Aires de Libertad

¿Quieres reaccionar a este mensaje? Regístrate en el foro con unos pocos clics o inicia sesión para continuar.

https://www.airesdelibertad.com

Leer, responder, comentar, asegura la integridad del espacio que compartes, gracias por elegirnos y participar

Estadísticas

Nuestros miembros han publicado un total de 1065202 mensajes en 48377 argumentos.

Tenemos 1587 miembros registrados

El último usuario registrado es José Valverde Yuste

¿Quién está en línea?

En total hay 266 usuarios en línea: 1 Registrado, 0 Ocultos y 265 Invitados :: 3 Motores de búsqueda

Ramón Carballal


El record de usuarios en línea fue de 1156 durante el Mar 05 Dic 2023, 16:39

Últimos temas

» POETAS LATINOAMERICANOS
CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (Brasil, 31/10/ 1902 –  17/08/ 1987) - Página 27 EmptyHoy a las 19:08 por Maria Lua

» LA POESIA MÍSTICA DEL SUFISMO. LA CONFERENCIA DE LOS PÁJAROS.
CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (Brasil, 31/10/ 1902 –  17/08/ 1987) - Página 27 EmptyHoy a las 19:05 por Maria Lua

» LA POESÍA PORTUGUESA - LA LITERATURA PORTUGUESA
CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (Brasil, 31/10/ 1902 –  17/08/ 1987) - Página 27 EmptyHoy a las 19:00 por Maria Lua

» Rabindranath Tagore (1861-1941)
CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (Brasil, 31/10/ 1902 –  17/08/ 1987) - Página 27 EmptyHoy a las 18:52 por Maria Lua

» Yalal ad-Din Muhammad Rumi (1207-1273)
CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (Brasil, 31/10/ 1902 –  17/08/ 1987) - Página 27 EmptyHoy a las 18:51 por Maria Lua

» EDUARDO GALEANO (1940-2015)
CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (Brasil, 31/10/ 1902 –  17/08/ 1987) - Página 27 EmptyHoy a las 18:45 por Maria Lua

»  DOSTOYEVSKI
CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (Brasil, 31/10/ 1902 –  17/08/ 1987) - Página 27 EmptyHoy a las 18:42 por Maria Lua

» JULIO VERNE (1828-1905)
CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (Brasil, 31/10/ 1902 –  17/08/ 1987) - Página 27 EmptyHoy a las 18:37 por Maria Lua

»  FERNANDO PESSOA II (13/ 06/1888- 30/11/1935) )
CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (Brasil, 31/10/ 1902 –  17/08/ 1987) - Página 27 EmptyHoy a las 18:04 por Maria Lua

» Poetas murcianos
CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (Brasil, 31/10/ 1902 –  17/08/ 1987) - Página 27 EmptyHoy a las 16:33 por Pascual Lopez Sanchez

Noviembre 2024

LunMarMiérJueVieSábDom
    123
45678910
11121314151617
18192021222324
252627282930 

Calendario Calendario

Conectarse

Recuperar mi contraseña

Galería


CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (Brasil, 31/10/ 1902 –  17/08/ 1987) - Página 27 Empty

+15
Juan Martín
Samara Acosta
cecilia gargantini
Ligia Rafaela Gómez Deroy
helena
JuanPablo
Pedro Casas Serra
José Antonio Carmona
Ann Louise Gordon
Carmen Parra
MARI CRUZ VEGA
Elen Lackner
Pascual Lopez Sanchez
claudieta cabanyal
Andrea Diaz
19 participantes

    CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (Brasil, 31/10/ 1902 – 17/08/ 1987)

    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 76714
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (Brasil, 31/10/ 1902 –  17/08/ 1987) - Página 27 Empty Re: CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (Brasil, 31/10/ 1902 – 17/08/ 1987)

    Mensaje por Maria Lua Vie 09 Feb 2024, 17:50

    Retrato de uma cidade



    III



    Cada cidade tem sua linguagem

    nas dobras da linguagem transparente.

    Pula

    do cofre da gíria uma riqueza,

    do Rio apenas, de mais nenhum Brasil.

    Diamantes-minutos, palavras

    cintilam por toda parte, num relâmpago,

    e se apagam. Morre na rua a ondulação

    do signo irônico.

    Já outros vêm saltando em profusão.



    Este Rio...

    Este fingir que nada é sério, nada, nada,

    e no fundo guardar o religioso

    terror, sacro fervor

    que vai de Ogum e Iemanjá ao Menino Jesus de Praga,

    e no altar barroco ou no terreiro

    consagra a mesma vela acesa,

    a mesma rosa branca, a mesma palma à Divindade [longe.



    Este Rio peralta!

    Rio dengoso, erótico, fraterno,

    aberto ao mundo, laranja

    de cinquenta sabores diferentes

    (alguns amargos, por que não?),

    laranja toda em chama, sumarenta

    de amor.



    Repara, repara nas nuvens: vão desatando

    bandeiras de púrpura e violeta

    sobre os montes e o mar.

    Anoitece no Rio. A noite é luz sonhando.



    Discurso de primavera e algumas sombras, 1977




    ****************************



    Retrato de una ciudad



    III



    Cada ciudad tiene su lenguaje

    en los pliegues del lenguaje transparente.

    Bulle

    en el cofre de la jerga una riqueza

    de Río tan solo, de ningún otro Brasil.

    Diamantes-minutos, palabras

    centellean por todas partes, en un relámpago,

    y se apagan. Muere en la calle la ondulación

    del signo irónico.

    Ya vienen más saltando en profusión.



    Este Río…

    Este fingir que nada es serio, nada, nada,

    y guardar en el fondo el religioso

    terror, sacro fervor

    que va de Ogun y Yemanyá al Niño Jesús de Praga,

    y en el altar barroco o en el «terreiro»

    consagra la misma vela prendida,

    la misma rosa blanca, la misma palma a la divinidad [lejana.



    ¡Este Río pícaro!

    Río melindroso, erótico, fraterno,

    abierto al mundo, naranja

    de cincuenta sabores diferentes

    (algunos amargos, ¿por qué no?),

    naranja ardiendo toda, suculenta

    de amor.



    Fíjate, fíjate en las nubes: van desatando

    banderas de púrpura y violeta

    sobre los montes y el mar.

    Anochece en Río. La noche es luz soñando.


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 76714
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (Brasil, 31/10/ 1902 –  17/08/ 1987) - Página 27 Empty Re: CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (Brasil, 31/10/ 1902 – 17/08/ 1987)

    Mensaje por Maria Lua Lun 12 Feb 2024, 10:39

    Reconhecimento do Amor



    Amiga, como são desnorteantes
    os caminhos da amizade.
    Apareceste para ser o ombro suave
    onde se reclina a inquietação do forte
    (ou que forte se pensava ingenuamente).
    Trazias nos olhos pensativos
    a bruma da renúncia:
    não querias a vida plena,
    tinhas o prévio desencanto das uniões para toda a vida,
    não pedias nada,
    não reclamavas teu quinhão de luz.
    E deslizavas em ritmo gratuito de ciranda.

    Descansei em ti meu feixe de desencontros
    e de encontros funestos.
    Queria talvez — sem o perceber, juro —
    sadicamente massacrar-te
    sob o ferro de culpas e vacilações e angústias que doíam
    desde a hora do nascimento,
    senão desde o instante da concepção em certo mês perdido na História,
    ou mais longe, desde aquele momento intemporal
    em que os seres são apenas hipóteses não formuladas
    no caos universal.

    Como nos enganamos fugindo ao amor!
    Como o desconhecemos, talvez com receio de enfrentar
    sua espada coruscante, seu formidável
    poder de penetrar o sangue e nele imprimir
    uma orquídea de fogo e lágrimas.
    Entretanto, ele chegou de manso e me envolveu
    em doçura e celestes amavios.
    Não queimava, não siderava; sorria.
    Mal entendi, tonto que fui, esse sorriso.
    Feri-me pelas próprias mãos, não pelo amor
    que trazias para mim e que teus dedos confirmavam
    ao se juntarem aos meus, na infantil procura do Outro,
    o Outro que eu me supunha, o Outro que te imaginava,
    quando — por esperteza do amor — senti que éramos um só.

    Amiga, amada, amada amiga, assim o amor
    dissolve o mesquinho desejo de existir em face do mundo
    com olhar pervagante e larga ciência das coisas.
    Já não defrontamos o mundo: nele nos diluímos,
    e a pura essência em que nos transmutamos dispensa
    alegorias, circunstâncias, referências temporais,
    imaginações oníricas,
    o voo do Pássaro Azul, a aurora boreal,
    as chaves de ouro dos sonetos e dos castelos medievos,
    todas as imposturas da razão e da experiência,
    para existir em si e por si,
    à revelia de corpos amantes,
    pois já nem somos nós, somos o número perfeito:
    UM.

    Levou tempo, eu sei, para que o Eu renunciasse
    à vacuidade de persistir, fixo e solar,
    e se confessasse jubilosamente vencido,
    até respirar o júbilo maior da integração.
    Agora, amada minha para sempre,
    nem olhar temos de ver nem ouvidos de captar
    a melodia, a paisagem, a transparência da vida,
    perdidos que estamos na concha ultramarina de amar.



    *******************



    Reconocimiento del amor



    Amiga, cómo carecen de norte
    los caminos de la amistad.
    Apareciste para ser el hombro suave
    donde se reclina la inquietud del fuerte
    (o que ingenuamente se pensaba fuerte).
    Traías en los ojos pensativos
    la bruma de la renuncia:
    no querías la vida plena,
    tenías el previo desencanto de las uniones para toda la vida,
    no pedías nada,
    no reclamabas tu cota de luz.
    Y te deslizabas en ritmo gratuito de ronda.
    Descansé en ti mi fajo de desencuentros
    y de encuentros funestos.
    Quería tal vez -sin percibirlo, lo juro-
    sádicamente masacrarte
    bajo el hierro de culpas y vacilaciones y angustias que dolían
    desde la hora del nacimiento,
    estigma desde el momento de la concepción
    en cierto mes perdido en la Historia,
    o más lejos, desde aquel momento intemporal
    en que los seres son apenas hipótesis no formuladas
    en el caos universal.
    ¡Cómo nos engañamos huyéndole al amor!
    Cómo lo desconocimos, tal vez con recelo de enfrentar
    su espada reluciente, su formidable
    poder de penetrar la sangre y en ella
    imprimir una orquídea de fuego y lágrimas.
    Pero, él llegó mansamente y me envolvió
    en dulzura y celestes hechizos.
    No quemaba, no brillaba, sonreía.
    No entendí, tonto que fui, esa sonrisa.
    Me herí con mis propias manos, no por el amor
    que traías para mí y que tus dedos confirmaban
    al juntarse a los míos, en la infantil búsqueda del Otro,
    el Otro que yo me suponía, el Otro que te imaginaba,
    cuando -por agudeza del amor- sentí que éramos uno sólo.
    Amiga, amada, amada amiga, así el amor
    disuelve el mezquino deseo de existir de cara al mundo
    con la mirada perdida y la ancha ciencia de las cosas.
    Ya no enfrentamos al mundo: en él nos diluimos,
    y la pura esencia en que nos transmutamos perdona
    alegorías, circunstancias, referencias temporales,
    imaginaciones oníricas,
    el vuelo del Pájaro Azul, la aurora boreal,
    las llaves de oro de los sonetos y de los castillos medievales,
    todos los engaños de la razón y de la experiencia,
    para existir en sí y para sí,
    con la rebeldía de cuerpos amantes,
    pues ya ni somos nosotros,
    somos el número perfecto: Uno.
    Tomó su tiempo, yo se, para que el «Yo» renunciase
    a la vacuidad de persistir, fijo y solar,
    y se confesara jubilosamente vencido,
    hasta respirar el más grande júbilo de la integración.
    Ahora, amada mía para siempre,
    ni mirada tenemos para ver, ni oídos para captar la melodía,
    el paisaje, la transparencia de la vida,
    perdidos como estamos en la concha ultramarina de mar.


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 76714
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (Brasil, 31/10/ 1902 –  17/08/ 1987) - Página 27 Empty Re: CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (Brasil, 31/10/ 1902 – 17/08/ 1987)

    Mensaje por Maria Lua Miér 14 Feb 2024, 09:33

    Poesia


    Gastei uma hora pensando um verso
    que a pena não quer escrever.
    No entanto ele está cá dentro
    inquieto, vivo.
    Ele está cá dentro
    e não quer sair.
    Mas a poesia deste momento
    inunda minha vida inteira.


    ****************

    Poesía

    Gasté una hora pensando un verso
    que la pluma no quiere escribir.
    No obstante él está aquí dentro
    inquieto, vivo.
    Él está aquí dentro
    y no quiere salir.
    Pero la poesía de este momento
    inunda mi vida entera.


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 76714
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (Brasil, 31/10/ 1902 –  17/08/ 1987) - Página 27 Empty Re: CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (Brasil, 31/10/ 1902 – 17/08/ 1987)

    Mensaje por Maria Lua Sáb 17 Feb 2024, 08:26

    Mundo grande (Poema da obra Sentimento do mundo), de Carlos Drummond de Andrade


    "Não, meu coração não é maior que o mundo.

    Ê muito menor.

    Nele não cabem nem as minhas dores.

    Por isso gosto tanto de me contar.

    Por isso me dispo.

    Por isso me grito,

    por isso freqüento os jornais, me exponho cruamente nas livrarias:

    preciso de todos.

    Sim, meu coração é muito pequeno.

    Só agora vejo que nele não cabem os homens.

    Os homens estão cá fora, estão na rua.

    A rua é enorme. Maior, muito maior do que eu esperava.

    Mas também a rua não cabe todos os homens.

    A rua é menor que o mundo.

    O mundo é grande.

    Tu sabes como é grande o mundo.

    Conheces os navios que levam petróleo e livros, carne e algodão.

    Viste as diferentes cores dos homens.

    as diferentes dores dos homens.

    sabes como é difícil sofrer tudo isso, amontoar tudo isso

    num só peito de homem... sem que elo estale.

    Fecha os olhos e esquece.

    Escuta a água nos vidros,

    tão calma. Não anuncia nada.

    Entretanto escorre nas mãos,

    tão calma! vai’ inundando tudo...

    Renascerão as cidades submersas?

    Os homens submersos —— voltarão?

    Meu coração não sabe.

    Estúpido, ridículo e frágil é meu coração.

    Só agora descubro

    como é triste ignorar certas coisas.

    (Na solidão de invidíduo

    desaprendi a linguagem

    com que homens se comunicam.)

    Outrora escutei os anjos,

    as sonatas, os poemas, as confissões patéticas.

    Nunca escutei voz de gente.

    Em verdade sou muito pobre.

    Outrora viajei

    países imaginários, fáceis de habitar.

    ilhas sem problemas, não obstante exaustivas e convocando ao suicídio

    Meus amigos foram às ilhas.

    Ilhas perdem o homem.

    Entretanto alguns se salvaram e

    trouxeram a notícia

    de que o mundo, o grande mundo está crescendo todos os dias,

    entre o fogo e o amor.

    Então, meu coração também pode crescer.

    Entre o amor e o fogo,

    entre a vida e o fogo,

    meu coração cresce dez metros e explode.

    — Ó vida futura! nós te criaremos



    *******************************



    No, mi corazón no es más grande que el mundo




    No, mi corazón no es más grande que el mundo.
    Es mucho más pequeño.
    En él no caben ni mis dolores.
    Por eso me gusta tanto contarme a mí mismo
    por eso me desvisto, por eso me grito,
    por eso frecuento los diarios,
    me expongo crudamente en las librerías:
    necesito de todos.
    Sí, mi corazón es muy pequeño.
    Sólo ahora veo que en él caben los hombres.
    Los hombres están aquí afuera, están en la calle.
    La calle es enorme. Más grande, mucho más grande
    de lo que yo esperaba.
    Mas en la calle tampoco caben todos los hombres.
    La calle es más pequeña que el mundo.
    El mundo es grande.
    Tú sabes como es grande el mundo.
    Conoces los navíos que llevan petróleo y libros, carne y algodón.
    Viste los diferentes colores de los hombres,
    los diferentes dolores de los hombres,
    sabes cómo es difícil sufrir todo eso, amontonar todo eso
    en un solo pecho de hombre… sin que estalle.
    Cierra los ojos y olvida.
    Escucha el agua en los vidrios tan calmada. No anuncia nada.
    Sin embargo, se escurre en las manos,
    ¡tan calmada! va inundando todo…
    ¿Renacerán las ciudades sumergidas?
    ¿Los hombres sumergidos -volverán?
    Mi corazón no sabe.
    Estúpido, ridículo y frágil es mi corazón.
    Sólo ahora descubro cómo es triste ignorar ciertas cosas.
    (En la soledad de individuo
    desaprendí el lenguaje
    con que los hombres se comunican).
    Otrora escuché a los ángeles, las sonatas, los poemas,
    las confesiones patéticas.
    Nunca escuché voz de gente. En verdad soy muy pobre.
    Otrora viajé por países imaginarios, fáciles de habitar,
    islas sin problemas, no obstante exhaustivas
    y convocando al suicidio.
    Mis amigos se fueron a las islas.
    Las islas pierden al hombre.
    Sin embargo algunos se salvaron y trajeron la noticia
    de que el mundo, el gran mundo está creciendo todos los días,
    entre el fuego y el amor.
    Entonces, mi corazón también puede crecer.
    Entre el amor y el fuego,
    entre la vida y el fuego,
    mi corazón crece diez metros y explota.
    -¡Oh vida futura! nosotros te crearemos.


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 76714
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (Brasil, 31/10/ 1902 –  17/08/ 1987) - Página 27 Empty Re: CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (Brasil, 31/10/ 1902 – 17/08/ 1987)

    Mensaje por Maria Lua Lun 19 Feb 2024, 19:48




    RECORDATORIO

    Se procurar bem você acaba encontrando.
    Não a explicação (duvidosa) da vida,
    Mas a poesia (inexplicável) da vida.





    *****************




    RECORDATORIO

    Si busca bien usted acaba encontrando.
    No la explicación (dudosa) de la vida,
    Sino la poesía (inexplicable) de la vida.




    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 76714
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (Brasil, 31/10/ 1902 –  17/08/ 1987) - Página 27 Empty Re: CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (Brasil, 31/10/ 1902 – 17/08/ 1987)

    Mensaje por Maria Lua Miér 21 Feb 2024, 19:41


    Que lembrança darei ao país que me deu
    tudo que lembro e sei, tudo quanto senti?
    Na noite do sem-fim, breve o tempo esqueceu
    minha incerta medalha, e a meu nome se ri.

    E mereço esperar mais do que os outros, eu?
    Tu não me enganas, mundo, e não te engano a ti.
    Esses monstros atuais, não os cativa Orfeu,
    a vagar, taciturno, entre o talvez e o se.

    Não deixarei de mim nenhum canto radioso,
    uma voz matinal palpitando na bruma
    e que arranque de alguém seu mais secreto espinho.

    De tudo quanto foi meu passo caprichoso
    na vida, restará, pois o resto se esfuma,
    uma pedra que havia em meio do caminho.

    — Carlos Drummond de Andrade, no livro “Claro Enigma”.



    ****************

    LEGADO


    ¿Qué recuerdo dejaré al país que me dio
    todo lo que recuerdo y soy, todo cuanto sentí?
    En la noche infinita, el tiempo breve olvidó
    mi incierta medalla, y mi nombre se ridiculiza.

    ¿Merezco esperar más que los otros?
    Tú no me engañas mundo, y yo no te engaño a ti.
    Esos monstruos actuales, no los cautiva Orfeo,
    vagan taciturnos, en lo incierto.

    No dejaré ningún canto radiante,
    una voz matinal palpitando en la bruma
    que arranque a cualquiera su más secreta espina.

    De todo cuanto fue mi paso caprichoso
    en esta vida, quedará, una piedra en medio del camino:
    el resto se esfuma.


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 76714
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (Brasil, 31/10/ 1902 –  17/08/ 1987) - Página 27 Empty Re: CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (Brasil, 31/10/ 1902 – 17/08/ 1987)

    Mensaje por Maria Lua Lun 26 Feb 2024, 21:25




    Poema de Sete Faces


    Quando nasci, um anjo torto
    desses que vivem na sombra
    disse: Vai, Carlos! ser gauche na vida.

    As casas espiam os homens
    que correm atrás de mulheres.
    A tarde talvez fosse azul,
    não houvesse tantos desejos.

    O bonde passa cheio de pernas:
    pernas brancas pretas amarelas.
    Para que tanta perna, meu Deus, pergunta meu coração.
    Porém meus olhos
    não perguntam nada.

    O homem atrás do bigode
    é sério, simples e forte.
    Quase não conversa.
    Tem poucos, raros amigos
    o homem atrás dos óculos e do bigode,

    Meu Deus, por que me abandonaste
    se sabias que eu não era Deus
    se sabias que eu era fraco.

    Mundo mundo vasto mundo,
    se eu me chamasse Raimundo
    seria uma rima, não seria uma solução.
    Mundo mundo vasto mundo,
    mais vasto é meu coração.

    Eu não devia te dizer
    mas essa lua
    mas esse conhaque
    botam a gente comovido como o diabo.






    ******************





    Poema de siete caras




    Cuando nací, un ángel chueco
    de esos que viven en la sombra
    dijo: Anda, ¡Carlos! a ser gauche en la vida.

    Las casas espían a los hombres
    que corren detrás de mujeres.
    La tarde tal vez fuese azul,
    si no hubiese tantos deseos.

    El tranvía pasa lleno de piernas:
    piernas blancas negras amarillas.
    Para qué tanta pierna, Dios mío, pregunta mi corazón.
    Sin embargo mis ojos no preguntan nada.

    El hombre detrás del bigote
    es serio, simple y fuerte. Casi no conversa.
    Tiene pocos, raros amigos
    el hombre detrás de los anteojos y el bigote.

    Dios mío, por qué me abandonaste
    si sabías que yo no era Dios
    si sabías que yo era débil.

    Mundo mundo vasto mundo, si me llamase Raimundo
    sería una rima, no sería una solución.
    Mundo mundo vasto mundo, más vasto es mi corazón.

    Yo no debía decírtelo
    pero esa luna
    pero ese coñac
    lo dejan a uno más conmovido que el diablo



    *************************




    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 76714
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (Brasil, 31/10/ 1902 –  17/08/ 1987) - Página 27 Empty Re: CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (Brasil, 31/10/ 1902 – 17/08/ 1987)

    Mensaje por Maria Lua Miér 28 Feb 2024, 16:38

    Carlos Drummond de Andrade (1902-1987)



    Nació en la pequeña ciudad de Itabira do Mato Dentro, en el estado de Minas Gerais, hijo de un matrimonio de hacendados. Pasó su infancia en su ciudad natal y con 14 años entró como interno al Colégio Arnaldo, en Belo Horizonte, donde conoció a Gustavo Capanema y a Afonso Arinos de Melo Franco. Por problemas de salud interrumpió sus estudios y recibió clases particulares en Itabira. En 1918, ingresó como interno en el Colégio Anchieta, en Nova Friburgo, y publicó "Onda", su primer poema. Al año siguiente fue expulsado de este colegio jesuita por "insubordinación mental", después de una discusión con el profesor de portugués. En 1920, se mudó con la familia a Belo Horizonte, donde publicó sus primeros trabajos en el Diário de Minas, frecuentó el Café Estrela y la Livraria Alves --donde conoció, entre otros escritores a Emílio Moura, a Aníbal Machado y a Pedro Nava--, ganó el concurso "Novela Mineira" con el cuento "Joaquim do telhado", y se matriculó en la Escola de Odontología e Farmacia. En 1924, le escribió a Manuel Bandeira, manifestándole su admiración, y tuvo contacto con algunos integrantes del grupo de la Semana de Arte Moderno --Blaise Cendrars, Oswald de Andrade, Tarsila do Amaral y Mário de Andrade-- que pasaban por Belo Horizonte de regreso de uno de sus viajes de "redescubrimiento" de Brasil. Al año siguiente, se casó con Dolores Dutra de Morais y fundó, con Martins de Almeida, Emílio Moura y Gregoriano Canedo, A Revista, órgano modernista que duró tres números. Terminó el curso de farmacia pero prefirió dar clases a nivel preparatoria en Itabira pues no le gustaban ni el trabajo en la hacienda familiar ni la farmacia. En 1926, regresó a Belo Horizonte para trabajar como redactor del Diário de Minas y luego como redactor en jefe. En julio de 1928, la Revista de Antropofagia publicó su famoso y escandaloso poema "No meio do caminho". Al año siguiente, dejó el Diário de Minas para trabajar en el Minas Gerais, órgano oficial del Estado. Alguma poesia (1930), su primer libro de poemas, provocó elogios y ataques, por su carácter innovador que se situaba entre el final de la fase heroica del Modernismo y las tendencias restauradoras de los antiguos moldes poéticos. Cuatro años después, Drummond regresó como redactor a los periódicos Minas Gerais, Estado de Minas y Diário da Tarde; publicó su segundo libro, Brejo das almas, en que se surge su fino humor irónico, fraterno y de gran poder de empatía que irá a consolidarse en Sentimento do mundo (1940); y se trasladó a Rio de Janeiro como jefe del gabinete de Gustavo Capanema, nombrado entonces ministro de Educación y Salud Pública. En 1945, publicó A rosa do povo, poemario que refleja las preocupaciones políticas sociales de la posguerra y, sin niguna fricción, abandonó la jefatura con Capanema, para colaborar brevemente en el diario comunista Tribuna Popular, invitado por su director, Luis Carlos Prestes. Ese mismo año ingresó a trabajar en la Direitoria do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, en donde fungió más tarde como jefe de la sección de historia y alcanzó su jubilación en 1962. A partir de 1950, viajó frecuentemente a Buenos Aires, pues su única hija se había casado el año anterior con el escritor y abogado Manuel Graña Etcheverry. En 1951, debutó como cuentista con el volumen Contos de aprendiz y publicó Claro enigma, poemario en el que abandona cualquier orientación política, muestra una preocupación por la metrificación y la rima y revisa a profundidad sus estrategias de composición, características que se extienden a Fazendeiro do ar (1954) y A vida passada a limpo (1959). En Lição de coisas (1962), Drummond incursiona en la segunda ola de vanguardias con poemas como "Isto é aquilo" y "A bomba", sin abandonar del todo su vena memorialística pero alejándose de la metrificación tradicional y experimentando con la fragmentación de la palabra. En 1969 deja el Correio da Manhã, pasa a colaborar en Jornal do Brasil y publica Reunião (10 libros de poesía). Durante la década de 1970, la fama de Drummond se consolida a nivel nacional e internacional. Recibe premios como el de poesía de la Asociação Paulista de Críticos Literários (1975), el Prêmio Nacional de Literatura (1975), el Estácio de Sá de periodismo y el Morgado Mateus de poesía (Portugal, 1980), entre otros, y rechaza el Prêmio Brasília de Literatura (1975) de la Fundação Cultural do Distrito Federal, por "motivo de consciencia" y el trofeo "Juca Pato" (1983). Su 70º y 80º aniversarios son celebrados ampliamente por los periódicos, las agencias culturales y las universidades. En 1986 sufre un infarto y es internado. En el mes de agosto del año siguiente, su hija Maria Julieta muere de cáncer y doce días después el poeta fallece por problemas cardiacos. Carlos Drummond de Andrade ha sido traducido a más de 15 lenguas. Otros de sus libros de poesía son Viola de bolso (1952), Versiprosa (1967), A falta que ama & Boitempo (1968), Menino antigo (Boitempo II) (1973), As impurezas do branco (1973), A paixão medida (1980), Corpo (1984), Amar se aprende amando (1985) y, ya póstumos, O amor natural (1992) y Farewell (1996). De su obra en prosa destacan los volúmenes Confissões de Minas (1944), Passeios na ilha (1952 ), Fala, amendoeira (1957), A bolsa & a vida (1962), Cadeira de balanço (1966), Caminhos de João Brandão (1970), O poder ultrajovem (1972), Os dias lindos (1977), Contos plausíveis (1980), O observador no escritório (1985) y Tempo, vida, poesia (1986).



    Publicado en la antología de Regina Crespo y Rodolfo Mata, Ensayistas brasileños. Literatura, cultura y sociedad, Coordinación de Humanidades, UNAM, México, 2005, 587 pp. Colección Poemas y Ensayos.


    [Tienes que estar registrado y conectado para ver este vínculo]


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 76714
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (Brasil, 31/10/ 1902 –  17/08/ 1987) - Página 27 Empty Re: CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (Brasil, 31/10/ 1902 – 17/08/ 1987)

    Mensaje por Maria Lua Lun 04 Mar 2024, 19:20

    PROCURA DE POESÍA

    No hagas versos sobre acontecimientos.
    No hay creación ni muerte frente a la poesía.
    Ante ella la vida es un sol estático:
    no calienta ni ilumina.
    Las afinidades, los aniversarios, los incidentes
    personales no cuentan.
    No hagas poesía con el cuerpo:
    ese excelente, completo y confortable cuerpo tan
    indefenso a la efusión lírica.

    Tu gota de bilis, tu máscara de gozo o de dolor en lo
    oscuro son indiferentes.
    No me reveles tus sentimientos
    que se aprovechan de lo equívoco e inducen al largo
    viaje.
    Lo que piensas y sientes, eso todavía no es poesía.
    No cantes tu ciudad, déjala en paz.
    El canto no es el movimiento de las máquinas ni es el
    secreto de las casas.

    No es música oída de paso; rumor del mar en las calles
    junto a la línea de espuma.
    El canto no es la naturaleza
    ni los hombres en sociedad.
    Para él, lluvia y noche, fatiga y esperanza nada significan.
    La poesía (no saques poesía de las cosas)
    elude sujeto y objeto.
    No dramatices, no invoques,
    no indagues. No pierdas tiempo en mentir.

    No te aborrezcas.
    Tu yate de marfil, tu zapato de diamante,
    vuestras mazurcas y supersticiones, esqueletos de
    familia
    desaparecen en la curva del tiempo: es algo fútil.
    No reconstruyas
    tu sepulta y melancólica infancia.
    No osciles entre el espejo y la
    memoria en desaparición.
    Se disipó: no era poesía.
    Se partió: cristal no era.
    Penetra sordamente en el reino de las palabras.
    Allí están los poemas que esperan ser escritos.
    Están paralizados, pero no hay desesperación,
    hay calma y frescura en su superficie intacta.
    Helos solos y mudos, en estado de diccionario.

    Convive con tus poemas antes de escribirlos.
    Ten paciencia, si oscuros. Calma, si te provocan.
    Espera que cada uno se realice y consuma
    con su poder de palabra
    y su poder de silencio.
    No fuerces al poema a desprenderse del limbo.
    No recojas del suelo el poema que se perdió.
    No adules al poema. Acéptalo,
    como él aceptará su forma definitiva y concentrada
    en el espacio.
    Inclínate y contempla las palabras.

    Cada una
    tiene mil fases secretas bajo la faz neutra,
    y te pregunta, sin interés por la respuesta
    pobre o terrible que le des:
    ¿Trajiste la llave?

    Observa:
    Yermas de melodía y sentido
    ellas se refugian en la noche, las palabras.
    Todavía húmedas e impregnadas de sueño,
    fluyen en un río difícil y se transforman en desprecio.


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 76714
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (Brasil, 31/10/ 1902 –  17/08/ 1987) - Página 27 Empty Re: CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (Brasil, 31/10/ 1902 – 17/08/ 1987)

    Mensaje por Maria Lua Jue 07 Mar 2024, 09:13

    LA FLOR Y LA NÁUSEA

    Pertenezco a mi clase y a algunas ropas,
    voy de blanco por las calles sucias.
    Melancolías, mercaderías me acechan.
    ¿Debo seguir hasta la náusea?
    ¿Puedo rebelarme sin armas?
    Ojos turbios en el reloj de la tarde:
    no, no ha llegado el tiempo de completa justicia.
    El tiempo aún es de heces, malos poemas,
    alucinaciones y espera.


    El tiempo pobre y el poeta pobre
    se funden en un mismo impasse.
    En vano intento explicarme. Los muros son sordos.
    Bajo la piel de las palabras hay cifras y códigos.
    El sol consuela a los enfermos y no los restablece.
    Las cosas. ¡Qué tristes son las cosas, consideradas sin
    énfasis!
    Vomitar este tedio sobre la ciudad.
    Cuarenta años y ningún problema
    resuelto, ni siquiera ubicado.
    Ninguna carta escrita ni recibida.
    Todos los hombres vuelven a casa.
    Son menos libres pero llevan periódicos
    y deletrean el mundo, sabiendo que lo pierden.

    Crímenes de la tierra, ¿cómo perdonarlos?
    Tomé parte en muchos y otros oculté.
    Algunos vi bellos, fueron publicados.
    Crímenes suaves que ayudan a vivir.
    Ración diaria de engaño distribuida en casa.
    Los feroces panaderos del mal.
    Los feroces lecheros del mal.
    Prender fuego a todo, incluso a mí.
    Al joven de 1918 lo llamaban anarquista.

    Sin embargo mi odio es lo mejor de mí.
    Con él me salvo:
    a casi nadie doy una esperanza mínima.
    ¡Una flor ha nacido en la calle!
    Pasan de largo, camiones, omnibuses, ríos de acero del
    tránsito.
    Una flor todavía descolorida
    elude a la policía: rompe el asfalto.
    ¡Guarden completo silencio, paralicen los negocios,
    aseguro que ha nacido una flor!

    Su color no se percibe.
    Sus pétalos no se abren.
    Su nombre no está en los libros.
    Es fea. Pero es realmente una flor.
    Me siento en el suelo de la capital del país a las cinco
    de la tarde
    y lentamente acaricio esta forma insegura.

    Del lado de las montañas, nubes espesas van
    agrandándose.
    Una lluvia menuda agita el mar como gallina espantada.
    Es fea. Pero es una flor. Ha roto el asfalto, el tedio, la
    náusea y el odio.


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 76714
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (Brasil, 31/10/ 1902 –  17/08/ 1987) - Página 27 Empty Re: CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (Brasil, 31/10/ 1902 – 17/08/ 1987)

    Mensaje por Maria Lua Sáb 09 Mar 2024, 08:12

    Os Ombros Suportam O Mundo | Poema de Carlos Drummond de Andrade com narração de Mundo Dos Poemas






    OS OMBROS SUPORTAM O MUNDO




    Chega um tempo em que não se diz mais: meu Deus.
    Tempo de absoluta depuração.
    Tempo em que não se diz mais: meu amor.
    Porque o amor resultou inútil.
    E os olhos não choram.
    E as mãos tecem apenas o rude trabalho.
    E o coração está seco.
    Em vão mulheres batem à porta, não abrirás.
    Ficaste sozinho, a luz apagou-se,
    mas na sombra teus olhos resplandecem enormes.
    És todo certeza, já não sabes sofrer.
    E nada esperas de teus amigos.
    Pouco importa venha a velhice, que é a velhice?
    Teus ombros suportam o mundo
    e ele não pesa mais que a mão de uma criança.
    As guerras, as fomes, as discussões dentro dos edifícios
    provam apenas que a vida prossege
    e nem todos se libertaram ainda.
    Alguns, achando bárbaro o espetáculo,
    prefeririam (os delicados) morrer.
    Chegou um tempo em que não adianta morrer.
    Chegou um tempo em que a vida é uma ordem.
    A vida apenas, sem mistificação.





    ********************************





    LOS HOMBROS SOPORTAN EL MUNDO


    Carlos Drummond de Andrade


    Llega un tiempo en que no se dice más: Dios mío.
    Tiempo de absoluta depuración.
    Tiempo en que no se dice más: amor mío.
    Porque el amor resultó inútil.
    Y los ojos no lloran.
    Y las manos tejen apenas el rudo trabajo.
    Y el corazón está seco.
    En vano mujeres golpean la puerta, no abrirás.
    Quedaste solito, la luz se apagó,
    pero en la sombra tus ojos resplandecen enormes.
    Eres todo certeza, ya no sabes sufrir.
    Y nada esperas de tus amigos.
    Poco importa la vejez, ¿qué es la vejez?
    Tus hombros soportan el mundo
    y él no pesa más que la mano de un niño.
    Las guerras, las hambres, las discusiones dentro de los edificios
    prueban apenas que la vida prosigue
    y que algunos no se libertaron todavía.
    Algunos, pareciéndoles bárbaro el espectáculo,
    prefirieron (los delicados) morir.
    Llegó un tiempo llegó un tiempo en que es inútil morir.
    Llegó un tiempo en que la vida es una orden.
    La vida apenas, sin mistificación.







    OS OMBROS SUPORTAM O MUNDO




    Chega um tempo em que não se diz mais: meu Deus.
    Tempo de absoluta depuração.
    Tempo em que não se diz mais: meu amor.
    Porque o amor resultou inútil.
    E os olhos não choram.
    E as mãos tecem apenas o rude trabalho.
    E o coração está seco.
    Em vão mulheres batem à porta, não abrirás.
    Ficaste sozinho, a luz apagou-se,
    mas na sombra teus olhos resplandecem enormes.
    És todo certeza, já não sabes sofrer.
    E nada esperas de teus amigos.
    Pouco importa venha a velhice, que é a velhice?
    Teus ombros suportam o mundo
    e ele não pesa mais que a mão de uma criança.
    As guerras, as fomes, as discussões dentro dos edifícios
    provam apenas que a vida prossege
    e nem todos se libertaram ainda.
    Alguns, achando bárbaro o espetáculo,
    prefeririam (os delicados) morrer.
    Chegou um tempo em que não adianta morrer.
    Chegou um tempo em que a vida é uma ordem.
    A vida apenas, sem mistificação.


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 76714
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (Brasil, 31/10/ 1902 –  17/08/ 1987) - Página 27 Empty Re: CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (Brasil, 31/10/ 1902 – 17/08/ 1987)

    Mensaje por Maria Lua Dom 10 Mar 2024, 07:50



    Elegia 1938


    Trabalhas sem alegria para um mundo caduco,
    onde as formas e as ações não encerram nenhum exemplo.
    Praticas laboriosamente os gestos universais,
    sentes calor e frio, falta de dinheiro, fome e desejo sexual.

    Heróis enchem os parques da cidade em que te arrastas,
    e preconizam a virtude, a renúncia, o sangue-frio, a concepção.
    À noite, se neblina, abrem guarda-chuvas de bronze
    ou se recolhem aos volumes de sinistras bibliotecas.

    Amas a noite pelo poder de aniquilamento que encerra
    e sabes que, dormindo, os problemas te dispensam de morrer.
    Mas o terrível despertar prova a existência da Grande Máquina
    e te repõe, pequenino, em face de indecifráveis palmeiras.

    Caminhas entre mortos e com eles conversas
    sobre coisas do tempo futuro e negócios do espírito.
    A literatura estragou tuas melhores horas de amor.
    Ao telefone perdeste muito, muitíssimo tempo de semear.

    Coração orgulhoso, tens pressa de confessar tua derrota
    e adiar para outro século a felicidade coletiva.
    Aceitas a chuva, a guerra, o desemprego e a injusta distribuição
    porque não podes, sozinho, dinamitar a ilha de Manhattan.




    ____________________
    ***************************






    Trabajas sin alegría para un mundo caduco,
    donde las formas y las acciones no encierran ejemplo alguno.
    Practicas laboriosamente los gestos universales,
    sientes calor y frío, falta de dinero, hambre y deseo sexual.

    Los héroes llenan los parques de la ciudad en que te arrastras,
    y preconizan la virtud, la renuncia, la sangre fría, la concepción.
    Por las noches, si llovizna, abren paraguas de bronce
    o se recogen entre los volúmenes de siniestras bibliotecas.

    Amas la noche por el poder aniquilador que encierra
    y sabes que, dormido. los problemas te exoneran de morir.
    Pero el terrible despertar prueba la existencia de la Gran Máquina
    y te repone, diminuto, ante indescifrables palmeras.

    Caminas entre muertos y con ellos conversas
    sobre cosas del futuro y asuntos del espíritu.
    La literatura arruinó tus mejores horas de amor.
    Al teléfono perdiste mucho, muchísimo tiempo de sembrar.

    Corazón orgulloso, tienes prisa en confesar tu derrota
    y aplazar para otro siglo la felicidad colectiva.
    Aceptas la lluvia, la guerra, el desempleo y la distribución injusta
    porque no puedas, tú solo, dinamitar la isla de Manhattan.





    Del poemario «Sentimento do Mundo» (1940)
    Carlos Drummond de Andrade (1902-1987) Brasil
    Traducción: Juan Martín.


    *********************************




    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 76714
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (Brasil, 31/10/ 1902 –  17/08/ 1987) - Página 27 Empty Re: CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (Brasil, 31/10/ 1902 – 17/08/ 1987)

    Mensaje por Maria Lua Jue 14 Mar 2024, 10:09

    Consideração do Poema



    Não rimarei a palavra sono
    com a incorrespondente palavra outono.
    Rimarei com a palavra carne
    ou qualquer outra, que todas me convém.
    As palavras não nascem amarradas,
    elas saltam, se beijam, se dissolvem,
    no céu livre por vezes um desenho,
    são puras, largas, autênticas, indevassáveis.

    Uma pedra no meio do caminho
    ou apenas um rastro, não importa.
    Estes poetas são meus. De todo o orgulho,
    de toda a precisão se incorporaram
    ao fatal meu lado esquerdo. Furto a Vinícius
    sua mais límpida elegia. Bebo em Murilo.
    Que Neruda me dê sua gravata
    chamejante. Me perco em Apollinaire. Adeus, Maiakovski.
    São todos meus irmãos, não são jornais
    nem deslizar de lancha entre camélias:
    é toda a minha vida que joguei.

    Estes poemas são meus. É minha terra
    e é ainda mais do que ela. É qualquer homem
    ao meio-dia em qualquer praça. É a lanterna
    em qualquer estalagem, se ainda as há.

    — Há mortos? há mercados? há doenças?
    É tudo meu. Ser explosivo, sem fronteiras,
    por que falsa mesquinhez me rasgaria?
    Que se depositem os beijos na face branca, nas principiantes rugas.
    O beijo ainda é um sinal, perdido embora,
    da ausência de comércio,
    boiando em tempos sujos.

    Poeta do finito e da matéria,
    cantor sem piedade, sim, sem frágeis lágrimas,
    boca tão seca, mas ardor tão casto.
    Dar tudo pela presença dos longínquos,
    sentir que há ecos, poucos, mas cristal,
    não rocha apenas, peixes circulando
    sob o navio que leva esta mensagem,
    e aves de bico longo conferindo
    sua derrota, e dois ou três faróis,
    últimos! esperança do mar negro.
    Essa viagem é mortal, e começá-la.
    Saber que há tudo. E mover-se em meio
    a milhões e milhões de formas raras,
    secretas, duras. Eis ai meu canto.

    Êle é tão baixo que sequer o escuta
    ouvido rente ao chão. Mas é tão alto
    que as pedras o absorvem. Está na mesa
    aberta em livros, cartas e remédios.
    Na parede infiltrou-se. O bonde, a rua,
    o uniforme de colégio se transformam,
    são ondas de carinho te envolvendo.

    Como fugir ao mínimo objeto
    ou recusar-se ao grande? Os temas passam,
    eu sei que passarão, mas tu resistes,
    e cresces como fogo, como casa,
    como orvalho entre dedos,
    na grama, que repousam.

    Já agora te sigo a toda parte,
    e te desejo e te perco, estou completo,
    me destino, me faço tão sublime,
    tão natural e cheio de segredos,
    tão firme, tão fiel. . . Tal uma lâmina,
    o povo, meu poema, te atravessa.



    *********************



    CONSIDERACIÓN SOBRE EL POEMA



    No rimaré la palabra sueño,
    con la inadecuada palabra otoño.
    Rimaré con la palabra carne
    o cualquier otra: todas me convienen.
    Las palabras no nacen amarradas,
    ellas saltan, se besan, se disuelven;
    en el cielo libre a veces un diseño;
    son puras, largas, auténticas, indestructibles.

    Una piedra en medio del camino
    o apenas un rastro, no importa.
    Estos poetas son míos. Con todo orgullo,
    con toda precisión se incorporaron
    a mi fatal lado izquierdo. Hurto a Vinicius
    su más límpida elegía. Bebo en Murilo.
    Que Neruda me dé su corbata
    flameante. Me pierdo en Apollinaire. Adiós Maiakovski.
    Todos son hermanos míos, no son periódicos
    ni se deslizan en lancha entre camelias:
    son la vida que arriesgué.

    Estos poemas son míos. Son mi tierra
    y son todavía más que ella. Son cualquier hombre
    al mediodía en cualquier plaza. Son la linterna
    de cualquier posada, si todavía las hay.
    —¿Hay muertos? ¿Hay mercados, hay dolencias?
    Todo es mío. Ser explosivo, sin fronteras;
    ¿Por qué falsa mezquindad me afligiría?

    Que se depositen los besos en la faz blanca, en las
    principiantes arrugas.
    El beso aún es un signo ausente
    de comercio,
    flotando en tiempos sucios.
    Poeta de lo finito y de la materia,
    cantor sin piedad, sí, sin frágiles lágrimas,
    boca tan seca, pero ardor tan casto.
    Dar todo por la presencia de los distantes,
    17
    sentir que hay ecos, pocos, mas cristal,
    no sólo roca; peces circulando
    bajo el navío que lleva este mensaje,
    y aves de pico largo verificando
    su derrota, y dos o tres faroles
    últimos: ¡esperanza del mar negro!

    Comenzar este viaje es mortal.
    Saber que hay todo. Y moverse en medio
    de millones y millones de formas raras,
    secretas, duras. He aquí mi canto.
    Es tan bajo que apenas lo escucha
    el oído pegado al suelo. Pero es tan alto
    que las piedras lo absorben. Está en la mesa:
    en libros, cartas y remedios.
    Se filtró por la pared. El camión, la calle,
    el uniforme del colegio se transforman:
    son oleadas de cariño envolviéndote.

    ¿Cómo huir al objeto mínimo
    o negarse al grande? Los temas pasan,
    Yo sé que pasarán, pero tú resistes,
    y creces como fuego, como casa,
    como rocío entre los dedos
    de la hierba en que reposan.
    Ahora te sigo a todas partes,
    y te deseo y te pierdo; estoy completo,
    me destino, me hago tan sublime,
    tan natural y lleno de secretos,
    tan firme, tan fiel… Como un cuchillo,
    el pueblo, mi poema, te atraviesa.


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 76714
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (Brasil, 31/10/ 1902 –  17/08/ 1987) - Página 27 Empty Re: CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (Brasil, 31/10/ 1902 – 17/08/ 1987)

    Mensaje por Maria Lua Vie 15 Mar 2024, 20:35

    REVELAÇÃO DO SUBÚRBIO


    Quando vou para Minas, gosto de ficar de pé, contra a vidraça do
    [carro,
    vendo o subúrbio passar.
    Osubúrbio todo se condensa para ser visto depressa,
    commedo de não repararmos suficientemente
    emsuas luzes que mal têmtempo de brilhar.
    A noite come o subúrbio e logo o devolve,
    ele reage, luta, se esforça,
    até que vem o campo onde pela manhã repontam laranjais
    e à noite só existe a tristeza do Brasil.


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 76714
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (Brasil, 31/10/ 1902 –  17/08/ 1987) - Página 27 Empty Re: CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (Brasil, 31/10/ 1902 – 17/08/ 1987)

    Mensaje por Maria Lua Lun 18 Mar 2024, 09:49

    A rosa do povo despetala-se,
    ou ainda conserva o pudor da alva?
    E um anúncio, um chamado, uma esperança embora frágil, pranto infantil no berço?
    Talvez apenas um ai de seresta, quem sabe.
    Mas há um ouvido mais fino que escuta, um peito de artista que incha,
    e uma rosa se abre, um segredo comunica-se, o poeta anunciou,
    o poeta, nas trevas, anunciou.



    **********************


    CARREGO COMIGO


    Carrego comigo
    há dezenas de anos
    há centenas de anos
    o pequeno embrulho.

    Serão duas cartas?
    será uma flor?
    será um retrato?
    um lenço talvez?

    Já não me recordo
    onde o encontrei.
    Se foi um presente
    ou se foi furtado.

    Se os anjos desceram
    trazendo-o nas mãos,
    se boiava no rio,
    se pairava no ar.

    Não ouso entreabri-lo.
    Que coisa contém,
    ou se algo contém,
    nunca saberei.

    Como poderia
    tentar esse gesto?
    O embrulho é tão frio
    e também tão quente.

    Ele arde nas mãos,
    é doce ao meu tato.
    Pronto me fascina
    e me deixa triste.

    Guardar um segredo
    em si e consigo,
    não querer sabê-lo
    ou querer demais.

    Guardar um segredo
    de seus próprios olhos,
    por baixo do sono,
    atrás da lembrança.

    A boca experiente
    saúda os amigos.
    Mão aperta mão,
    peito se dilata.

    Vem do mar o apelo,
    vêm das coisas gritos.
    O mundo te chama:
    Carlos! Não respondes?

    Quero responder.
    A rua infinita
    vai além do mar.
    Quero caminhar.

    Mas o embrulho pesa.
    Vem a tentação
    de jogá-lo ao fundo
    da primeira vala.

    Ou talvez queimá-lo:
    cinzas se dispersam
    e não fica sombra
    sequer, nem remorso.

    Ai, fardo sutil
    que antes me carregas
    do que és carregado,
    para onde me levas?

    Por que não me dizes
    a palavra dura
    oculta em teu seio,
    carga intolerável?

    Seguir-te submisso
    por tanto caminho
    sem saber de ti
    senão que te sigo.

    Se agora te abrisses
    e te revelasses
    mesmo em forma de erro,
    que alivio seria!

    Mas ficas fechado.
    Carrego-te à noite
    se vou para o baile.
    De manhã te levo

    para a escura fábrica
    de negro subúrbio.
    És, de fato, amigo
    secreto e evidente.

    Perder-te seria
    perder-me a mim próprio.
    Sou um homem livre
    nas levo uma coisa.



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver este vínculo]


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 76714
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (Brasil, 31/10/ 1902 –  17/08/ 1987) - Página 27 Empty Re: CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (Brasil, 31/10/ 1902 – 17/08/ 1987)

    Mensaje por Maria Lua Miér 20 Mar 2024, 10:11

    TELEGRAMA DE MOSCOU



    Pedra por pedra reconstruiremos a cidade.
    Casa e mais casa se cobrirá o chão.
    Rua e mais rua o trânsito ressurgirá.
    Começaremos pela estação da estrada de ferro
    e pela usina de energia elétrica.
    Outros homens, em outras casas,
    continuarão a mesma certeza.
    Sobraram apenas algumas árvores
    com cicatrizes, como soldados.
    A neve baixou, cobrindo as feridas.
    O vento varreu a dura lembrança.
    Mas o assombro, a fábula
    gravam no ar o fantasma da antiga cidade
    que peneirará o corpo da nova.
    Aqui se chamava
    e se chamará sempre Stalingrado.
    — Stalingrado: o tempo responde





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver este vínculo]


    166



    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 76714
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (Brasil, 31/10/ 1902 –  17/08/ 1987) - Página 27 Empty Re: CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (Brasil, 31/10/ 1902 – 17/08/ 1987)

    Mensaje por Maria Lua Dom 24 Mar 2024, 15:18

    Ruas


    Por que ruas tão largas?
    Por que ruas tão retas?
    Meu passo torto
    foi regulado pelo becos tortos
    de onde venho.
    Não sei andar na vastidão simétrica
    implacável.
    Cidade grande é isso?
    Cidades são passagens sinuosas
    de esconde-esconde
    em que as casas aparecem-desaparecem
    quando bem entendem
    e todo mundo acha normal.
    Aqui tudo é exposto
    evidente
    cintilante. Aqui
    obrigam-me a nascer de novo, desarmado.



    ****************


    Calles



    ¿Por qué las calles son tan anchas?
    ¿Por qué las calles son tan rectas?
    Mi paso torcido
    Estaba regulado por callejones torcidos
    de donde vengo.
    No sé caminar en la inmensidad simétrica
    implacable.
    ¿Es esa una gran ciudad?
    Las ciudades son pasajes sinuosos
    al escondite
    donde las casas aparecen-desaparecen
    cuando lo desean
    y todo el mundo piensa que es normal.
    Aqui todo está expuesto
    evidente
    centelleante. Aquí
    Me obligan a nacer de nuevo, desarmado.


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 76714
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (Brasil, 31/10/ 1902 –  17/08/ 1987) - Página 27 Empty Re: CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (Brasil, 31/10/ 1902 – 17/08/ 1987)

    Mensaje por Maria Lua Mar 26 Mar 2024, 20:20

    Poema da Purificação

    Depois de tantos combates
    o anjo bom matou o anjo mau
    e jogou seu corpo no rio.
    As águas ficaram tintas
    de um sangue que não descorava
    e os peixes todos morreram.
    Mas uma luz que ninguém soube
    dizer de onde tinha vindo
    apareceu para clarear o mundo,
    e outro anjo pensou a ferida
    do anjo batalhador.


    ***************


    Poema de purificación

    Después de tantas peleas
    el ángel bueno mató al ángel malo
    y arrojó su cuerpo al río.
    Las aguas se pusieron rojas
    de sangre que no se desvaneció
    y todos los peces murieron.
    Pero una luz que nadie sabría
    decir de donde vino
    apareció para iluminar el mundo,
    y otro ángel pensó la herida
    del ángel luchador.



    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 76714
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (Brasil, 31/10/ 1902 –  17/08/ 1987) - Página 27 Empty Re: CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (Brasil, 31/10/ 1902 – 17/08/ 1987)

    Mensaje por Maria Lua Miér 27 Mar 2024, 17:41


    Carlos Drummond de Andrade nace en Itabira, Minas
    Gerais, en 1902. A los 23 años de edad edita con otros
    escritores la publicación literaria llamada La Revista.
    La obra de Drummond en esa época respira el clima,
    los ordenamientos y los principios de la nueva dimensión poética que propugna el modernismo.
    Innovación del lenguaje poético y rompimiento con
    estructuras arcaizantes que rigen la mentalidad de los
    poetas del siglo XIX y principios del XX, son las características del modernismo brasileño que se inicia con
    la llamada Semana de Arte Moderna.1 Los postulados
    del modernismo se extienden a través de tres etapas
    fundamentales: en el año 22; la de los años 30 —a la
    que pertenece Drummond— y finalmente, la denominada “Generación del 45”.
    Drummond, puente entre la primera época del modernismo y el redescubrimiento de la poesía de los años
    posteriores, enlaza, a manera de un rompecabezas
    armándose, el lenguaje coloquial de la primera fase,
    con la nueva revigorización y la depuración de las
    formas poéticas. Esa primera fase se apoyaba en el
    acervo cultural específico del Brasil: su geografía, las
    costumbres de cierta región, cuya resultante fue la
    afirmación de un portugués abrasileñado. Drummond
    inicia una búsqueda consciente de mayor dimensión
    universal; estructura su obra con base en procedimientos donde la innovación y la originalidad son un mero
    recurso expresivo; estabiliza el uso del verso libre;
    elabora el soneto ante perspectivas estéticas —en relación al lenguaje— de mayor contenido vital. Replantea, por tanto, los procesos de creación del poema sujetándolos a una visión individual crítica vinculada con
    su mundo circundante.



    *******************

    1- La Semana de Arte Moderna, realizada en 1922, fue un movimiento que reunió a todas las artes originando el modernismo
    brasileño. Tuvo lugar en São Paulo y fue la preconciencia y después la convicción de un arte nuevo preconizado en tres principios fundamentales: el derecho permanente a la investigación
    estética; la actualización de la inteligencia artística brasileña y la
    estabilización de una actitud creadora nacional. La importancia
    del movimiento logró la conjugación de tres normas en la conciencia colectiva, participaron entre otros, los poetas Mario de Andrade y Osvalde de Andrade, la pintora Anita Malfatti y el escultor
    Víctor Brecheret.


    ***************



    cont

    [Tienes que estar registrado y conectado para ver este vínculo]



    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 76714
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (Brasil, 31/10/ 1902 –  17/08/ 1987) - Página 27 Empty Re: CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (Brasil, 31/10/ 1902 – 17/08/ 1987)

    Mensaje por Maria Lua Miér 27 Mar 2024, 17:43

    ***

    Mario de Andrade valoraba los inicios del modernismo así: “…existe un mérito innegable, aunque
    aquellos primeros modernistas… de las cavernas…
    hayamos servido apenas de altoparlantes de una fuerza
    universal y nacional mucho más compleja que nosotros”.2
    La necesidad de superar una época que le exige
    nuevos ordenamientos estéticos, lleva a Drummond a
    aprehender y fundamentar una poética personal, que le
    convierte no únicamente en un puente sino en el consolidador de los principios de una nueva poesía más rigurosa y al mismo tiempo multidimensional.
    La poesía de Drummond se bifurca, por una parte,
    en temas que aluden a la subjetividad, como es el caso
    del poema con el que Drummond es reconocido por la
    crítica literaria de la época como el creador de un lenguaje particular y de gran expresividad: “No meio do
    caminho”, escrito en 1930.
    Y por la otra se caracteriza por el acento social con
    que enfoca sus textos. En este sentido, la obra drummoniana corresponde a una estética que se inscribe en
    el orden de la conciencia crítica, cuya gran virtud es la
    de proyectar poéticamente temas tradicionalmente
    ásperos a la poesía.




    *******************

    2
    Andrade Mario de, “O movimento modernista”, Aspectos da
    literatura brasileira, Livraria Martins Editora, São Paulo, p. 231.



    *********************












    cont

    [Tienes que estar registrado y conectado para ver este vínculo]



    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 76714
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (Brasil, 31/10/ 1902 –  17/08/ 1987) - Página 27 Empty Re: CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (Brasil, 31/10/ 1902 – 17/08/ 1987)

    Mensaje por Maria Lua Miér 27 Mar 2024, 17:45

    ***

    Para estructurar su obra Drummond utiliza —formalmente— la imagen sugestiva con valores que
    van desde ritmos muy sencillos hasta la profundidad
    orquestal del poema; recurre al especulamiento musical y tonal tensando las voces de la manifestación poética. No se trata de un juego de palabras: es el matiz
    esencial de un lenguaje particular.
    onda e amor, onde amor, ando indagando…
    Otro rasgo de importancia en su obra es el recurso de

    la repetición que se constituye en el eje arquetípico de
    su obra:



    nas praias nu nu nu nu nu,
    tu tu tu tu tu no meu coração.



    Este procedimiento tiene las particularidades de la
    poesía hermética, abordable solamente a través de
    “interpretaciones”, pero sin duda alguna es la resultante natural de los modernistas en contra de la retórica y
    la ramplonería entonces oficial. Por otra parte Drummond imprime en su obra la ironía y el humorismo,
    clásicos en él, que revelan un espíritu tímido siempre
    insatisfecho de su propia expresión:


    João que amava Teresa que amava Raimundo
    que amava María que amava Joaquín que amava
    Lili
    que não amava ninguén.

    Hay poemas de Drummond que aparentemente tienen
    una función tan sólo contemplativa y rítmica; sin embargo con un lenguaje sorprendente, tomado de la técnica de los anuncios comerciales, la sensación sonora
    es denunciada como una anticipación a las experiencias de la poesía concreta que constituye una de las
    derivaciones de la tercera fase del modernismo y cuyo
    auge se sitúa en Brasil en 1950. Drummond no es ajeno, por consiguiente, a la constante renovación, escribe en 1962 poemas que corresponden a esta vertiente
    como: “Os materias da vida”, “Massacre”…
    La obra de Carlos Drummond de Andrade es vasta.
    Las traducciones se realizaron siguiendo el orden cronológico de publicación de sus libros. La importancia de
    su obra en la lírica brasileña es extraordinaria, por cuyas profundas resonancias tiene un lugar especial en la
    poesía latinoamericana contemporánea. Es por tanto
    imperdonable su desconocimiento en nuestro idioma;
    de ahí la justificación de las presentes traducciones
    como un tardío homenaje a su obra.





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver este vínculo]


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 76714
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (Brasil, 31/10/ 1902 –  17/08/ 1987) - Página 27 Empty Re: CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (Brasil, 31/10/ 1902 – 17/08/ 1987)

    Mensaje por Maria Lua Miér 27 Mar 2024, 17:47


    Poema de Sete Faces



    Quando nasci, um anjo torto
    desses que vivem na sombra
    disse: Vai, Carlos! ser gauche na vida.

    As casas espiam os homens
    que correm atrás de mulheres.
    A tarde talvez fosse azul,
    não houvesse tantos desejos.

    O bonde passa cheio de pernas:
    pernas brancas pretas amarelas.
    Para que tanta perna, meu Deus, pergunta meu coração.
    Porém meus olhos
    não perguntam nada.

    O homem atrás do bigode
    é sério, simples e forte.
    Quase não conversa.
    Tem poucos, raros amigos
    o homem atrás dos óculos e do bigode,

    Meu Deus, por que me abandonaste
    se sabias que eu não era Deus
    se sabias que eu era fraco.

    Mundo mundo vasto mundo,
    se eu me chamasse Raimundo
    seria uma rima, não seria uma solução.
    Mundo mundo vasto mundo,
    mais vasto é meu coração.

    Eu não devia te dizer
    mas essa lua
    mas esse conhaque
    botam a gente comovido como o diabo.




    **********************



    POEMA DE SIETE FACES



    Cuando nací, un ángel tuerto
    de esos que viven en la sombra
    dijo: ve, Carlos! sé gauche en la vida.3

    Las casas espían a los hombres
    que corren tras de mujeres.
    La tarde tal vez fuese azul
    si no hubiesen tantos deseos.

    El camión pasa lleno de piernas:
    Piernas blancas, negras, amarillas.
    Para qué tanta pierna, Dios mío, pregunta mi corazón.

    Entretanto mis ojos
    no preguntan nada.

    El hombre tras el bigote
    es serio, simple y fuerte.
    Casi no conversa.
    Tiene pocos, raros amigos.
    El hombre tras de los lentes y del bigote.

    Dios mío por qué me abandonaste
    si sabías que yo no era Dios
    si sabías que yo era débil.

    Mundo mundo vasto mundo,
    si yo me llamase Raimundo
    sería una rima, no sería una solución.
    Mundo mundo vasto mundo,
    más vasto es mi corazón.

    Yo no debía decírtelo,
    pero esa luna
    pero ese coñac
    lo ponen a uno conmovido como un demonio.




    ****************

    3 Gauche, en portugués, significa torpe, poco apto, etcétera.



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver este vínculo]


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 76714
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (Brasil, 31/10/ 1902 –  17/08/ 1987) - Página 27 Empty Re: CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (Brasil, 31/10/ 1902 – 17/08/ 1987)

    Mensaje por Maria Lua Jue 28 Mar 2024, 14:45

    Também já fui brasileiro

    Eu também já fui brasileiro
    moreno como vocês.
    Ponteei viola, guiei forde
    e aprendi na mesa dos bares
    que o nacionalismo é uma virtude.
    Mas há uma hora em que os bares se fecham
    e todas as virtudes se negam.

    Eu também já fui poeta.
    Bastava olhar para mulher,
    pensava logo nas estrelas
    e outros substantivos celestes.
    Mas eram tantas, o céu tamanho,
    minha poesia perturbou-se.

    Eu também já tive meu ritmo.
    Fazia isto, dizia aquilo.
    E meus amigos me queriam,
    meus inimigos me odiavam.
    Eu irônico deslizava
    satisfeito de ter meu ritmo.
    Mas acabei confundindo tudo.
    Hoje não deslizo mais não,
    não sou irônico mais não,
    não tenho ritmo mais não.




    Andrade, Carlos Drummond de, 1902-1987. Alguma poesia/ Carlos Drummond de Andrade; posfácio Eucanaã Ferraz — 1a ed. — São Paulo: Companhia das Letras, 2013.




    *********************


    YO TAMBIÉN FUI BRASILEÑO


    Yo también fui brasileño,
    moreno como ustedes.
    Punteé la guitarra, guié ganado
    y aprendí en la mesa de los bares
    que el nacionalismo es una virtud.
    Pero hay una hora en que los bares se cierran
    y todas las virtudes se niegan.

    Yo también fui poeta.
    Bastaba mirar a la mujer,
    pensar luego en las estrellas
    y otros celestes sustantivos.
    Pero eran tantas, el cielo tan grande,
    que mi poesía se turbó.

    Yo también tuve mi ritmo.
    Hacía esto, decía aquello.
    Y mis amigos me querían
    y mis enemigos me odiaban.
    Yo, irónico, me escurría
    satisfecho en mi ritmo.
    Pero acabé confundiéndolo todo.
    Hoy no me deslizo más,
    no soy irónico más,
    ya no tengo ritmo.




    [Tienes que estar registrado y conectado para ver este vínculo]


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 76714
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (Brasil, 31/10/ 1902 –  17/08/ 1987) - Página 27 Empty Re: CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (Brasil, 31/10/ 1902 – 17/08/ 1987)

    Mensaje por Maria Lua Sáb 30 Mar 2024, 09:29

    Quero



    Quero que todos os dias do ano

    todos os dias da vida

    de meia em meia hora

    de 5 em 5 minutos

    me digas: Eu te amo.



    Ouvindo-te dizer: Eu te amo,

    creio, no momento, que sou amado.

    No momento anterior

    e no seguinte,

    como sabê-lo?



    Quero que me repitas até a exaustão

    que me amas que me amas que me amas.

    Do contrário evapora-se a amação

    pois ao não dizer: Eu te amo,

    desmentes

    apagas

    teu amor por mim.



    Exijo de ti o perene comunicado.

    Não exijo senão isto,

    isto sempre, isto cada vez mais.

    Quero ser amado por e em tua palavra

    nem sei de outra maneira a não ser esta

    de reconhecer o dom amoroso,

    a perfeita maneira de saber-se amado:

    amor na raiz da palavra

    e na sua emissão,

    amor

    saltando da língua nacional,

    amor

    feito som

    vibração espacial.



    No momento em que não me dizes:

    Eu te amo,

    inexoravelmente sei

    que deixaste de amar-me,

    que nunca me amastes antes.



    Se não me disseres urgente repetido

    Eu te amoamoamoamoamo,

    verdade fulminante que acabas de desentranhar,

    eu me precipito no caos,

    essa coleção de objetos de não-amor.



    ***************************


    Quiero



    Quiero que todos los días del año

    todos los días de la vida

    cada media hora

    cada cinco minutos

    me digas: Te amo.



    Oyéndote decir: Te amo,

    creo, en el momento, que soy amado.

    En el momento anterior

    y en el siguiente,

    ¿cómo saberlo?



    Quiero que me repitas hasta el hartazgo

    que me amas que me amas que me amas.

    De lo contrario, se evapora el acto de amar

    pues al no decir: Te amo,

    desmientes

    apagas

    tu amor por mí.



    Exijo de ti el constante comunicado.

    No exijo sino esto,

    esto siempre, esto cada vez más.

    Quiero ser amado por y en tu palabra

    no sé otra manera que no sea ésta

    de reconocer el acto amoroso,

    la perfecta manera de saberse amado:

    amor en la raíz de la palabra

    y en su emisión,

    amor

    saltando de la lengua nacional,

    amor

    hecho sonido

    vibración espacial.



    En el momento en el que no me dices:

    Te amo,

    inexorablemente sé

    que dejaste de amarme,

    que nunca antes me amaste.



    Si no me dices urgente y repetidamente

    Te amoamoamoamoamo,

    verdad fulminante que acabas de desentrañar,

    me precipito en el caos,

    esa colección de objetos sin amor.




    ******************




    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 76714
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (Brasil, 31/10/ 1902 –  17/08/ 1987) - Página 27 Empty Re: CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (Brasil, 31/10/ 1902 – 17/08/ 1987)

    Mensaje por Maria Lua Dom 31 Mar 2024, 13:28

    Consolo Na Praia

    Vamos, não chores
    A infância está perdida
    A mocidade está perdida
    Mas a vida não se perdeu

    O primeiro amor passou
    O segundo amor passou
    O terceiro amor passou
    Mas o coração continua

    Perdeste o melhor amigo
    Não tentaste qualquer viagem
    Não possuis carro, navio, terra
    Mas tens um cão

    Algumas palavras duras
    Em voz mansa, te golpearam
    Nunca, nunca cicatrizam
    Mas e o humor?

    A injustiça não se resolve
    À sombra do mundo errado
    Murmuraste um protesto tímido
    Mas virão outros

    Tudo somado
    Devias precipitar-te, de vez, nas águas
    Estás nu na areia, no vento
    Dorme, meu filho


    *****************




    VAMOS, NO LLORES…



    Vamos, no llores…
    La infancia se ha perdido.
    La juventud se ha perdido.
    Pero la vida aún no se ha perdido.

    El primer amor ya pasó.
    El segundo también pasó.
    El tercer amor pasó.
    Pero aún continúa vivo el corazón.

    Perdiste a tu mejor amigo.
    No realizaste ningún viaje.
    No posees tierra, ni casa, ni barco,
    pero tienes un perro.

    Algunas duras palabras
    en voz tenue, te golpearon.
    Esas, nunca, nunca cicatrizan.
    Sin embargo, ¿existe el humor?

    La injusticia no se resuelve
    A la sombra del mundo equivocado
    Murmuraste una tímida protesta.
    Pero vendrán otros

    Considerándolo todo
    Deberías tirarte al agua de una vez por todas.
    Estás desnudo en la arena, en el viento.
    Duerme hijo mio





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver este vínculo]


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 76714
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (Brasil, 31/10/ 1902 –  17/08/ 1987) - Página 27 Empty Re: CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (Brasil, 31/10/ 1902 – 17/08/ 1987)

    Mensaje por Maria Lua Miér 03 Abr 2024, 13:58

    LEMBRANÇA DO MUNDO ANTIGO


    Clara passeava no jardim com as crianças.
    O céu era verde sobre o gramado,
    a água era dourada sob as pontes,
    outros elementos eram azuis, róseos, alaranjados,
    o guarda-civil sorria, passavambicicletas,
    a menina pisou a relva para pegar umpássaro,
    o mundo inteiro, aAlemanha, a China, tudo era tranquilo
    [emredor deClara.
    As crianças olhavampara o céu: não era proibido.
    A boca, o nariz, os olhos estavamabertos. Não havia perigo.
    Os perigos queClara temia erama gripe, o calor, os insetos.
    Clara tinha medo de perder o bonde das 11 horas,
    esperava cartas que custavama chegar,
    nemsempre podia usar vestido novo. Mas passeava no jardim,
    [pela manhã !!!
    Havia jardins, havia manhãs naquele tempo!!!


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 76714
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (Brasil, 31/10/ 1902 –  17/08/ 1987) - Página 27 Empty Re: CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (Brasil, 31/10/ 1902 – 17/08/ 1987)

    Mensaje por Maria Lua Jue 04 Abr 2024, 20:26

    NOTURNO À JANELA DO APARTAMENTO


    Silencioso cubo de treva:
    um salto, e seria a morte.
    Mas é apenas, sob o vento,
    a integração na noite.

    Nenhum pensamento de infância,
    nem saudade nem vão propósito.
    Somente a contemplação
    de um mundo enorme e parado.

    A soma da vida é nula.
    Mas a vida tem tal poder:
    na escuridão absoluta,
    como líquido, circula.

    Suicídio, riqueza, ciência…
    A alma severa se interroga
    e logo se cala. E não sabe
    se é noite, mar ou distância.


    Triste farol da Ilha Rasa.


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 76714
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (Brasil, 31/10/ 1902 –  17/08/ 1987) - Página 27 Empty Re: CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (Brasil, 31/10/ 1902 – 17/08/ 1987)

    Mensaje por Maria Lua Vie 05 Abr 2024, 22:43

    CONOCIMIENTO DE JORGE DE LIMA


    Era la negra Fulô que llamaba
    de su negro vergel. Eran trompetas,
    salmos, carros de fuego, murmullos de
    Dios a sus elegidos, eran puras

    canciones de lavandera al pie de la
    fuente y era ella misma; nostálgicas
    emanaciones de infancia y porvenir,
    era un ay portugués deshecho en caña.

    Era un fluir de esencias y de formas
    más allá de la tierra, en torno al hombre.
    Invención de amor en tiempo atómico.

    Era el consultorio mítico, lunar
    (poesía antes de la luz, después de ella),
    era Jorge de Lima, eran sus ángeles.



    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 76714
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (Brasil, 31/10/ 1902 –  17/08/ 1987) - Página 27 Empty Re: CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (Brasil, 31/10/ 1902 – 17/08/ 1987)

    Mensaje por Maria Lua Dom 07 Abr 2024, 13:33

    Quiero, poema de Carlos Drummond de Andrade





    A propósito del 14 de febrero, presentamos este poema de Carlos Drummond de Andrade (Minas Gerais, 1902 – Río de Janeiro, 1987), poeta fundamental de la poesía brasileña del Siglo XX. Aunque su obra más conocida es de un corte elegíaco y melancólico, también cultivó la poesía amorosa como la que se muestra a continuación. La traducción corre a cargo de David Ruano González (Ciudad de México, 1991).




    Quero



    Quero que todos os dias do ano

    todos os dias da vida

    de meia em meia hora

    de 5 em 5 minutos

    me digas: Eu te amo.



    Ouvindo-te dizer: Eu te amo,

    creio, no momento, que sou amado.

    No momento anterior

    e no seguinte,

    como sabê-lo?



    Quero que me repitas até a exaustão

    que me amas que me amas que me amas.

    Do contrário evapora-se a amação

    pois ao não dizer: Eu te amo,

    desmentes

    apagas

    teu amor por mim.



    Exijo de ti o perene comunicado.

    Não exijo senão isto,

    isto sempre, isto cada vez mais.

    Quero ser amado por e em tua palavra

    nem sei de outra maneira a não ser esta

    de reconhecer o dom amoroso,

    a perfeita maneira de saber-se amado:

    amor na raiz da palavra

    e na sua emissão,

    amor

    saltando da língua nacional,

    amor

    feito som

    vibração espacial.



    No momento em que não me dizes:

    Eu te amo,

    inexoravelmente sei

    que deixaste de amar-me,

    que nunca me amastes antes.



    Se não me disseres urgente repetido

    Eu te amoamoamoamoamo,

    verdade fulminante que acabas de desentranhar,

    eu me precipito no caos,

    essa coleção de objetos de não-amor.




    *********************






    Quiero



    Quiero que todos los días del año

    todos los días de la vida

    cada media hora

    cada cinco minutos

    me digas: Te amo.



    Oyéndote decir: Te amo,

    creo, en el momento, que soy amado.

    En el momento anterior

    y en el siguiente,

    ¿cómo saberlo?



    Quiero que me repitas hasta el hartazgo

    que me amas que me amas que me amas.

    De lo contrario, se evapora el acto de amar

    pues al no decir: Te amo,

    desmientes

    apagas

    tu amor por mí.



    Exijo de ti el constante comunicado.

    No exijo sino esto,

    esto siempre, esto cada vez más.

    Quiero ser amado por y en tu palabra

    no sé otra manera que no sea ésta

    de reconocer el acto amoroso,

    la perfecta manera de saberse amado:

    amor en la raíz de la palabra

    y en su emisión,

    amor

    saltando de la lengua nacional,

    amor

    hecho sonido

    vibración espacial.



    En el momento en el que no me dices:

    Te amo,

    inexorablemente sé

    que dejaste de amarme,

    que nunca antes me amaste.



    Si no me dices urgente y repetidamente

    Te amoamoamoamoamo,

    verdad fulminante que acabas de desentrañar,

    me precipito en el caos,

    esa colección de objetos sin amor.





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver este vínculo]



    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 76714
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (Brasil, 31/10/ 1902 –  17/08/ 1987) - Página 27 Empty Re: CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (Brasil, 31/10/ 1902 – 17/08/ 1987)

    Mensaje por Maria Lua Lun 08 Abr 2024, 19:56

    Entre o Ser e as Coisas



    Onda e amor, onde amor, ando indagando
    ao largo vento e à rocha imperativa,
    e a tudo me arremesso, nesse quando
    amanhece frescor de coisa viva.

    As almas, não, as almas vão pairando,
    e, esquecendo a lição que já se esquiva
    tornam amor humor, e vago e brando
    o que é de natureza corrosiva.

    N'água e na pedra amor deixa gravados
    seus hieróglifos e mensagens, suas
    verdades mais secretas e mais nuas.

    E nem os elementos encantados
    sabem do amor que os punge e que é, pungindo,
    uma fogueira a arder no dia findo.




    ****************


    ENTRE EL SER Y LAS COSAS

    Al amor amor ando indagando
    al largo viento a la suave rosa
    y a todo me aventuro cuando
    hay la frescura de la cosa viva.

    Las almas no, ellas van soportando,
    olvidando la lección ya perdida.
    Vuelven amor, humor, vago y blando
    lo que es naturaleza corrosiva.

    En agua y piedra amor graba sus
    jeroglíficos y mensajes y sus
    verdades más secretas, más desnudas.

    Y ni los elementos encantados ,
    ven el amor que duele y provoca
    una hoguera en agotado día.


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]

    Contenido patrocinado


    CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (Brasil, 31/10/ 1902 –  17/08/ 1987) - Página 27 Empty Re: CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (Brasil, 31/10/ 1902 – 17/08/ 1987)

    Mensaje por Contenido patrocinado


      Fecha y hora actual: Jue 21 Nov 2024, 20:58