Aires de Libertad

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    Mensaje por Maria Lua Mar 28 Mar 2023, 09:25

    A queixa


    A queixa
    comprimida na garrafa
    quer escapar
    reunir os povos
    dizer a Matilde que lhe perdoa
    organizar a vida dos índios,
    a queixa
    no vácuo
    lembra uma queixa menor.
    Dir-se-ia, na chama, uma sombra,
    não arde, também se destrói.
    A queixa mínima
    já não pede ao vento que se cale,
    aos estudantes que estudem, a Elza
    que deposite flores sobre o retrato enterrado.
    Limita-se
    à contemplação metódica da mosca
    fora da garrafa
    (mas já são outros problemas).


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    siendo guardián en tu cielo
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    Mensaje por Maria Lua Miér 29 Mar 2023, 09:26

    NOITE NA REPARTIÇÃO
    O OFICIAL ADMINISTRATIVO:



    Papel,
    respiro-te na noite de meu quarto,
    no sabão passas a meu corpo, na água te bebo.
    Até quando, sim, até quando
    te provarei por única ambrosia?
    Eu te amo e tu me destróis,
    abraço-te e me rasgas,
    beijo-te, amo-te, detesto-te, preciso de ti, papel, papel, papel!
    Ingrato, lês em mim sem me decifrares.
    O corpo de meu filho estava amortalhado em
    papel,
    em papel dormiam as roupas e brinquedos, em papel os doces
    do casamento. Em grandes pastas os rios, os caminhos
    se deixam viajar, e a diligência roda
    num chão fofo, azul e branco, de papel escrito.
    Basta!
    Quero carne, frutas, vida acesa,
    quero rolar em fêmeas, ir ao mercado, ao Araguaia, ao amor.
    Quero pegar em mão de gente, ver corpo de gente,
    falar língua de gente, obliviar os códigos,
    quero matar o DASP, quero incinerar os arquivos de amianto.
    Sou um homem, ou pelo menos quero ser um deles!


    _________________



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    Mensaje por Maria Lua Miér 29 Mar 2023, 09:27

    O PAPEL

    :
    Tu te queixas...
    Distrais-te na queixa e a mágoa que exalas
    é perfume que te unge, flor que te acarinha.
    Dissolves-te na queixa, e tornado incenso, halo, paz
    te sentes bem feliz enquanto eu sem consolo
    espero tua brutalidade
    sem a qual não vivo nem sou.
    Teu escravo, isto sim, tua coisa calada,
    teu servo branco, tapete onde passeias e compões.
    Tu me fazes sofrer, bicho implacável mais que a onça
    o é para o galho que pisa.
    Por que não sou sem ti? Por que não existo, como as árvores,
    [por conta própria?
    Sou apenas papel, e teu misterioso poder
    me oprime e suja.
    E te revoltas...
    Quisera dizer-te nomes feios independente de tua mão.
    Que as palavras brotassem em mim, formigas no tronco,
    moscas no ar; viessem para fora em caracteres ásperos,
    crescessem, casas e exércitos, e te esmagassem.
    Homenzinho porco, vilão amarelo e cardíaco!
    (Avança para o burocrata, que se protege atrás
    da porta.)


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    Mensaje por Maria Lua Miér 29 Mar 2023, 09:28

    A PORTA:


    De tanto abrir e fechar perdi a vergonha.
    Estou exausta, cética, arruinada.
    Discussões não adiantam, porta é porta.
    Perdi também a fé, e por economia
    irão, quem sabe, me transformar em janela
    de onde a virgem
    enfrenta a noite
    e suspira.
    Seu ai de dentifrício americano cortará o céu
    e me salvará.
    Talvez me tornem ainda gaveta de segredos,
    bolsa, calça de mulher, carteira de identidade,
    simples alecrim, alga ou pedra.
    Sim: é melhor pedra.
    Dói nos outros, em si não.
    Uma pedra no coração.


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    Mensaje por Maria Lua Miér 29 Mar 2023, 09:29

    A ARANHA:


    Chega!
    Espero que não me queiras nascer um simples vaga-lume.
    Fica quieta, me deixa subir
    e fazer no teto um lustre, uma rosa.
    Sou aranha-tatanha, preciso viver.
    A vida é dura, os corvos não esperam,
    ouço os sinos da noite, vejo os funerais,
    me sinto viúva, regresso à Inglaterra,
    a aranha é o mais triste dos seres vivos.
    O OFICIAL ADMINISTRATIVO.
    Depois de mim, é óbvio.
    Sou o número um — o triste dos tristíssimos.
    A outros o privilégio
    de embriagar-se. Non possumus.



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    Mensaje por Maria Lua Miér 29 Mar 2023, 16:28

    UM MINUTO DEPOIS


    Nudez, último véu da alma
    que ainda assim prossegue absconsa.
    A linguagem fértil do corpo
    não a detecta nem decifra.
    Mais além da pele, dos músculos,
    dos nervos, do sangue, dos ossos,
    recusa o íntimo contato,
    o casamento floral, o abraço
    divinizante da matéria
    inebriada para sempre
    pela sublime conjunção.
    Ai de nós, mendigos famintos:
    pressentimos só as migalhas
    desse banquete além das nuvens
    contingentes de nossa carne.
    E por isso a volúpia é triste
    um minuto depois do êxtase.


    *************************




    UN MINUTO DESPUÉS

    Desnudez, último velo del alma,
    que aun así prosigue oculta.
    El fértil linguaje del cuerpo
    no la detecta ni la descifra.
    Pero más allá de la piel, de los músculos,
    de los nervios, de la sangre, de los huesos,
    rechaza el intimo contacto,
    el casamento floral, el abrazo
    divinizante de la materia
    embriagada para siempre
    por la sublime conjunción.
    Ay de nosotros, mendigos hambrientos:
    Presentimos sólo las migajas
    de ese banquete más allá de las nubes
    contingentes de nuestra carne.
    Y por eso el deleite es triste
    un minuto después del éxtasis.








    _________________



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    Mensaje por Maria Lua Jue 30 Mar 2023, 20:12

    Necrológio dos Desiludidos do Amor


    Os desiludidos do amor

    estão desfechando tiros no peito.

    Do meu quarto ouço a fuzilaria.

    As amadas torcem-se de gozo.

    Oh quanta matéria para os jornais.


    Desiludidos mas fotografados,

    escreveram cartas explicativas,

    tomaram todas as providências

    para o remorso das amadas.


    Pum pum pum adeus, enjoada.

    Eu vou, tu ficas, mas nos veremos

    seja no claro céu ou turvo inferno.


    Os médicos estão fazendo a autópsia

    dos desiludidos que se mataram.

    Que grandes corações eles possuíam.

    Vísceras imensas, tripas sentimentais

    e um estômago cheio de poesia...


    Agora vamos para o cemitério

    levar os corpos dos desiludidos

    encaixotados competentemente

    (paixões de primeira e de segunda classe).





    Os desiludidos seguem iludidos,

    sem coração, sem tripas, sem amor.

    Única fortuna, os seus dentes de ouro

    não servirão de lastro financeiro

    e cobertos de terra perderão o brilho

    enquanto as amadas dançarão um samba

    bravo, violento, sobre a tumba deles.




    DE'Brejo das Almas'



    *********************



    Necrología de los desilusionados del amor





    Los desilusionados del amor

    están descargando tiros en el pecho.

    De mi cuarto oigo la fusilería.

    Las amadas se retuercen de gozo.

    Oh cuánto material para los periódicos.



    Desilusionados pero fotografiados,

    escribieron cartas explicativas,

    tomaron todas las providencias

    para el remordimiento de las amada
    Pum pum pum adiós, melindrosa.

    Yo me voy, tú te quedas, mas nos veremos

    en el claro cielo o en el turbio infierno.



    Los médicos están haciendo la autopsia

    de los desilusionados que se mataron.

    Qué grandes corazones tenían ellos.

    Vísceras inmensas, tripas sentimentales

    y un estómago lleno de poesía…



    Ahora vamos hacia el cementerio

    a llevar a los cuerpos de los desilusionados

    encajonados debidamente

    (pasiones de primera y de segunda clase).


    Los desilusionados siguen ilusos,

    sin corazón, sin tripas, sin amor.

    Única fortuna: sus dientes de oro

    no servirán de depósito financiero,

    y cubiertos de tierra perderán el brillo;

    en cuanto a las amadas, bailarán una samba

    brava, violenta, sobre sus tumbas.



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    Mensaje por Maria Lua Vie 31 Mar 2023, 16:41

    CONSOLO NA PRAIA


    Vamos, não chores...
    A infância está perdida.
    A. mocidade esta perdida.
    Mas a vida não se perdeu.

    O primeiro amor passou.
    O segundo amor passou.
    O terceiro amor passou.
    Mas o coração continua.

    Perdeste o melhor amigo.
    Não tentaste qualquer viagem.
    Não possuis casa, navio, terra.
    Mas tens um cão.

    Algumas palavras duras,
    em voz mansa, te golpearam.
    Nunca, nunca cicatrizam.
    Mas, e o humour?

    A injustiça não se resolve.
    A sombra do mundo errado
    murmuraste um protesto tímido.
    Mas virão outros.

    Tudo somado, devias
    precipitar-te, de vez, nas águas.
    Estás nu na areia, no vento...
    Dorme, meu filho.




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    Mensaje por Maria Lua Sáb 01 Abr 2023, 10:14

    Carlos Drummond de Andrade nace en Itabira, Minas Gerais, en 1902. A los 23 años de edad edita con otros escritores la publicación literaria llamada La Revista. La obra de Drummond en esa época respira el clima, los ordenamientos y los principios de la nueva dimensión poética que propugna el modernismo.

    Innovación del lenguaje poético y rompimiento con estructuras arcaizantes que rigen la mentalidad de los poetas del siglo XIX y principios del XX, son las características del modernismo brasileño que se inicia con la llamada Semana de Arte Moderna1. Los postulados del modernismo se extienden a través de tres etapas fundamentales: en el año 22; la de los años 30 —a la que pertenece Drummond— y finalmente, la denominada "Generación del 45".

    Drummond, puente entre la primera época del modernismo y el redescubrimiento de la poesía de los años posteriores, enlaza, a manera de un rompecabezas armándose, el lenguaje coloquial de la primera fase, con la nueva revigorización y la depuración de las formas poéticas. Esa primera fase se apoyaba en el acervo cultural específico del Brasil: su geografía, las costumbres de cierta región, cuya resultante fue la afirmación de un portugués abrasileñado. Drummond inicia una búsqueda consciente de mayor dimensión universal; estructura su obra con base en procedimientos donde la innovación y la originalidad son un mero recurso expresivo; estabiliza el uso del verso libre; elabora el soneto ante perspectivas estéticas —en relación al lenguaje— de mayor contenido vital. Replantea, por tanto, los procesos de creación del poema sujetándolos a una visión individual crítica vinculada con su mundo circundante.

    Mario de Andrade valoraba los inicios del modernismo así: "…existe un mérito innegable, aunque aquellos primeros modernistas… de las cavernas… hayamos servido apenas de altoparlantes de una fuerza universal y nacional mucho más compleja que nosotros"2. La necesidad de superar una época que le exige nuevos ordenamientos estéticos, lleva a Drummond a aprehender y fundamentar una poética personal, que le convierte no únicamente en un puente sino en el consolidador de los principios de una nueva poesía más rigurosa y al mismo tiempo multidimensional.

    La poesía de Drummond se bifurca, por una parte, en temas que aluden a la subjetividad, como es el caso del poema con el que Drummond es reconocido por la crítica literaria de la época como el creador de un lenguaje particular y de gran expresividad: "No meio do caminho", escrito en 1930.

    Y por la otra se caracteriza por el acento social con que enfoca sus textos. En este sentido, la obra drummoniana corresponde a una estética que se inscribe en el orden de la conciencia crítica, cuya gran virtud es la de proyectar poéticamente temas tradicionalmente ásperos a la poesía.

    Para estructurar su obra Drummond utiliza —formalmente— la imagen sugestiva con valores que van desde ritmos muy sencillos hasta la profundidad orquestal del poema; recurre al especulamiento musical y tonal tensando las voces de la manifestación poética. No se trata de un juego de palabras: es el matiz esencial de un lenguaje particular.

    onda e amor, onde amor, ando indagando…
    Otro rasgo de importancia en su obra es el recurso de la repetición que se constituye en el eje arquetípico de su obra:


    nas praias nu nu nu nu nu
    tu tu tu tu tu no meu coração
    Este procedimiento tiene las particularidades de la poesía hermética, abordable solamente a través de "interpretaciones", pero sin duda alguna es la resultante natural de los modernistas en contra de la retórica y la ramplonería entonces oficial. Por otra parte Drummond imprime en su obra la ironía y el humorismo, clásicos en él, que revelan un espíritu tímido siempre insatisfecho de su propia expresión:

    Jo ão que amava Teresa que amava Raimundo
    que amava María que amava Joaquín que amava Lili
    que não amava ninguén.

    Hay poemas de Drummond que aparentemente tienen una función tan sólo contemplativa y rítmica; sin embargo con un lenguaje sorprendente, tomado de la técnica de los anuncios comerciales, la sensación sonora es denunciada como una anticipación a las experiencias de la poesía concreta que constituye una de las derivaciones de la tercera fase del modernismo y cuyo auge se sitúa en Brasil en 1950. Drummond no es ajeno, por consiguiente, a la constante renovación, escribe en 1962 poemas que corresponden a esta vertiente como: "Os materias da vida", "Massacre"…

    La obra de Carlos Drummond de Andrade es vasta. Las traducciones se realizaron siguiendo el orden cronológico de publicación de sus libros. La importancia de su obra en la lírica brasileña es extraordinaria, por cuyas profundas resonancias tiene un lugar especial en la poesía latinoamericana contemporánea. Es por tanto imperdonable su desconocimiento en nuestro idioma; de ahí la justificación de las presentes traducciones como un tardío homenaje a su obra.




    Maricela Terán



    1 La Semana de Arte Moderna, realizada en 1922, fue un movimiento que reunió a todas las artes originando el modernismo brasileño. Tuvo lugar en São Paulo y fue la preconciencia y después la convicción de un arte nuevo preconizado en tres principios fundamentales: el derecho permanente a la investigación estética; la actualización de la inteligencia artística brasileña y la estabilización de una actitud creadora nacional. La importancia del movimiento logró la conjugación de tres normas en la conciencia colectiva, participaron entre otros, los poetas Mario de Andrade y Osvalde de Andrade, la pintora Anita Malfatti y el escultor Víctor Brecheret.

    2 Andrade Mario de, "O movimento modernista", Aspectos da literatura brasileira, Livraria Martins Editora, São Paulo, p. 231.





    Poema de siete faces



    Cuando nací, un ángel tuerto
    de esos que viven en la sombra
    dijo: ve, Carlos! sé gauche en la vida.1

    Las casas espían a los hombres
    que corren tras de mujeres.
    La tarde tal vez fuese azul
    si no hubiesen tantos deseos.

    El camión pasa lleno de piernas:
    Piernas blancas, negras, amarillas.
    Para qué tanta pierna, Dios mío, pregunta mi
    corazón.

    Entretanto mis ojos
    no preguntan nada.

    El hombre tras el bigote
    es serio, simple y fuerte.
    Casi no conversa.
    Tiene pocos, raros amigos.
    El hombre tras de los lentes y del bigote.

    Dios mío por qué me abandonaste
    si sabías que yo no era Dios
    si sabías que yo era débil.

    Mundo mundo vasto mundo,
    si yo me llamase Raimundo
    sería una rima, no sería una solución.
    Mundo mundo vasto mundo,
    más vasto es mi corazón.

    Yo no debía decírtelo,
    pero esa luna
    pero ese coñac
    lo ponen a uno conmovido como un demonio.



    1Gauche, en portugués, significa torpe, poco apto, etcétera.



    Yo también fui brasileño



    Yo también fui brasileño,
    moreno como ustedes.
    Punteé la guitarra, guié ganado
    y aprendí en la mesa de los bares
    que el nacionalismo es una virtud.
    Pero hay una hora en que los bares se cierran
    y todas las virtudes se niegan.

    Yo también fui poeta.
    Bastaba mirar a la mujer,
    pensar luego en las estrellas
    y otros celestes sustantivos.
    Pero eran tantas, el cielo tan grande,
    que mi poesía se turbó.

    Yo también tuve mi ritmo.
    Hacía esto, decía aquello.
    Y mis amigos me querían
    y mis enemigos me odiaban.
    Yo, irónico, me escurría
    satisfecho en mi ritmo.
    Pero acabé confundiéndolo todo.
    Hoy no me deslizo más,
    no soy irónico más,
    ya no tengo ritmo.








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    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





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    Mensaje por Maria Lua Sáb 01 Abr 2023, 10:15

    Nota social



    El poeta llega a la estación.
    El poeta se baja del tren.
    El poeta toma un auto.
    El poeta va al hotel.
    Y mientras hace eso
    como cualquier hombre común,
    una ovación lo persigue
    como una rechifla.

    Banderolas se apartan.
    Bandas de música. Cohetes.
    Discursos. El pueblo se pone su sombrero de paja.
    Cámaras fotográficas afocan.
    Coches parados.
    Bravos…
    El poeta está melancólico.

    En un árbol del paseo público
    (mejora de la actual administración)
    árbol gordo, prisionero
    de anuncios coloridos,
    árbol banal, árbol que nadie ve,
    canta una cigarra,
    canta una cigarra que nadie oye,
    un himno que nadie aplaude.
    Canta, bajo un sol endemoniado.

    El poeta entra en el elevador,
    el poeta sube,
    el poeta se encierra en su cuarto.

    El poeta está melancólico.



    ****************


    Cuadrilla



    Juan amaba a Teresa que amaba a Raimundo
    que amaba a María que amaba a Joaquín que amaba a Lili
    que no amaba a nadie.
    Juan se fue a los Estados Unidos, Teresa entró a un
    convento,
    Raimundo murió en un desastre, María se quedó soltera,
    Joaquín se suicidó y Lili se casó con J. Pinto Fernández
    que no había entrado en la historia.















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    Mensaje por Maria Lua Sáb 01 Abr 2023, 10:16

    Explicación



    Mi verso es mi consolación.
    Mi verso es mi bebida. Todo mundo tiene su bebida.
    Para beber en copa de cristal, en jarra de hojalata,
    hoja de plátano, poco importa: todo sirve.

    Para alabar a Dios, aliviar el pecho,
    lamentar el desprecio de la morena, contar mi vida y
    trabajos,
    hago mis versos. Y mi verso me agrada.

    Mi verso me agrada siempre…
    Tiene, a veces, el aire desvergonzado de quien va a dar
    una pirueta
    mas no es para el público, es para mí mismo.
    Yo me entiendo bien.
    No soy alegre: hasta soy muy triste.
    La culpa es de las bananeras de mi país, esta sombra
    blanda, floja.
    Hay días en que ando en la calle con los ojos bajos
    para que nadie desconfíe, nadie se dé cuenta
    que pasé la noche entera llorando.
    Estoy en el cine viendo una película de Hoot Gibson,
    de repente oigo la voz de una guitarra…
    salgo desanimado.
    Ah, ser hijo de hacendado!
    A la vera de San Francisco, de paraíba o de cualquier
    arroyuelo vagabundo,
    es siempre la misma sen-si-bi-li-dad.
    Y uno viajando por la patria, siente saudades por la patria.
    Aquella casa de nueve pisos comerciales
    es muy interesante.
    La casa colonial de la hacienda también era…
    En el elevador pienso en el campo,
    en el campo pienso en el elevador.
    Quien me hizo así fue mi gente y mi tierra,
    me gusta haber nacido con esa tara.
    Para mí, de todas las necedades, la mayor es suspirar
    por Europa.
    Europa es una ciudad muy vieja donde sólo hacen caso
    del dinero
    y tienen unas actrices de piernas adjetivas que engañan
    a uno.
    El francés, el italiano, el judío hablan una lengua de
    harapos.
    Aquí, al menos, uno sabe que todo es una canalla
    solamente.
    Lee su periódico, ataca al gobierno,
    se queja de la vida (la vida está tan cara)
    y al final acierta.

    Si mi verso no es, fue su oído que no oyó;
    ¿No dije a usted que no soy sino poeta?




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    Mensaje por Maria Lua Dom 02 Abr 2023, 21:30

    Necrología de los desilusionados del amor



    Los desilusionados del amor
    están descargando tiros en el pecho.
    De mi cuarto oigo la fusilería.
    Las amadas se retuercen de gozo.
    Oh cuánto material para los periódicos.

    Desilusionados pero fotografiados,
    escribieron cartas explicativas,
    tomaron todas las providencias
    para el remordimiento de las amadas.
    Pum pum pum adiós, melindrosa.
    Yo me voy, tú te quedas, mas nos veremos
    en el claro cielo o en el turbio infierno.

    Los médicos están haciendo la autopsia
    de los desilusionados que se mataron.
    Qué grandes corazones tenían ellos.
    Vísceras inmensas, tripas sentimentales
    y un estómago lleno de poesía…

    Ahora vamos hacia el cementerio
    a llevar a los cuerpos de los desilusionados
    encajonados debidamente
    (pasiones de primera y de segunda clase).

    Los desilusionados siguen ilusos,
    sin corazón, sin tripas, sin amor.
    Única fortuna: sus dientes de oro
    no servirán de depósito financiero,
    y cubiertos de tierra perderán el brillo;
    en cuanto a las amadas, bailarán una samba
    brava, violenta, sobre sus tumbas.



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    Mensaje por Maria Lua Lun 03 Abr 2023, 19:26

    Sentimiento del mundo



    Tengo tan sólo dos manos
    y el sentimiento del mundo.
    Pero estoy lleno de esclavos:
    mis recuerdos que escapan
    y lo que el cuerpo concilia
    en la confluencia del amor.

    Cuando me levante, el cielo
    estará muerto y saqueado,
    yo mismo estaré muerto,
    muerto mi deseo, muerto
    el pantano.

    Los camaradas no me dijeron
    que había guerra
    y era necesario
    traer fuego y alimento.

    Humildemente les pido me perdonen:
    me siento disperso.
    Anterior a las fronteras.

    Cuando los cuerpos pasen,
    yo quedaré solito
    deshilachando el recuerdo
    del campanillero, de la viuda, del microcopista
    que habitaban la barraca
    y no fueron encontrados
    al alba:
    alba más oscura que la noche.



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    Mensaje por Maria Lua Mar 04 Abr 2023, 17:44

    Los hombros soportan el mundo



    Llega una época en que no se dice más: Dios mío.
    Época de absoluta depuración.
    Época en que no se dice más: amor mío.
    Porque el amor resultó inútil.
    Y los ojos no lloran.
    Y las manos tejen apenas su rudo trabajo.
    Y el corazón está seco.

    En vano mujeres golpean la puerta: no abrirás.
    Te quedaste solo; la luz se apagó,
    pero en la sombra tus ojos brillan enormes,
    Eres todo certeza; ya no sabes sufrir
    y de tus amigos no esperas nada.

    Poco importa que llegue la vejez, ¿qué es la vejez?
    Tus hombros soportan el mundo:
    y no pesa más que la mano de un niño.
    Las guerras, las hambres, las discusiones dentro de los
    edificios
    prueban apenas que la vida prosigue
    y no todos se liberan todavía.
    Algunos, encontrando bárbaro el espectáculo,
    preferirían (los delicados) morir.
    Llegó una época en que da igual morir.
    Llegó una época en que la vida es una orden.
    La vida apenas, sin mistificación.






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    Mensaje por Maria Lua Miér 05 Abr 2023, 17:31

    Con las manos enlazadas



    No seré el poeta de un mundo caduco.
    Tampoco cantaré el mundo futuro.
    Estoy preso a la vida y observo a mis compañeros:
    están taciturnos mas nutren grandes esperanzas.
    Junto a ellos considero la enorme realidad.
    El presente es tan grande, no nos apartemos.
    No nos apartemos mucho, vayamos con las manos
    enlazadas.

    No seré el cantor de una mujer, de una historia;
    no hablaré de suspiros al anochecer, el paisaje visto desde la ventana,
    no distribuiré enervantes o cartas de suicida.
    No huiré a las islas ni seré raptado por serafines.
    El tiempo es mi materia, el tiempo presente, los hombres
    presentes,
    la vida presente.





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    Mensaje por Maria Lua Jue 06 Abr 2023, 21:32

    El luchador



    La lucha más vana
    es luchar con las palabras.
    Mientras tanto luchamos
    mal rompe el alba.
    Son muchas, yo solitario.
    Algunas, tan fuertes
    como el jabalí.
    No me juzgo loco.
    Si lo fuera, tendría
    el poder de encantarlas.
    Mas frío y lúcido,
    aparezco y quiero
    asir algunas
    para mi aumento
    en un día de vida.
    Se dejan enlazar,
    tontas a la caricia
    y de súbito huyen
    y no hay un mal presagio
    y no hay crueldad
    que las traiga de nuevo
    al centro de la plaza.

    Insisto, astuto
    Busco persuadirlas.
    Fingirme esclavo
    de rara humildad.
    Guardaré sigilo
    de nuestro comercio.
    En la voz, ningún amargor
    de aversión o disgusto.
    Sin oírme se deslizan,
    continúan levísimas
    y me vuelven el rostro.
    Luchar con las palabras
    parece sin fruto.
    No tienen carne ni sangre…
    Entretanto, lucho.
    Palabra, palabra
    (digo exasperado),
    si me desafías,
    acepto el combate.
    Quisiera poseerte
    en este descampado,
    sin seña de uña
    o marca de diente
    en esa piel clara.
    Prefieres el amor
    de una pose impía
    y que venga el gozo
    de la mayor tortura.

    Lucho cuerpo a cuerpo,
    lucho todo el tiempo,
    sin mayor provecho
    que el de la caza al viento
    No encuentro indumentaria
    ni formas seguras,
    es fluido enemigo
    que me dobla los músculos
    y se ríe de las normas
    de la buena pelea.

    Me eludo a veces,
    presiento que la entrega
    se consumará.
    Ya veo palabras
    en coro sumiso:
    ésta ofreciéndome
    su viejo calor,
    otra su gloria
    y su misterio,
    otra su desdén,
    otra sus celos;
    y un experto amor
    me enseña a disfrutar
    de cada palabra
    su esencia,
    el sutil gemido.
    Mas es ¡ay! el instante
    de entreabrir los ojos:
    entre beso y boca,
    todo se evapora.

    El ciclo del día
    ora se concluye
    y el inútil duelo
    jamás se resuelve.
    Tu bello rostro,
    oh palabra, resplandece
    en la curva de la noche
    que me envuelve.
    Tamaña pasión
    y ningún peculio.
    Cerradas las puertas,
    la lucha prosigue
    en las calles del sueño.


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    Mensaje por Maria Lua Jue 06 Abr 2023, 21:33

    Consideración sobre el poema



    No rimaré la palabra sueño,
    con la inadecuada palabra otoño.
    Rimaré con la palabra carne
    o cualquier otra: todas me convienen.
    Las palabras no nacen amarradas,
    ellas saltan, se besan, se disuelven;
    en el cielo libre a veces un diseño;
    son puras, largas, auténticas, indestructibles.

    Una piedra en medio del camino
    o apenas un rastro, no importa.
    Estos poetas son míos. Con todo orgullo,
    con toda precisión se incorporaron
    a mi fatal lado izquierdo. Hurto a Vinicius
    su más límpida elegía. Bebo en Murilo.
    Que Neruda me dé su corbata
    flameante. Me pierdo en Apollinaire. Adiós Maiakovski.
    Todos son hermanos míos, no son periódicos
    ni se deslizan en lancha entre camelias:
    son la vida que arriesgué.

    Estos poemas son míos. Son mi tierra
    y son todavía más que ella. Son cualquier hombre
    al mediodía en cualquier plaza. Son la linterna
    de cualquier posada, si todavía las hay.
    —¿Hay muertos? ¿Hay mercados, hay dolencias?
    Todo es mío. Ser explosivo, sin fronteras;
    ¿Por qué falsa mezquindad me afligiría?
    Que se depositen los besos en la faz blanca, en las
    principiantes arrugas.
    El beso aún es un signo ausente
    de comercio,
    flotando en tiempos sucios.

    Poeta de lo finito y de la materia,
    cantor sin piedad, sí, sin frágiles lágrimas,
    boca tan seca, pero ardor tan casto.
    Dar todo por la presencia de los distantes,
    sentir que hay ecos, pocos, mas cristal,
    no sólo roca; peces circulando
    bajo el navío que lleva este mensaje,
    y aves de pico largo verificando
    su derrota, y dos o tres faroles
    últimos: ¡esperanza del mar negro!

    Comenzar este viaje es mortal.
    Saber que hay todo. Y moverse en medio
    de millones y millones de formas raras,
    secretas, duras. He aquí mi canto.

    Es tan bajo que apenas lo escucha
    el oído pegado al suelo. Pero es tan alto
    que las piedras lo absorben. Está en la mesa:
    en libros, cartas y remedios.
    Se filtró por la pared. El camión, la calle,
    el uniforme del colegio se transforman:
    son oleadas de cariño envolviéndote.

    ¿Cómo huir al objeto mínimo
    o negarse al grande? Los temas pasan,
    Yo sé que pasarán, pero tú resistes,
    y creces como fuego, como casa,
    como rocío entre los dedos
    de la hierba en que reposan.

    Ahora te sigo a todas partes,
    y te deseo y te pierdo; estoy completo,
    me destino, me hago tan sublime,
    tan natural y lleno de secretos,
    tan firme, tan fiel… Como un cuchillo,
    el pueblo, mi poema, te atraviesa.





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    Mensaje por Maria Lua Vie 07 Abr 2023, 14:53

    Procura de poesía



    No hagas versos sobre acontecimientos.
    No hay creación ni muerte frente a la poesía.
    Ante ella la vida es un sol estático:
    no calienta ni ilumina.
    Las afinidades, los aniversarios, los incidentes personales
    no cuentan.
    No hagas poesía con el cuerpo:
    ese excelente, completo y confortable cuerpo tan indefenso
    a la efusión lírica.
    Tu gota de bilis, tu máscara de gozo o de dolor en lo oscuro
    son indiferentes.
    No me reveles tus sentimientos
    que se aprovechan de lo equívoco e inducen al largo viaje.
    Lo que piensas y sientes, eso todavía no es poesía.
    No cantes tu ciudad, déjala en paz.
    El canto no es el movimiento de las máquinas ni es el
    secreto de las casas.
    No es música oída de paso; rumor del mar en las calles
    junto a la línea de espuma.
    El canto no es la naturaleza
    ni los hombres en sociedad.
    Para él, lluvia y noche, fatiga y esperanza nada significan.
    La poesía (no saques poesía de las cosas)
    elude sujeto y objeto.

    No dramatices, no invoques,
    no indagues. No pierdas tiempo en mentir.
    No te aborrezcas.
    Tu yate de marfil, tu zapato de diamante,
    vuestras mazurcas y supersticiones, esqueletos de familia
    desaparecen en la curva del tiempo: es algo fútil.
    No reconstruyas
    tu sepulta y melancólica infancia.
    No osciles entre el espejo y la
    memoria en desaparición.
    Se disipó: no era poesía.
    Se partió: cristal no era.

    Penetra sordamente en el reino de las palabras.
    Allí están los poemas que esperan ser escritos.
    Están paralizados, pero no hay desesperación,
    hay calma y frescura en su superficie intacta.
    Helos solos y mudos, en estado de diccionario.
    Convive con tus poemas antes de escribirlos.
    Ten paciencia, si oscuros. Calma, si te provocan.
    Espera que cada uno se realice y consuma
    con su poder de palabra
    y su poder de silencio.
    No fuerces al poema a desprenderse del limbo.
    No recojas del suelo el poema que se perdió.
    No adules al poema. Acéptalo,
    como él aceptará su forma definitiva y concentrada
    en el espacio.

    Inclínate y contempla las palabras.
    Cada una
    tiene mil fases secretas bajo la faz neutra,
    y te pregunta, sin interés por la respuesta
    pobre o terrible que le des:
    ¿Trajiste la llave?

    Observa:
    Yermas de melodía y sentido
    ellas se refugian en la noche, las palabras.
    Todavía húmedas e impregnadas de sueño,
    fluyen en un río difícil y se transforman en desprecio.






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    Mensaje por Maria Lua Lun 10 Abr 2023, 09:22

    La flor y la náusea



    Pertenezco a mi clase y a algunas ropas,
    voy de blanco por las calles sucias.
    Melancolías, mercaderías me acechan.
    ¿Debo seguir hasta la náusea?
    ¿Puedo rebelarme sin armas?

    Ojos turbios en el reloj de la tarde:
    no, no ha llegado el tiempo de completa justicia.
    El tiempo aún es de heces, malos poemas, alucinaciones
    y espera.

    El tiempo pobre y el poeta pobre
    se funden en un mismo impasse.
    En vano intento explicarme. Los muros son sordos.
    Bajo la piel de las palabras hay cifras y códigos.
    El sol consuela a los enfermos y no los restablece.
    Las cosas. ¡Qué tristes son las cosas, consideradas sin
    énfasis!

    Vomitar este tedio sobre la ciudad.
    Cuarenta años y ningún problema
    resuelto, ni siquiera ubicado.
    Ninguna carta escrita ni recibida.

    Todos los hombres vuelven a casa.
    Son menos libres pero llevan periódicos
    y deletrean el mundo, sabiendo que lo pierden.

    Crímenes de la tierra, ¿cómo perdonarlos?
    Tomé parte en muchos y otros oculté.
    Algunos vi bellos, fueron publicados.
    Crímenes suaves que ayudan a vivir.
    Ración diaria de engaño distribuida en casa.
    Los feroces panaderos del mal.
    Los feroces lecheros del mal.

    Prender fuego a todo, incluso a mí.
    Al joven de 1918 lo llamaban anarquista.
    Sin embargo mi odio es lo mejor de mí.
    Con él me salvo:
    a casi nadie doy una esperanza mínima.

    ¡Una flor ha nacido en la calle!
    Pasan de largo, camiones, omnibuses, ríos de acero del
    tránsito.

    Una flor todavía descolorida
    elude a la policía: rompe el asfalto.
    ¡Guarden completo silencio, paralicen los negocios,
    aseguro que ha nacido una flor!

    Su color no se percibe.
    Sus pétalos no se abren.
    Su nombre no está en los libros.
    Es fea. Pero es realmente una flor.
    Me siento en el suelo de la capital del país a las cinco de
    la tarde
    y lentamente acaricio esta forma insegura.
    Del lado de las montañas, nubes espesas van
    agrandándose.
    Una lluvia menuda agita el mar como gallina espantada.
    Es fea. Pero es una flor. Ha roto el asfalto, el tedio, la
    náusea y el odio.


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    Mensaje por Maria Lua Miér 12 Abr 2023, 09:47

    Vida menor



    La fuga de lo real,
    todavía más grande la fuga de lo mágico,
    más grande que todo, la fuga de sí mismo,
    la fuga de la fuga, el exilio
    sin agua y sin palabra, la pérdida
    voluntaria del amor y la memoria,
    el eco
    ya no correspondiendo al llamado, y este fundiéndose,
    la mano tornándose enorme y desapareciendo
    desfigurada, todos los gestos al final imposibles,
    si no fútiles,
    la inutilidad del canto, la limpieza
    del color, ni brazo a moverse ni uña creciendo.
    Con todo, no la muerte.

    Mas la vida captada en su forma irreductible,
    ya sin ornato o comentario melódico,
    vida a que aspiramos como paz en el cansancio
    (no la muerte),
    vida mínima, esencial; un inicio; un sueño;
    menos que tierra sin calor; sin ironía ni ciencia;
    lo menos cruel que se puede desear: vida
    en que el aire, no respirado, todavía, me envuelva;
    ningún gasto de tejidos; ausencia de ellos;
    confusión entre mañana y tarde, ya sin dolor,
    porque el tiempo no se divide más en secciones; el
    tiempo
    eludido, domado.

    No lo muerto ni lo eterno o lo divino,
    apenas lo vivo, lo pequeñito, lo callado, indiferente
    y solitario vivo.
    Eso procuro.


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    Mensaje por Maria Lua Jue 13 Abr 2023, 20:54

    Legado



    ¿Qué recuerdo dejaré al país que me dio
    todo lo que recuerdo y soy, todo cuanto sentí?
    En la noche infinita, el tiempo breve olvidó
    mi incierta medalla, y mi nombre se ridiculiza.

    ¿Merezco esperar más que los otros?
    Tú no me engañas mundo, y yo no te engaño a ti.
    Esos monstruos actuales, no los cautiva Orfeo,
    vagan taciturnos, en lo incierto.
    No dejaré ningún canto radiante,
    una voz matinal palpitando en la bruma
    que arranque a cualquiera su más secreta espina.

    De todo cuanto fue mi paso caprichoso
    en esta vida, quedará,
    una piedra en medio del camino:
    el resto se esfuma.


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    Mensaje por Maria Lua Jue 13 Abr 2023, 20:55

    Sonetillo del falso Fernando Pessoa



    Donde nací, morí.
    Donde morí, existo.
    Y de las pieles que visto
    muchas hay que no vi.

    Sin mí como sin ti
    puedo durar. Renuncio
    a todo cuanto sea turbio
    que odié o sentí.

    Ni Fausto ni Mefisto
    a la diosa que ríe
    de nuestro íntimo juego

    heme diciendo: habito
    más allá, soy aquí, ninguno,
    mas no soy yo, ni esto.





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    Mensaje por Maria Lua Sáb 15 Abr 2023, 19:56

    Entre el ser y las cosas



    Al amor amor ando indagando
    al largo viento a la suave rosa
    y a todo me aventuro cuando
    hay la frescura de la cosa viva.

    Las almas no, ellas van soportando,
    olvidando la lección ya perdida.
    Vuelven amor, humor, vago y blando
    lo que es naturaleza corrosiva.

    En agua y piedra amor graba sus
    jeroglíficos y mensajes y sus
    verdades más secretas, más desnudas.

    Y ni los elementos encantados ,
    ven el amor que duele y provoca
    una hoguera en agotado día.






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    Mensaje por Maria Lua Dom 16 Abr 2023, 16:52

    Conocimiento de Jorge De Lima



    Era la negra Fulô que llamaba1
    de su negro vergel. Eran trompetas,
    salmos, carros de fuego, murmullos de
    Dios a sus elegidos, eran puras

    canciones de lavandera al pie de la
    fuente y era ella misma; nostálgicas
    emanaciones de infancia y porvenir,
    era un ay portugués deshecho en caña.

    Era un fluir de esencias y de formas
    más allá de la tierra, en torno al hombre.
    Invención de amor en tiempo atómico.

    Era el consultorio mítico, lunar
    (poesía antes de la luz, después de ella),
    era Jorge de Lima, eran sus ángeles.



    1Alusión al poema "Esa negra Fulô", del poeta Jorge de Lima.





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    Mensaje por Maria Lua Dom 16 Abr 2023, 20:18

    Entre el ser y las cosas



    Al amor amor ando indagando
    al largo viento a la suave rosa
    y a todo me aventuro cuando
    hay la frescura de la cosa viva.

    Las almas no, ellas van soportando,
    olvidando la lección ya perdida.
    Vuelven amor, humor, vago y blando
    lo que es naturaleza corrosiva.

    En agua y piedra amor graba sus
    jeroglíficos y mensajes y sus
    verdades más secretas, más desnudas.

    Y ni los elementos encantados ,
    ven el amor que duele y provoca
    una hoguera en agotado día.


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    Mensaje por Maria Lua Lun 17 Abr 2023, 12:35

    Los materiales de la vida



    Drls? Hago mi amor en vidrotil
    nuestros coitos serán de modernfold
    hasta que la lanza de interflex
    vivax nos separe
    en clavilux
    camabel camabel el valle divulga el eco
    sobre el vacío de ondalit
    la noche asfáltica
    Plkx


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    Mensaje por Maria Lua Lun 17 Abr 2023, 12:36

    Masacre



    Eran mil que atacaban
    el objeto indefendible
    y pa y pe y ui
    y vupt y rrr
    y la risa del pajarraco en el aire
    graznando
    mil que espiaban
    los alfabetos purpúreos
    desatándose
    sin rumbo
    y llmn y nss y yn
    eran mil que sentían
    que la vida refugia
    del acto de vivir
    y ahora circulaban
    sobre toda ruina.




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    Mensaje por Maria Lua Mar 18 Abr 2023, 19:21

    Amar-amargo



    Por qué amó por qué a!mó
    si sabía
    p r o h i b i d o p a s e a r s e n t i m i e n t o s
    tiernos o desesperados
    en este museo Del Prado indiferente
    dígame: pero por qué
    amar, sufrir, tal vez como se muere
    de viruela voluntaria peste ev
    idente?

    Ah! PORQUEAMÓ
    y se abrasó
    todo por dentro por fuera en los rincones en los ecos
    herman (a,o) retrato espejo por qué amó?
    Si era para
    o era por
    como si entretanto todavía
    toda vida, pero toda vida
    fuera la indagación de lo hallado y el agudo descuartizar
    de la carne del conocimiento, faltaba más!

    Permita caballer (o,a)
    amig (o,a) relévame
    de este malestar
    cantarino escarnizante piadoso
    este querer consolar sin mucha convicción
    lo que es inconsolable de oficio
    la muerte esconsolable consolatrix consonantísima
    la vida también
    todo también
    mas el amor car (o,a) colega, este no consuela
    nunca de nuncamás.






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    Mensaje por Maria Lua Miér 19 Abr 2023, 15:36

    Mario distante1



    En el marfil de tu ausencia
    permanece la luz brillante
    martillo
    vibrando en el verso y en la carta:
    El propio dolor es una felicidad.

    (Lo real, frente a frente,
    de perfil o de cabeza,
    fruto gordo cosechado
    y triturado, transformado
    por sobre las altas verjas que cercan
    la muerte).

    Mario aparición, Mario problema?
    A esa distancia lunar
    de todo y de todos, menos
    de tus múltiples retratos parlantes
    cascadas enmarañadas confidencias
    cilicios didácticos
    travesuras
    proverbios paulistas de madura melancolía,
    guardas la familiaridad y el sigilo
    que alternan los losangos
    con la piel seca del Arlequín.

    De lejos, sin contorno,
    se revela la alta ofrenda
    a nadie en particular, murmullo deshecho
    en el corazón de los desconocidos
    que viven al poeta negándole existencia
    rayo de amor general barroco sollozante.

    Mario arco-iris, mas tan exacto
    para mitigar sus colores y dolores
    allá donde, sordamente,
    turbación, paciencia y angustia se mezclaron.

    Tan mezquino tu recuerdo
    registrado en los archivos de la melancolía!
    Te veo libre, respirando
    la fina luz del día universal.



    1El poema alude a los libros: Losango caqui y Arlequinal, del poeta Mario de Andrade.






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    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





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    CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (Brasil, 31/10/ 1902 –  17/08/ 1987) - Página 18 Empty Re: CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (Brasil, 31/10/ 1902 – 17/08/ 1987)

    Mensaje por Maria Lua Jue 20 Abr 2023, 16:57

    Caza nocturna



    En lo oscuro
    el alto zumbido del escarabajo
    carcome los cristales del sueño.
    ¿Qué avión es ese, que lleva hacia Teherán
    una amistad un amor un muro de ochenta indiferencias
    que no acaba de pasar y rodea
    la casa perdida en la floresta
    inmueble?

    Va el oído filtrando
    en la trama del rumor sus nervaduras.
    Insecto múltiple reunido
    para formar el sordo zumbido,
    circular opresivo
    zunzin de mil zonzons zumbando en medio
    de la masa de calor
    de la noche en blanco.

    Son las electrobombas en servicio.
    La música de la sequía.
    Pickup que no para de girar.
    Gato que no cansa de ronronear.
    ¡Ah, cómo los conozco!
    Hacen parte de la vida esos poderosos
    motores de emboscada
    en la cacería lunar de agua, liebre esquiva
    atraída
    por un canal de desesperación e insomnio.

    ¿Qué gemido ligero, apenas zi,
    tímido, se incorpora al zon compacto?
    ¿Qué vocecilla medrosa suspira,
    que no zumba en el cóncavo nocturno?
    El motorcillo del poeta,
    pobre galgo de casa,
    1/4 de HP, cazando en vano.





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