Aires de Libertad

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    Mensaje por Maria Lua Lun 27 Mar 2023, 08:23

    ASTROLOGIA DE MARIO QUINTANA, MUSICALIZADA E CANTADA POR LUI COIMBRA






    Astrologia

    Minha estrela não é a de Belém:
    A que, parada, aguarda o peregrino.
    Sem importar-se com qualquer destino
    A minha estrela vai seguindo além...

    - Meu Deus, o que é que esse menino tem? -
    Já suspeitavam desde eu pequenino.
    O que eu tenho? É uma estrela em desatino...
    E nos desentendemos muito bem!

    E quando tudo parecia a esmo
    E nesses descaminhos me perdia
    Encontrei muitas vezes a mim mesmo...

    Eu temo é uma traição do instinto
    Que me liberte, por acaso, um dia
    Deste velho e encantado Labirinto


    _________________



    POESIA RECITADA O CANTADA Marialuaf


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





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    Mensaje por Maria Lua Lun 27 Mar 2023, 09:25

    MOTIVO DE CECÍLIA MEIRELES MUSICALIZADO E CANTADO POR FAGNER







    Motivo


    Eu canto porque o instante existe

    e a minha vida está completa.

    Não sou alegre nem sou triste:

    sou poeta.


    Irmão das coisas fugidias,

    não sinto gozo nem tormento.

    Atravesso noites e dias

    no vento.


    Se desmorono ou se edifico,

    se permaneço ou me desfaço,

    - não sei, não sei. Não sei se fico

    ou passo.


    Sei que canto. E a canção é tudo.

    Tem sangue eterno a asa ritmada.

    E um dia sei que estarei mudo:

    - mais nada.


    _________________



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    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
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    Mensaje por Maria Lua Lun 27 Mar 2023, 09:27

    FANATISMO DE FLORBELA ESPANCA MUSICALIZADO E CANTADO POR FAGNER




    FANATISMO


    Minh’alma, de sonhar-te, anda perdida.
    Meus olhos andam cegos de te ver!
    Não és sequer razão do meu viver,
    Pois que tu és já toda a minha vida!

    Não vejo nada assim enlouquecida…
    Passo no mundo, meu Amor, a ler
    No misterioso livro do teu ser
    A mesma história tantas vezes lida!

    “Tudo no mundo é frágil, tudo passa… ”
    Quando me dizem isto, toda a graça
    Duma boca divina fala em mim!

    E, olhos postos em ti, digo de rastros:
    “Ah! Podem voar mundos, morrer astros,
    Que tu és como Deus: Princípio e Fim! … ”


    _________________



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    y en ese vuelo y en ese sueño
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    Mensaje por Maria Lua Lun 27 Mar 2023, 09:33


    Amor É Fogo Que Arde Sem Se Ver | SONETO de Luís Vaz de Camões com narração de Mundo Dos Poemas




    Amor é fogo que arde sem se ver


    Amor é fogo que arde sem se ver,
    é ferida que dói, e não se sente;
    é um contentamento descontente,
    é dor que desatina sem doer.

    É um não querer mais que bem querer;
    é um andar solitário entre a gente;
    é nunca contentar-se de contente;
    é um cuidar que ganha em se perder.

    É querer estar preso por vontade;
    é servir a quem vence, o vencedor;
    é ter com quem nos mata, lealdade.

    Mas como causar pode seu favor
    nos corações humanos amizade,
    se tão contrário a si é o mesmo Amor?


    _________________



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    Mensaje por Maria Lua Miér 29 Mar 2023, 07:56

    EU SI QUE VOU TE AMAR DE Y  SONETO DE FIDELIDADE DE VINÍCIUS DE MORAES
    MELODIA DE ANTÔNIO CARLOS JOBIM
    CON GUITARRA Y VOZ ( TOQUINHO) VOZ ( MARIA CREUZA) RECITADO  ( VINICIUS DE MORAES)




    Eu sei que vou te amar

    Eu sei que vou te amar
    Por toda a minha vida eu vou te amar
    Em cada despedida eu vou te amar
    Desesperadamente eu sei que vou te amar

    E cada verso meu será pra te dizer
    Que eu sei que vou te amar
    Por toda a minha vida
    Eu sei que vou chorar

    A cada ausência tua eu vou chorar
    Mas cada volta tua há de apagar
    O que essa ausência tua me causou

    Eu sei que vou sofrer
    A eterna desventura de viver
    À espera de viver ao lado teu
    Por toda a minha vida

    E cada verso meu será pra te dizer
    Que eu sei que vou te amar
    Por toda a minha vida

    Eu sei que vou chorar
    A cada ausência tua eu vou chorar
    Mas cada volta tua há de apagar
    O que essa ausência tua me causou

    Eu sei que vou sofrer
    A eterna desventura de viver
    À espera de viver ao lado teu
    Por toda a minha vida




    **********


    SONETO DE FIDELIDADE

    De tudo, ao meu amor serei atento
    Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
    Que mesmo em face do maior encanto
    Dele se encante mais meu pensamento.

    Quero vivê-lo em cada vão momento
    E em louvor hei de espalhar meu canto
    E rir meu riso e derramar meu pranto
    Ao seu pesar ou seu contentamento.

    E assim, quando mais tarde me procure
    Quem sabe a morte, angústia de quem vive
    Quem sabe a solidão, fim de quem ama

    Eu possa me dizer do amor (que tive):
    Que não seja imortal, posto que é chama
    Mas que seja infinito enquanto dure.


    _________________



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    Mensaje por Maria Lua Miér 29 Mar 2023, 08:06


    EU SEI QUE VOU TE AMAR DE VINÍCIUS DE MORAES
    MELODIA DE ANTÔNIO CARLOS JOBIM
    PIANO: BEBO VALDÉS
    VOZ: DIEGO EL CIGALA






    Eu sei que vou te amar

    Eu sei que vou te amar
    Por toda a minha vida eu vou te amar
    Em cada despedida eu vou te amar
    Desesperadamente eu sei que vou te amar

    E cada verso meu será pra te dizer
    Que eu sei que vou te amar
    Por toda a minha vida
    Eu sei que vou chorar

    A cada ausência tua eu vou chorar
    Mas cada volta tua há de apagar
    O que essa ausência tua me causou

    Eu sei que vou sofrer
    A eterna desventura de viver
    À espera de viver ao lado teu
    Por toda a minha vida

    E cada verso meu será pra te dizer
    Que eu sei que vou te amar
    Por toda a minha vida

    Eu sei que vou chorar
    A cada ausência tua eu vou chorar
    Mas cada volta tua há de apagar
    O que essa ausência tua me causou

    Eu sei que vou sofrer
    A eterna desventura de viver
    À espera de viver ao lado teu
    Por toda a minha vida


    _________________



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    Mensaje por Maria Lua Vie 31 Mar 2023, 09:46



    Tabacaria | Poema de Fernando Pessoa( Álvaro de Campos). Recitado de Mundo Dos Poemas






    TABACARIA



    Não sou nada.
    Nunca serei nada.
    Não posso querer ser nada.
    À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.


    Janelas do meu quarto,
    Do meu quarto de um dos milhões do mundo que ninguém sabe quem é
    (E se soubessem quem é, o que saberiam?),
    Dais para o mistério de uma rua cruzada constantemente por gente,
    Para uma rua inacessível a todos os pensamentos,
    Real, impossivelmente real, certa, desconhecidamente certa,
    Com o mistério das coisas por baixo das pedras e dos seres,
    Com a morte a por umidade nas paredes e cabelos brancos nos homens,
    Com o Destino a conduzir a carroça de tudo pela estrada de nada.


    Estou hoje vencido, como se soubesse a verdade.
    Estou hoje lúcido, como se estivesse para morrer,
    E não tivesse mais irmandade com as coisas
    Senão uma despedida, tornando-se esta casa e este lado da rua
    A fileira de carruagens de um comboio, e uma partida apitada
    De dentro da minha cabeça,
    E uma sacudidela dos meus nervos e um ranger de ossos na ida.


    Estou hoje perplexo, como quem pensou e achou e esqueceu.
    Estou hoje dividido entre a lealdade que devo
    À Tabacaria do outro lado da rua, como coisa real por fora,
    E à sensação de que tudo é sonho, como coisa real por dentro.


    Falhei em tudo.
    Como não fiz propósito nenhum, talvez tudo fosse nada.
    A aprendizagem que me deram,
    Desci dela pela janela das traseiras da casa.
    Fui até ao campo com grandes propósitos.
    Mas lá encontrei só ervas e árvores,
    E quando havia gente era igual à outra.
    Saio da janela, sento-me numa cadeira. Em que hei de pensar?


    Que sei eu do que serei, eu que não sei o que sou?
    Ser o que penso? Mas penso tanta coisa!
    E há tantos que pensam ser a mesma coisa que não pode haver tantos!
    Gênio? Neste momento
    Cem mil cérebros se concebem em sonho gênios como eu,
    E a história não marcará, quem sabe?, nem um,
    Nem haverá senão estrume de tantas conquistas futuras.
    Não, não creio em mim.
    Em todos os manicômios há doidos malucos com tantas certezas!
    Eu, que não tenho nenhuma certeza, sou mais certo ou menos certo?
    Não, nem em mim...
    Em quantas mansardas e não-mansardas do mundo
    Não estão nesta hora gênios-para-si-mesmos sonhando?
    Quantas aspirações altas e nobres e lúcidas -
    Sim, verdadeiramente altas e nobres e lúcidas -,
    E quem sabe se realizáveis,
    Nunca verão a luz do sol real nem acharão ouvidos de gente?
    O mundo é para quem nasce para o conquistar
    E não para quem sonha que pode conquistá-lo, ainda que tenha razão.
    Tenho sonhado mais que o que Napoleão fez.
    Tenho apertado ao peito hipotético mais humanidades do que Cristo,
    Tenho feito filosofias em segredo que nenhum Kant escreveu.
    Mas sou, e talvez serei sempre, o da mansarda,
    Ainda que não more nela;
    Serei sempre o que não nasceu para isso;
    Serei sempre só o que tinha qualidades;
    Serei sempre o que esperou que lhe abrissem a porta ao pé de uma parede sem porta,
    E cantou a cantiga do Infinito numa capoeira,
    E ouviu a voz de Deus num poço tapado.
    Crer em mim? Não, nem em nada.
    Derrame-me a Natureza sobre a cabeça ardente
    O seu sol, a sua chava, o vento que me acha o cabelo,
    E o resto que venha se vier, ou tiver que vir, ou não venha.
    Escravos cardíacos das estrelas,
    Conquistamos todo o mundo antes de nos levantar da cama;
    Mas acordamos e ele é opaco,
    Levantamo-nos e ele é alheio,
    Saímos de casa e ele é a terra inteira,
    Mais o sistema solar e a Via Láctea e o Indefinido.


    (Come chocolates, pequena;
    Come chocolates!
    Olha que não há mais metafísica no mundo senão chocolates.
    Olha que as religiões todas não ensinam mais que a confeitaria.
    Come, pequena suja, come!
    Pudesse eu comer chocolates com a mesma verdade com que comes!
    Mas eu penso e, ao tirar o papel de prata, que é de folha de estanho,
    Deito tudo para o chão, como tenho deitado a vida.)


    Mas ao menos fica da amargura do que nunca serei
    A caligrafia rápida destes versos,
    Pórtico partido para o Impossível.
    Mas ao menos consagro a mim mesmo um desprezo sem lágrimas,
    Nobre ao menos no gesto largo com que atiro
    A roupa suja que sou, em rol, pra o decurso das coisas,
    E fico em casa sem camisa.


    (Tu que consolas, que não existes e por isso consolas,
    Ou deusa grega, concebida como estátua que fosse viva,
    Ou patrícia romana, impossivelmente nobre e nefasta,
    Ou princesa de trovadores, gentilíssima e colorida,
    Ou marquesa do século dezoito, decotada e longínqua,
    Ou cocote célebre do tempo dos nossos pais,
    Ou não sei quê moderno - não concebo bem o quê -
    Tudo isso, seja o que for, que sejas, se pode inspirar que inspire!
    Meu coração é um balde despejado.
    Como os que invocam espíritos invocam espíritos invoco
    A mim mesmo e não encontro nada.
    Chego à janela e vejo a rua com uma nitidez absoluta.
    Vejo as lojas, vejo os passeios, vejo os carros que passam,
    Vejo os entes vivos vestidos que se cruzam,
    Vejo os cães que também existem,
    E tudo isto me pesa como uma condenação ao degredo,
    E tudo isto é estrangeiro, como tudo.)


    Vivi, estudei, amei e até cri,
    E hoje não há mendigo que eu não inveje só por não ser eu.
    Olho a cada um os andrajos e as chagas e a mentira,
    E penso: talvez nunca vivesses nem estudasses nem amasses nem cresses
    (Porque é possível fazer a realidade de tudo isso sem fazer nada disso);
    Talvez tenhas existido apenas, como um lagarto a quem cortam o rabo
    E que é rabo para aquém do lagarto remexidamente


    Fiz de mim o que não soube
    E o que podia fazer de mim não o fiz.
    O dominó que vesti era errado.
    Conheceram-me logo por quem não era e não desmenti, e perdi-me.
    Quando quis tirar a máscara,
    Estava pegada à cara.
    Quando a tirei e me vi ao espelho,
    Já tinha envelhecido.
    Estava bêbado, já não sabia vestir o dominó que não tinha tirado.
    Deitei fora a máscara e dormi no vestiário
    Como um cão tolerado pela gerência
    Por ser inofensivo
    E vou escrever esta história para provar que sou sublime.


    Essência musical dos meus versos inúteis,
    Quem me dera encontrar-me como coisa que eu fizesse,
    E não ficasse sempre defronte da Tabacaria de defronte,
    Calcando aos pés a consciência de estar existindo,
    Como um tapete em que um bêbado tropeça
    Ou um capacho que os ciganos roubaram e não valia nada.


    Mas o Dono da Tabacaria chegou à porta e ficou à porta.
    Olho-o com o deconforto da cabeça mal voltada
    E com o desconforto da alma mal-entendendo.
    Ele morrerá e eu morrerei.
    Ele deixará a tabuleta, eu deixarei os versos.
    A certa altura morrerá a tabuleta também, os versos também.
    Depois de certa altura morrerá a rua onde esteve a tabuleta,
    E a língua em que foram escritos os versos.
    Morrerá depois o planeta girante em que tudo isto se deu.
    Em outros satélites de outros sistemas qualquer coisa como gente
    Continuará fazendo coisas como versos e vivendo por baixo de coisas como tabuletas,


    Sempre uma coisa defronte da outra,
    Sempre uma coisa tão inútil como a outra,
    Sempre o impossível tão estúpido como o real,
    Sempre o mistério do fundo tão certo como o sono de mistério da superfície,
    Sempre isto ou sempre outra coisa ou nem uma coisa nem outra.


    Mas um homem entrou na Tabacaria (para comprar tabaco?)
    E a realidade plausível cai de repente em cima de mim.
    Semiergo-me enérgico, convencido, humano,
    E vou tencionar escrever estes versos em que digo o contrário.


    Acendo um cigarro ao pensar em escrevê-los
    E saboreio no cigarro a libertação de todos os pensamentos.
    Sigo o fumo como uma rota própria,
    E gozo, num momento sensitivo e competente,
    A libertação de todas as especulações
    E a consciência de que a metafísica é uma consequência de estar mal disposto.


    Depois deito-me para trás na cadeira
    E continuo fumando.
    Enquanto o Destino mo conceder, continuarei fumando.


    (Se eu casasse com a filha da minha lavadeira
    Talvez fosse feliz.)
    Visto isto, levanto-me da cadeira. Vou à janela.
    O homem saiu da Tabacaria (metendo troco na algibeira das calças?).
    Ah, conheço-o; é o Esteves sem metafísica.
    (O Dono da Tabacaria chegou à porta.)
    Como por um instinto divino o Esteves voltou-se e viu-me.
    Acenou-me adeus, gritei-lhe Adeus ó Esteves!, e o universo
    Reconstruiu-se-me sem ideal nem esperança, e o Dono da Tabacaria sorriu.



    **********************


    Tabaquería



    No soy nada.

    Nunca seré nada.

    No puedo querer ser nada.

    Aparte de esto, tengo en mí todos los sueños del mundo



    Ventanas de mi cuarto,

    de mi cuerto de uno de los millones de gente que nadie sabe

    sabe quién es

    (y si supieran quién es, ¿qué sabrían?),

    dais al misterio de una calle constantemente cruzada

    por la gente,

    a una calle inaccesible a todos los pensamientos,

    real, imposiblemente real, evidente, desconocidamente evidente,

    con el misterio de las cosas por lo bajo de las piedras y los seres, con la muerte poniente humedad en las paredes

    y cabellos blancos en los hombres,

    con el Destino conduciendo el carro de todo por la carretera de la nada.

    Hoy estoy vencido, como si supiera la verdad.

    Hoy estoy lúcido, como si estuviese a punto de morirme

    y no tuviese otra fraternidad con las cosas,

    que una despedide, volviéndose esta casa y este lado de la calle

    la fila de vagones de un tren, y una partida pintada

    desde dentro de mi cabeza,

    y una sacudida de mis nervios y un crugir de huesos a la ida.

    Hoy me siente perplejo, como quien ha pensado y opinado y olvidado.

    Hoy estoy dividido entre la lealtad que le debo

    a la tabaquería del otro lado de la calle, como cosa real por fuera,

    y a la sensación de que todo es sueño como cosa real por dentro.

    He fracasado en todo.

    Como no me hice ningún propósito, quizá todo

    no fuese nada.

    El aprendizaje que me impartieron,

    me apeé por la ventana de las traseras de la casa.

    Me fui al campo con grandes proyectos.

    Pero sólo encontré allí hierbas y árboles,

    y cuando había gente era igual que la otra.

    Me aparto de la ventana , me siento en una silla.

    ¿En qué voy a pensar?

    ¿Qué sé yo del que seré, yo que no sé lo que soy?

    ¿Ser lo que pienso? Pero ¡pienso ser tantas cosas!

    ¿Y hay tantos que piensan ser lo mismo que no puede haber tantos!

    ¿Un genio? En este momento

    cien mil cerebros se juzgan en sueños genios como yo,

    y la historia no distinguirá, ¿Quién sabe? , ni a uno,

    ni habrá sino estiércol de tantas conquistas futuras.

    No, no creo en mí...

    ¿En cuántas buhardillas y no buhardillas del mundo

    no hay en estos moments genios-para-sí-mismos soñando?

    ¿Cuántas aspiraciones altas y nobles y lúcidas-,

    y quién sabe si realizables, no verán nunca la luz del sol

    verdadero ni encontrarán quien les preste oídos?

    El mundo es para quien nace para conquistarlo

    y no para quien sueña que puede conquistarlo, aunque

    tenga razón.

    He soñado más que lo que hizo Napoleón.

    He estrachado contra el pecho hipotético más

    humanidades que Cristo,

    he pensado en secreto filosofías que ningún Kant ha escrito.

    Pero soy, y quizá lo sea siempre, el de la buhardilla,

    aunque no viva en ella;

    seré siempre el que no ha nacido para eso;

    seré siempre el que tenía condiciones;

    seré siempre el que esperó que le abriesen la puerta al

    pie de una pared sin puerta

    y cantó la canción del Infinito en un gallinero,

    y oyó la voz de Dios en un pozo tapado.

    ¿Creer en mí? No, ni en ndad.

    Derrámame la naturaleza sobre mi cabeza ardiente

    su sol, su lluvia, el viente que tropieza en mi cabello,

    y lo demás que venga si viene, o tiene que venir, o que no venga.

    Esclavos cardíacos de las estrellas,

    conquistamos el mundo entero antes de levantarnos de la cama;

    pero nos despertamos y es opaco,

    nos levantamos y es ajeno,

    salimos de casa y es la tierra entera,

    y el sistema solar y la Vía Láctea y lo Indefinido.

    (¡Come chocolatinas, pequeña, come chocolatinas!

    Mira que no hay más metafísica en el mundo que las chocolatinas,

    mira que todas las religiones no enseñan más que la confitería.

    ¡Come, pequeña sucia, come!

    ¡Ojalá comiese yo chocolatinas con la misma verdad con que comes!

    Pero yo pienso, y al quitarles la platilla, que se de papel de estaño

    lo tiro todo al suelo, lo mismo que he tirado la vida.)

    Pero por lo menos queda la amargura de lo que nunca seré

    la caligrafía rápida de estos versos,

    pórtico partido hacia lo Imposible.

    Pero por lo menos me consagro a mí mismo un desprecio sin lágrimas,

    noble, al menos, en el gesto amplio con que tiro

    la ropa sucia que soy, sin un papel, para el transcurrir de las cosas,

    y me quedo en casa sin camisa.

    (Tú, que consuelas, que no existes y por eso consuelas,

    o diosa griega, concebida como una estatua que estuviese viva,

    o patricia romana, imposiblemente noble y nefasta,

    o princesa de trovadores, gentilísima y disimulada,

    o marquesa del siglo dieciocho, descotada y lejana,

    o meretriz célebre de los tiempos de nuestros padres,

    o no sé qué moderno- no me imagino bien qué- ,

    todo esto, sea lo que sea, lo que seas, ¡si puede inspirar, que inspire!

    Mi corazón es un cubo vaciado.

    Como invocan espíritus los que invocan espíritus, me invoco

    a mi mismo y no encuentro nada.

    Me acerco a la ventana y veo la calle con absoluta claridad,

    veo las tiendas, veo las aceras, veo los coches que pasan,

    veo a los entes vivos vestidos que se cruzan,

    veo a los perros que también existen,

    y todo esto me pesa como una condena al destierro,

    y todo es extranjero, como todo.)

    He vivido, estudiado, amado, y hasta creído,

    y hoy no hay un mendigo al que no envidie

    sólo por no ser yo.

    Miro los andrajos de cada uno y las llagas y la mentira,

    y pienso: puede que nunca hayas vivido ,ni estudiado, ni amado ni creído

    (porque es posible crear la realidad de todo eso sin hacer nada de eso);

    puede que hayas existido tan sólo, como un lagarto al que cortan el rabo

    y que es un rabo, más acá del lagarto, removidamente.

    He hecho de mí lo que no sabía,

    y lo que podía hacer de mí no lo he hecho.

    El dominó que me pues estaba equivocado.

    Me conocieron enseguida como quien no era y no lo desmentí,

    y me perdí.

    Cuando quise quitarme el antifaz,

    lo tenía pegado a la cara.

    Cuando me lo quité y me miré en el espejo,

    ya había envajecido.

    Estaba borracho, no sabía llevar el dominó que no me había quitado.

    Tiré el antifaz y me dormí en el vestuario

    como un perro tolerado por la gerencia

    por ser inofensivo

    y voy a escribir esta historia para demostrar que soy sublime.

    Esencia musical de mis versos inútiles,

    ojalá pudiera encontrarme como algo que hubiese hecho,

    y no me quedase siempre enfrente de la tabaquería de enfrente,

    pisoteando la conciencia de estar existiendo

    como una alfombrea en la que tropieza un borracho

    o una estera que robaron los gitanos y no valía nada.

    Pero el propietrario de la tabaquería ha asomado por la puerta

    y se ha quedado a la puerta.

    Le miro con incomodidad en la cabeza apenas vuelta,

    y con la incomodidad del alma que está comprendiendo mal.

    Morirá él y moriré yo.

    Él dejará la muestra y yo dejaré versos.

    En determinado momento morirá también la muestra,

    y los versos también.

    Después de ese momento, morirá la calle donde estuvo la muestra,

    y la lengua en que fueron escritos los verso,

    morirá después el planeta girador en que sucedión todo esto.

    En otros satélites de otros sistemas cualesquiera algo así como gente

    continuará haciendo cosas semejantes a versos y

    viviendo debajo de cosas semejantes a muestras,

    siempre una cosa enfrente de la otra,

    siempre una cosa tan inútil como la otra,

    siempre lo imposible tan estúpido como lo real,

    siempre el misterio del fondo tan verdadero como el

    sueño del misterio de la superficie,

    siempre esto o siempre otra cosa o ni una cosa ni la otra.

    Pero un hombre ha entrado en la tabaquería (¿a comprar tabaco?),

    y la realidad plausible cae de repente encima de mí.

    Me incorporo a medias con energía, convencido, humano,

    y voy a tratar de escribir estos versos en los que digo lo contrario.

    Enciendo un cigarrillo al pensar en escribirlos

    y saboreo en el cigarrillo la liberación de todos los pensamientos.

    Sigo al humo como a una ruta propia,

    y disfruto, en un momento sensitivo y competente,

    la liberación de todas las especulaciones

    y la conciencia de que la metafísica es una consecuencia

    de encontrarse indispuesto.

    Después me echo para atrás en la silla y continúo fumando.

    Mientras me lo conceda el destino seguiré fumando.

    (Si me casase con la hija de mi lavandera a lo mejor sería feliz.)

    Visto lo cual, me levanto de la silla. Me voy a la ventana.

    El hombre ha salido de la tabaquería (¿metiéndose el cambio

    en el bolsillo de los pantalones?).

    Ah, le conozco: es el Esteves sin metafísica.

    (el propietario de la tabaquería ha llegado a la puerta.)

    Como por una inspiración divina, Esteves se ha vuelto y me ha visto.

    Me ha dicho adiós con la mano, le he gritado ¡Adiós, Esteves!,

    y el Universo

    se me reconstruye sin ideales ni esperanza,

    y el propietario de la tabaquería se ha sonreído.




    _________________



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    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
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    Mensaje por cecilia gargantini Vie 31 Mar 2023, 14:53

    tengo en mí todos los sueños del mundo

    Me encanta Pessoa y también esta interpretación!!!!!!!!!!!!!!
    Besossssssssss Lua y graciasssssss
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    Mensaje por Maria Lua Vie 31 Mar 2023, 19:10

    Alma Minha Gentil, Que Te Partiste | Poema de Luís Vaz de Camões
    Recitado de Mundo Dos Poemas




    Alma minha gentil, que te partiste
    Tão cedo desta vida descontente,
    Repousa lá no Céu eternamente,
    E viva eu cá na terra sempre triste.

    Se lá no assento etério, onde subiste,
    Memória desta vida se consente,
    Não te esqueças daquele amor ardente
    Que já nos olhos meus tão puro viste.

    E se vires que pode merecer-te
    Alguma cousa a dor que me ficou
    Da mágoa, sem remédio, de perder-te;

    Roga a Deus que teus anos encurtou,
    Que tão cedo de cá me leve a ver-te,
    Quão cedo de meus olhos te levou.




    -- Luiz de Camões (ca. 1560)


    _________________



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    Mensaje por Maria Lua Vie 31 Mar 2023, 19:12

    Adiós ríos, adiós fontes. Poema de Rosalía de Castro y cantado por Amancio Prada
    La música es del cantautor Amancio Prada.





    Adiós ríos, adiós fontes


    Adiós ríos, adiós fontes
    adiós, regatos pequenos;
    adiós, vista dos meus ollos,
    non sei cándo nos veremos.

    Miña terra, miña terra,
    terra donde m’eu criei,
    hortiña que quero tanto,
    figueiriñas que prantei.

    Prados, ríos, arboredas,
    pinares que move o vento,
    paxariños piadores,
    casiña d’o meu contento.

    Muiño dos castañares,
    noites craras do luar,
    campaniñas timbradoiras
    da igrexiña do lugar.

    Amoriñas das silveiras
    que eu lle daba ó meu amor,
    camiñiños antre o millo,
    ¡adiós para sempre adiós!

    ¡Adiós, gloria! ¡Adiós, contento!
    ¡Deixo a casa onde nacín,
    deixo a aldea que conoso,
    por un mundo que non vin!

    Deixo amigos por extraños,
    deixo a veiga polo mar;
    deixo, en fin, canto ben quero…
    ¡quén puidera non deixar!

    […]

    Adiós, adiós, que me vou,
    herbiñas do camposanto,
    donde meu pai se enterrou,
    herbiñas que biquei tanto,
    terriña que nos criou.

    […]

    Xa se oien lonxe, moi lonxe,
    as campanas do pomar;
    para min, ¡ai!, coitadiño,
    nunca máis han de tocar.

    […]

    ¡Adiós tamén, queridiña…
    Adiós por sempre quizáis!…
    Dígoche este adiós chorando
    desde a beiriña do mar.

    Non me olvides, queridiña,
    si morro de soidás…
    tantas légoas mar adentro…
    ¡Miña casiña!, ¡meu lar!


    _________________



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    Mensaje por Maria Lua Sáb 01 Abr 2023, 14:50

    NEGRA SOMBRA Poema de Rosalía de Castro en gallego



    (Follas Novas, 1880)

    Cando penso que te fuches,
    negra sombra que me asombras,
    ó pé dos meus cabezales
    tornas facéndome mofa.

    Cando maxino que es ida,
    no mesmo sol te me amostras,
    i eres a estrela que brila,
    i eres o vento que zoa.

    Si cantan, es ti que cantas,
    si choran, es ti que choras,
    i es o marmurio do río
    i es a noite i es a aurora.

    En todo estás e ti es todo,
    pra min i en min mesma moras,
    nin me abandonarás nunca,
    sombra que sempre me asombras.

    APUNTES
    Este poema, "Negra Sombra" , converteuse nunha das máis emblemáticas cancións da música galega, porque o músico , Xoán Montés Capón (Lugo 1840-1899) uniu estas letras cun alalá recollido na Cruz do Incio. Foi presentado por primeira vez no Gran Teatro da Habana no ano 1892.
    Considérase un dos cantos máis fermosos e elementais de Galicia, e as súas letras fúndense co trazo melódico de modo que xa non se conciben separadamente.


    NEGRA SOMBRA
    (traducción al castellano - Mónica B. Suárez Groba)

    Cuando pienso que te fuiste,
    negra sombra que me asombras,
    a los pies de mis cabezales,
    tornas haciéndome mofa.

    Cuando imagino que te has ido,
    en el mismo sol te me muestras,
    y eres la estrella que brilla,
    y eres el viento que zumba.

    Si cantan, eres tú que cantas,
    si lloran, eres tú que lloras,
    y eres el murmullo del río
    y eres la noche y eres la aurora.

    En todo estás y tú eres todo,
    para mí y en m misma moras,
    ni me abandonarás nunca,
    sombra que siempre me asombras.




    APUNTES
    Este poema, "Negra Sombra" , se convirtió en una de las más emblemáticas canciones de la música gallega, porque el músico Xoán Montés Capón (Lugo 1840-1899) unió estas letras con un alalá recogido en A Cruz do Incio. Fue presentado por primera en el Gran Teatro de La Habana en 1892.
    Se considera uno de los cantos más hermosos y elementales de Galicia, y sus letras se funden con un trazo melódico de modo que ya no se conciben separadamente.





    https://www.casavaria.com/gal/castro-sombra.htm


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    Mensaje por Maria Lua Miér 05 Abr 2023, 15:15

    "Sei que não vou por aí" poema de José Régio | Recitado: Diogo Infante





    Cântico Negro

    "Vem por aqui" — dizem-me alguns com olhos doces,
    Estendendo-me os braços, e seguros
    De que seria bom se eu os ouvisse
    Quando me dizem: "vem por aqui"!
    Eu olho-os com olhos lassos,
    (Há, nos meus olhos, ironias e cansaços)
    E cruzo os braços,
    E nunca vou por ali...

    A minha glória é esta:
    Criar desumanidade!
    Não acompanhar ninguém.
    — Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
    Com que rasguei o ventre a minha mãe.

    Não, não vou por aí! Só vou por onde
    Me levam meus próprios passos...

    Se ao que busco saber nenhum de vós responde,
    Por que me repetis: "vem por aqui"?
    Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
    Redemoinhar aos ventos,
    Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
    A ir por aí...

    Se vim ao mundo, foi
    Só para desflorar florestas virgens,
    E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
    O mais que faço não vale nada.

    Como, pois, sereis vós
    Que me dareis impulsos, ferramentas, e coragem
    Para eu derrubar os meus obstáculos?...
    Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
    E vós amais o que é fácil!
    Eu amo o Longe e a Miragem,
    Amo os abismos, as torrentes, os desertos...

    Ide! tendes estradas,
    Tendes jardins, tendes canteiros,
    Tendes pátrias, tendes tetos,
    E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios.
    Eu tenho a minha Loucura!

    Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
    E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...

    Deus e o Diabo é que me guiam, mais ninguém.
    Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
    Mas eu, que nunca principio nem acabo,
    Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.

    Ah, que ninguém me dê piedosas intenções!
    Ninguém me peça definições!
    Ninguém me diga: "vem por aqui"!
    A minha vida é um vendaval que se soltou.
    É uma onda que se alevantou.
    É um átomo a mais que se animou...
    Não sei por onde vou,
    Não sei para onde vou,
    — Sei que não vou por aí.


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    Mensaje por Maria Lua Sáb 08 Abr 2023, 09:17

    Jean-Louis Barrault récite "Liberté" de Paul Eluard





    Liberté

    Sur mes cahiers d'écolier
    Sur mon pupitre et les arbres
    Sur le sable sur la neige
    J'écris ton nom


    Sur toutes les pages lues
    Sur toutes les pages blanches
    Pierre sang papier ou cendre
    J'écris ton nom


    Sur les images dorées
    Sur les armes des guerriers
    Sur la couronne des rois
    J'écris ton nom


    Sur la jungle et le désert
    Sur les nids sur les genêts
    Sur l'écho de mon enfance
    J'écris ton nom


    Sur les merveilles des nuits
    Sur le pain blanc des journées
    Sur les saisons fiancées
    J'écris ton nom


    Sur tous mes chiffons d'azur
    Sur l'étang soleil moisi
    Sur le lac lune vivante
    J'écris ton nom


    Sur les champs sur l'horizon
    Sur les ailes des oiseaux
    Et sur le moulin des ombres
    J'écris ton nom


    Sur chaque bouffée d'aurore
    Sur la mer sur les bateaux
    Sur la montagne démente
    J'écris ton nom


    Sur la mousse des nuages
    Sur les sueurs de l'orage
    Sur la pluie épaisse et fade
    J'écris ton nom


    Sur les formes scintillantes
    Sur les cloches des couleurs
    Sur la vérité physique
    J'écris ton nom


    Sur les sentiers éveillés
    Sur les routes déployées
    Sur les places qui débordent
    J'écris ton nom


    Sur la lampe qui s'allume
    Sur la lampe qui s'éteint
    Sur mes maisons réunis
    J'écris ton nom


    Sur le fruit coupé en deux
    Dur miroir et de ma chambre
    Sur mon lit coquille vide
    J'écris ton nom


    Sur mon chien gourmand et tendre
    Sur ces oreilles dressées
    Sur sa patte maladroite
    J'écris ton nom


    Sur le tremplin de ma porte
    Sur les objets familiers
    Sur le flot du feu béni
    J'écris ton nom


    Sur toute chair accordée
    Sur le front de mes amis
    Sur chaque main qui se tend
    J'écris ton nom


    Sur la vitre des surprises
    Sur les lèvres attentives
    Bien au-dessus du silence
    J'écris ton nom


    Sur mes refuges détruits
    Sur mes phares écroulés
    Sur les murs de mon ennui
    J'écris ton nom


    Sur l'absence sans désir
    Sur la solitude nue
    Sur les marches de la mort
    J'écris ton nom


    Sur la santé revenue
    Sur le risque disparu
    Sur l'espoir sans souvenir
    J'écris ton nom


    Et par le pouvoir d'un mot
    Je recommence ma vie
    Je suis né pour te connaître
    Pour te nommer



    ***************************


    _________________



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    Mensaje por cecilia gargantini Sáb 08 Abr 2023, 14:41

    Eluard, siempre Eluard!!!!!!!!!!!! Es grande realmente y me gustó mucho esta entrega.
    Besosssssssssss siempre
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    Mensaje por Maria Lua Mar 11 Abr 2023, 21:15



    Canción del lagarto, Federico García Lorca & Amancio Prada




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    Mensaje por Maria Lua Mar 11 Abr 2023, 21:21

    Amancio Prada - Campanas de Bastabales (1985)



    Cancion interpretada por Amancio Prada en el programa homenaje a Rosalia de Castro "Añoranzas saudade" que la televison publica española emitio el 18 de Diciembre de 1985.

    CAMPANAS DE BASTABALES (Rosalía de Castro - Amancio Prada)

    Campanas de Bastabales,
    cando vos oio tocar,
    mórrome de soidades.

    Cando vos oio tocar,
    campaniñas, campaniñas,
    sin querer torno a chorar.

    Cando de lonxe vos oio,
    penso que por min chamades
    e das entrañas me doio.

    Dóiome de dór ferida,
    que antes tiña vida enteira
    e hoxe teño media vida.

    Só media me deixaron
    os que de aló me trouxeron,
    os que de aló me roubaron.

    Non me roubaron, traidores,
    ¡ai!, uns amores toliños,
    ¡ai!, uns toliños amores.

    Que os amores xa fuxiron,
    as soidades viñeron...
    De pena me consumiron.

    Campanas de Bastabales,
    cando vos oio tocar,
    mórrome de soidades


    _________________



    POESIA RECITADA O CANTADA Marialuaf


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





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    Mensaje por Maria Lua Jue 13 Abr 2023, 08:30

    La Saeta | Joan Manuel Serrat canta poema de Antonio Machado



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    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
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    Mensaje por cecilia gargantini Jue 13 Abr 2023, 14:54

    Me encanta cómo canta Serrat estos versos!!!!!!!!!
    Gracias amiga

    A Amalia Lateano le gusta esta publicaciòn

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    Mensaje por Maria Lua Jue 13 Abr 2023, 21:55



    Amancio Prada canta Rabindranath Tagore




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    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
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    Mensaje por cecilia gargantini Vie 14 Abr 2023, 15:25

    Seguís obsequiando bellezas!!!!!!!!!!!!
    Gracias Lua y buen finde
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    Mensaje por Maria Lua Sáb 15 Abr 2023, 16:27

    FEDERICO GARCÍA LORCA "Lluvia". Recitado por Joan Mora.






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    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
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    Mensaje por Maria Lua Sáb 15 Abr 2023, 16:31

    KHALIL GIBRAN El amor Narrado por Joan Mora.




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    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
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    Mensaje por Maria Lua Mar 18 Abr 2023, 20:12

    Federico García Lorca / Romaxe de Nosa Señora da Barca/ Amancio Prada





    ¡Ay ruada, ruada, ruada
    da Virxen pequena
    e a súa barca!

    A Virxen era pequena
    e a súa coroa de prata.
    Marelos os catro bois
    que no seu carro a levaban.

    Pombas de vidro traguían
    a choiva pol-a montana.
    Mortas e mortos de néboa
    pol-as congostroas chegaban.

    ¡Virxen, deixa a túa cariña
    nos doces ollos das vacas
    e leva sobr’o teu manto
    as froles da amortallada!

    Pol-a testa de Galicia
    xa ven salaiando a i-alba.
    A Virxen mira pra o mar
    dend’a porta da súa casa.

    ¡Ay ruada, ruada, ruada
    da Virxen pequena
    e a súa barca!


    _________________



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    Mensaje por Maria Lua Miér 19 Abr 2023, 13:13

    Joan Manuel Serrat - Cantares de Antonio Machado(Caminante, No Hay Camino)




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    y en ese vuelo y en ese sueño
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    Mensaje por Maria Lua Vie 21 Abr 2023, 20:20

    Mario Benedetti y Joan Manuel Serrat - Hagamos un trato




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    Mensaje por Maria Lua Vie 21 Abr 2023, 20:22

    De Arbol a Arbol Joan Manuel Serrat - Mario Benedetti



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    Mensaje por cecilia gargantini Sáb 22 Abr 2023, 15:21

    Hermosos Lua!!!!!!!!!!!!
    Gracias y buen finde
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    Mensaje por Maria Lua Sáb 22 Abr 2023, 18:27

    Amancio Prada: Cántico Espiritual de San Juan de la Cruz









    ****************

    GRacias, CEcilia!
    Para ti también!


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    Mensaje por cecilia gargantini Dom 23 Abr 2023, 15:49

    Gracias amiga!!!!!!!!! Belleza total
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    Mensaje por Maria Lua Lun 24 Abr 2023, 13:18


    O Lado Bom | Poema de J.G Araújo Jorge com narração de Mundo Dos Poemas




    Poesia e poema de autor brsileiro. José Guilherme de Araújo Jorge (Tarauacá, 20 de maio de 1914 - Rio de Janeiro, 27 de janeiro de 1987), mais conhecido como J. G. de Araújo Jorge,

    J.G Araújo Jorge
    Foi um poeta e político brasileiro. Orador oficial de entidades universitárias. Ainda estudante, venceu concursos de oratória. Em Coimbra recebeu no título de "estudante honorário" e fez Curso de Extensão Cultural na Universidade de Berlim. Foi professor do Colégio Pedro II. Publicou vários livros de poesia, como "Meu Céu Interior", "Amo" e diversos outros. Escreveu também poesia político-social e romances, entre esses, "Um besouro ma vidraça".

    Foi, junto com os poetas Luiz Otávio, o friburguense Rodolpho Abbud e Zalkind Piatgorsky, fundador dos Jogos Florais de Nova Friburgo em 1958, um concurso nacional de trovas que acontece até hoje eno mês de maio.


    _________________



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