Aires de Libertad

¿Quieres reaccionar a este mensaje? Regístrate en el foro con unos pocos clics o inicia sesión para continuar.

https://www.airesdelibertad.com

Leer, responder, comentar, asegura la integridad del espacio que compartes, gracias por elegirnos y participar

Estadísticas

Nuestros miembros han publicado un total de 1055995 mensajes en 48078 argumentos.

Tenemos 1580 miembros registrados

El último usuario registrado es Anneinpaintland

¿Quién está en línea?

En total hay 534 usuarios en línea: 1 Registrado, 0 Ocultos y 533 Invitados :: 3 Motores de búsqueda

Maria Lua


El record de usuarios en línea fue de 1156 durante el Mar 05 Dic 2023, 16:39

Últimos temas

» Jardines de La Tamarita (Barcelona)
Florbela Espanca (Vila Viçosa, Portugal, 8 de diciembre de 1894 - Matosinhos, Portugal, 8 de diciembre de 1930) - Página 13 EmptyHoy a las 21:05 por Maria Lua

» LA POESIA MÍSTICA DEL SUFISMO. LA CONFERENCIA DE LOS PÁJAROS.
Florbela Espanca (Vila Viçosa, Portugal, 8 de diciembre de 1894 - Matosinhos, Portugal, 8 de diciembre de 1930) - Página 13 EmptyHoy a las 13:30 por Maria Lua

» Fabricio Carpinejar (1972-
Florbela Espanca (Vila Viçosa, Portugal, 8 de diciembre de 1894 - Matosinhos, Portugal, 8 de diciembre de 1930) - Página 13 EmptyHoy a las 13:24 por Maria Lua

» ALICE RUIZ (1946-
Florbela Espanca (Vila Viçosa, Portugal, 8 de diciembre de 1894 - Matosinhos, Portugal, 8 de diciembre de 1930) - Página 13 EmptyHoy a las 13:22 por Maria Lua

» Luís Vaz de Camões (c.1524-1580)
Florbela Espanca (Vila Viçosa, Portugal, 8 de diciembre de 1894 - Matosinhos, Portugal, 8 de diciembre de 1930) - Página 13 EmptyHoy a las 13:18 por Maria Lua

» LA POESÍA PORTUGUESA - LA LITERATURA PORTUGUESA
Florbela Espanca (Vila Viçosa, Portugal, 8 de diciembre de 1894 - Matosinhos, Portugal, 8 de diciembre de 1930) - Página 13 EmptyHoy a las 13:16 por Maria Lua

»  FERNANDO PESSOA II (13/ 06/1888- 30/11/1935) )
Florbela Espanca (Vila Viçosa, Portugal, 8 de diciembre de 1894 - Matosinhos, Portugal, 8 de diciembre de 1930) - Página 13 EmptyHoy a las 13:15 por Maria Lua

» FRANCESCO PETRARCA (1304-1374)
Florbela Espanca (Vila Viçosa, Portugal, 8 de diciembre de 1894 - Matosinhos, Portugal, 8 de diciembre de 1930) - Página 13 EmptyHoy a las 13:09 por Maria Lua

» Rabindranath Tagore (1861-1941)
Florbela Espanca (Vila Viçosa, Portugal, 8 de diciembre de 1894 - Matosinhos, Portugal, 8 de diciembre de 1930) - Página 13 EmptyHoy a las 13:03 por Maria Lua

» Khalil Gibran (1883-1931)
Florbela Espanca (Vila Viçosa, Portugal, 8 de diciembre de 1894 - Matosinhos, Portugal, 8 de diciembre de 1930) - Página 13 EmptyHoy a las 13:00 por Maria Lua

Septiembre 2024

LunMarMiérJueVieSábDom
      1
2345678
9101112131415
16171819202122
23242526272829
30      

Calendario Calendario

Conectarse

Recuperar mi contraseña

Galería


Florbela Espanca (Vila Viçosa, Portugal, 8 de diciembre de 1894 - Matosinhos, Portugal, 8 de diciembre de 1930) - Página 13 Empty

+8
Fausto Antonio aybar
Gala Grosso
cecilia gargantini
Lluvia Abril
Marusa F.Macias
Evangelina Valdez
helena
Juan Martín
12 participantes

    Florbela Espanca (Vila Viçosa, Portugal, 8 de diciembre de 1894 - Matosinhos, Portugal, 8 de diciembre de 1930)

    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 74055
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    Florbela Espanca (Vila Viçosa, Portugal, 8 de diciembre de 1894 - Matosinhos, Portugal, 8 de diciembre de 1930) - Página 13 Empty Re: Florbela Espanca (Vila Viçosa, Portugal, 8 de diciembre de 1894 - Matosinhos, Portugal, 8 de diciembre de 1930)

    Mensaje por Maria Lua Dom 31 Ene 2021, 07:20

    Falo de ti às pedras das estradas,
    E ao sol que é loiro como o teu olhar,
    Falo ao rio, que desdobra a faiscar,
    Vestidos de Princesas e de Fadas;

    Falo às gaivotas de asas desdobradas,
    Lembrando lenços brancos a acenar,
    E aos mastros que apunhalam o luar
    Na solidão das noites consteladas;

    Digo os anseios, os sonhos, os desejos
    Donde a tua alma, tonta de vitória
    Levanta ao céu a torre dos meus beijos!

    E os meus gritos de amor, cruzando o espaço,
    Sobre os brocados fúlgidos da glória,
    São astros que me tombam do regaço!


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 74055
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    Florbela Espanca (Vila Viçosa, Portugal, 8 de diciembre de 1894 - Matosinhos, Portugal, 8 de diciembre de 1930) - Página 13 Empty Re: Florbela Espanca (Vila Viçosa, Portugal, 8 de diciembre de 1894 - Matosinhos, Portugal, 8 de diciembre de 1930)

    Mensaje por Maria Lua Lun 01 Feb 2021, 10:19

    MENDIGA


    Na vida nada tenho e nada sou;
    Eu ando a mendigar pelas estradas...
    No silêncio das noites estreladas
    Caminho, sem saber para onde vou!

    Tinha o manto do sol... quem mo roubou?!
    Quem pisou minhas rosas desfolhadas?!
    Quem foi que sobre as ondas revoltadas
    A minha taça de oiro espedaçou?!

    Agora vou andando e mendigando,
    Sem que um olhar dos mundos infinitos
    Veja passar o verme, rastejando...

    Ah, quem me dera ser como os chacais
    Uivando os brados, rouquejando os gritos
    Na solidão dos ermos matagais!...


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 74055
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    Florbela Espanca (Vila Viçosa, Portugal, 8 de diciembre de 1894 - Matosinhos, Portugal, 8 de diciembre de 1930) - Página 13 Empty Re: Florbela Espanca (Vila Viçosa, Portugal, 8 de diciembre de 1894 - Matosinhos, Portugal, 8 de diciembre de 1930)

    Mensaje por Maria Lua Mar 02 Feb 2021, 08:07

    ?


    Quem fez ao sapo o leito carmesim
    De rosas desfolhadas à noitinha?
    E quem vestiu de monja a andorinha,
    E perfumou as sombras do jardim?

    Quem cinzelou estrelas no jasmim?
    Quem deu esses cabelos de rainha
    Ao girassol? Quem fez o mar? E a minha
    Alma a sangrar? Quem me criou a mim?

    Quem fez os homens e deu vida aos lobos?
    Santa Teresa em místicos arroubos?
    Os monstros? E os profetas? E o luar?

    Quem nos deu asas para andar de rastros?
    Quem nos deu olhos para ver os astros
    - Sem nos dar braços para os alcançar?!...


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 74055
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    Florbela Espanca (Vila Viçosa, Portugal, 8 de diciembre de 1894 - Matosinhos, Portugal, 8 de diciembre de 1930) - Página 13 Empty Re: Florbela Espanca (Vila Viçosa, Portugal, 8 de diciembre de 1894 - Matosinhos, Portugal, 8 de diciembre de 1930)

    Mensaje por Maria Lua Miér 03 Feb 2021, 05:55

    Eu queria mais altas as estrelas,
    Mais largo o espaço, o sol mais criador,
    Mais refulgente a lua, o mar maior,
    Mais cavadas as ondas e mais belas;

    Mais amplas, mais rasgadas as janelas
    Das almas, mais rosais a abrir em flor,
    Mais montanhas, mais asas de condor,
    Mais sangue sobre a cruz das caravelas!

    E abrir os braços e viver a vida,
    - Quanto mais funda e lúgubre a descida
    Mais alta é a ladeira que não cansa!

    E, acabada a tarefa... em paz, contente,
    Um dia adormecer, serenamente,
    Como dorme no berço uma criança


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 74055
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    Florbela Espanca (Vila Viçosa, Portugal, 8 de diciembre de 1894 - Matosinhos, Portugal, 8 de diciembre de 1930) - Página 13 Empty Re: Florbela Espanca (Vila Viçosa, Portugal, 8 de diciembre de 1894 - Matosinhos, Portugal, 8 de diciembre de 1930)

    Mensaje por Maria Lua Jue 04 Feb 2021, 06:13

    Saudades


    Saudades! Sim.. talvez.. e por que não?...
    Se o sonho foi tão alto e forte
    Que pensara vê-lo até à morte
    Deslumbrar-me de luz o coração!

    Esquecer! Para quê?... Ah, como é vão!
    Que tudo isso, Amor, nos não importe.
    Se ele deixou beleza que conforte
    Deve-nos ser sagrado como o pão.

    Quantas vezes, Amor, já te esqueci,
    Para mais doidamente me lembrar
    Mais decididamente me lembrar de ti!

    E quem dera que fosse sempre assim:
    Quanto menos quisesse recordar
    Mais saudade andasse presa a mim!

    Florbela Espanca, in "Livro de Sóror Saudade"


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 74055
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    Florbela Espanca (Vila Viçosa, Portugal, 8 de diciembre de 1894 - Matosinhos, Portugal, 8 de diciembre de 1930) - Página 13 Empty Re: Florbela Espanca (Vila Viçosa, Portugal, 8 de diciembre de 1894 - Matosinhos, Portugal, 8 de diciembre de 1930)

    Mensaje por Maria Lua Jue 04 Feb 2021, 06:27

    A FLOR DO SONHO


    A Flor do Sonho, alvíssima, divina,
    Miraculosamente abriu em mim,
    Como se uma magnólia de cetim
    Fosse florir num muro todo em ruína.

    Pende em meu seio a haste branda e fina
    E não posso entender como é que, enfim,
    Essa tão rara flor abriu assim! ...
    Milagre ... fantasia ... ou, talvez, sina ...

    Ó Flor que em mim nasceste sem abrolhos,
    Que tem que sejam tristes os meus olhos
    Se eles são tristes pelo amor de ti?! ...

    Desde que em mim nasceste em noite calma,
    Voou ao longe a asa da minha’alma
    E nunca, nunca mais eu me entendi ...




    ******************




    La Flor del Sueño




    El sueño alvíssima Flor, Dios
    milagrosamente se abrió en mí,
    Como un satén de la magnolia
    Fosse florecer toda una pared en la ruina.


    Pende en mi seno la barra blanda y fina.
    Y no puedo entender cómo, por último,
    Esa flor tan rara abrió así! ...
    milagro ... fantasía ... o tal vez el destino ...


    O FLORÉZCAME nacido sin cardos,
    que tiene que ser triste mis ojos
    Si están mal por su amor! ...


    Dado que usted nació en mí en la noche tranquila,
    voló a la extrema de mi alma
    Y nunca, nunca me ha entendido ...


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 74055
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    Florbela Espanca (Vila Viçosa, Portugal, 8 de diciembre de 1894 - Matosinhos, Portugal, 8 de diciembre de 1930) - Página 13 Empty Re: Florbela Espanca (Vila Viçosa, Portugal, 8 de diciembre de 1894 - Matosinhos, Portugal, 8 de diciembre de 1930)

    Mensaje por Maria Lua Vie 05 Feb 2021, 06:21

    FOLHAS DE ROSA

    Todas as prendas que me deste, um dia,
    Guardei-as, meu encanto, quase a medo,
    E quando a noite espreita o pôr-do-sol,
    Eu vou falar com elas em segredo...

    E falo-lhes d’amores e de ilusões,
    Choro e rio com elas, mansamente...
    Pouco a pouco o perfume do outrora
    Flutua em volta delas, docemente...

    Pelo copinho de cristal e prata
    Bebo uma saudade estranha e vaga,
    Uma saudade imensa e infinita
    Que, triste, me deslumbra e m’embriaga

    O espelho de prata cinzelada,
    A doce oferta que eu amava tanto,
    Que reflectia outrora tantos risos,
    E agora reflecte apenas pranto,

    E o colar de pedras preciosas,
    De lágrimas e estrelas constelado,
    Resumem em seus brilhos o que tenho
    De vago e de feliz no meu passado...

    Mas de todas as prendas, a mais rara,
    Aquela que mais fala à fantasia,
    São as folhas daquela rosa branca
    Que a meus pés desfolhaste, aquele dia...


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 74055
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    Florbela Espanca (Vila Viçosa, Portugal, 8 de diciembre de 1894 - Matosinhos, Portugal, 8 de diciembre de 1930) - Página 13 Empty Re: Florbela Espanca (Vila Viçosa, Portugal, 8 de diciembre de 1894 - Matosinhos, Portugal, 8 de diciembre de 1930)

    Mensaje por Maria Lua Sáb 06 Feb 2021, 05:27

    Dize-me, Amor, como te sou querida,
    Conta-me a glória do teu sonho eleito,
    Aninha-me a sorrir junto ao teu peito,
    Arranca-me dos pântanos da vida.

    Embriagada numa estranha lida,
    Trago nas mãos o coração desfeito.
    Mostra-me a luz, ensina-me o preceito
    Que me salve e levante redimida!

    Nesta negra cisterna em que me afundo,
    Sem quimeras, sem crenças, sem ternura,
    Agonia sem fé dum moribundo,

    Grito o teu nome, numa sede estranha,
    Como se fosse, Amor, toda a frescura
    Das cristalinas águas da montanha!


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 74055
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    Florbela Espanca (Vila Viçosa, Portugal, 8 de diciembre de 1894 - Matosinhos, Portugal, 8 de diciembre de 1930) - Página 13 Empty Re: Florbela Espanca (Vila Viçosa, Portugal, 8 de diciembre de 1894 - Matosinhos, Portugal, 8 de diciembre de 1930)

    Mensaje por Maria Lua Miér 10 Feb 2021, 09:04

    VAIDADE

    Sonho que sou a Poetisa eleita,
    Aquela que diz tudo e tudo sabe,
    Que tem a inspiração pura e perfeita,
    Que reúne num verso a imensidade!

    Sonho que um verso meu tem claridade
    Para encher todo o mundo! E que deleita
    Mesmo aqueles que morrem de saudade!
    Mesmo os de alma profunda e insatisfeita!

    Sonho que sou Alguém cá neste mundo...
    Aquela de saber vasto e profundo,
    Aos pés de quem a Terra anda curvada!

    E quando mais no céu eu vou sonhando,
    E quando mais no alto ando voando,
    Acordo do meu sonho... E não sou nada!...






    *******************



    VANIDAD

    Sueño que soy la poetisa preferida,
    la que todo lo dice y todo lo sabe,
    la que posee la inspiración pura y perfecta,
    la que reúne en un verso todo el océano.

    ¡Sueño que un verso mío tiene esplendor
    para llenar el mundo entero! ¡Y que deleita
    incluso a los que mueren de añoranza!;
    ¡incluso a los de alma profunda y desgraciada!

    Sueño que soy Alguien en este mundo...;
    ¡aquella de un saber grande y profundo,
    a los pies de quien la tierra anda curvada!

    Y cuando más en el cielo estoy soñando,
    y cuando más en lo alto voy volando,
    despierto de mi sueño... ¡Y no soy nada!...





    Florbela Espanca, in "Livro de Mágoas (1919)"
    Versión: Juan Martín


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 74055
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    Florbela Espanca (Vila Viçosa, Portugal, 8 de diciembre de 1894 - Matosinhos, Portugal, 8 de diciembre de 1930) - Página 13 Empty Re: Florbela Espanca (Vila Viçosa, Portugal, 8 de diciembre de 1894 - Matosinhos, Portugal, 8 de diciembre de 1930)

    Mensaje por Maria Lua Jue 11 Feb 2021, 04:46

    ¡Amor mío! ¡Mi amante! ¡Mi amigo!
    Coge la hora que pasa, la hora divina,
    ¡Bébela dentro de mí, bébela conmigo!
    ¡Me siento alegre y fuerte! ¡Soy una niña!

    Yo tengo, Amor, la cintura esbelta y fina…
    Piel dorada de alabastro antiguo…
    Frágiles manos de madona florentina…
    -¡Vamos a corres y reír por entre los trigos!-

    Hay encajes de gramíneas por los montes…
    Amapolas rojas en los trigales maduros…
    Agua azulada cintilando en las fuentes…

    Y a la vuelta, Amor… convirtamos, en las alfombras
    De los caminos salvajes y oscuros,
    ¡En un astro sólo nuestras dos sombras!...


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 74055
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    Florbela Espanca (Vila Viçosa, Portugal, 8 de diciembre de 1894 - Matosinhos, Portugal, 8 de diciembre de 1930) - Página 13 Empty Re: Florbela Espanca (Vila Viçosa, Portugal, 8 de diciembre de 1894 - Matosinhos, Portugal, 8 de diciembre de 1930)

    Mensaje por Maria Lua Sáb 13 Feb 2021, 06:16

    Fanatismo


    Minh'alma, de sonhar-te, anda perdida.
    Meus olhos andam cegos de te ver.
    Não és sequer razão do meu viver
    Pois que tu és já toda a minha vida!

    Não vejo nada assim enlouquecida...
    Passo no mundo, meu Amor, a ler
    No mist'rioso livro do teu ser
    A mesma história tantas vezes lida!...

    "Tudo no mundo é frágil, tudo passa...
    Quando me dizem isto, toda a graça
    Duma boca divina fala em mim!

    E, olhos postos em ti, digo de rastros:
    "Ah! podem voar mundos, morrer astros,
    Que tu és como Deus: princípio e fim!..."



    Florbela Espanca, in "Livro de Sóror Saudade"
    // Consultar versos e eventuais rimas


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 74055
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    Florbela Espanca (Vila Viçosa, Portugal, 8 de diciembre de 1894 - Matosinhos, Portugal, 8 de diciembre de 1930) - Página 13 Empty Re: Florbela Espanca (Vila Viçosa, Portugal, 8 de diciembre de 1894 - Matosinhos, Portugal, 8 de diciembre de 1930)

    Mensaje por Maria Lua Sáb 13 Feb 2021, 21:52

    Na vida nada tenho e nada sou;
    Eu ando a mendigar pelas estradas...
    No silêncio das noites estreladas
    Caminho, sem saber para onde vou!

    Tinha o manto do sol... quem mo roubou?!
    Quem pisou minhas rosas desfolhadas?!
    Quem foi que sobre as ondas revoltadas
    A minha taça de oiro espedaçou?!

    Agora vou andando e mendigando,
    Sem que um olhar dos mundos infinitos
    Veja passar o verme, rastejando...

    Ah, quem me dera ser como os chacais
    Uivando os brados, rouquejando os gritos
    Na solidão dos ermos matagais!..


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 74055
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    Florbela Espanca (Vila Viçosa, Portugal, 8 de diciembre de 1894 - Matosinhos, Portugal, 8 de diciembre de 1930) - Página 13 Empty Re: Florbela Espanca (Vila Viçosa, Portugal, 8 de diciembre de 1894 - Matosinhos, Portugal, 8 de diciembre de 1930)

    Mensaje por Maria Lua Dom 14 Feb 2021, 05:29

    EXALTAÇÃO

    viver! Beber o vento e o sol! Erguer
    Ao céu os corações a palpitar!
    Deus fez os nossos braços pra prender,
    E a boca fez-se sangue pra beijar!

    A chama, sempre rubra, ao alto a arder!
    Asas sempre perdidas a pairar!
    Mais alto até estrelas desprender!
    A glória! A fama! Orgulho de criar!

    Da vida tenho o mel e tenho os travos
    No lago dos meus olhos de violetas,
    Nos meus beijos estáticos, pagãos!

    Trago na boca o coração dos cravos!
    Boêmios, vagabundos, e poetas,
    Com eu sou vossa Irmã, ó meus Irmãos!


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 74055
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    Florbela Espanca (Vila Viçosa, Portugal, 8 de diciembre de 1894 - Matosinhos, Portugal, 8 de diciembre de 1930) - Página 13 Empty Re: Florbela Espanca (Vila Viçosa, Portugal, 8 de diciembre de 1894 - Matosinhos, Portugal, 8 de diciembre de 1930)

    Mensaje por Maria Lua Lun 15 Feb 2021, 15:08

    I

    Gosto de ti apaixonadamente,
    de ti que és a vitória, a salvação,
    de ti que me trouxeste pela mão
    até ao brilho desta chama quente.

    A tua linda voz de água corrente
    ensinou-me a cantar... e essa canção
    foi ritmo nos meus versos de paixão,
    foi graça no meu peito de descrente.

    Bordão a amparar minha cegueira,
    da noite negra o mágico farol,
    cravos rubros a arder numa fogueira!

    E eu, que era neste mundo uma vencida,
    ergo a cabeça ao alto, encaro o Sol!
    – águia real, apontas-me a subida!


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 74055
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    Florbela Espanca (Vila Viçosa, Portugal, 8 de diciembre de 1894 - Matosinhos, Portugal, 8 de diciembre de 1930) - Página 13 Empty Re: Florbela Espanca (Vila Viçosa, Portugal, 8 de diciembre de 1894 - Matosinhos, Portugal, 8 de diciembre de 1930)

    Mensaje por Maria Lua Jue 18 Feb 2021, 15:25

    rémito do meu corpo a procurar-te,
    Febre das minhas mãos na tua pele
    Que cheira a âmbar, a baunilha e a mel,
    Doído anseio dos meus braços a abraçar-te,

    Olhos buscando os teus por toda a parte,
    Sede de beijos, amargor de fel,
    Estonteante fome, áspera e cruel,
    Que nada existe que a mitigue e a farte!

    E vejo-te tão longe! Sinto tua alma
    Junto da minha, uma lagoa calma,
    A dizer-me, a cantar que não me amas...

    E o meu coração que tu não sentes,
    Vai boiando ao acaso das correntes,
    Esquife negro sobre um mar de chamas...


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 74055
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    Florbela Espanca (Vila Viçosa, Portugal, 8 de diciembre de 1894 - Matosinhos, Portugal, 8 de diciembre de 1930) - Página 13 Empty Re: Florbela Espanca (Vila Viçosa, Portugal, 8 de diciembre de 1894 - Matosinhos, Portugal, 8 de diciembre de 1930)

    Mensaje por Maria Lua Sáb 20 Feb 2021, 05:13

    Lágrimas ocultas


    Se me ponho a cismar em outras eras
    Em que ri e cantei, em que era q'rida,
    Parece-me que foi noutras esferas,
    Parece-me que foi numa outra vida...


    E a minha triste boca dolorida
    Que dantes tinha o rir das Primaveras,
    Esbate as linhas graves e severas
    E cai num abandono de esquecida!


    E fico, pensativa, olhando o vago...
    Toma a brandura plácida dum lago
    O meu rosto de monja de marfim...


    E as lágrimas que choro, branca e calma,
    Ninguém as vê brotar dentro da alma!
    Ninguém as vê cair dentro de mim!


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 74055
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    Florbela Espanca (Vila Viçosa, Portugal, 8 de diciembre de 1894 - Matosinhos, Portugal, 8 de diciembre de 1930) - Página 13 Empty Re: Florbela Espanca (Vila Viçosa, Portugal, 8 de diciembre de 1894 - Matosinhos, Portugal, 8 de diciembre de 1930)

    Mensaje por Maria Lua Mar 23 Feb 2021, 05:22

    JUNQUILHOS...


    Nessa tarde mimosa de saudade
    Em que eu te vi partir, ó meu amor,
    Levaste-me a minh'alma apaixonada
    Nas olhas perfumadas duma flor.

    E como a alma, dessa florzita,
    Que é a minha, por ti palpita amante!
    Oh alma doce, pequenina e branca,
    Conserva o teu perfume estonteante!

    Quando fores velha, emurchecida e triste,
    Recorda ao meu amor, com teu perfume
    A paixão que deixou e qu'inda existe...

    Ai, dize-lhe que se lembre dessa tarde,
    Que venha aquecer-se ao brando lume
    Dos meus olhos que morrem de saudade!


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 74055
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    Florbela Espanca (Vila Viçosa, Portugal, 8 de diciembre de 1894 - Matosinhos, Portugal, 8 de diciembre de 1930) - Página 13 Empty Re: Florbela Espanca (Vila Viçosa, Portugal, 8 de diciembre de 1894 - Matosinhos, Portugal, 8 de diciembre de 1930)

    Mensaje por Maria Lua Mar 23 Feb 2021, 05:29

    DOCE MILAGRE

    O dia chora. Agonizo
    Com ele meu doce amor.
    Nem a sombra dum sorriso,
    Na Natureza diviso,
    A dar-lhe vida e frescor!

    A triste bruma, pesada,
    Parece, detrás da serra
    Fina renda, esfarrapada,
    De Malines, desdobrada
    Em mil voltas pela terra!

    (O dia parece um réu.
    Bate a chuva nas vidraças.)

    As avezitas, coitadas,
    'Squeceram hoje o cantar.
    As flores pendem, fanadas
    Nas finas hastes, cansadas
    De tanto e tanto chorar...

    O dia parece um réu.
    Bate a chuva nas vidraças.
    É tudo um imenso véu.
    Nem a terra nem o céu
    Se distingue. Mas tu passas...

    E o sol doirado aparece.
    O dia é uma gargalhada.
    A Natureza endoidece
    A cantar. Tudo enternece
    A minh'alma angustiada!

    Rasgam-se todos os véus
    As flores abrem, sorrindo.
    Pois se eu vejo os olhos teus
    A fitarem-se nos meus,
    Não há de tudo ser lindo?!

    Se eles são prodigiosos
    Esses teus olhos suaves!
    Basta fitá-los, mimosos,
    Em dias assim chuvosos,
    Para ouvir cantar as aves!

    A Natureza, zangada,
    Não quer os dias risonhos?...
    Tu passas... e uma alvorada
    Pra mim abre perfumada,
    Enche-me o peito de sonhos!


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 74055
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    Florbela Espanca (Vila Viçosa, Portugal, 8 de diciembre de 1894 - Matosinhos, Portugal, 8 de diciembre de 1930) - Página 13 Empty Re: Florbela Espanca (Vila Viçosa, Portugal, 8 de diciembre de 1894 - Matosinhos, Portugal, 8 de diciembre de 1930)

    Mensaje por Maria Lua Miér 24 Feb 2021, 06:57

    EU

    Eu sou a que no mundo anda perdida,
    Eu sou a que na vida não tem norte,
    Sou a irmã do Sonho, e desta sorte
    Sou a crucificada... a dolorida...

    Sombra de névoa tênue e esvaecida,
    E que o destino amargo, triste e forte,
    Impele brutalmente para a morte!
    Alma de luto sempre incompreendida!...

    Sou aquela que passa e ninguém vê...
    Sou a que chamam triste sem o ser...
    Sou a que chora sem saber por quê...

    Sou talvez a visão que Alguém sonhou,
    Alguém que veio ao mundo pra me ver,
    E que nunca na vida me encontrou!




    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 74055
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    Florbela Espanca (Vila Viçosa, Portugal, 8 de diciembre de 1894 - Matosinhos, Portugal, 8 de diciembre de 1930) - Página 13 Empty Re: Florbela Espanca (Vila Viçosa, Portugal, 8 de diciembre de 1894 - Matosinhos, Portugal, 8 de diciembre de 1930)

    Mensaje por Maria Lua Jue 25 Feb 2021, 08:00

    El soneto «Toledo» de Florbela Espanca

    Abatida por la muerte de su amado, la poeta lusa decide ir a Toledo cruzando «los feraces valles portugueses, los desolados campos de Castilla»

    Florbela Espanca, nacida en el Alentejo, en Vila Viçosa, en 1894, no lejos de la frontera española, es una referencia emblemática dentro del trascurrir de la rica literatura portuguesa. Con una salud quebrada desde muy pronto en un ánimo tormentoso, se suicidó, ingiriendo dos frascos de Veronal, el 8 de diciembre de 1930, día de su 36º aniversario. Literariamente independiente dentro del panorama generacional de su tiempo, escribió, como subraya Ángel Crespo, «una larga serie de sonetos repartidos en varios libros pero que forman una coherente unidad, algunos de los cuales se cuentan entre los más bellos de la lengua portuguesa». Pudiendo ser, como recalca la crítica, «una continuadora moderna de Rosalía de Castro, poeta a la que con seguridad tuvo que leer» (César Antonio Molina); situadas ambas en un mismo ámbito lingüístico galaico-portugués.

    Florbela tuvo una dichosa infancia a pesar de que su padre, Juan María Espanca, casado con la estéril Mariana do Carmo, tuvo dos hijos, Florbela y Apeles, a los que durante años no reconoció, con una especie de madre de alquiler llamada Antónia Lobo. Aunque al parecer Antónia y Mariana se llevaban bien, siendo esta última la madrina de esa niña de padre desconocido. También mucho estimaba Florbela a Henriqueta de Almeida, una de las criadas de la casa a la que el padre se une y con la que después se casa. Reconocida al fin nuestra poeta por su padre después de fallecer Florbela, ya muerto el padre Henriqueta llega a ser la heredera universal de los derechos de su obra.

    Florbela Espanca fue una mujer bien formada intelectualmente. Su padre, buen fotógrafo (habiendo abierto un prestigioso estudio en Évora) y uno de los pioneros que llevó el cinematógrafo a Portugal, la apoyó siempre para que estudiase. Hizo la primaria en su pueblo y el liceo en Évora, siendo de las pocas niñas que asistían a clase y, más tarde, de las poquísimas primeras mujeres matriculadas en la Universidad de Lisboa. Traducía del francés publicando sus traducciones en el mundo editorial portuense. Ejerció de profesora en Évora y Lisboa. Datos que refuerzan una avanzada consideración feminista en torno a ella. Y hasta un momento dado era una chica muy alegre.

    Su íntima amiga Milburges Ferreira defendía después de su muerte su jovial temperamento, precisando que la tristeza que escondía su alma la guardaba sólo celosamente para sus versos. Era guapa y poseía una atractiva silueta. Se casó tres veces, con un profesor, con un alférez de la Guardia Nacional Republicana, con un médico. Llegó a tener otros amoríos que soliviantaron sus matrimonios. Se frustró hondamente al padecer esos dos abortos que le impidieron tener hijos. Al cabo, una aguda neurosis, complicada con un edema pulmonar, pues fumaba mucho, la dominó hasta abocar a su trágico final. Ese desequilibro quedó muy tocado por la muerte de su hermano Apeles, apreciadísimo y muy amado por Florbela; Apeles, teniente de la Marina portuguesa, se suicidó haciendo precipitar el hidroavión que pilotaba en las aguas lisboetas del Tajo.


    Su obra poética no sólo está influida por su frágil estado anímico, sino por su fervor al paisaje alentejano natal, extendido hacia todo el país (influida en esto por António Nobre) y sobre todo por esa persistente tendencia del pueblo portugués orientada a la mágoa, a la saudade, a la congoja, a la nostalgia, que no es más que un recóndito orgullo de destino frustrado en el que muchas veces Portugal se abriga. Dotada desde muy pronto con el don poético, a los ocho años escribe su primer poema, «A vida e a morte».

    Esa colección de sonetos en que su obra se encauza, se reparte en los tres libros que ella misma organizó para la imprenta: Livro de mágoas (1919), Livro de Sóror Saudade (1923) y Charneca em flor (1931). También autora de un diario y el libro de relatos Las máscaras del destino, ofrecido a la memoria de Apeles. A partir de 1934, cuando en Coimbra se publican los sonetos completos de Florbela, su obra no ha dejado de difundirse en el país vecino, fijando su recuerdo a través de la piedra, la música, el celuloide o el grafiti. En España disponemos de algunas buenas ediciones de su legado literario. Editoriales como Torremozas, Alborada, Editora Regional de Extremadura o Esquilo han reeditado en castellano su recóndita e importante obra, aportando provechosos trechos biográficos. De este haz quiero destacar la antología que el poeta Ángel Guinda, ducho en la traducción de poesía en portugués (tanto portuguesa como brasileña), elaboró agrupando sus poemas en una deliciosa compilación de 69 sonetos a la que el vate zaragozano tituló Las espinas de la rosa y que publicó en 2002, en edición bilingüe, la editorial maña Olifante, vigente y muy activa.

    Aquí el mérito es doble, pues a la calidad de la poesía de Florbela Espanca se une el cuidado del traductor-poeta, donando realmente nuevos y grandes textos incorporados al acervo español al traducir los de Florbela. Guinda, con admirable síntesis, informa: «Su existencia fue un peregrinaje en llamas por el desierto de la realidad en busca de lo ideal».

    Todas las cronologías sobre la autora dan cuenta de sus diversas estancias en varias poblaciones portuguesas, pero ninguna de las muchas que he manejado refiere que la poetisa viajara fuera de Portugal. Por eso es de gran interés su soneto dedicado a Toledo, incluido en su libro Charneca em flor (Erial en flor), de aparición póstuma, publicado por su valedor Guido Battelli. Es posible que la autora, siguiendo modas de la época, contemplara en libros, de carácter romántico, grabados representando a la Ciudad Imperial, muy decadente entonces, aun conservando su inefable intemporalidad. Y pudiera ser también que Florbela viese Toledo en fotos de su padre, que había viajado por Europa realizando daguerrotipos. Ya en un relato de Las mácaras del destino, «Las oraciones de Sor María de la Pureza», el personaje Mariazinha, abatida por la muerte de su amado, decide ir a Toledo cruzando «los feraces valles portugueses, los desolados campos de Castilla», para ingresar en un convento de monjas; reflejando el ambiente de la ciudad de modo insuperable:

    «Llegó a Toledo una mañana de lluvia. La ciudad, monástica y triste, parada en la evolución de los siglos, tan curiosa con sus calles estrechas y tortuosas, sus arcos, sus escaleritas, su aspecto severo de monja…». Es algo sospechoso que dé tan precisos detalles sin haber estado nunca en la ciudad. En todo caso, su admiración a la «peñascosa pesadumbre» es intensa, arrobadora. Comienza su poema afirmando: «Diluido en una copa de oro ardiendo / Toledo es un rubí».

    Son los tercetos los que atesoran una gran emoción ante la imponente presencia toledana, estuviese Florbela o no en Toledo: «Ajusto la mirada donde subsiste / un aviso romántico, vago y mudo. / Un gran amor es siempre grave y triste. // A lo lejos brilla el esmalte azul del Tajo… / Yergue al cielo una torre un grito agudo… / Tu boca me deshace en un beso». Estrofas que contienen el paradigmático verso de Florbela: «Um grande amor é sempre grave e triste». ¡Un gran amor es siempre grave y triste!»



    TOLEDO



    Diluído numa taça de ouro a arder

    Toledo é um rubi. E hoje é só nosso!/

    O sol a rir…Viv´alma…Não esboço

    Um gesto que me não sinta esvaecer…/


    As tuas mãos tateiam-me a tremer…/

    Meu corpo de âmbar, harmonioso e moço,/

    É como um jasmineiro em alvoroço

    Ébrio de sol, de aroma, de prazer!


    Cerro um pouco o olhar, onde subsiste/

    Um romântico apelo vago e mudo

    - Um grande amor é sempre grave e triste./


    Flameja ao longe o esmalte azul do Tejo…/

    Uma torre ergue ao céu um grito agudo…/

    Tua boca desfolha-me num beijo…






    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 74055
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    Florbela Espanca (Vila Viçosa, Portugal, 8 de diciembre de 1894 - Matosinhos, Portugal, 8 de diciembre de 1930) - Página 13 Empty Re: Florbela Espanca (Vila Viçosa, Portugal, 8 de diciembre de 1894 - Matosinhos, Portugal, 8 de diciembre de 1930)

    Mensaje por Maria Lua Dom 28 Feb 2021, 10:45

    Quem fez ao sapo o leito carmesim
    De rosas desfolhadas à noitinha?
    E quem vestiu de monja a andorinha,
    E perfumou as sombras do jardim?

    Quem cinzelou estrelas no jasmim?
    Quem deu esses cabelos de rainha
    Ao girassol? Quem fez o mar? E a minha
    Alma a sangrar? Quem me criou a mim?

    Quem fez os homens e deu vida aos lobos?
    Santa Teresa em místicos arroubos?
    Os monstros? E os profetas? E o luar?

    Quem nos deu asas para andar de rastros?
    Quem nos deu olhos para ver os astros
    - Sem nos dar braços para os alcançar?!...



    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 74055
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    Florbela Espanca (Vila Viçosa, Portugal, 8 de diciembre de 1894 - Matosinhos, Portugal, 8 de diciembre de 1930) - Página 13 Empty Re: Florbela Espanca (Vila Viçosa, Portugal, 8 de diciembre de 1894 - Matosinhos, Portugal, 8 de diciembre de 1930)

    Mensaje por Maria Lua Mar 02 Mar 2021, 13:23

    RÚSTICA


    Eu queria ser camponesa;
    Ir esperar-te à tardinha
    Quando é doce a Natureza
    No silêncio da devesa,
    E só voltar à noitinha...
    Levar o cântaro à fonte
    Deixá-lo devagarinho,
    E correndo pela ponte
    Que fica detrás do monte
    Ir encontrar-te sozinho...
    E depois quando o luar
    Andasse pelas estradas,
    DE olhos cheios do teu olhar
    Eu voltaria a sonhar,
    Pelos caminhos de mãos dadas.
    E depois se toda a gente
    Perguntasse: "Que encarnada,
    Rapariga! Estás doente?"
    Eu diria: "É do poente,
    Que assim me fez encarnada!"
    E fitando ao longe a ponte,
    Com meu olhar cheio do teu,
    Diria a sorrir pro monte:
    "O cântaro ficou na fonte
    Mas os beijos trouxe-os eu...
    ?!
    Se as tuas mãos divinas folhearem
    As páginas de luto uma por uma
    Deste meu livro humilde; se poisarem
    Esses teus claros olhos como espuma
    Nos meus versos de amor, se docemente
    Tua boca os beijar, lendo-os, um dia;
    Se o teu sorrir pairar suavemente
    Nessas palavras minhas de agonia,
    Repara e vê! Sob essas mãos benditas,
    Sob esses olhos teus, sob essa boca,
    Hão de pairar carícias infinitas!
    Eu atirei minha alma como um rito
    Às trevas desse livro, assim, ó louca!
    A noite atira sóis ao infinito!..


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 74055
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    Florbela Espanca (Vila Viçosa, Portugal, 8 de diciembre de 1894 - Matosinhos, Portugal, 8 de diciembre de 1930) - Página 13 Empty Re: Florbela Espanca (Vila Viçosa, Portugal, 8 de diciembre de 1894 - Matosinhos, Portugal, 8 de diciembre de 1930)

    Mensaje por Maria Lua Mar 09 Mar 2021, 08:22

    Charneca em Flor

    Enche o meu peito, num encanto mago,
    O frémito das coisas dolorosas…
    Sob as urzes queimadas nascem rosas…
    Nos meus olhos as lágrimas apago…

    Anseio! Asas abertas! O que trago
    Em mim? Eu oiço bocas silenciosas
    Murmurar-me as palavras misteriosas
    Que perturbam meu ser como um afago!

    E, nesta febre ansiosa que me invade,
    Dispo a minha mortalha, o meu burel,
    E já não sou, Amor, Soror Saudade…

    Olhos a arder em êxtases de amor,
    Boca a saber a sol, a fruto, a mel:
    Sou a charneca rude a abrir em flor!




    ************


    Gándara en Flor

    Rellena mi pecho, en un encanto mago,
    El frémito de las cosas dolorosas…
    Bajo los urces quemados nacen rosas…
    En mis ojos las lágrimas apago…

    ¡Ansío! ¡Alas abiertas! ¿Lo que traigo
    En mí? ¡Escucho bocas silenciosas
    Murmurarme las palabras misteriosas
    ¡Que perturban mi ser como un halago!

    Y, en esta fiebre ansiosa que me invade,
    Desnudo mi palio, mi burel,
    Y ya no soy, Amor, Sóror Saudade…

    Ojos ardiendo en éxtasis de amor,
    Boca sabiendo a sol, a fruto, a miel:
    ¡Soy la gándara ruda abriendo en flor!




    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 74055
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    Florbela Espanca (Vila Viçosa, Portugal, 8 de diciembre de 1894 - Matosinhos, Portugal, 8 de diciembre de 1930) - Página 13 Empty Re: Florbela Espanca (Vila Viçosa, Portugal, 8 de diciembre de 1894 - Matosinhos, Portugal, 8 de diciembre de 1930)

    Mensaje por Maria Lua Mar 09 Mar 2021, 08:25

    Se tu viesses ver-me…

    Se tu viesses ver-me hoje à tardinha,
    A essa hora dos mágicos cansaços,
    Quando a noite de manso se avizinha,
    E me prendesses toda nos teus braços…

    Quando me lembra: esse sabor que tinha
    A tua boca… o eco dos teus passos…
    O teu riso de fonte… os teus abraços…
    Os teus beijos… a tua mão na minha…

    Se tu viesses quando, linda e louca,
    Traça as linhas dulcíssimas dum beijo
    E é de seda vermelha e canta e ri

    E é como um cravo ao sol a minha boca…
    Quando os olhos se me cerram de desejo…
    E os meus braços se estendem para ti…





    Si tú vinieras a verme…

    Si tú vinieras a verme hoy de atardecida,
    A la hora de los mágicos cansancios,
    Cuando la noche de manso se avecina,
    Y me prendieras toda en tus brazos…

    Cuando me recuerda: ese sabor que tenía
    Tu boca… el eco de tus pasos…
    Tu risa de fuente… tus abrazos…
    Tus besos… tu mano en la mía…

    Si tu vinieras cuando, linda y loca,
    Traza las líneas dulcísimas de un beso
    Y es de seda roja y canta y ríe

    Y es como un clavo al sol mi boca…
    Cuando los ojos se me cierran de deseo…
    Y mis brazos se extienden hacia ti…




    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 74055
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    Florbela Espanca (Vila Viçosa, Portugal, 8 de diciembre de 1894 - Matosinhos, Portugal, 8 de diciembre de 1930) - Página 13 Empty Re: Florbela Espanca (Vila Viçosa, Portugal, 8 de diciembre de 1894 - Matosinhos, Portugal, 8 de diciembre de 1930)

    Mensaje por Maria Lua Mar 09 Mar 2021, 08:26

    Amar!

    Eu quero amar, amar perdidamente!
    Amar só por amar: aqui… além…
    Mais Este e Aquele, o Outro e toda a gente…
    Amar! Amar! E não amar ninguém!

    Recordar? Esquecer? Indiferente!…
    Prender ou desprender? É mal? É bem?
    Quem disser que se pode amar alguém
    Durante a vida inteira é porque mente!

    Há uma primavera em cada vida:
    É preciso cantá-la assim florida,
    Pois se Deus nos deu voz, foi pra cantar!

    E se um dia hei-de ser pó, cinza e nada
    Que seja a minha noite uma alvorada,
    Que me saiba perder… pra me encontrar…



    ¡Amar!

    ¡Yo quiero amar, amar perdidamente!
    Aquí… allá… Amar sólo por amar
    Más a Este y a Aquél, al Otro y a toda la gente…
    ¡Amar! ¡Amar! ¡Y no amar a nadie!

    ¿Recordar? ¿Olvidar? ¡Indiferente!…
    ¿Prender o desprender? ¿Es mal? ¿Es bien?
    ¡Quién diga que se pueda amar alguien
    Durante la vida entera es porque miente!

    Hay una primavera en cada vida:
    Es necesario cantarla así florida,
    ¡Porque si Dios nos dio voz, fue para cantar!

    Y si un día voy a ser polvo, ceniza y nada
    Que sea mi noche una alborada,
    Que sepa perderme…para encontrarme…





    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 74055
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    Florbela Espanca (Vila Viçosa, Portugal, 8 de diciembre de 1894 - Matosinhos, Portugal, 8 de diciembre de 1930) - Página 13 Empty Re: Florbela Espanca (Vila Viçosa, Portugal, 8 de diciembre de 1894 - Matosinhos, Portugal, 8 de diciembre de 1930)

    Mensaje por Maria Lua Mar 09 Mar 2021, 08:27

    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]

    Manuscrito


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 74055
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    Florbela Espanca (Vila Viçosa, Portugal, 8 de diciembre de 1894 - Matosinhos, Portugal, 8 de diciembre de 1930) - Página 13 Empty Re: Florbela Espanca (Vila Viçosa, Portugal, 8 de diciembre de 1894 - Matosinhos, Portugal, 8 de diciembre de 1930)

    Mensaje por Maria Lua Mar 09 Mar 2021, 08:32

    MENDIGA


    Na vida nada tenho e nada sou;
    Eu ando a mendigar pelas estradas...
    No silêncio das noites estreladas
    Caminho, sem saber para onde vou!

    Tinha o manto do sol... quem mo roubou?!
    Quem pisou minhas rosas desfolhadas?!
    Quem foi que sobre as ondas revoltadas
    A minha taça de oiro espedaçou?!

    Agora vou andando e mendigando,
    Sem que um olhar dos mundos infinitos
    Veja passar o verme, rastejando...

    Ah, quem me dera ser como os chacais
    Uivando os brados, rouquejando os gritos
    Na solidão dos ermos matagais!...


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 74055
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    Florbela Espanca (Vila Viçosa, Portugal, 8 de diciembre de 1894 - Matosinhos, Portugal, 8 de diciembre de 1930) - Página 13 Empty Re: Florbela Espanca (Vila Viçosa, Portugal, 8 de diciembre de 1894 - Matosinhos, Portugal, 8 de diciembre de 1930)

    Mensaje por Maria Lua Mar 09 Mar 2021, 08:42

    Hora que Passa

    Vejo-me triste, abandonada e só
    Bem como um cão sem dono e que o procura
    Mais pobre e desprezada do que Job
    A caminhar na via da amargura!

    Judeu Errante que a ninguém faz dó!
    Minh'alma triste, dolorida, escura,
    Minh'alma sem amor é cinza, é pó,
    Vaga roubada ao Mar da Desventura!

    Que tragédia tão funda no meu peito!...
    Quanta ilusão morrendo que esvoaça!
    Quanto sonho a nascer e já desfeito!

    Deus! Como é triste a hora quando morre...
    O instante que foge, voa, e passa...
    Fiozinho d'água triste... a vida corre...



    Florbela Espanca, in "Livro de Sóror Saudade"


    _________________





    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 74055
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    Florbela Espanca (Vila Viçosa, Portugal, 8 de diciembre de 1894 - Matosinhos, Portugal, 8 de diciembre de 1930) - Página 13 Empty Re: Florbela Espanca (Vila Viçosa, Portugal, 8 de diciembre de 1894 - Matosinhos, Portugal, 8 de diciembre de 1930)

    Mensaje por Maria Lua Mar 09 Mar 2021, 10:29

    ESPERA



    Não me digas adeus, ó sombra amiga,
    Abranda mais o ritmo dos teus passos;
    Sente o perfume da paixão antiga,
    Dos nossos bons e cândidos abraços!

    Sou dona de místicos cansaços,
    A fantástica e estranha rapariga
    Que um dia ficou presa nos teus braços…
    Não vás ainda embora, ó sombra amiga!

    Teu amor fez de mim um lago triste:
    Quantas ondas a rir que não lhe ouviste,
    Quanta canção de ondinas lá no fundo!

    Espera…espera…ó minha sombra amada…
    Vê que pra além de mim já não há nada
    E nunca mais me encontrarás neste mundo!







    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 74055
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    Florbela Espanca (Vila Viçosa, Portugal, 8 de diciembre de 1894 - Matosinhos, Portugal, 8 de diciembre de 1930) - Página 13 Empty Re: Florbela Espanca (Vila Viçosa, Portugal, 8 de diciembre de 1894 - Matosinhos, Portugal, 8 de diciembre de 1930)

    Mensaje por Maria Lua Miér 10 Mar 2021, 09:28

    Escreve-me! Ainda que seja só
    Uma palavra, uma palavra apenas,
    Suave como o teu nome e casta
    Como um perfume casto d'açucenas!


    Escreve-me!Há tanto,há tanto tempo
    Que te não vejo, amor!Meu coração
    Morreu já,e no mundo aos pobres mortos
    Ninguém nega uma frase d'oração!


    "Amo-te!"Cinco letras pequeninas,
    Folhas leves e tenras de boninas,
    Um poema d'amor e felicidade!


    Não queres mandar-me esta palavra apenas?
    Olha, manda então...brandas...serenas...
    Cinco pétalas roxas de saudade...



    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]

    Contenido patrocinado


    Florbela Espanca (Vila Viçosa, Portugal, 8 de diciembre de 1894 - Matosinhos, Portugal, 8 de diciembre de 1930) - Página 13 Empty Re: Florbela Espanca (Vila Viçosa, Portugal, 8 de diciembre de 1894 - Matosinhos, Portugal, 8 de diciembre de 1930)

    Mensaje por Contenido patrocinado


      Fecha y hora actual: Sáb 07 Sep 2024, 21:35