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      VINICIUS DE MORAES  - Página 34 Empty Re: VINICIUS DE MORAES

      Mensaje por Maria Lua 16.04.24 19:39

      REVOLTA


      Alma que sofres pavorosamente
      A dor de seres privilegiada
      Abandona o teu pranto, sê contente
      Antes que o horror da solidão te invada.

      Deixa que a vida te possua ardente
      Ó alma supremamente desgraçada.
      Abandona, águia, a inóspita morada
      Vem rastejar no chão como a serpente.

      De que te vale o espaço se te cansa?
      Quanto mais sobes mais o espaço avança...
      Desce ao chão, águia audaz, que a noite é fria.

      Volta, ó alma, ao lugar de onde partiste
      O mundo é bom, o espaço é muito triste...
      Talvez tu possas ser feliz um dia.


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      o un ciego soñando
      y en ese vuelo y en ese sueño
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      siendo guardián en tu cielo
      y tren de tus ilusiones."
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      VINICIUS DE MORAES  - Página 34 Empty Re: VINICIUS DE MORAES

      Mensaje por Maria Lua 18.04.24 15:18

      MINHA MÃE


      Minha mãe, minha mãe, eu tenho medo
      Tenho medo da vida, minha mãe.
      Canta a doce cantiga que cantavas
      Quando eu corria doido ao teu regaço
      Com medo dos fantasmas do telhado.
      Nina o meu sono cheio de inquietude
      Batendo de levinho no meu braço
      Que estou com muito medo, minha mãe.
      Repousa a luz amiga dos teus olhos
      Nos meus olhos sem luz e sem repouso
      Dize à dor que me espera eternamente
      Para ir embora. Expulsa a angústia imensa
      Do meu ser que não quer e que não pode
      Dá-me um beijo na fronte dolorida
      Que ela arde de febre, minha mãe.

      Aninha-me em teu colo como outrora
      Dize-me bem baixo assim: — Filho, não temas
      Dorme em sossego, que tua mãe não dorme.
      Dorme. Os que de há muito te esperavam
      Cansados já se foram para longe.
      Perto de ti está tua mãezinha
      Teu irmão, que o estudo adormeceu
      Tuas irmãs pisando de levinho
      Para não despertar o sono teu.
      Dorme, meu filho, dorme no meu peito
      Sonha a felicidade. Velo eu.

      Minha mãe, minha mãe, eu tenho medo
      Me apavora a renúncia. Dize que eu fique
      Dize que eu parta, ó mãe, para a saudade.
      Afugenta este espaço que me prende
      Afugenta o infinito que me chama
      Que eu estou com muito medo, minha mãe.

      ---


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      VINICIUS DE MORAES  - Página 34 Empty Re: VINICIUS DE MORAES

      Mensaje por Maria Lua 19.04.24 8:29

      A BRUSCA POESIA DA MULHER AMADA
      Rio de Janeiro , 1938



      Longe dos pescadores os rios infindáveis vão morrendo de sede lentamente...
      Eles foram vistos caminhando de noite para o amor — oh, a mulher amada é como a fonte!

      A mulher amada é como o pensamento do filósofo sofrendo
      A mulher amada é como o lago dormindo no cerro perdido
      Mas quem é essa misteriosa que é como um círio crepitando no peito?
      Essa que tem olhos, lábios e dedos dentro da forma inexistente?

      Pelo trigo a nascer nas campinas de sol a terra amorosa elevou a face pálida dos lírios
      E os lavradores foram se mudando em príncipes de mãos finas e rostos transfigurados...

      Oh, a mulher amada é como a onda sozinha correndo distante das praias Pousada no fundo estará a estrela, e mais além.



      ********************



      LA BRUSCA POESÍA DE LA MUJER AMADA"

      Lejos de los pescadores los ríos interminables
      van muriendo de sed lentamente...
      Fueron vistos caminando de noche hacia el amor
      -¡oh, la mujer amada es como una fuente!
      La mujer amada es como el pensamiento del filósofo
      que sufre
      La mujer amada es como el lago que duerme en el cerro
      perdido.
      ¿Pero quién es esa misteriosa que es como un cirio
      crepitando en el pecho,
      Esa que tiene ojos, labios y dedos de formas inexistentes?
      Por el trigo naciente en los campos de sol la tierra
      amorosa elevó el rostro pálido de los lirios
      Y los labradores se fueron convirtiendo en príncipes
      de manos delicadas y rostros cambiantes...
      Oh, la mujer amada es como la ola solitaria que se forma
      distante de las playas,
      Posada mucho más allá del fondo estará la estrella.


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      VINICIUS DE MORAES  - Página 34 Empty Re: VINICIUS DE MORAES

      Mensaje por Maria Lua 20.04.24 9:56

      AMOR NOS TRÊS PAVIMENTOS


      Eu não sei tocar, mas se você pedir
      Eu toco violino fagote trombone saxofone.
      Eu não sei cantar, mas se você pedir
      Dou um beijo na lua, bebo mel himeto
      Pra cantar melhor.
      Se você pedir eu mato o papa, eu tomo cicuta
      Eu faço tudo que você quiser.

      Você querendo, você me pede, um brinco, um namorado
      Que eu te arranjo logo.
      Você quer fazer verso? É tão simples!... você assina
      Ninguém vai saber.
      Se você me pedir, eu trabalho dobrado
      Só pra te agradar.

      Se você quisesse!... até na morte eu ia
      Descobrir poesia.
      Te recitava as Pombas, tirava modinhas
      Pra te adormecer.
      Até um gurizinho, se você deixar
      Eu dou pra você...


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      VINICIUS DE MORAES  - Página 34 Empty Re: VINICIUS DE MORAES

      Mensaje por Maria Lua 24.04.24 9:22

      O TERCEIRO FILHO


      Em busca dos irmãos que tinham ido
      Eu parti com pouco ouro e muita bênção
      Sob o olhar dos pais aflitos.

      Eu encontrei os meus irmãos
      Que a ira do Senhor transformou em pedra
      Mas ainda não encontrei o velho mendigo
      Que ficava na encruzilhada do bom e do mau caminho
      E que se parecia com Jesus de Nazaré...



      *****************



      EL TERCER HIJO


      En busca de los hermanos que se habían ido
      Me fui con poco oro y mucha bendicion
      Bajo la mirada de padres angustiados.

      Encontré a mis hermanos
      Que la ira del Señor se convirtió en piedra
      Pero todavía no he encontrado al viejo mendigo.
      Que se encontraba en la encrucijada de caminos buenos y malos.
      Y quién se parecía a Jesús de Nazaret...


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      VINICIUS DE MORAES  - Página 34 Empty Re: VINICIUS DE MORAES

      Mensaje por Maria Lua 25.04.24 20:06

      Textos de Para vivir un gran amor, de Vinicius de Moraes


      Introducción, selección, traducción y notas: Wilfredo Carrizales



      El autor y su obra



      Con Vinicius de Moraes, la poesía moderna brasileña deja de ser privilegio de aficionados para alcanzar al gran público. Su actividad como compositor de letras de bossa-nova, además de haber enriquecido la música popular con obras primas, hizo que sus libros de poesía fuesen buscados por los que se deleitaban con canciones como “Garota de Ipanema” o “Se todos fossem iguais a vocé”, entre otras. Con su lirismo tierno y sensual, Vinicius se tornó el más popular de los poetas brasileños contemporáneos.

      Nacido en Gávea, Río de Janeiro, el 19 de octubre de 1913, Marcus Vinitius da Cruz de Melo Moraes vivió de los cinco a los catorce años en la Isla del Gobernador. Ahí, en la vida libre, el contacto con la naturaleza y la presencia del mar tuvieron influencia decisiva en la formación de su sensibilidad poética. Era, al mismo tiempo, un gran lector, devorando autores como Julio Verne, Zévaco, Bilac y Coelho Neto. A la edad de siete años compone sus primeras cuartetas y composiciones líricas.

      La música lo atrae desde temprano y aún en el colegio Santo Inácio, de los jesuitas, participó con su violón en un pequeño grupo que tocaba en fiestas. En 1930 entró a la Facultad Nacional de Derecho, ligándose al novelista Otávio de Faria y a San Tiago Dantas. A través de ellos, conoce las obras de los novelistas rusos, de los filósofos Nietzsche, Pascal y Kierkegaard, y del dramaturgo Ibsen. Adquirió, entonces, una postura nítidamente espiritualista y aristócrata. En el decir del propio Vinicius, ese periodo representa una “zambullida en lo sublime”.

      El camino para la distancia (O Camino para a Distancia, 1933), su libro de estreno, trae la marca de una religiosidad neosimbolista. Con Forma y exégesis (1935) conquista el premio de la Sociedad Felipe d’Oliveira. Al año siguiente, lanzó una plaquette con un largo poema, Ariana, la mujer. Con su talento ya reconocido, publicó, en 1938, Nuevos poemas. Surge un nuevo tono en su poesía que se consolidará con un lenguaje ardiente y directo en Cinco elegías (1943).

      En septiembre de 1938 se trasladó a la Universidad de Oxford para estudiar lengua y literatura inglesas. En Inglaterra, se casó con Beatriz Azevedo. La guerra comenzó y el poeta regresó a Brasil. Se dedicó a la crítica de cine y, en 1943, ingresó al Ministerio de Relaciones Exteriores.

      Poemas, sonetos y baladas surgió el año de 1946 cuando seguía, en la condición de vicecónsul, en Los Ángeles, Estados Unidos, donde permaneció cinco años. Frecuentó Hollywood y se tornó amigo de Orson Welles. Conoció también a Alex Viany y juntos hicieron la revista Filme, que tuvo apenas dos números, pero alcanzó repercusión internacional. De vuelta en Brasil, en 1951, continuó escribiendo crítica de cine. En 1954, al mismo tiempo en que se publicaba su Antología poética, una pieza de su autoría, Orfeu da Conceição, era premiada por la Comisión del IV Centenario de Sao Paulo.

      Montada al año siguiente en el Teatro Municipal, con música de Tom Jobim y escenario de Niemeyer, fue transformada en el filme Orfeu Negro, dirigida por Marcel Camus, que conquistó la Palma de Oro en el Festival de Cannes en 1959. Fue el esplendoroso periodo del bossa-nova que acabó por dar a la música brasileña renombre internacional.

      Vinicius se entregó con pasión a la música. De allí en adelante, la crónica, la poesía y la canción se alternaban, ocupando todo su tiempo y energía creadora. Al optar por la carrera de compositor de letras, levantó una cierta polémica, llegando hasta los “puristas” de la literatura. Entretanto, el poeta supo mantener siempre un alto nivel de creatividad y, en el fondo, siguió una vocación delineada desde su adolescencia.


      cont

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      VINICIUS DE MORAES  - Página 34 Empty Re: VINICIUS DE MORAES

      Mensaje por Maria Lua 28.04.24 9:40

      A MÁSCARA DA NOITE



      Sim, essa tarde conhece todos os meus pensamentos
      Todos os meus segredos e todos os meus patéticos anseios
      Sob esse céu como uma visão azul de incenso
      As estrelas são perfumes passados que me chegam...

      Sim! essa tarde que eu não conheço é uma mulher que me chama
      E eis que é uma cidade apenas, uma cidade dourada de astros
      Aves, folhas silenciosas, sons perdidos em cores
      Nuvens como velas abertas para o tempo...

      Não sei, toda essa evocação perdida, toda essa música perdida
      É como um pressentimento de inocência, como um apelo...
      Mas para que buscar se a forma ficou no gesto esvanecida
      E se a poesia ficou dormindo nos braços de outrora...

      Como saber se é tarde, se haverá manhã para o crepúsculo
      Nesse entorpecimento, neste filtro mágico de lágrimas?
      Orvalho, orvalho! desce sobre os meus olhos, sobre o meu sexo
      Faz-se surgir diamante dentro do sol!

      Lembro-me!... como se fosse a hora da memória
      Outras tardes, outras janelas, outras criaturas na alma
      O olhar abandonado de um lago e o frêmito de um vento
      Seios crescendo para o poente como salmos...

      Oh, a doce tarde! Sobre mares de gelo ardentes de revérbero
      Vagam placidamente navios fantásticos de prata
      E em grandes castelos cor de ouro, anjos azuis serenos
      Tangem sinos de cristal que vibram na imensa transparência!

      Eu sinto que essa tarde está me vendo, que essa serenidade está me vendo
      Que o momento da criação está me vendo neste instante doloroso de sossego em mim mesmo
      Oh criação que estás me vendo, surge e beija-me os olhos
      Afaga-me os cabelos, canta uma canção para eu dormir!

      És bem tu, máscara da noite, com tua carne rósea
      Com teus longos xales campestres e com teus cânticos
      És bem tu! ouço teus faunos pontilhando as águas de sons de flautas
      Em longas escalas cromáticas fragrantes...

      Ah, meu verso tem palpitações dulcíssimas! — primaveras!
      Sonhos bucólicos nunca sonhados pelo desespero
      Visões de rios plácidos e matas adormecidas
      Sobre o panorama crucificado e monstruoso dos telhados!

      Por que vens, noite? por que não adormeces o teu crepe
      Por que não te esvais — espectro — nesse perfume tenro de rosas?
      Deixa que a tarde envolva eternamente a face dos deuses
      Noite, dolorosa noite, misteriosa noite!

      Oh tarde, máscara da noite, tu és a presciência
      Só tu conheces e acolhes todos os meus pensamentos
      O teu céu, a tua luz, a tua calma
      São a palavra da morte e do sonho em mim!


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      Mensaje por Maria Lua 01.05.24 13:28

      OS INCONSOLÁVEIS


      Desesperados vamos pelos caminhos desertos
      Sem lágrimas nos olhos
      Desesperados buscamos constelações no céu enorme
      E em tudo, a escuridão.
      Quem nos levará à claridade
      Quem nos arrancará da visão a treva imóvel
      E falará da aurora prometida?
      Procuramos em vão na multidão que segue
      Um olhar que encoraje nosso olhar
      Mas todos procuramos olhos esperançosos
      E ninguém os encontra.
      Aos que vêm a nós cheios de angústia
      Mostramos a chaga interior sangrando angústias
      E eles lá se vão sofrendo mais.
      Aos que vamos em busca de alegria
      Mostramos a tristeza de nós mesmos
      E eles sofrem, que eles são os infelizes
      Que eles são os sem-consolo...

      Quando virá o fim da noite
      Para as almas que sofrem no silêncio?
      Por que roubar assim a claridade
      Aos pássaros da luz?
      Por que fechar assim o espaço eterno
      Às águias gigantescas?
      Por que encadear assim à terra
      Espíritos que são do imensamente alto?

      Ei-la que vai, a procissão das almas
      Sem gritos, sem prantos, cheia do silêncio do sofrimento
      Andando pela infinita planície que leva ao desconhecido
      As bocas dolorosas não cantam
      Porque os olhos parados não veem.
      Tudo neles é a paralisação da dor no paroxismo
      Tudo neles é a negação do anjo...
      ...são os Inconsoláveis.



      — Águias acorrentadas pelos pés.


      _________________



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      VINICIUS DE MORAES  - Página 34 Empty Re: VINICIUS DE MORAES

      Mensaje por Maria Lua 04.05.24 9:17

      INATINGÍVEL



      O que sou eu, gritei um dia para o infinito
      E o meu grito subiu, subiu sempre
      Até se diluir na distância.
      Um pássaro no alto planou voo
      E mergulhou no espaço.
      Eu segui porque tinha que seguir
      Com as mãos na boca, em concha
      Gritando para o infinito a minha dúvida.

      Mas a noite espiava a minha dúvida
      E eu me deitei à beira do caminho
      Vendo o vulto dos outros que passavam
      Na esperança da aurora.
      Eu continuo à beira do caminho
      Vendo a luz do infinito
      Que responde ao peregrino a imensa dúvida.

      Eu estou moribundo à beira do caminho.
      O dia já passou milhões de vezes
      E se aproxima a noite do desfecho.
      Morrerei gritando a minha ânsia
      Clamando a crueldade do infinito
      E os pássaros cantarão quando o dia chegar
      E eu já hei de estar morto à beira do caminho.


      _________________



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      o un ciego soñando
      y en ese vuelo y en ese sueño
      compartir contigo sol y luna,
      siendo guardián en tu cielo
      y tren de tus ilusiones."
      (Hánjel)





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      VINICIUS DE MORAES  - Página 34 Empty Re: VINICIUS DE MORAES

      Mensaje por Maria Lua 08.05.24 18:10

      O BOM PASTOR



      Amo andar pelas tardes sem som, brandas, maravilhosas
      Com riscos de andorinhas pelo céu.
      Amo ir solitário pelos caminhos
      Olhando a tarde parada no tempo
      Parada no céu como um pássaro em voo
      E que vem de asas largas se abatendo.
      Amo desvendar a vaga penumbra que desce
      Amo sentir o ar sem movimento, a luz sem vida
      Tudo interiorizado, tudo paralisado na oração calma...

      Amo andar nessas tardes...
      Sinto-me penetrando o sereno vazio de tudo
      Como um raio de luz.
      Cresço, projeto-me ao infinito, agigantado
      Para consolar as árvores angustiadas
      E acalmar os pinheiros moribundos.
      Desço aos vales como uma sombra de montanha
      Buscando poesia nos rios parados.
      Sou como o bom-pastor da natureza
      Que recolhe a alma do seu rebanho
      No agasalho da sua alma...

      E amo voltar
      Quando tudo não é mais que uma saudade
      Do momento suspenso que foi...
      Amo voltar quando a noite palpita
      Nas primeiras estrelas claras...
      Amo vir com a aragem que começa a descer das montanhas
      Trazendo cheiros agrestes de selva...
      E pelos caminhos já percorridos, voltando com a noite
      Amo sonhar...


      _________________



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      VINICIUS DE MORAES  - Página 34 Empty Re: VINICIUS DE MORAES

      Mensaje por Maria Lua 11.05.24 15:52

      O CEMITÉRIO NA MADRUGADA



      Às cinco da manhã a angústia se veste de branco
      E fica como louca, sentada, espiando o mar...
      É a hora em que se acende o fogo-fátuo da madrugada
      Sobre os mármores frios, frios e frios do cemitério
      E em que, embaladas pela harpa cariciosa das pescarias
      Dormem todas as crianças do mundo.

      Às cinco da manhã a angústia se veste de branco
      Tudo repousa... e sem treva, morrem as últimas sombras...
      É a hora em que, libertados do horror da noite escura
      Acordam os grandes anjos da guarda dos jazigos
      E os mais serenos cristos se desenlaçam dos madeiros
      Para lavar o rosto pálido na névoa.

      Às cinco da manhã... — tão tarde soube — não fora ainda uma visão
      Não fora ainda o medo da morte em minha carne!
      Viera de longe... de um corpo lívido de amante
      Do mistério fúnebre de um êxtase esquecido
      Tinha-me perdido na cerração, tinha-me talvez perdido
      Na escuta de asas invisíveis em torno...

      Mas ah, ela veio até mim, a pálida cidade dos poemas
      Eu a vi assim gelada e hirta, na neblina!
      Oh, não eras tu, mulher sonâmbula, tu que eu deixei
      Banhada do orvalho estéril da minha agonia
      Teus seios eram túmulos também, teu ventre era uma urna fria
      Mas não havia paz em ti!

      Lá tudo é sereno... Lá toda a tristeza se cobre de linho
      Lá tudo é manso, manso como um corpo morto de mãe prematura
      Lá brincam os serafins e as flores, bimbalham os sinos
      Em melodias tão alvas que nem se ouvem...
      Lá gozam miríades de vermes, que às brisas matutinas
      Voam em povos de borboletas multicolores...

      Escuto-me falar sem receio; esqueço o amanhã distante
      O vento traz perfumes inconfessáveis dos pinheiros...
      Um dia morrerão todos, morrerão as amadas
      E eu ficarei sozinho, para a hora dos cânticos exangues
      Hei de colar meu ouvido impaciente às tumbas amigas
      E ouvir meu coração batendo.

      Tu trazes alegria à vida, ó Morte, deusa humílima!
      A cada gesto meu riscas uma sombra errante na terra
      Sobre o teu corpo em túnica, vi a farândola das rosas e dos lírios
      E a procissão solene das virgens e das madalenas
      Em tuas maminhas púberes vi mamarem ratos brancos
      Que brotavam como flores dos cadáveres contentes.

      Que pudor te toma agora, poeta, lírico ardente
      Que desespero em ti diz da irrealidade das manhãs?
      A Morte vive em teu ser... — não, não é uma visão de bruma
      Não é o despertar angustiado após o martírio do amor
      É a Poesia... — e tu, homem simples, és um fanático arquiteto
      Ergues a beleza da morte em ti!

      Oh, cemitério da madrugada, por que és tão alegre
      Por que não gemem ciprestes nos teus túmulos?
      Por que te perfumas tanto em teus jasmins
      E tão docemente cantas em teus pássaros?
      És tu que me chamas, ou sou eu que vou a ti
      Criança, brincar também pelos teus parques?

      Por ti, fui triste; hoje, sou alegre por ti, ó morte amiga
      Do teu espectro familiar vi se erguer a única estrela do céu
      Meu silêncio é o teu silêncio — ele não traz angústia
      É assim como a ave perdida no meio do mar...
      ............................................................................................

      Serenidade, leva-me! guarda-me no seio de uma madrugada eterna!




      ****************

      O POETA NA MADRUGADA


      Quando o poeta chegou à cidade
      A aurora vinha clareando o céu distante
      E as primeiras mulheres passavam levando cântaros cheios.
      Os olhos do poeta tinham as claridades da aurora
      E ele cantou a beleza da nova madrugada.
      As mulheres beijaram a fronte do poeta
      E rogaram o seu amor.
      O poeta sorriu.
      Mostrou-lhes no céu claro o pássaro que voava
      E disse que a visão da beleza era da poesia
      O poeta tem a alegria que vive na luz
      E tem a mocidade que nasce da luz.
      As mulheres seguiram o poeta
      Oferecendo a tristeza do seu amor e a alegria da sua carne
      O poeta amou a carne das mulheres
      Mas não envelheceu no amor que elas lhe davam.
      O poeta quando ama
      É como a flor que murcha sem seiva
      Porque o amor do poeta
      É a seiva do mundo
      E se o poeta amasse
      Ele não viveria eternamente jovem, brilhando na luz.

      Quando a nova madrugada raiou no céu distante
      O poeta já tinha partido
      E seguindo o poeta as mulheres de peitos fartos e de cântaros cheios
      Falavam de ardentes promessas de amor.




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      Mensaje por Maria Lua 13.05.24 18:44

      INTROSPECÇÃO

      Nuvens lentas passavam
      Quando eu olhei o céu.
      Eu senti na minha alma a dor do céu
      Que nunca poderá ser sempre calmo.

      Quando eu olhei a árvore perdida
      Não vi ninhos nem pássaros.
      Eu senti na minha alma a dor da árvore
      Esgalhada e sozinha
      Sem pássaros cantando nos seus ninhos.

      Quando eu olhei minha alma
      Vi a treva.
      Eu senti no céu e na árvore perdida
      A dor da treva que vive na minha alma.


      _________________



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      Mensaje por Maria Lua 15.05.24 17:56

      SONETO DA MADRUGADA


      Pensar que já vivi à sombra escura
      Desse ideal de dor, triste ideal
      Que acima das paixões do bem e do mal
      Colocava a paixão da criatura!

      Pensar que essa paixão, flor de amargura
      Foi uma desventura sem igual
      Uma incapacidade de ternura
      Nunca simples e nunca natural!

      Pensar que a vida se houve de tal sorte
      Com tal zelo e tão íntimo sentido
      Que em mim a vida renasceu da morte!

      Hoje me libertei, povo oprimido
      E por ti viverei meu ódio forte
      Nesse misterioso amor perdido.


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      Mensaje por Maria Lua 18.05.24 18:04

      O APELO

      Que te vale, minha alma, essa paisagem fria
      Essa terra onde parecem repousar virgens distantes?
      Que te importa essa calma, essa tarde caindo sem vozes
      Esse ar onde as nuvens se esquecem como adeuses?
      Que te diz o adormecimento dessa montanha extática
      Onde há caminhos tão tristes que ninguém anda neles
      E onde o pipilo de um pássaro que passa de repente
      Parece suspender uma lágrima que nunca se derrama?
      Para que te debruças inutilmente sobre esse ermo
      E buscas um grito de agonia que nunca te chegará a tempo
      Que são longos, minha alma, os espaços perdidos...
      Ah, chegar! chegar depois de tanta ausência
      E despontar como um santo dentro das ruas escuras
      Bêbado dos seios da amada cheios de espuma!


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      Mensaje por Maria Lua 22.05.24 7:37

      Poemas de Vinicius de Moraes


      Presentamos, en la traducción de Angélica Vaz da Silva y Diego Casas Fernández algunos poemas de Vinicius de Moraes (Río de Janeiro, 19 de octubre de 1913 – Río de Janeiro, 9 de julio de 1980) quien fue poeta, compositor e intérprete capital en la música popular brasileña contemporánea así como diplomático de Brasil. Es autor de las conocidas canciónes Garota de Ipanema , Canto a Lucía de Yoan, Eu sei que vou te amar, entre muchas otras.


      Soneto de Fidelidad



      De todo a mi amor estaré atento

      Antes, y con tal celo, y siempre, y tanto

      Que aun enfrente del mayor encanto

      De él se encante más mi pensamiento.



      Quiero vivirlo en cada vano momento

      Y en su honor he de esparcir mi canto

      Y reír mi risa y derramar mi llanto

      A su pesar o a su contento.



      Y así, cuando más tarde me procure

      Quién sabe la muerte, angustia de quien vive

      Quién sabe la soledad, fin de quien ama



      Que yo pueda decirme del amor (que tuve):

      Que no sea inmortal, puesto que es llama,

      Pero que sea infinito mientras dure.









      Soneto de Fidelidade



      De tudo, ao meu amor serei atento

      Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto

      Que mesmo em face do maior encanto

      Dele se encante mais meu pensamento



      Quero vivê-lo em cada vão momento

      E em seu louvor hei de espalhar meu canto

      E rir meu riso e derramar meu pranto

      Ao seu pesar ou seu contentamento



      E assim quando mais tarde me procure

      Quem sabe a morte, angústia de quem vive

      Quem sabe a solidão, fim de quem ama



      Eu possa me dizer do amor (que tive):

      Que não seja imortal, posto que é chama

      Mas que seja infinito enquanto dure.



      cont

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      Mensaje por Maria Lua 26.05.24 21:06

      O TERCEIRO FILHO


      Em busca dos irmãos que tinham ido
      Eu parti com pouco ouro e muita bênção
      Sob o olhar dos pais aflitos.

      Eu encontrei os meus irmãos
      Que a ira do Senhor transformou em pedra
      Mas ainda não encontrei o velho mendigo
      Que ficava na encruzilhada do bom e do mau caminho
      E que se parecia com Jesus de Nazaré...


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      Mensaje por Maria Lua 29.05.24 9:42

      A VOCÊ, COM AMOR

      Rio de Janeiro , 2004

      O amor é o murmúrio da terra
      quando as estrelas se apagam
      e os ventos da aurora vagam
      no nascimento do dia...
      O ridente abandono,
      a rútila alegria
      dos lábios, da fonte
      e da onda que arremete
      do mar...

      O amor é a memória
      que o tempo não mata,
      a canção bem-amada
      feliz e absurda...

      E a música inaudível...

      O silêncio que treme
      e parece ocupar
      o coração que freme
      quando a melodia
      do canto de um pássaro
      parece ficar...

      O amor é Deus em plenitude
      a infinita medida
      das dádivas que vêm
      com o sol e com a chuva
      seja na montanha
      seja na planura
      a chuva que corre
      e o tesouro armazenado
      no fim do arco-íris.



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      Mensaje por Maria Lua 29.05.24 9:47

      El hijo que quiero tener


      Es común que soñemos, lo sé
      Cuando llegue la noche
      Porque también di un sueño
      Un hermoso sueño de morir
      Veo una cuna y en ella me inclino
      Con el llanto corriendo
      Y así, llorando, acariciando

      El hijo que quiero tener
      Duerme, pequeño
      Dormir, la noche se acerca
      Tu padre está muy solo
      De tanto amor que tiene
      De repente lo veo girar
      En un chico como yo
      Que viene corriendo por ahí besándome
      Cuando llego de donde vengo
      Un chico siempre me pregunta
      A por qué eso no tiene fin
      Un hijo que sólo te importa
      Y a aquellos que simplemente dicen que sí
      Duerme, chico travieso
      Sueño, la vida está llegando
      Tu padre está muy cansado
      Por tanto dolor que tiene
      Cuando la vida finalmente quiere llevarme
      Por todo lo que me has dado
      Siente su barba frotarme
      En el beso final tuyo
      Y mientras sientes que tu mano sellando
      Mi mirada en tus ojos
      Oyendo su voz arrullándome
      En una ola de despedida
      Duerme, mi padre, sin cuidado
      Duerme al anochecer
      Tu hijo sueña despierto
      Con el hijo que quiere tener.


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      VINICIUS DE MORAES  - Página 34 Empty Re: VINICIUS DE MORAES

      Mensaje por Maria Lua 30.05.24 18:43

      A minha juventude
      E a noite passada em claro chorando Jean Valjean que Victor Hugo matara...

      Como vai longe tudo!
      Pesa-me como uma sufocação meus próximos vinte anos
      E esta experiência das coisas que aumenta a cada dia.

      Medo de ser jovem agora e ser ridículo
      Medo da morte futura que a minha juventude desprezava
      Medo de tudo, medo de mim próprio
      Do tédio das vigílias e do tédio dos dias...
      Virá para mim uma velhice como vem para os outros
      Que me dissecará na experiência?

      Da campina verde voaram as borboletas...

      Só a quietação das folhas
      E o meu turbilhão de pensamentos.


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      VINICIUS DE MORAES  - Página 34 Empty Re: VINICIUS DE MORAES

      Mensaje por Maria Lua 05.06.24 14:07

      VIDA E POESIA


      A lua projetava o seu perfil azul
      Sobre os velhos arabescos das flores calmas
      A pequena varanda era como o ninho futuro
      E as ramadas escorriam gotas que não havia.
      Na rua ignorada anjos brincavam de roda...
      — Ninguém sabia, mas nós estávamos ali.
      Só os perfumes teciam a renda da tristeza
      Porque as corolas eram alegres como frutos
      E uma inocente pintura brotava do desenho das cores

      Eu me pus a sonhar o poema da hora.

      E, talvez ao olhar meu rosto exasperado
      Pela ânsia de te ter tão vagamente amiga
      Talvez ao pressentir na carne misteriosa
      A germinação estranha do meu indizível apelo
      Ouvi bruscamente a claridade do teu riso
      Num gorjeio de gorgulhos de água enluarada.
      E ele era tão belo, tão mais belo do que a noite
      Tão mais doce que o mel dourado dos teus olhos
      Que ao vê-lo trilar sobre os teus dentes como um címbalo
      E se escorrer sobre os teus lábios como um suco
      E marulhar entre os teus seios como uma onda
      Eu chorei docemente na concha de minhas mãos vazias
      De que me tivesses possuído antes do amor.


      _________________



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      o un ciego soñando
      y en ese vuelo y en ese sueño
      compartir contigo sol y luna,
      siendo guardián en tu cielo
      y tren de tus ilusiones."
      (Hánjel)





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      VINICIUS DE MORAES  - Página 34 Empty Re: VINICIUS DE MORAES

      Mensaje por Maria Lua 07.06.24 14:02

      DESTINO




      Tu te abaterás sobre mim querendo domar-me mas eu te resistirei
      Porque a minha natureza é mais poderosa do que a tua.
      Ao meu abraço procurarás condensar-te em força — eu te olharei apenas
      Mansamente alisarei teu dorso frio e ao meu desejo hás de moldar-te
      E ao sol te abrirás toda para as núpcias sagradas.
      Hás de ser mulher para o homem
      E em grandes brados espalharás amor ao céu azul e ao ouro das matas.
      Eu ficarei de braços erguidos para os teus seios de pedra
      E escorrerá como um arrepio pelo teu corpo líquido um beijo para os meus olhos
      Na poeira de luz que se levantará como incenso em ondas
      Descerás teus cabelos cheios para ungir-me os pés.

      No instante as libélulas voarão paradas e o canto dos pássaros vibrará suspenso
      E todas as árvores tomarão forma de corpos em aleluia.
      Depois eu partirei como um animal de beleza, pelas montanhas
      E teu pranto de saudade estará nos meus ouvidos em todas as caminhadas.


      _________________



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