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      VINICIUS DE MORAES  - Página 33 Empty Re: VINICIUS DE MORAES

      Mensaje por Maria Lua Lun 05 Feb 2024, 20:41

      TRECHO


      Quem foi, perguntou o Celo
      Que me desobedeceu?

      Quem foi que entrou no meu reino
      E em meu ouro remexeu?
      Quem foi que pulou meu muro
      E minhas rosas colheu?
      Quem foi, perguntou o Celo
      E a Flauta falou: Fui eu.


      Mas quem foi, a Flauta disse
      Que no meu quarto surgiu?
      Quem foi que me deu um beijo
      E em minha cama dormiu?
      Quem foi que me fez perdida
      E que me desiludiu?
      Quem foi, perguntou a Flauta
      E o velho Celo sorriu.



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      y en ese vuelo y en ese sueño
      compartir contigo sol y luna,
      siendo guardián en tu cielo
      y tren de tus ilusiones."
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      VINICIUS DE MORAES  - Página 33 Empty Re: VINICIUS DE MORAES

      Mensaje por Maria Lua Vie 09 Feb 2024, 17:51

      A IMPOSSÍVEL PARTIDA


      Como poder-te penetrar, ó noite erma, se os meus olhos cegaram nas luzes da cidade
      E se o sangue que corre no meu corpo ficou branco ao contato da carne indesejada?...
      Como poder viver misteriosamente os teus recônditos sentidos
      Se os meus sentidos foram murchando como vão murchando as rosas colhidas
      E se a minha inquietação iria temer a tua eloquência silenciosa?...
      Eu sonhei!... Sonhei cidades desaparecidas nos desertos pálidos
      Sonhei civilizações mortas na contemplação imutável
      Os rios mortos... as sombras mortas... as vozes mortas...
      ...o homem parado, envolto em branco sobre a areia branca e a quietude na face...
      Como poder rasgar, noite, o véu constelado do teu mistério
      Se a minha tez é branca e se no meu coração não mais existem os nervos calmos
      Que sustentavam os braços dos Incas horas inteiras no êxtase da tua visão?...
      Eu sonhei!... Sonhei mundos passando como pássaros
      Luzes voando ao vento como folhas
      Nuvens como vagas afogando luas adolescentes...
      Sons... o último suspiro dos condenados vagando em busca de vida...
      O frêmito lúgubre dos corpos penados girando no espaço...
      Imagens... a cor verde dos perfumes se desmanchando na essência das coisas...
      As virgens das auroras dançando suspensas nas gazes da bruma
      Soprando de manso na boca vermelha dos astros...

      Como poder abrir no teu seio, ó noite erma, o pórtico sagrado do Grande Templo
      Se eu estou preso ao passado como a criança ao colo materno
      E se é preciso adormecer na lembrança boa antes que as mãos desconhecidas me arrebatem?...



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      VINICIUS DE MORAES  - Página 33 Empty Re: VINICIUS DE MORAES

      Mensaje por Maria Lua Lun 12 Feb 2024, 10:41

      BALADA DAS MENINAS DE BICICLETA



      Meninas de bicicleta
      Que fagueiras pedalais
      Quero ser vosso poeta!
      Ó transitórias estátuas
      Esfuziantes de azul
      Louras com peles mulatas
      Princesas da zona sul:
      As vossas jovens figuras
      Retesadas nos selins
      Me prendem, com serem puras
      Em redondilhas afins.
      Que lindas são vossas quilhas
      Quando as praias abordais!
      E as nervosas panturrilhas
      Na rotação dos pedais:
      Que douradas maravilhas!
      Bicicletai, meninada
      Aos ventos do Arpoador
      Solta a flâmula agitada
      Das cabeleiras em flor
      Uma correndo à gandaia
      Outra com jeito de séria
      Mostrando as pernas sem saia
      Feitas da mesma matéria.
      Permanecei! vós que sois
      O que o mundo não tem mais
      Juventude de maiôs
      Sobre máquinas da paz
      Enxames de namoradas
      Ao sol de Copacabana
      Centauresas transpiradas
      Que o leque do mar abana!
      A vós o canto que inflama
      Os meus trint'anos, meninas
      Velozes massas em chama
      Explodindo em vitaminas.
      Bem haja a vossa saúde
      À humanidade inquieta
      Vós cuja ardente virtude
      Preservais muito amiúde
      Com um selim de bicicleta
      Vós que levais tantas raças
      Nos corpos firmes e crus:
      Meninas, soltai as alças
      Bicicletai seios nus!
      No vosso rastro persiste
      O mesmo eterno poeta
      Um poeta - essa coisa triste
      Escravizada à beleza
      Que em vosso rastro persiste,
      Levando a sua tristeza
      No quadro da bicicleta.



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      VINICIUS DE MORAES  - Página 33 Empty Re: VINICIUS DE MORAES

      Mensaje por Maria Lua Miér 14 Feb 2024, 09:34

      IMITAÇÃO DE RILKE



      Alguém que me espia do fundo da noite
      Com olhos imóveís brilhando na noite
      Me quer.

      Alguém que me espia do fundo da noite
      (Mulher que me ama, perdida na noite?)
      Me chama.

      Alguém que me espia do fundo da noite
      (És tu, Poesia, velando na noite?)
      Me quer.

      Alguém que me espia do fundo da noite
      (Também chega a Morte dos ermos da noite…)
      Quem é?




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      VINICIUS DE MORAES  - Página 33 Empty Re: VINICIUS DE MORAES

      Mensaje por Maria Lua Sáb 17 Feb 2024, 08:37

      TRÊS RESPOSTAS EM FACE DE DEUS


      Familles, je vous hais! foyers clos; portes refermées; possessions jalouses du bonheur.
      A. Gide

      C'est l'ami ni ardent ni faible. L'ami.
      Rimbaud

      …ô Femme, monceau d'entrailles, pitié douce Tu n'est jamais la soeur de charité, jamais
      Rimbaud

      Sim, vós sois... (eu deveria ajoelhar dizendo os vossos nomes!)
      E sem vós quem se mataria no presságio de alguma madrugada?
      À vossa mesa irei murchando para que o vosso vinho vá bebendo
      De minha poesia farei música para que não mais vos firam os seus acentos dolorosos
      Livres as mãos e serei Tântalo — mas o suplício da sede vós o vereis apenas nos meus olhos
      Que adormeceram nas visões das auroras geladas onde o sol de sangue não caminha...

      E vós!... (Oh, o fervor de dizer os vossos nomes angustiados!)
      Deixai correr o vosso sangue eterno sobre as minhas lágrimas de ouro!
      Vós sois o espírito, a alma, a inteligência das coisas criadas
      E a vós eu não rirei — rir é atormentar a tragédia interior que ama o silêncio
      Convosco e contra vós eu vagarei em todos os desertos
      E a mesma águia se alimentará das nossas entranhas tormentosas.

      E vós, serenos anjos... (eu deveria morrer dizendo os vossos nomes!)
      Vós cujos pequenos seios se iluminavam misteriosamente à minha presença silenciosa!
      Vossa lembrança é como a vida que não abandona o espírito no sono
      Vós fostes para mim o grande encontro...
      E vós também, ó árvores de desejo! Vós, a jetatura de Deus enlouquecido
      Vós sereis o demônio em todas as idades.


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      Mensaje por Maria Lua Lun 19 Feb 2024, 19:49

      BARCAROLA


      Parti-me, trágico, ao meio
      De mim mesmo, na paixão.
      A amiga mostrou-me o seio
      Como uma consolação.

      Dormi-lhe no peito frio
      De um sono sem sonhos, mas
      A carne no desvario
      Da manhã, roubou-me a paz.

      Fugi, temeroso ao gesto
      Do seu receio modesto
      E cálido; enfim, depois

      Pensando a vida adiante
      Vi o remorso distante
      Desse crime de nós dois.


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      VINICIUS DE MORAES  - Página 33 Empty Re: VINICIUS DE MORAES

      Mensaje por Maria Lua Miér 21 Feb 2024, 19:42

      AZUL E BRANCO




      Concha e cavalo-marinho
      Mote de Pedro Nava


      I

      Massas geométricas
      Em pautas de música
      Plástica e silêncio

      Do espaço criado.

      Concha e cavalo-marinho.

      O mar vos deu em corola
      O céu vos imantou

      Mas a luz refez o equilíbrio.

      Concha e cavalo-marinho.

      Vênus anadiômena
      Multípede e alada
      Os seios azuis
      Dando leite à tarde
      Viu-vos Eupalinos
      No espelho convexo
      Da gota que o orvalho
      Escorreu da noite
      Nos lábios da aurora.

      Concha e cavalo-marinho.

      Pálpebras cerradas
      Ao poder violeta
      Sombras projetadas
      Em mansuetude
      Sublime colóquio
      Da forma com a eternidade.

      Concha e cavalo-marinho.


      II

      Na verde espessura
      Do fundo do mar
      Nasce a arquitetura.

      Da cal das conchas
      Do sumo das algas
      Da vida dos polvos
      Sobre tentáculos
      Do amor dos pólipos
      Que estratifica abóbadas
      Da ávida mucosa
      Das rubras anêmonas
      Que argamassa peixes
      Da salgada célula
      De estranha substância
      Que dá peso ao mar.

      Concha e cavalo-marinho.

      Concha e cavalo-marinho:
      Os ágeis sinuosos
      Que o raio de luz
      Cortando transforma
      Em claves de sol
      E o amor do infinito
      Retifica em hastes
      Antenas paralelas
      Propícias à eterna
      Incursão da música.

      Concha e cavalo-marinho.


      III

      Azul... Azul...

      Azul e Branco
      Azul e Branco
      Azul e Branco
      Azul e Branco
      Azul e Branco
      Azul e Branco
      Azul e Branco
      Azul e Branco
      Azul e Branco
      Azul e Branco
      Azul e Branco
      Azul e Branco
      Azul e Branco
      Azul e Branco

      Concha...
      e cavalo-marinho.





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      VINICIUS DE MORAES  - Página 33 Empty Re: VINICIUS DE MORAES

      Mensaje por Maria Lua Lun 26 Feb 2024, 21:26

      A MAIOR SOLIDÃO É A DO SER QUE NÃO AMA




      A maior solidão é a do ser que não ama. A maior solidão é a dor do ser que se ausenta, que se defende, que se fecha, que se recusa a participar da vida humana.

      A maior solidão é a do homem encerrado em si mesmo, no absoluto de si mesmo,
      o que não dá a quem pede o que ele pode dar de amor, de amizade, de socorro.

      O maior solitário é o que tem medo de amar, o que tem medo de ferir e ferir-se,
      o ser casto da mulher, do amigo, do povo, do mundo. Esse queima como uma lâmpada triste, cujo reflexo entristece também tudo em torno. Ele é a angústia do mundo que o reflete. Ele é o que se recusa às verdadeiras fontes de emoção, as que são o patrimônio de todos, e, encerrado em seu duro privilégio, semeia pedras do alto de sua fria e desolada torre.


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      Mensaje por Maria Lua Miér 28 Feb 2024, 16:44

      VINICIUS DE MORAES, POETA HACIA UN MUNDO HERMOSO.

      Nacido en el seno de una familia aficionada a la música, de Moraes comenzó a escribir poesía a una edad temprana. A los 14 años se hizo amigo de los hermanos Paulo y Haroldo Tapajós y compuso con este último Loura ou Morena, su primera canción.

      En 1929, comenzó a estudiar derecho en Río de Janeiro. A partir de 1932 escribió las letras de diez canciones que fueron grabadas por los hermanos Tapajós. Cuando finalizó sus estudios, publicó sus libros Caminho para a distância (1933) y Forma e exégese.

      Más tarde (1935) comenzó a trabajar como censor cinematográfico y escribió su tercer libro Ariana, a mulher (1936).

      En 1938 de Moraes se instaló en Inglaterra con una beca concedida por el gobierno inglés en la Universidad de Oxford y escribió Novos Poemas. En 1941 volvió a Río y comenzó a escribir críticas de cine en periódicos y revistas.

      Dos años más tarde se unió al cuerpo diplomático de Brasil y publicó su libro Cinco elegías. En 1946 fue enviado a Los Ángeles como vicecónsul en su primer destino diplomático y publicó su obra Poemas, sonetos y baladas.

      Al principio de 1950, de Moraes volvió a Brasil por la muerte de su padre. Su primer samba (compuesto junto con el músico Antônio Maria) fue Quando tu passas por mim y se publicó en 1953.

      En ese año se trasladó a Francia como segundo secretario de la embajada de Brasil. Su obra de teatro Orfeu da Conceição ganó el Concurso del IV Centenario de São Paulo en 1954.

      Al año siguiente escribió la letra de algunas de las piezas de música de cámara de Cláudio Santoro. En 1959 Marcel Camus lleva al cine Orfeu da Conceição con el título de Orfeo negro.

      En esa época de Moraes entra en contacto con Antonio Carlos Jobim, iniciando una amistad y una colaboración que tiempo después, con la incorporación de João Gilberto daría lugar a un movimiento de renovación en la música brasileña.

      Jobim escribe la música para Se todos fossem iguais a você, Um nome de mulher y otras canciones de la película, grabadas, entre otros, por Luís Bonfá.

      Orfeo negro ganó el Óscar a la mejor película de habla no inglesa, la Palma de Oro en el Festival de Cannes y el premio de la Academia Británica. En ese momento era cónsul en Montevideo. Tras un regreso a sus destinos diplomáticos en Francia y Uruguay, publicó sus obras Livro de sonetos y Novos poemas II.

      En 1958, la cantante Elizeth Cardoso publicó el disco Canção do amor demais, que marcó el comienzo de la bossa-nova. Este disco sólo contiene composiciones del dúo Jobim-de Moraes, o realizadas por sólo uno de los dos (Canção do amor demais, Luciana, Estrada branca, Chega de saudade, Outra vez...), en una producción que también incluía a João Gilberto en las dos últimas pistas.

      Tras ese disco, la carrera de todos ellos recibió un gran impulso. Suele decirse que Chega de saudade es el tema que inaugura la bossa nova.

      En los años sesenta, Vinícius realizó colaboraciones con muchos cantantes y músicos reconocidos en Brasil, en particular con Toquinho (el colaborador más frecuente de De Moraes y uno de sus grandes amigos).

      Sus canciones Para uma menina com uma flor y Samba da bênção (con música de Baden Powell) fueron incluidas en la banda sonora de Un homme et une femme (de Claude Lelouch, 1966), película ganadora del Festival de Cannes.

      Aparte de sus compañeros brasileños, cientos de intérpretes de muchas nacionalidades y estilos han grabado alguna de sus más de 400 canciones.

      Entre ellas, sobresale Garota de Ipanema (con música de Tom Jobim) por la incontable cantidad de interpretaciones, versiones, adaptaciones, traducciones y grabaciones de las cuales ha sido objeto.

      Se estima que es una de las tres canciones más versionadas en la historia de la música contemporánea, junto con Bésame Mucho (de la autoría de la mexicana Consuelo Velázquez) y Yesterday, de Paul McCartney.

      Tal vez sea debido a la circunstancia de que la poesía de Vinicius está íntimamente ligada a la Bossa Nova y la música popular brasileña, aunado a su estilo de vida, que su obra no goza de la consideración que merece dentro de los círculos intelectuales y el mundo de las letras.

      Sin embargo, existen varios poetas, escritores, críticos y ensayistas dentro y fuera de Brasil que lo consideran como uno de los tres mayores exponentes de la poesía en lengua portuguesa.

      Sus poemas logran una armonía y una belleza estética sumamente apreciadas, y el fondo filosófico-romántico en ellos es interpretado como verdaderos atajos para la felicidad. Quizás el mejor ejemplo de lo anterior sea el poema Para viver um grande amor, donde quedan sintetizadas toda la filosofía y la forma poética preferidas por este gran bohemio.

      Mención aparte merece su enorme atracción hacia las mujeres. Todo parece indicar que contrajo matrimonio en siete ocasiones y procreó diez hijos.

      Vinícius de Moraes murió en Río de Janeiro a la edad de 66 años.



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      o un ciego soñando
      y en ese vuelo y en ese sueño
      compartir contigo sol y luna,
      siendo guardián en tu cielo
      y tren de tus ilusiones."
      (Hánjel)





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      Mensaje por Maria Lua Lun 04 Mar 2024, 19:21

      CARTA E MENSAGEM


      “Sim, depois de tanto tempo volto a ti
      Sinto-me exausta e sou mulher e te amo
      Dentro de mim há frutos, há aves, há tempestades
      E apenas em ti há espaço para as consolações.

      “Sim, meus seios vazios me mortificam — e nas noites
      Eles têm ânsias de semente que sente germinar seu broto
      Ah, meu amado! é sobre ti que eu me debruço
      E é como se me debruçasse sobre o infinito!

      “Pesa-me, no entanto, o medo de que me tenhas esquecido
      Ai de mim! que farei sem o meu homem, sem o meu esposo
      Que rios não me levarão de esterilidade e de tristeza?

      “Mulher, para onde caminharei senão para a sombra
      Se tu, oh meu companheiro, não me fecundares
      E não esparzires do teu grão a terra pálida dos lírios?...”


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      y en ese vuelo y en ese sueño
      compartir contigo sol y luna,
      siendo guardián en tu cielo
      y tren de tus ilusiones."
      (Hánjel)





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      Mensaje por Maria Lua Jue 07 Mar 2024, 09:15

      VARIAÇÕES SOBRE O TEMA DA ESSÊNCIA
      (Três movimentos em busca da música)

      C'est aussi simple qu'une phrase musicale.
      Rimbaud

      I
      Foi no instante em que o luar desceu da face do Cristo como um velário
      E na madrugada atenta ouviu-se um choro convulso de criança despertando
      Sem que nada se movesse na treva entrou violentamente pela janela um grande seio branco
      Um grande seio apunhalado de onde escorria um sangue roxo e que pulsava como se possuísse um coração.
      Eu estava estendido, insone, como quem vai morrer — o ar pesava sobre mim como um sudário
      E as ideias tinham misteriosamente retornado às coisas e boiavam como pássaros fora da minha compreensão.
      O grande seio veio do espaço, veio do espaço e ficou batendo no ar como um corpo de pombo
      Veio com o terror que me apertou a garganta para que o
      [mundo não pudesse ouvir meu grito (o mundo! o mundo! o mundo!...)
      Tudo era o instante original, mas eu de nada sabia senão do
      [meu horror e da volúpia que vinha crescendo em minhas pernas
      E que brotava como um lírio impuro e ficava palpitando dentro do ar.
      Era o caos da poesia — eu vivia ali como a pedra despenhada no espaço perfeito
      Mas no olhar que eu lançava dentro de mim, oh, eu sei que
      [havia um grande seio de alabastro pingando sangue e leite
      E que um lírio vermelho hauria desesperadamente como uma boca infantil longe da dor.
      Voavam sobre mim asas cansadas e crepes de luto flutuavam — eu tinha embebido a noite de cansaço
      Eu sentia o branco seio murchar, murchar sem vida e o rubro lírio crescer cheio de seiva
      E o horror sair brandamente pelas janelas e a aragem balançar a imagem do Cristo pra lá e pra cá
      Eu sentia a volúpia dormir ao canto dos galos e o luar pousar agora sobre o papel branco como o seio
      E a aurora vir nascendo sob o meu corpo e ir me levando para as
      [ideias negras, azuis, verdes, rubras, mas também misteriosas.
      Eu me levantei — nos meus dedos os sentidos vivendo, na minha mão um objeto como uma lâmina
      E às cegas eu feri o papel como o seio, enquanto o meu olhar hauria o seio como o lírio.

      O poema desencantado nascia das sombras de Deus...

      II

      Provei as fontes de mel nas cavernas tropicais... (— minha imaginação, enlouquece!)
      Fui perseguido pelas floras carnívoras dos vales torturados e penetrei os rios e cheguei aos bordos do mar fantástico
      Nada me impediu de sonhar a poesia — oh, eu me converti à necessidade do amor primeiro
      E nas correspondências do finito em mim cheguei aos grandes sistemas poéticos do renovamento.
      Só desejei a essência — vi campos de lírios se levantarem da terra e cujas raízes eram ratos brancos em fuga
      Vi-os que corriam para as montanhas e os persegui com a minha ira — subi as
      [escarpas ardentes como se foram virgens
      E quando do mais alto olhei o céu recebi em pleno rosto o vômito das estrelas menstruadas — eternidade!

      O poeta é como a criança que viu a estrela. — Ah, balbucios, palavras entrecortadas e ritmos de berço. De súbito a dor.

      Ai de mim! É como o jovem que sonhando nas janelas azuis, eis que a
      [incompreensão vem e ele entra e atravessa à toa um grande corredor sombrio
      E vai se debruçar na janela do fim que se abre para a nova paisagem e ali estende o seu sofrimento (ele retornará...)
      Movimentos de areia no meu espírito como se fossem nascer cidades esplêndidas — paz! paz!

      Música longínqua penetrando a terra e devolvendo misteriosamente a doçura ao espelho das lâminas e ao brilho dos diamantes. Homens correndo na minha imaginação — por que correm os homens?

      O terrível é pensar que há loucos como eu em todas as estradas
      Os faces-de-lua, seres tristes e vãos, legionários do deserto
      (Não seria ridículo vê-los carregando o sexo enorme às costas como trágicas mochilas — ai! Deixem-me rir...
      Deixem-me rir — por Deus! — que eu me perco em visões que nem sei mais...)

      É Jesus passando pelas ruas de Jerusalém ao peso da cruz. Nos campos e nos montes a poesia das parábolas. Vociferações, ódios, punhos cerrados contra o mistério. Destino.

      Oh, não! Não é a ilusão enganadora nem a palavra vã dos oráculos e dos sonhos
      O poeta mentirá para que o sofrimento dos homens se perpetue.

      E eu diria... “Sonhei as fontes de mel...”

      III

      Do amor como do fruto. (Sonhos dolorosos das ermas madrugadas acordando...)
      Nas savanas a visão dos cactos parados à sombra dos escravos — as negras mãos no ventre luminoso das jazidas
      Do amor como do fruto. (A alma dos sons nos algodoais das velhas lendas...)
      Êxtases da terra às manadas de búfalos passando — ecos vertiginosos das quebradas azuis

      Ô Mighty Lord!

      Os rios, os pinheiros e a luz no olhar dos cães — as raposas brancas no olhar dos caçadores
      Lobos uivando, Yukon! Yukon! Yukon! (Casebres nascendo das montanhas paralisadas...)
      Do amor como da serenidade. Saudade dos vulcões nas lavas de neve descendo os abismos
      Cantos frios de pássaros desconhecidos. (Arco-íris como pórticos de eternidade...)
      Do amor como da serenidade nas planícies infinitas o espírito das asas no vento

      Ô Lord of Peace!

      Do amor como da morte. (Ilhas de gelo ao sabor das correntes...)
      Ursas surgindo da aurora boreal como almas gigantescas do grande-silêncio-branco
      Do amor como da morte. (Gotas de sangue sobre a neve...)
      A vida das focas continuamente se arrastando para o não-sei-onde — cadáveres eternos de heróis longínquos

      Ô Lord of Death!





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      o un ciego soñando
      y en ese vuelo y en ese sueño
      compartir contigo sol y luna,
      siendo guardián en tu cielo
      y tren de tus ilusiones."
      (Hánjel)





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      Mensaje por Maria Lua Dom 10 Mar 2024, 07:46

      A CIDADE EM PROGRESSO



      Rio de Janeiro , 2004



      Rio de Janeiro
      (Ideal)
      (fragmento)
      O poeta parte no eterno renovamento.
      Mas seu destino é fugir sempre ao homem que ele traz em si.


      O poeta:
      Eu sonho a poesia dos gestos fisionômicos de um anjo!




      ***********************


      LA CIUDAD EN PROGRESO



      Río de Janeiro, 2004



      Rio de Janeiro
      (Ideal)
      (fragmento)
      El poeta emprende la renovación eterna.
      Pero su destino es escapar siempre del hombre que lleva dentro.


      El poeta:
      ¡Sueño con la poesía de los gestos faciales de un ángel!


      _________________



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      siendo guardián en tu cielo
      y tren de tus ilusiones."
      (Hánjel)





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      Mensaje por Maria Lua Jue 14 Mar 2024, 10:11

      IDADE MÉDIA



      Faze com que tua boca seja para mim água e não vinho
      E faze com que para mim teus seios peras e não cidras...
      Algum dia no teu ventre que eu vejo se estender como uma branca terra fecunda em lírios
      Deixarei a semente de gigantes arianos que atravessarão silenciosamente o Volga
      E que as cabeceiras de seda voando, as lanças de ouro voando, cavalgarão doidamente contra a lua..


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      y en ese vuelo y en ese sueño
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      Mensaje por Maria Lua Vie 15 Mar 2024, 21:00

      A QUE VEM DE LONGE


      A minha amada veio de leve
      A minha amada veio de longe
      A minha amada veio em silêncio
      Ninguém se iluda.

      A minha amada veio da treva
      Surgiu da noite qual dura estrela
      Sempre que penso no seu martírio
      Morro de espanto.

      A minha amada veio impassível
      Os pés luzindo de luz macia
      Os alvos braços em cruz abertos
      Alta e solene.

      Ao ver-me posto triste e vazio
      Num passo rápido a mim chegou-se
      E com singelo doce ademane
      Roçou-me os lábios.

      Deixei-me preso ao seu rosto grave
      Preso ao seu riso no entanto ausente
      Inconsciente de que chorava
      Sem dar-me conta.

      Depois senti-lhe o tímido tato
      Dos lentos dedos tocar-me o peito
      S as unhas longas se me cravarem
      Profundamente.

      Aprisionado num só meneio
      Ela cobriu-me de seus cabelos
      E os duros lábios no meu pescoço
      Pôs-se a sugar-me.

      Muitas auroras transpareceram
      Do meu crescente ficar exangue
      Enquanto a amada suga-me o sangue
      Que é a luz da vida.


      _________________



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      Mensaje por Maria Lua Lun 18 Mar 2024, 09:54

      Ternura





      Eu te peço perdão por te amar de repente

      Embora o meu amor

      seja uma velha canção nos teus ouvidos

      Das horas que passei à sombra dos teus gestos

      Bebendo em tua boca o perfume dos sorrisos

      Das noites que vivi acalentando

      Pela graça indizível

      dos teus passos eternamente fugindo

      Trago a doçura

      dos que aceitam melancolicamente.

      E posso te dizer

      que o grande afeto que te deixo

      Não traz o exaspero das lágrimas

      nem a fascinação das promessas

      Nem as misteriosas palavras

      dos véus da alma...

      É um sossego, uma unção,

      um transbordamento de carícias

      E só te pede que te repouses quieta,

      muito quieta

      E deixes que as mãos cálidas da noite

      encontrem sem fatalidade

      o olhar estático da aurora.


      *************



      Ternura



      Yo te pido perdón por amarte de repente

      Aunque mi amor

      sea una vieja canción en tus oídos

      De las horas que pasé a la sombra de tus gestos

      Bebiendo en tu boca el perfume de las sonrisas

      De las noches que viví arrullando

      Por la gracia indecible

      de tus pasos eternamente huyendo

      Traigo la dulzura

      de los que aceptan melancólicamente.

      Y puedo decirte

      que el gran afecto que te dejo

      No trae la exasperación de las lágrimas

      ni la fascinación de las promesas

      Ni las misteriosas palabras

      de los velos del alma...

      Es un sosiego, una unción,

      un desbordamiento de caricias

      Y sólo te pide que reposes quieta,

      muy quieta

      Y dejes que las manos cálidas de la noche

      encuentren sin fatalidad

      el mirar estático de la aurora.



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      Mensaje por Maria Lua Miér 20 Mar 2024, 10:13

      ALBA



      Alba, no canteiro dos lírios estão caídas as pétalas de uma rosa cor de sangue
      Que tristeza esta vida, minha amiga...
      Lembras-te quando vínhamos na tarde roxa e eles jaziam puros
      E houve um grande amor no nosso coração pela morte distante?
      Ontem, Alba, sofri porque vi subitamente a nódoa rubra entre a carne pálida ferida
      Eu vinha passando tão calmo, Alba, tão longe da angústia, tão suavizado
      Quando a visão daquela flor gloriosa matando a serenidade dos lírios entrou em mim
      E eu senti correr em meu corpo palpitações desordenadas de luxúria.
      Eu sofri, minha amiga, porque aquela rosa me trouxe a lembrança do teu sexo que eu não via
      Sob a lívida pureza da tua pele aveludada e calma
      Eu sofri porque de repente senti o vento e vi que estava nu e ardente
      E porque era teu corpo dormindo que existia diante de meus olhos.
      Como poderias me perdoar, minha amiga, se soubesses que me aproximei da flor como um perdido
      E a tive desfolhada entre minhas mãos nervosas e senti escorrer de mim o sêmen da minha volúpia?
      Ela está lá, Alba, sobre o canteiro dos lírios, desfeita e cor de sangue
      Que destino nas coisas, minha amiga!
      Lembras-te quando eram só os lírios altos e puros?
      Hoje eles continuam misteriosamente vivendo, altos e trêmulos
      Mas a pureza fugiu dos lírios como o último suspiro dos moribundos
      Ficaram apenas as pétalas da rosa, vivas e rubras como a tua lembrança
      Ficou o vento que soprou nas minhas faces e a terra que eu segurei nas minhas mãos.




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      Mensaje por Maria Lua Dom 24 Mar 2024, 15:21




      CANÇÃO DO AMOR DEMAIS





      Vinicius de Moraes, Antonio Carlos Jobim

      Quero chorar porque te amei demais 
      Quero morrer porque me deste a vida 

      Oh, meu amor, será que nunca hei de ter paz 
      Será que tudo que há em mim 
      Só quer sentir saudade 

      E já nem sei o que vai ser de mim 
      Tudo me diz que amar será meu fim 

      Que desespero traz o amor! 
      Eu nem sabia o que era o amor 
      Agora sei porque não sou feliz



      ********************






      Canción del demasiado amor


      Quiero llorar porque te amé demasiado,
      quiero morir porque me diste la vida,
      ay, amor mío, ¿será que nunca he de tener paz?
      Será que todo lo que hay en mí
      sólo quiere decir saudade...
      Y ya ni sé lo que va a ser de mí,
      todo me dice que amar será mi fin...
      Qué desespero trae el amor,
      yo que no sabía lo que era el amor,
      ahora lo sé porque no soy feliz.





      Versión de César Conto











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      Mensaje por Maria Lua Mar 26 Mar 2024, 20:23

      SONETO À LUA


      Por que tens, por que tens olhos escuros
      E mãos lânguidas, loucas e sem fim
      Quem és, quem és tu, não eu, e estás em mim
      Impuro, como o bem que está nos puros?

      Que paixão fez-te os lábios tão maduros
      Num rosto como o teu criança assim
      Quem te criou tão boa para o ruim
      E tão fatal para os meus versos duros?

      Fugaz, com que direito tens-me presa
      A alma que por ti soluça nua
      E não és Tatiana e nem Teresa:

      E és tampouco a mulher que anda na rua
      Vagabunda, patética, indefesa
      Ó minha branca e pequenina lua!

      Rio, 1938



      *********************



      SONETO A LA LUNA


      ¿Por qué, por qué tienes los ojos oscuros?
      Y manos lánguidas, locas y sin fin
      ¿Quién eres, quién eres tú, no yo, y estás en mí?
      ¿Impuro, como el bien que está en el puro?

      Que pasión hizo tus labios tan maduros
      En una cara como la tuya, tan de niña
      Quien te crió tan buena para el mal
      ¿Y tan fatal para mis duros versos?

      Fugaz con que derecho me tienes aprisionado
      El alma que llora por ti desnuda
      Y no eres Tatiana o Teresa:

      Y tampoco eres la mujer que anda por la calle
      Vagabunda, patética, indefensa
      ¡Oh mi blanca y pequeñita Luna!


      _________________



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      o un ciego soñando
      y en ese vuelo y en ese sueño
      compartir contigo sol y luna,
      siendo guardián en tu cielo
      y tren de tus ilusiones."
      (Hánjel)





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      VINICIUS DE MORAES  - Página 33 Empty Re: VINICIUS DE MORAES

      Mensaje por Maria Lua Miér 27 Mar 2024, 22:03

      ALLEGRO


      Sente como vibra
      Doidamente em nós
      Um vento feroz
      Estorcendo a fibra

      Dos caules informes
      E as plantas carnívoras
      De bocas enormes
      Lutam contra as víboras

      E os rios soturnos
      Ouve como vazam
      A água corrompida

      E as sombras se casam
      Nos raios noturnos
      Da lua perdida.




      Oxford, 1939


      _________________



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      y en ese vuelo y en ese sueño
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      siendo guardián en tu cielo
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      VINICIUS DE MORAES  - Página 33 Empty Re: VINICIUS DE MORAES

      Mensaje por Maria Lua Jue 28 Mar 2024, 20:06

      A MAIOR SOLIDÃO É A DO SER QUE NÃO AMA

      A maior solidão é a do ser que não ama. A maior solidão é a dor do ser que se ausenta, que se defende, que se fecha, que se recusa a participar da vida humana.

      A maior solidão é a do homem encerrado em si mesmo, no absoluto de si mesmo,
      o que não dá a quem pede o que ele pode dar de amor, de amizade, de socorro.

      O maior solitário é o que tem medo de amar, o que tem medo de ferir e ferir-se,
      o ser casto da mulher, do amigo, do povo, do mundo. Esse queima como uma lâmpada triste, cujo reflexo entristece também tudo em torno. Ele é a angústia do mundo que o reflete. Ele é o que se recusa às verdadeiras fontes de emoção, as que são o patrimônio de todos, e, encerrado em seu duro privilégio, semeia pedras do alto de sua fria e desolada torre.


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      VINICIUS DE MORAES  - Página 33 Empty Re: VINICIUS DE MORAES

      Mensaje por Maria Lua Sáb 30 Mar 2024, 09:24

      Mensaje a la poesía

      No puedo
      No es posible
      Díganle que es totalmente imposible
      Ahora no puede ser
      Es imposible
      No puedo

      Díganle que estoy tristísimo, pero esta noche no puedo ir a su encuentro.
      Cuéntenle que hay millones de cuerpos por enterrar
      Muchas ciudades por reconstruir, mucha pobreza en el mundo;
      Cuéntenle que hay en alguna parte del mundo una criatura llorando
      Y las mujeres están volviéndose locas y hay legiones de ellas que tortura
      la nostalgia de sus hombres; cuéntenle que hay un vacío
      en los ojos de los parias, cuya inanición es extrema; cuéntenle
      que la vergüenza, la deshonra, el suicidio, rondan el hogar
      y que se quiere reconquistar la vida.



      _________________



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      Mensaje por Maria Lua Dom 31 Mar 2024, 13:23




      A ausente



      Amiga, infinitamente amiga

      Em algum lugar teu coração bate por mim

      Em algum lugar teus olhos se fecham à idéia dos meus.

      Em algum lugar tuas mãos se crispam, teus seios

      Se enchem de leite, tu desfaleces e caminhas

      Como que cega ao meu encontro…

      Amiga, última doçura

      A tranqüilidade suavizou a minha pele

      E os meus cabelos. Só meu ventre

      Te espera, cheio de raízes e de sombras.

      Vem, amiga

      Minha nudez é absoluta

      Meus olhos são espelhos para o teu desejo

      E meu peito é tábua de suplícios

      Vem. Meus músculos estão doces para os teus dentes

      E áspera é minha barba. Vem mergulhar em mim

      Como no mar, vem nadar em mim como no mar

      Vem te afogar em mim, amiga minha

      Em mim como no mar…



      ******************



      La ausente



      Amiga, infinitamente amiga

      En algún lugar tu corazón late por mí

      En algún lugar tus ojos se cierran al recuerdo de los míos.

      En algún lugar tus manos se contraen, tus senos

      Se llenan de leche, desfalleces y caminas

      Como ciega a mi encuentro…

      Amiga, última dulzura

      La tranquilidad suavizó mi piel

      Y mis cabellos. Sólo mi vientre

      Te espera, lleno de raíces y de sombras.

      Ven, amiga

      Mi desnudez es absoluta

      Mis ojos son espejos para tu deseo

      Y mi pecho es tablero de suplicios.

      Ven. Mis músculos son dulces para tus dientes

      Y áspera está mi barba. Ven a sumergirte en mí

      Como en el mar, ven a nadar en mí como en el mar

      Ven a ahogarte en mí, amiga mía

      En mí como en el mar…








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      VINICIUS DE MORAES  - Página 33 Empty Re: VINICIUS DE MORAES

      Mensaje por Maria Lua Miér 03 Abr 2024, 13:57

      A BRUSCA POESIA DA MULHER AMADA


      Longe dos pescadores os rios infindáveis vão morrendo de sede lentamente...
      Eles foram vistos caminhando de noite para o amor — oh, a mulher amada é como a fonte!

      A mulher amada é como o pensamento do filósofo sofrendo
      A mulher amada é como o lago dormindo no cerro perdido
      Mas quem é essa misteriosa que é como um círio crepitando no peito?
      Essa que tem olhos, lábios e dedos dentro da forma inexistente?

      Pelo trigo a nascer nas campinas de sol a terra amorosa elevou a face pálida dos lírios
      E os lavradores foram se mudando em príncipes de mãos finas e rostos transfigurados...

      Oh, a mulher amada é como a onda sozinha correndo distante das praias Pousada no fundo estará a estrela, e mais além.


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      VINICIUS DE MORAES  - Página 33 Empty Re: VINICIUS DE MORAES

      Mensaje por Maria Lua Vie 05 Abr 2024, 09:48

      A VOCÊ, COM AMOR



      O amor é o murmúrio da terra
      quando as estrelas se apagam
      e os ventos da aurora vagam
      no nascimento do dia...
      O ridente abandono,
      a rútila alegria
      dos lábios, da fonte
      e da onda que arremete
      do mar...

      O amor é a memória
      que o tempo não mata,
      a canção bem-amada
      feliz e absurda...

      E a música inaudível...

      O silêncio que treme
      e parece ocupar
      o coração que freme
      quando a melodia
      do canto de um pássaro
      parece ficar...

      O amor é Deus em plenitude
      a infinita medida
      das dádivas que vêm
      com o sol e com a chuva
      seja na montanha
      seja na planura
      a chuva que corre
      e o tesouro armazenado
      no fim do arco-íris.



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      A TI, CON AMOR



      El amor es el murmullo de la tierra.
      cuando las estrellas se apagan
      y los vientos del amanecer vagan
      en el nacimiento del día...
      El risueño abandono,
      la luminosa alegría
      de los labios, de la fuente
      y la ola que se precipita
      del mar...

      el amor es memoria
      que el tiempo no mata,
      la amada canción
      feliz y absurda...

      Y la música inaudible...

      El silencio que tiembla
      y parece ocupar
      el corazón que tiembla
      cuando la melodía
      del canto de un pájaro
      parece quedarse...

      el amor es Dios en plenitud
      la medida infinita
      de los regalos que vienen
      con el sol y la lluvia
      ya sea en la montaña
      ya sea en la llanura
      la lluvia que corre
      y el tesoro guardado
      al final del arcoiris.


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      VINICIUS DE MORAES  - Página 33 Empty Re: VINICIUS DE MORAES

      Mensaje por Maria Lua Dom 07 Abr 2024, 13:30

      A PONTE DE VAN GOGH


      Itatiaia

      O lugar não importa: pode ser o Japão, a Holanda, a campina inglesa.
      Mas é absolutamente preciso que seja domingo.

      O azul do céu ecoa na esmeralda do rio
      E o rio reflete docemente as margens de relva verde-laranja
      Dir-se-ia que da mansão da esquerda voou o lençol virginal de miss
      Para ser no céu sem mancha a única nuvem.
      A calma é velha, de uma velhice sem pátina
      As cores são simples, ingênuas
      A estação é feliz: o guarda da ponte chegou a pintar
      De listas vermelhas o teto de sua casinhola.
      E, meu Deus, se não fossem esses diabinhos de pinheiros a fazer caretas
      E a pressa com que o homem da charrete vai:
      - A pressa de quem atravessou um vago perigo
      Tudo estivesse perfeito, e não me viesse esse medo tolo de a pequena ponte levadiça
      Desabe e se molhe o vestido preto de Cristina Georgina Rosseti
      Que vai de umbrela especialmente para ouvir a prédica do novo pastor da vila.



      Itatiaia, 1937.


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      VINICIUS DE MORAES  - Página 33 Empty Re: VINICIUS DE MORAES

      Mensaje por Maria Lua Lun 08 Abr 2024, 19:58

      SONETO DE INSPIRAÇÃO


      Não te amo como uma criança, nem
      Como um homem e nem como um mendigo
      Amo-te como se ama todo o bem
      Que o grande mal da vida traz consigo.

      Não é nem pela calma que me vem
      De amar, nem pela glória do perigo
      Que me vem de te amar, que te amo; digo
      Antes que por te amar não sou ninguém.

      Amo-te pelo que és, pequena e doce
      Pela infinita inércia que me trouxe
      A culpa é de te amar — soubesse eu ver

      Através da tua carne defendida
      Que sou triste demais para esta vida
      E que és pura demais para sofrer.


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      Mensaje por Maria Lua Mar 09 Abr 2024, 19:00

      O SACRIFÍCIO DO VINHO



      Paris




      Contra o crepúsculo
      O vinho assoma, exulta, sobreleva
      Muda o cristal da tarde em rubra pompa
      Ganha som, ganha sangue, ganha seios
      Contra o crepúsculo o vinho
      Menstrua a tarde.

      Ah, eu quero beber do vinho em grandes haustos
      Eu quero os longos dedos líquidos
      Sobre meus olhos, eu quero
      A úmida língua...

      O céu da minha boca
      É uma cúpula imensa para a acústica
      Do vinho, e seu eco de púrpura...
      O cantochão do vinho
      Cresce, vermelho, entre muralhas súbitas
      Carregado de incenso e paciência.
      As sinetas litúrgicas
      Erguern a taça ardente contra a tarde
      E o vinho, transubstanciado, bate asas
      Voa para o poente
      O vinho...

      Uma coisa é o vinho branco
      O primeiro vinho, linfa da aurora impúbere
      Sobre a morte dos peixes.
      Mas contra a noite ei-lo que se levanta
      Varado pelas setas do poente
      Transverberado, o vinho...
      E o seu sangue se espalha pelas ruas
      Inunda as casas, pinta os muros, fere
      As serpentes do tédio; dentro
      Da noite o vinho
      Luta como um Laocoonte
      O vinho...

      Ah, eu quero beijar a boca moribunda
      Fechar os olhos pânicos
      Beber a áspera morte
      Do vinho...





      ****************


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      Mensaje por Maria Lua Jue 11 Abr 2024, 20:30

      A PARTIDA


      Quero ir-me embora pra estrela
      Que vi luzindo no céu
      Na várzea do setestrelo.
      Sairei de casa à tarde
      Na hora crepuscular
      Em minha rua deserta
      Nem uma janela aberta
      Ninguém para me espiar
      De vivo verei apenas
      Duas mulheres serenas
      Me acenando devagar.
      Será meu corpo sozinho
      Que há de me acompanhar
      Que a alma estará vagando
      Entre os amigos, num bar.
      Ninguém ficará chorando
      Que mãe já não terei mais
      E a mulher que outrora tinha
      Mais que ser minha mulher
      É mãe de uma filha minha.
      Irei embora sozinho
      Sem angústia nem pesar
      Antes contente da vida
      Que não pedi, tão sofrida
      Mas não perdi por ganhar.
      Verei a cidade morta
      Ir ficando para trás
      E em frente se abrirem campos
      Em flores e pirilampos
      Como a miragem de tantos
      Que tremeluzem no alto.
      Num ponto qualquer da treva
      Um vento me envolverá
      Sentirei a voz molhada
      Da noite que vem do mar
      Chegar-me-ão falas tristes
      Como a querer me entristar
      Mas não serei mais lembrança
      Nada me surpreenderá:
      Passarei lúcido e frio
      Compreensivo e singular
      Como um cadáver num rio
      E quando, de algum lugar
      Chegar-me o apelo vazio
      De uma mulher a chorar
      Só então me voltarei
      Mas nem adeus lhe darei
      No oco raio estelar
      Libertado subirei.


      _________________



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      VINICIUS DE MORAES  - Página 33 Empty Re: VINICIUS DE MORAES

      Mensaje por Maria Lua Sáb 13 Abr 2024, 07:17

      TERNURA


      Eu te peço perdão por te amar de repente
      Embora o meu amor seja uma velha canção nos teus ouvidos
      Das horas que passei à sombra dos teus gestos
      Bebendo em tua boca o perfume dos sorrisos
      Das noites que vivi acalentado
      Pela graça indizível dos teus passos eternamente fugindo
      Trago a doçura dos que aceitam melancolicamente.
      E posso te dizer que o grande afeto que te deixo
      Não traz o exaspero das lágrimas nem a fascinação das promessas
      Nem as misteriosas palavras dos véus da alma...
      É um sossego, uma unção, um transbordamento de carícias
      E só te pede que te repouses quieta, muito quieta
      E deixes que as mãos cálidas da noite encontrem sem fatalidade o olhar extático da aurora.





      Ternura


      Te pido perdon por amarte de repente
      Aunque mi amor es una vieja canción en tus oídos
      De las horas que pasé a la sombra de tus gestos
      Bebiendo en tu boca el perfume de las sonrisas
      De las noches que viví acariciado
      Por la gracia inefable de tus pasos que huyen eternamente
      Traigo la dulzura de quien acepta la melancolía.
      Y te puedo decir que el gran cariño te dejo
      No trae ni la exasperación de las lágrimas ni la fascinación de las promesas.
      Ni las palabras misteriosas de los velos del alma...
      Es un sosiego, una unción, un desborde de caricias
      Y solo te pide que te quedes quieta, muy quieta
      Y que las cálidas manos de la noche encuentren sin fatalidad la mirada extasiada del alba.



      _________________



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      "Ser como un verso volando
      o un ciego soñando
      y en ese vuelo y en ese sueño
      compartir contigo sol y luna,
      siendo guardián en tu cielo
      y tren de tus ilusiones."
      (Hánjel)





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      Mensaje por Maria Lua Dom 14 Abr 2024, 13:07

      A PONTE DE VAN GOGH


      Itatiaia

      O lugar não importa: pode ser o Japão, a Holanda, a campina inglesa.
      Mas é absolutamente preciso que seja domingo.

      O azul do céu ecoa na esmeralda do rio
      E o rio reflete docemente as margens de relva verde-laranja
      Dir-se-ia que da mansão da esquerda voou o lençol virginal de miss
      Para ser no céu sem mancha a única nuvem.
      A calma é velha, de uma velhice sem pátina
      As cores são simples, ingênuas
      A estação é feliz: o guarda da ponte chegou a pintar
      De listas vermelhas o teto de sua casinhola.
      E, meu Deus, se não fossem esses diabinhos de pinheiros a fazer caretas
      E a pressa com que o homem da charrete vai:
      - A pressa de quem atravessou um vago perigo
      Tudo estivesse perfeito, e não me viesse esse medo tolo de a pequena ponte levadiça
      Desabe e se molhe o vestido preto de Cristina Georgina Rosseti
      Que vai de umbrela especialmente para ouvir a prédica do novo pastor da vila.



      Itatiaia, 1937.



      ***************



      Itatiaia

      No importa el lugar: puede ser Japón, Holanda, la campiña inglesa.
      Pero es absolutamente necesario que sea domingo.

      El azul del cielo resuena en el esmeralda del río.
      Y el río refleja dulcemente las orillas de hierba verde anaranjada.
      Se diría que la sábana virginal de la señorita voló desde la mansión de la izquierda.
      Para ser en el cielo inmaculado la única nube.
      La calma es vieja, de una vejez sin pátina.
      Los colores son simples, ingenuos.
      La estación está contenta: el guardia del puente incluso pintó
      franjas rojas en el techo de su casita.
      Y, Dios mío, si no fuera por esos diablitos de pino que hacen muecas
      Y el apuro con el que va el hombre de la calesa:
      - La prisa de alguien que ha atravesado un vago peligro.
      Todo sería perfecto y no tendría ese miedo tonto al pequeño puente levadizo.
      El vestido negro de Cristina Georgina Rosseti se desploma y se moja
      Que va bajo el paraguas especialmente para escuchar la predicación del nuevo pastor del pueblo.



      Itatiaia, 1937.





      Itatiaia é um município brasileiro do Estado do Rio de Janeiro.

      EtimologiaVer também: Topônimos tupi-guaranis no Brasil
      "Itatiaia" é um termo tupi que significa "pedra pontuda", por meio da junção dos termos itá ("pedra") e atîaîa ("pontudo").[6]


      _________________



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      "Ser como un verso volando
      o un ciego soñando
      y en ese vuelo y en ese sueño
      compartir contigo sol y luna,
      siendo guardián en tu cielo
      y tren de tus ilusiones."
      (Hánjel)





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