jovem.

      Na treva os lírios tremem, as rosas se desfolham...

      O silêncio sopra sono pelo vento
      Tudo se dilata um momento e se enlanguesce
      E dorme.

      Eu vou me desprendendo de mansinho...

      A noite dorme.








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      Mensaje por Maria Lua Lun Sep 18, 2023 12:14 am

      O VALE DO PARAÍSO



      Quando vier de novo o céu de maio largando estrelas
      Eu irei, lá onde os pinheiros recendem nas manhãs úmidas
      Lá onde a aragem não desdenha a pequenina flor das encostas
      Será como sempre, na estrada vermelha a grande pedra recolherá sol
      E os pequenos insetos irão e virão, e longe um cão ladrará
      E nos tufos dos arbustos haverá enredados de orvalho nas teias de aranha.
      As montanhas, vejo-as iluminadas, ardendo no grande sol amarelo
      As vertentes algodoadas de neblina, lembro-as suspendendo árvores nas nuvens
      As matas, sinto-as ainda vibrando na comunhão das sensações
      Como uma epiderme verde, porejada.
      Na eminência a casa estará rindo no lampejar dos vidros das suas mil janelas
      A sineta tocará matinas e a presença de Deus não permitirá a Ave-Maria
      Apenas a poesia estará nas ramadas que entram pela porta
      E a água estará fria e todos correrão pela grama
      E o pão estará fresco e os olhos estarão satisfeitos.
      Eu irei, será como sempre, nunca o silêncio sem remédio das insônias
      O vento cantará nas frinchas e os grilos trilarão folhas secas
      E haverá coaxos distantes a cada instante
      Depois as grandes chuvas encharcando o barro e esmagando a erva
      E batendo nas latas vagas monotonias de cidade.

      Eu me recolherei um minuto e escreverei: — “Onde estará a volúpia?...”
      E as borboletas se fecundando não me responderão.

      Será como sempre, será a altura, será a proximidade da suprema inexistência
      Lá onde à noite o frio imobiliza a luz cadente das estrelas
      Lá onde eu irei.

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      VINICIUS DE MORAES  - Página 29 Empty Re: VINICIUS DE MORAES

      Mensaje por Maria Lua Lun Sep 18, 2023 12:15 am

      VAZIO



      A noite é como um olhar longo e claro de mulher.
      Sinto-me só.
      Em todas as coisas que me rodeiam
      Há um desconhecimento completo da minha infelicidade.
      A noite alta me espia pela janela
      E eu, desamparado de tudo, desamparado de mim próprio
      Olho as coisas em torno
      Com um desconhecimento completo das coisas que me rodeiam.

      Vago em mim mesmo, sozinho, perdido
      Tudo é deserto, minha alma é vazia
      E tem o silêncio grave dos templos abandonados.
      Eu espio a noite pela janela
      Ela tem a quietação maravilhosa do êxtase.
      Mas os gatos embaixo me acordam gritando luxúrias
      E eu penso que amanhã...
      Mas a gata vê na rua um gato preto e grande
      E foge do gato cinzento.

      Eu espio a noite maravilhosa
      Estranha como um olhar de carne.
      Vejo na grade o gato cinzento olhando os amores da gata e do gato preto
      Perco-me por momentos em antigas aventuras
      E volto à alma vazia e silenciosa que não acorda mais
      Nem à noite clara e longa como um olhar de mulher
      Nem aos gritos luxuriosos dos gatos se amando na rua.


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      VINICIUS DE MORAES  - Página 29 Empty Re: VINICIUS DE MORAES

      Mensaje por Maria Lua Lun Sep 18, 2023 12:16 am

      VELHICE



      Virá o dia em que eu hei de ser um velho experiente
      Olhando as coisas através de uma filosofia sensata
      E lendo os clássicos com a afeição que a minha mocidade não permite.
      Nesse dia Deus talvez tenha entrado definitivamente em meu espírito
      Ou talvez tenha saído definitivamente dele.
      Então todos os meus atos serão encaminhados no sentido do túmulo
      E todas as ideias autobiográficas da mocidade terão desaparecido:
      Ficará talvez somente a ideia do testamento bem escrito.
      Serei um velho, não terei mocidade, nem sexo, nem vida
      Só terei uma experiência extraordinária.
      Fecharei minha alma a todos e a tudo
      Passará por mim muito longe o ruído da vida e do mundo
      Só o ruído do coração doente me avisará de uns restos de vida em mim.
      Nem o cigarro da mocidade restará.
      Será um cigarro forte que satisfará os pulmões viciados
      E que dará a tudo um ar saturado de velhice.
      Não escreverei mais a lápis
      E só usarei pergaminhos compridos.
      Terei um casaco de alpaca que me fechará os olhos.

      Serei um corpo sem mocidade, inútil, vazio
      Cheio de irritação para com a vida
      Cheio de irritação para comigo mesmo.

      O eterno velho que nada é, nada vale, nada vive
      O velho cujo único valor é ser o cadáver de uma mocidade criadora.


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      Mensaje por Maria Lua Lun Sep 18, 2023 12:17 am

      A GRANDE VOZ


      É terrível, Senhor! Só a voz do prazer cresce nos ares.
      Nem mais um gemido de dor, nem mais um clamor de heroísmo
      Só a miséria da carne, e o mundo se desfazendo na lama da carne.

      É terrível, Senhor. Desce teus olhos.
      As almas sãs clamam a tua misericórdia.
      Elas creem em ti. Creem na redenção do sacrifício.
      Dize-lhes, Senhor, que és o Deus da Justiça e não da covardia
      Dize-lhes que o espírito é da luta e não do crime.

      Dize-lhes, Senhor, que não é tarde!

      Senhor! Tudo é blasfêmia e tudo é lodo.
      Se um lembra que amanhã é o dia da miséria
      Mil gritam que hoje é o dia da carne.
      Olha, Senhor, antes que seja tarde
      Abandona um momento os puros e os bem-aventurados
      Desvia um segundo o teu olhar de Roma
      Dá remédio a esta infelicidade sem remédio
      Antes que ela corrompa os bem-aventurados e os puros.

      Não, meu Deus. Não pode prevalecer o prazer e a mentira.
      A Verdade é o Espírito. Tu és o Espírito supremo
      E tu exigiste de Abraão o sacrifício de um filho.
      Na verdade o que é forte é o que mata se o Espírito exige.
      É o que sacrifica à causa do bem seu ouro e seu filho.
      A alma do prazer é da terra. A alma da luta e do espaço.
      E a alma do espaço aniquilará a alma da terra
      Para que a Verdade subsista.

      Talvez, Senhor meu Deus, fora melhor
      Findar a humanidade esfacelada
      Com o fogo sagrado de Sodoma.
      Melhor fora, talvez, lançar teu raio
      E terminar eternamente tudo.
      Mas não, Senhor. A morte aniquila — ao fraco a morte inglória.
      A luta redime — ao forte a luta e a vida.
      Mais vale, Senhor, a tua piedade
      Mais vale o teu amor concitando ao combate último.

      Senhor, eu não compreendo os teus sagrados desígnios.
      Jeová — tu chamaste à luta os homens fortes
      Tua mão lançou pragas contra os ímpios
      Tua voz incitou ao sacrifício da vida as multidões.
      Jesus — tu pregaste a parábola suave
      Tu apanhaste na face humildemente
      E carregaste ao Gólgota o madeiro.
      Senhor, eu não os compreendo, teus desígnios.

      Senhor, antes de seres Jesus a humanidade era forte
      Os homens bons ouviam a doçura da tua voz
      Os maus sentiam a dureza da tua cólera.
      E depois, depois que passaste pelo mundo
      Teu doce ensinamento foi esquecido
      Tua existência foi negada
      Veio a treva, veio o horror, veio o pecado
      Ressuscitou Sodoma.

      Senhor, a humanidade precisa ouvir a voz de Jeová
      Os fortes precisam se erguer de armas em punho
      Contra o mal — contra o fraco que não luta.
      A guerra, Senhor, é em verdade a lei da vida
      O homem precisa lutar, porque está escrito
      Que o Espírito há de permanecer na face da Terra.

      Senhor! Concita os fortes ao combate
      Sopra nas multidões inquietas o sopro da luta
      Precipita-nos no horror da avalancha suprema.
      Dá ao homem que sofre a paz da guerra
      Dá à terra cadáveres heroicos
      Dá sangue quente ao chão!

      Senhor! Tu que criaste a humanidade.
      Dize-lhe que o sacrifício será a redenção do mundo
      E que os fracos hão de perecer nas mãos dos fortes.
      Dá-lhe a morte no campo de batalha
      Dá-lhe as grandes avançadas furiosas
      Dá-lhe a guerra, Senhor!

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      VINICIUS DE MORAES  - Página 29 Empty Re: VINICIUS DE MORAES

      Mensaje por Maria Lua Lun Sep 18, 2023 12:17 am

      QUIETAÇÃO



      No espaço claro e longo
      O silêncio é como uma penetração de olhares calmos...
      Eu sinto tudo pousado dentro da noite
      E chega até mim um lamento contínuo de árvores curvas.
      Como desesperados de melancolia
      Uivam na estrada cães cheios de lua.
      O silêncio pesado que desce
      Curva todas as coisas religiosamente
      E o murmúrio que sobe é como uma oração da noite...

      Eu penso em ti.
      Minha boca cicia longamente o teu nome
      E eu busco sentir no ar o aroma morno da tua carne.
      Vejo-te ainda na visão que te precisou no espaço
      Ouvindo de olhos dolentes as palavras de amor que eu te dizia
      Fora do tempo, fora da vida, na cessação suprema do instante
      Ouvindo, junto de mim, a angústia apaixonada da minha voz
      Num desfalecimento.

      Pelo espaço claro e longo
      Vibra a luz branca das estrelas.
      Nem uma aragem, tudo parado, tudo silêncio
      Tudo imensamente repousado.
      E eu cheio de tristeza, sozinho, parado
      Pensando em ti.


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      VINICIUS DE MORAES  - Página 29 Empty Re: VINICIUS DE MORAES

      Mensaje por Maria Lua Lun Sep 18, 2023 12:18 am

      MINHA MÃE



      Minha mãe, minha mãe, eu tenho medo
      Tenho medo da vida, minha mãe.
      Canta a doce cantiga que cantavas
      Quando eu corria doido ao teu regaço
      Com medo dos fantasmas do telhado.
      Nina o meu sono cheio de inquietude
      Batendo de levinho no meu braço
      Que estou com muito medo, minha mãe.
      Repousa a luz amiga dos teus olhos
      Nos meus olhos sem luz e sem repouso
      Dize à dor que me espera eternamente
      Para ir embora. Expulsa a angústia imensa
      Do meu ser que não quer e que não pode
      Dá-me um beijo na fronte dolorida
      Que ela arde de febre, minha mãe.

      Aninha-me em teu colo como outrora
      Dize-me bem baixo assim: — Filho, não temas
      Dorme em sossego, que tua mãe não dorme.
      Dorme. Os que de há muito te esperavam
      Cansados já se foram para longe.
      Perto de ti está tua mãezinha
      Teu irmão, que o estudo adormeceu
      Tuas irmãs pisando de levinho
      Para não despertar o sono teu.
      Dorme, meu filho, dorme no meu peito
      Sonha a felicidade. Velo eu.

      Minha mãe, minha mãe, eu tenho medo
      Me apavora a renúncia. Dize que eu fique
      Dize que eu parta, ó mãe, para a saudade.
      Afugenta este espaço que me prende
      Afugenta o infinito que me chama
      Que eu estou com muito medo, minha mãe.


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      Mensaje por Maria Lua Lun Sep 18, 2023 12:19 am

      O POETA NA MADRUGADA



      Quando o poeta chegou à cidade
      A aurora vinha clareando o céu distante
      E as primeiras mulheres passavam levando cântaros cheios.
      Os olhos do poeta tinham as claridades da aurora
      E ele cantou a beleza da nova madrugada.
      As mulheres beijaram a fronte do poeta
      E rogaram o seu amor.
      O poeta sorriu.
      Mostrou-lhes no céu claro o pássaro que voava
      E disse que a visão da beleza era da poesia
      O poeta tem a alegria que vive na luz
      E tem a mocidade que nasce da luz.
      As mulheres seguiram o poeta
      Oferecendo a tristeza do seu amor e a alegria da sua carne
      O poeta amou a carne das mulheres
      Mas não envelheceu no amor que elas lhe davam.
      O poeta quando ama
      É como a flor que murcha sem seiva
      Porque o amor do poeta
      É a seiva do mundo
      E se o poeta amasse
      Ele não viveria eternamente jovem, brilhando na luz.

      Quando a nova madrugada raiou no céu distante
      O poeta já tinha partido
      E seguindo o poeta as mulheres de peitos fartos e de cântaros cheios
      Falavam de ardentes promessas de amor.


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      VINICIUS DE MORAES  - Página 29 Empty Re: VINICIUS DE MORAES

      Mensaje por Maria Lua Lun Sep 18, 2023 12:20 am

      TARDE


      Na hora dolorosa e roxa das emoções silenciosas
      Meu espírito te sentiu.
      Ele te sentiu imensamente triste
      Imensamente sem Deus
      Na tragédia da carne desfeita.

      Ele te quis, hora sem tempo
      Porque tu eras a sua imagem, sem Deus e sem tempo.
      Ele te amou
      E te plasmou na visão da manhã e do dia
      Na visão de todas as horas
      Ó hora dolorosa e roxa das emoções silenciosas.


      _________________



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      o un ciego soñando
      y en ese vuelo y en ese sueño
      compartir contigo sol y luna,
      siendo guardián en tu cielo
      y tren de tus ilusiones."
      (Hánjel)





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      Mensaje por Maria Lua Lun Sep 18, 2023 12:21 am

      MORMAÇO


      No silêncio morno das coisas do meio-dia
      Eu me esvaio no aniquilamento dos agudíssimos do violino
      Que a menina pálida estuda há anos sem compreender.
      Eu sinto o letargo das dissonâncias harmônicas
      Do vendedor de modinhas e da pedra do amolador
      Que trazem a visão de mulheres macilentas dançando no espaço
      Na moleza das espatifadas da carne.

      Eu vou pouco a pouco adormecendo
      Sentindo os gritos do violino que penetram em todas as frestas
      E ressecam os lábios entreabertos na respiração
      Mas que dão a impressão da mediocridade feliz e boa.

      Que importa que a imagem do Cristo pregada na parede seja a verdade...

      Eu sinto que a verdade é a grande calma do sono
      Que vem com o cantar longínquo dos galos
      E que me esmaga nos cílios longos beijos luxuriosos...

      Eu sinto a queda de tudo na lassidão...
      Adormeço aos poucos na apatia dos ruídos da rua
      E na constância nostálgica da tosse do vizinho tuberculoso
      Que há um ano espera a morte que eu morro no sono do meio-dia.


      _________________



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      y en ese vuelo y en ese sueño
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      siendo guardián en tu cielo
      y tren de tus ilusiones."
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      Mensaje por Maria Lua Lun Sep 18, 2023 12:22 am

      REVOLTA


      Alma que sofres pavorosamente
      A dor de seres privilegiada
      Abandona o teu pranto, sê contente
      Antes que o horror da solidão te invada.

      Deixa que a vida te possua ardente
      Ó alma supremamente desgraçada.
      Abandona, águia, a inóspita morada
      Vem rastejar no chão como a serpente.

      De que te vale o espaço se te cansa?
      Quanto mais sobes mais o espaço avança...
      Desce ao chão, águia audaz, que a noite é fria.

      Volta, ó alma, ao lugar de onde partiste
      O mundo é bom, o espaço é muito triste...
      Talvez tu possas ser feliz um dia.


      _________________



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      Mensaje por Maria Lua Lun Sep 18, 2023 12:24 am

      FIM



      Será que cheguei ao fim de todos os caminhos
      E só resta a possibilidade de permanecer?
      Será a Verdade apenas um incentivo à caminhada
      Ou será ela a própria caminhada?
      Terão mentido os que surgiram da treva e gritaram — Espírito!
      E gritaram — Coragem!
      Rasgarei as mãos nas pedras da enorme muralha
      Que fecha tudo à libertação?
      Lançarei meu corpo à vala comum dos falidos
      Ou cairei lutando contra o impossível que antolha-me os passos
      Apenas pela glória de tombar lutando?

      Será que eu cheguei ao fim de todos os caminhos...
      Ao fim de todos os caminhos?




      **************





      FIN


      ¿He llegado al final de todos los caminos?
      ¿Y sólo existe la posibilidad de quedarme?
      ¿Será la Verdad solo un incentivo para caminar?
      ¿O es el mismo caminar en sí?
      Los que surgieron de las tinieblas y gritaron: ¡Espíritu!
      Y gritaban: ¡Ánimo!
      Rasgaré mis manos sobre las piedras de la gran muralla
      ¿Que cierra todo a la liberación?
      Tiraré mi cuerpo a la fosa común de los quebrados
      O caeré luchando contra lo imposible que bloquea mis pasos
      ¿Solo por la gloria de caer peleando?

      ¿He llegado al final de todos los caminos...
      ¿Al final de todos los caminos?



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      Mensaje por Maria Lua Lun Sep 18, 2023 8:35 pm

      PURIFICAÇÃO




      Senhor, logo que eu vi a natureza
      As lágrimas secaram.
      Os meus olhos pousados na contemplação
      Viveram o milagre de luz que explodia no céu.

      Eu caminhei, Senhor.
      Com as mãos espalmadas eu caminhei para a massa de seiva
      Eu, Senhor, pobre massa sem seiva
      Eu caminhei.
      Nem senti a derrota tremenda
      Do que era mau em mim.
      A luz cresceu, cresceu interiormente
      E toda me envolveu.

      A ti, Senhor, gritei que estava puro
      E na natureza ouvi a tua voz.
      Pássaros cantaram no céu
      Eu olhei para o céu e cantei e cantei.
      Senti a alegria da vida
      Que vivia nas flores pequenas
      Senti a beleza da vida
      Que morava na luz e morava no céu
      E cantei e cantei.

      A minha voz subiu até ti, Senhor
      E tu me deste a paz.
      Eu te peço, Senhor
      Guarda meu coração no teu coração
      Que ele é puro e simples.
      Guarda a minha alma na tua alma
      Que ela é bela, Senhor.
      Guarda o meu espírito no teu espírito
      Porque ele é a minha luz
      E porque só a ti ele exalta e ama.


      _________________



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