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    Mensaje por Maria Lua Lun 5 Jun - 19:41

    Poemas de Alberto de Oliveira


    Vaso Chinês

    Estranho mimo aquele vaso! Vi-o,
    Casualmente, uma vez, de um perfumado
    Contador sobre o mármor luzidio,
    Entre um leque e o começo de um bordado.

    Fino artista chinês, enamorado,
    Nele pusera o coração doentio
    Em rubras flores de um sutil lavrado,
    Na tinta ardente, de um calor sombrio.

    Mas, talvez por contraste à desventura,
    Quem o sabe?... de um velho mandarim
    Também lá estava a singular figura;

    Que arte em pintá-la! a gente acaso vendo-a,
    Sentia um não sei quê com aquele chim
    De olhos cortados à feição de amêndoa.


    ***************


    Flor de caverna

    Fica às vezes em nós um verso a que a ventura
    Não é dada jamais de ver a luz do dia;
    Fragmento de expressão de ideia fugidia,
    Do pélago interior boia na vaga escura.

    Sós o ouvimos conosco; à meia voz murmura,
    Vindo-nos da consciência a flux, lá da sombria
    Profundeza da mente, onde erra e se enfastia,
    Cantando, a distrair os ócios da clausura.

    Da alma, qual por janela aberta par e par,
    Outros livre se vão, voejando cento e cento
    Ao sol, à vida, à glória e aplausos. Este não.

    Este aí jaz entaipado, este aí jaz a esperar
    Morra, volvendo ao nada, – embrião de pensamento
    Abafado em si mesmo e em sua escuridão.




    continuará


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    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
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    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
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    Mensaje por Maria Lua Lun 5 Jun - 19:42

    ***



    Beija-flores



    Os beija-flores, em festa,
    Com o sol, com a luz, com os rumores,
    Saem da verde floresta,
    Como um punhado de flores.

    E abrindo as asas formosas,
    As asas aurifulgentes,
    Feitas de opalas ardentes
    Com coloridos de rosas,

    Os beija-flores, em bando,
    Boêmios enfeitiçados,
    Vão como beijos voando
    Por sobre os virentes prados;

    Sobem às altas colinas,
    Descem aos vales formosos,
    E espraiam-se após ruidosos
    Pela extensão das campinas.

    Depois, sussurrando a flux
    Dos cactos ensanguentados,
    Bailam nos prismas da luz,
    De solto pólen dourados.

    Ah! como a orquídea estremece
    Ao ver que um deles, mais vivo,
    Até seu gérmen lascivo
    Mergulha, interna-se, desce...

    E não haver uma rosa
    De tantas, uma açucena,
    Uma violeta piedosa,
    Que quando a morte sem pena

    Um destes seres fulmina,
    Abra-se em férvido enleio,
    Como a alma de uma menina,
    Para guardá-lo no seio!




    ******************



    Luva Abandonada

    Uma só vez calçar-vos me foi dado,
    Dedos claros! A escura sorte minha,
    O meu destino, como um vento irado,
    Levou-vos longe e me deixou sozinha!

    Sobre este cofre, desta cama ao lado,
    Murcho, como uma flor, triste e mesquinha,
    Bebendo ávida o cheiro delicado
    Que aquela mão de dedos claros tinha.

    Cálix que a alma de um lírio teve um dia
    Em si guardada, antes que ao chão pendesse,
    Breve me hei de esfazer em poeira, em nada…

    Oh! em que chaga viva tocaria
    Quem nesta vida compreender pudesse
    A saudade da luva abandonada!



    continuará


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    Mensaje por Maria Lua Vie 9 Jun - 21:23

    ***


    O Ídolo




    Sobre um trono de mármore sombrio,
    Em templo escuro, há muito abandonado,
    Em seu grande silêncio, austero e frio
    Um ídolo de gesso está sentado.

    E como à estranha mão, a paz silente
    Quebrando em torno às funerárias urnas,
    Ressoa um órgão compassadamente
    Pelas amplas abóbadas soturnas.

    Cai fora a noite - mar que se retrata
    Em outro mar - dois pélagos azuis;
    Num as ondas - alcíones de prata,
    No outro os astros - alcíones de luz.

    E de seu negro mármore no trono
    O ídolo de gesso está sentado.
    Assim um coração repousa em sono...
    Assim meu coração vive fechado.




    ******************



    Vaso Grego



    Esta de áureos relevos, trabalhada
    De divas mãos, brilhante copa, um dia,
    Já de aos deuses servir como cansada,
    Vinda do Olimpo, a um novo deus servia.

    Era o poeta de Teos que a suspendia
    Então e, ora repleta ora, esvazada,
    A taça amiga aos dedos seus tinia
    Toda de roxas pétalas colmada.

    Depois... Mas o lavor da taça admira,
    Toca-a, e, do ouvido aproximando-a, às bordas
    Finas hás de lhe ouvir, canora e doce,

    Ignota voz, qual se da antiga lira
    Fosse a encantada música das cordas,
    Qual se essa voz de Anacreonte fosse.




    continuará


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    Mensaje por Maria Lua Lun 12 Jun - 2:17



    Francisca Júlia da Silva poeta brasileña


    Francisca Julia César da Silva Münster (Xiririca hoy Eldorado Paulista, 31 de agosto de 1871 - São Paulo, 1 de noviembre de 1920) fue una poeta brasileña.

    Colaboró ​​con Correio Paulistano y Diário Popular, que le abrieron las puertas para trabajar en O Álbum, de Artur Azevedo, y A Semana, de Valentim Magalhães, en Río de Janeiro. Nadie creía que esos versos fueran escritos por una mujer. forzandose de alguan forma a que ella presentara su primer libro que fue Marmores

    En 1895 Francisca Júlia ya era considerada una gran poeta en los círculos literarios. se elogió el culto a la forma, al lenguaje, creado "por un maravilloso baño de novedad y frescura", su arte sereno y consolador. Su consagración se vio reflejada en las innumerables revistas que comenzaron a imprimir su retrato.


    En 1899 publicó el Libro de la infancia para las escuelas públicas del estado. Su intención era iniciar en Brasil algún tipo de literatura para niños, algo que hasta entonces prácticamente no existía. El libro contenía relatos y versos "sencillos en su forma, fluidos en la narrativa y escritos en la mejor y más pura lengua vernácula", como destacó Júlio César da Silva en el prefacio del libro.

    Francisca Júlia, según el historiador João Pacheco, desde temprana edad mostró tonos parnasianos ortodoxos, pero con la influencia del modernismo. En determinados momentos, manifiesta un raro poder sonoro y vigoroso en el lenguaje, dando a los versos una estructura que no se basa en la emoción, sino en la fuerza y ​​el rigor de la expresión.

    Sin embargo, tenía una tendencia al simbolismo muy antiguo, como se ve en la poesía "De Joelhos", de 1894, cuya inclinación por el gusto nefelibata se reflejaba en admirables efectos de luz, sonido y movimiento. Estos efectos tuvieron repercusiones tras la publicación de "Esfinges" en 1903, hasta el final de su vida, en los años en los que había padecido la enfermedad de su marido.

    Su simbolismo, según Péricles Eugênio, fue una de las manifestaciones de la moralización de su arte, que adquirió un carácter místico y filosófico cada vez más pronunciado. Se puede decir que su poesía evolucionó de la plástica a la filosófica, manteniendo siempre la misma tranquilidad superior de expresión y revelando el mismo dominio interior del alma.

    La experiencia de Francisca Júlia con los versos infantiles se trasladó, en parte, a su tercera obra Esfinges, publicada en 1903. A grandes rasgos, Esfinges es una edición ampliada de Mármores, donde excluyó siete composiciones y añadió 20 nuevas, 14 de las cuales eran inéditas. .


    En 1904, el primer día del año, Francisca Júlia fue proclamada miembro efectivo del comité central brasileño de la Societá Internazionale Elleno-Latina, en Roma.

    Aunque vivía un momento de consagración como gran poeta hasta ese momento, sin embargo, por razones nunca aclaradas, Francisca Júlia abandonó la vida pública en São Paulo y se fue a Cabreúva, en 1906, donde su madre enseñaba. Comenzó a dedicarse a los trabajos domésticos y se convirtió en maestra particular para los niños de la región, dando clases de piano, entre ellos a Erotides de Campos, quien luego se convertiría en un famoso compositor paulista.

    Fue entonces cuando conoció a un farmacéutico recién graduado de la capital que visitaba a sus familiares allí. Salieron. Francisca Júlia confiesa en cartas a un amigo de São Paulo que casi se enamora de él.

    En 1908, la poeta, entonces, decide regresar a São Paulo y espera la posibilidad de trasladar a su madre para irse con ella, lo que sucedió en octubre, cuando fue trasladada a la escuela de la estación Lajeado, actual distrito de Guaianases. Aún en Cabreúva, ya era miembro de la Academia Paulista de Letras, fundada en 1907, que no triunfará. Rechazará la invitación para participar en la segunda Academia Paulista de Letras, fundada en 1909, por razones que quedaron claras, en un momento de retirada de la vida literaria. Hay quienes dicen que fue porque no quisieron entrar sin su hermano, Júlio César da Silva, un poeta decandista, de gran prestigio en los círculos literarios. En el mismo año, realizó su primera conferencia en el salón del edificio del Ayuntamiento, en Itu, sobre el tema "La brujería desde el punto de vista científico".





    Livro da Infância Francisca Júlia da Silva –

    O Patinho

    O pintainho do pato,
    galante, amarelo e novo,
    mal saiu da casca do ovo,
    busca as águas do regato.

    Todo ele, tão lindo e louro,
    enquanto nas águas bóia,
    tem a graça de uma jóia
    feita em ouro.


    El patito

    El pollito de pato
    elegante, amarillo y nuevo,
    apenas salió de la cáscara de huevo,
    busca las aguas del arroyo.

    Todo él, tan hermoso y rubio,
    en cuanto en las aguas flota,
    tiene la gracia de una joya
    hecho en oro.




    El 22 de febrero de 1909 contrajo matrimonio con Filadelfo Edmundo Münster (1865-1920), operador de telégrafo en la estación Lajeado del Ferrocarril Central de Brasil. En ese momento ya estaba inmersa en pensamientos místicos. Se aísla y vive para el hogar, recibiendo visitas esporádicas de periodistas que aún publican su poesía. En 1912, salió su último libro, Alma Infantil, con su hermano Júlio César da Silva, que alcanzó una notoria repercusión en las escuelas públicas cuando gran parte de la edición fue adquirida por el secretario de Gobernación, Altino Arantes en la hora.

    Comenzó a explorar temas como la caridad, la fe, la vida después de la muerte, la reencarnación y diversas ideologías orientales (budismo). En 1916, descubrió la enfermedad de su marido (tuberculosis) y se hundió en una profunda depresión, dice que tiene visiones, que está a punto de morir y tiene alucinaciones por intoxicación con ácido úrico. Con los años la situación empeora, su poesía - las pocas que todavía escribe - retrata la voluntad de una mujer que anhela la paz espiritual fuera del plano terrestre. Dice, en una entrevista con Correia Junior, que su "vida se acorta hora a hora". Aun así, vuelve a escribir para A Cigarra y promete un libro de poesía titulado Versos Áureos.

    En 1920, Filadelfo, tuberculoso, murió el 31 de octubre. Horas después de la procesión, al día siguiente, Francisca Júlia se dirige a su habitación a descansar y se suicida ingiriendo narcóticos, muriendo la mañana del 1 de noviembre de 1920.


    La noche
    Eis-me a pensar, enquanto a noite envolve a terra,
    Olhos fitos no vácuo, a amiga pena em pouso,
    Eis-me, pois a pensar... De antro em antro, de serra
    Em serra, ecoa, longo, um requiem doloroso.

    No alto uma estrela triste as pálpebra descerra,
    Lançando, noite dentro, o claro olhar piedoso.
    A alma das sombras dorme; e pelos ares erra
    Um mórbido langor de calma e de repouso...

    Em noite assim, de repouso e de calma,
    É que a alma vive e a dor exulta, ambas unidas,
    A alma cheia de dor, a dor cheia de alma...

    É que a alma se abandona ao sabor dos enganos,
    Antegozando já quimeras pressentidas
    Que mais tarde hão de vir com o decorrer dos anos.


    La noche
    Aquí estoy pensando, mientras la noche envuelve la tierra,
    Ojos mirando en el vacío, una pena amiga posandose,
    Aquí estoy, pensando ... De hoyo en hoyo, de sierra
    En sierra resuena, largo, un doloroso réquiem.

    En la parte superior, una estrella triste abre los párpados,
    Lanzando una clara mirada piadosa a la noche.
    El alma de las sombras duerme; y extraña el aire
    Una languidez morbosa de calma y descanso ...

    En una noche como esta, de descanso y calma,
    El alma vive y el dolor se regocija, ambos unidos,
    El alma llena de dolor, el dolor lleno de alma ...

    Es que el alma se abandona al engaño,
    Mirando hacia adelante quimeras presentidas
    que más tarde ha de venir con el correr de los años .


    Libros

    1895 - Mármores
    1899 - Livro da Infância
    1903 - Esfinges
    1908 - A Feitiçaria Sob o Ponto de Vista Científico (discurso)
    1912 - Alma Infantil (com Júlio César da Silva)
    1921 - Esfinges - 2º ed. (ampliada)
    1962 - Poesias (organizadas por Péricles Eugênio da Silva Ramos)



    http://www.heroinas.net/2016/09/francisca-julia-da-silva.html








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    Mensaje por Maria Lua Lun 12 Jun - 15:11


    CECILIA MEIRELES






    LA LITERATURA BRASILEÑA - Página 8 020720211610201w






    Elegia

    Neste mês, as cigarras cantam
    e os trovões caminham por cima da terra,
    agarrados ao sol.
    Neste mês, ao cair da tarde, a chuva corre pelas montanhas,
    e depois a noite é mais clara,
    e o canto dos grilos faz palpitar o cheiro molhado do chão.

    Mas tudo é inútil,
    porque os teus ouvidos estão como conchas vazias,
    e a tua narina imóvel
    não recebe mais notícias
    do mundo que circula no vento.





    *******************



    Elegía

    En este mes cantan las cigarras
    y truenos caminan sobre la tierra,
    aferrados al sol.
    En este mes, al anochecer, la lluvia corre sobre las montañas,
    y entonces la noche es más clara,
    y el canto de los grillos hace palpitar el olor húmedo de la tierra.

    Pero todo es inútil,
    porque tus oídos son como cascarones vacíos,
    y tu nariz inmóvil
    ya no recibe noticias
    del mundo que circula en el viento.


    _________________



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    Mensaje por Maria Lua Mar 13 Jun - 2:06

    Olavo Bilac


    Olavo Bilac (Brasil, 1865-1918). Poeta, ensayista y periodista brasileño nacido en Río de Janeiro en 1865. Dedicado desde muy joven al ejercicio periodístico, fundó las revistas A cigarra y Meio. Es considerado como el más importante poetas parnasiano de su país, al lado de   Alberto de Oliveira y Raimundo Correia. Su primer libro, "Poesías" fue publicado en 1888, seguido en los años siguientes por crónicas, conferencias literarias, libros infantiles y didácticos.  Ejerció varios cargos públicos, fue uno de los fundadores de la Academia Brasileña de Letras y formó parte de diversas delegaciones diplomáticas de su país.
    En 1907 fue elegido Príncipe de los poetas brasileños en el célebre concurso auspiciado por la revista Fon-Fon. Su libro póstumo "Tarde", publicado en 1919, resume gran parte de su obra poética.

    ****************


    Poeta, ensayista  y periodista brasileño nacido en Río de Janeiro en 1865.
    Dedicado desde muy joven al ejercicio periodístico, fundó las revistas A cigarra y Meio. Es considerado como el más importante poetas parnasiano de su país, al lado de   Alberto de Oliveira y Raimundo Correia.
    Su primer libro, "Poesías" fue  publicado en 1888, seguido en los años siguientes por crónicas, conferencias literarias, libros infantiles y didácticos.  Ejerció varios cargos públicos, fue uno de los fundadores de la Academia Brasileña de Letras y formó parte de diversas delegaciones diplomáticas de su país.
    En 1907  fue elegido Príncipe de los poetas brasileños en el célebre concurso auspiciado por la  revista Fon-Fon.

    Os sinos


    Plangei, sinos! A terra ao nosso amor não basta…
    Cansados de ânsias vis e de ambições ferozes,
    Ardemos numa louca aspiração mais casta,
    Para transmigrações, para metempsicoses!

    Cantai, sinos! Daqui por onde o horror se arrasta,
    Campas de rebeliões, bronzes de apoteoses,
    Badalai, bimbalhai, tocai à esfera vasta!
    Levai os nossos ais rolando em vossas vozes!

    Em repiques de febre, em dobres a finados,
    Em rebates de angústia, ó carrilhões, dos cimos
    Tangei! Torres da fé, vibrai os nossos brados!

    Dizei, sinos da terra, em clamores supremos,
    Toda a nossa tortura aos astros de onde vimos,
    Toda a nossa esperança aos astros aonde iremos!



    **********************


    A las campanas

    Campanas de las torres, resonad clamorosas!
    La tierra nuestro anhelo de infinito no sacia,
    queremos la conquista de un mundo en que las cosas
    se eternicen en una primavera de gracia.

    Desde aquí, desde el fango de estas playas tediosas
    hasta donde el zafiro de los cielos se espacia,
    llevad en vuestras voces nuestras voces llorosas
    y el grito milenario de la tierra en desgracia.

    En repiques festivos, en dobles de amargura,
    en rebatos de angustia, todo lo que sufrimos
    llevadlo a la impasible soledad de l'altura.

    Y ¡oh campanas! decidles en clamores supremos,
    nuestro dolor a aquellos astros en que nacimos,
    nuestra esperanza a aquellos astros a donde iremos!

    Versión de Miguel Rasch-Isla
    Su libro póstumo "Tarde", publicado en 1919, resume gran parte de su obra poética.
    Falleció en 1918



    http://amediavoz.com/bilac.htm#V%C3%8DA%20L%C3%81CTEA


    https://comofazerumpoema.com/belissimos-poemas-de-olavo-bilac-poesia-poeta/


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    Mensaje por Maria Lua Miér 14 Jun - 1:33

    Abstração de OLAVO BILAC



    Há no espaço milhões de estrelas carinhosas,
    Ao alcance do teu olhar... Mas conjeturas
    Aquelas que não vês, ígneas e ignotas rosas,
    Viçando na mais longe altura das alturas.

    Há na terra milhões de mulheres formosas,
    Ao alcance do teu desejo... Mas procuras
    As que não vivem, sonho e afeto que não gozas
    Nem gozarás, visões passadas ou futuras.

    Assim, numa abstração de números e imagens,
    Vives. Olhas com tédio o planeta ermo e triste,
    E achas deserta e escura a abóbada celeste.

    E morrerás, sozinho, entre duas miragens:
    As estrelas sem nome - a luz que nunca viste,
    E as mulheres sem corpo - o amor que não tiveste!



    *************



    Abstracción



    Hay millares de estrellas en la altura
    que puedes alcanzar con la mirada;
    mas tú buscas la estrella que, ignorada,
    en espacios ilímites fulgura.

    Hay mujeres de núbil hermosura
    que te cercan en ronda apasionada;
    pero tú buscas la mujer soñada,
    una mujer pretérita y futura.

    Arriba, el cielo es fúnebre, nublado;
    la tierra en rededor es yermo triste...
    y así habrás de morir abandonado,

    con los sueños de amor que perseguiste:
    la imposible mujer que no has amado
    y la estrella ideal que nunca viste.







    Versión de Delio Seraville


    _________________



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    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





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    Mensaje por Maria Lua Jue 15 Jun - 15:44

    VITA NUOVA de OLAVO BILAC



    Se ao mesmo gozo antigo me convidas,
    Com esses mesmos olhos abrasados,
    Mata a recordação das horas idas,
    Das horas que vivemos apartados!

    Não me fales das lágrimas perdidas,
    Não me fales dos beijos dissipados!
    Há numa vida humana cem mil vidas,
    Cabem num coração cem mil pecados!

    Amo-te! A febre, que supunhas morta,
    Revive. Esquece o meu passado, louca!
    Que importa a vida que passou? Que importa,

    Se ainda te amo, depois de amores tantos,
    E inda tenho, nos olhos e na boca,
    Novas fontes de beijos e de prantos?!





    *********************

    Vita nuova

    Si con los mismos ojos abrasados,
    al mismo gozo antiguo me convidas,
    máta el recuerdo de las horas idas
    en que los dos vivimos separados.

    Y no me hables de lágrimas perdidas,
    ni me culpes por besos disipados;
    caben en una vida cien mil vidas,
    como en un corazón cien mil pecados.

    ¡Te amol ¡La llama del amor, más fuerte
    revive. Olvida mi pasado, loca!
    Qué importa el tiempo que viví sin verte,

    si aun te quiero, después de amores tántos,
    y si aun tengo, en los ojos y en la boca,
    nuevas fuentes de besos y de llantos!

    Versión de Miguel Rasch-Isla



    http://amediavoz.com/bilac.htm#V%C3%8DA%20L%C3%81CTEA

    https://literatura-brasileira.com/2015/05/21/vita-nuova-olavo-bilac/


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    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
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    Mensaje por Maria Lua Jue 15 Jun - 15:47

    Última página de Olavo bilac




    Primavera. Um sorriso aberto em tudo. Os ramos
    Numa palpitação de flores e de ninhos.
    Doirava o sol de outubro a areia dos caminhos
    (Lembras-te, Rosa?) e ao sol de outubro nos amamos.

    Verão. (Lembras-te, Dulce?) À beira-mar, sozinhos.
    Tentou-nos o pecado: olhaste-me… e pecamos;
    E o outono desfolhava os roseirais vizinhos,
    Ó Laura, a vez primeira em que nos abraçamos…

    Veio o inverno. Porém, sentada em meus joelhos,
    Nua, presos aos meus os teus lábios vermelhos,
    (Lembras-te, Branca?) ardia a tua carne em flor…

    Carne, que queres mais? Coração, que mais queres?
    Passam as estações e passam as mulheres…
    E eu tenho amado tanto! E não conheço o Amor!




    *****************

    Última página

    Primavera: sonrisa de las cosas, los ramos
    palpitaban de flores y huéspedes parleros;
    octubre anaranjaba la arena en los senderos,
    recuerdas? Bajo el cielo de octubre nos amamos.

    Verano: sin testigos, cabe la mar llegamos;
    Otoño deshojaba los álamos ligeros;
    tentónos el pecado, te acercaste, pecamos...
    Ah! tu primer sonrisa, tus abrazos primeros!

    Sobrevino el Invierno: saltaste a mis rodillas;
    besé con largo beso tu boca y tus mejillas;
    ardió con viva llama tu núbil cuerpo en flor.

    ¡Oh carne! qué ambicionas? Corazón, ¿qué más quieres?
    Huyen las estaciones y pasan las mujeres,
    y yo que he amado tanto desconozco el amor.




    Versión de Víctor M. Londoño







    http://amediavoz.com/bilac.htm#V%C3%8DA%20L%C3%81CTEA

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    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
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    Mensaje por Maria Lua Jue 15 Jun - 15:51


    Via-Láctea de Olavo Bilac


    XIII

    “Ora (direis) ouvir estrelas! Certo
    Perdeste o senso!” E eu vos direi, no entanto,
    Que, para ouvi-las, muita vez desperto
    E abro as janelas, pálido de espanto…

    E conversamos toda a noite, enquanto
    A via-láctea, como um pálio aberto,
    Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,
    Inda as procuro pelo céu deserto.

    Direis agora: “Tresloucado amigo!
    Que conversas com elas? Que sentido
    Tem o que dizem, quando estão contigo?”

    E eu vos direi: “Amai para entendê-las!
    Pois só quem ama pode ter ouvido
    Capaz de ouvir e de entender estrelas”.



    – Olavo Bilac, em “Poesias”. Rio de Janeiro: Livraria Francisco Alves, 1964.














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    Mensaje por Maria Lua Jue 15 Jun - 17:29

    LA LITERATURA BRASILEÑA - Página 8 Z
    Via Láctea - Nova Friburgo ( Três Picos)





    Vía Láctea de Olavo Bilac

    Via Láctea (Soneto XIII)


    “"Ora (direis) ouvir estrelas! Certo
    Perdeste o senso!" E eu vos direi, no entanto,
    Que, para ouvi-Ias, muita vez desperto
    E abro as janelas, pálido de espanto ...

    E conversamos toda a noite, enquanto
    A via láctea, como um pálio aberto,
    Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,
    Inda as procuro pelo céu deserto.

    Direis agora: "Tresloucado amigo!
    Que conversas com elas? Que sentido
    Tem o que dizem, quando estão contigo?"

    E eu vos direi: "Amai para entendê-las!
    Pois só quem ama pode ter ouvido
    Capaz de ouvir e de entender estrelas."




    ************************





    SONETO XIII DE LA VÍA LACTEA



    Vaya (decís) oír estrellas! Seguro
    Habéis perdido el juicio! "Y os diré, sin embargo,
    Que, para escucharlas, muchas veces despierto
    Y abro las ventanas, pálido de espanto ...

    Y hablamos toda la noche, mientras que
    La Vía Láctea, como un dosel abierto,
    Parpadea. Y, al nacer el sol, nostálgico y llorando
    Todavía las busco por el cielo desierto.

    Vais a decir ahora: "amigo desquiciado!
    ¿Qué conversas con ellas? ¿Qué sentido
    Tiene lo que dicen, cuando están contigo? "

    Y os diré: "Amad para entenderlas!
    Sólo para los que aman pueden tener oídos
    Capaz de oír y de entender estrellas "



    _________________



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    Mensaje por Maria Lua Mar 20 Jun - 13:36

    Erico Verissimo: artista, intelectual y pensador brasileño




    Regina Zilberman


    CUANDO ERICO VERISSIMO NACIÓ, el 17 de diciembre de 1905, en la ciudad de Cruz Alta, en Río Grande do Sul, Brasil era una joven nación republicana. El régimen presidencialista había sido adoptado en 1889, después de seis décadas de monarquía, forma
    preferida por los políticos que, en 1822 lideraban el proceso de emancipación de lo que
    resultó la independencia del país. La separación de Portugal no había alterado profundamente el modelo económico, calcado en la explotación del trabajo esclavo; ni en la
    estructura social, dominada por grandes propietarios rurales, herencias del periodo en el
    que Brasil fue posesión lusitana. A partir de la segunda mitad del siglo XIX, sin embargo, nuevos grupos económicos, asociados a quienes cultivaban café de un lado y a la
    naciente burguesía urbana del otro, exigían no apenas lugar en el gobierno, sino también
    una nueva estructuración del Estado, menos centralizador, confiriéndoles mayor autonomía en la gestión de los negocios. La República, régimen político en alta en la Europa posterior a 1870, fue la elección de los nuevos segmentos del sistema productivo brasileño.
    Río Grande do Sul, que ignorara los movimientos de emancipación del comienzo del siglo XIX, participaba ahora de las acciones en pro de la implantación de la República. Desde el final de la guerra del Paraguay, en 1870, la región, hasta entonces
    estratégica desde el punto de vista militar, por mantener las fronteras junto a Argentina
    y a Uruguay, crecía en importancia económica, compitiendo en el abastecimiento del
    mercado interno con el charque producido por los estancieros en el área más meridional
    de la Provincia.
    La carne seca sureña se destinaba, durante el Segundo Reinado, sobre todo a los
    grupos empobrecidos de la población, incluidos allí los esclavos, pues las clases dominantes preferían importar alimentos procedentes de Europa. Pero el crecimiento de las
    camadas urbanas, la aparición de núcleos populares formados por ex esclavos, el aumento de la población blanca como consecuencia de la inmigración generaron nuevos
    contingentes de consumidores sin condiciones financieras para adquirir bienes extranjeros. El mercado interno se amplió, favoreciendo a Río Grande do Sul y, en especial, a
    los creadores de ganado, que, delante de la nueva situación, pasaron a exigir mayor participación en la política nacional.






    continuará


    https://core.ac.uk/download/pdf/236120203.pdf


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    Mensaje por Maria Lua Mar 20 Jun - 13:37

    ***


    No que, hasta entonces, estuviesen excluidos del proyecto monárquico. Uno de
    los políticos más destacados de las últimas décadas del Segundo Reinado fue el liberal
    Gaspar Silveira Martins, ministro de Pedro II. Pero los estancieros ambicionaban más,
    sobre todo porque la riqueza propiciada por el calentamiento del mercado interno les
    había permitido a aquellos rudos hombres de campo enviar a sus herederos a la Corte o,
    principalmente, a San Pablo, de donde volvían con títulos de bachilleres e ideas republicanas en la cabeza. La generación formada por Julio de Castillos, Joaquín Francisco de
    Assis Brasil y Ramiro Barcelos endosa el programa político que llevó a derrocar al Imperio y a la ascensión de la República, cuyos líderes contaban con la alianza y la fidelidad de los gauchos.
    Periférico en la economía, Río Grande do Sul estuvo en el centro de los eventos
    políticos entre 1890 y 1915. Fue en ese periodo que Erico Verissimo nació.
    El escritor retrata a su familia en Solo de clarineta [“Solo de clarinete”]. El
    abuelo paterno, Franklin Verissimo, médico homeópata, residía en Cruz Alta y tuvo
    descendencia de nítido recorte urbano. El abuelo materno, Aníbal Lopes da Silva, había
    sido estanciero y coronel de la Guardia Nacional, pero, empobrecido, vivía en Cruz Alta
    en la época de la infancia del futuro escritor. El padre de Erico, Sebastián Verissimo,
    casado con Abegahy Lopes, era farmacéutico, bohemio y gastador, habiendo dilapidado
    los rendimientos de la Farmacia Brasileña, de su propiedad. Franklin, mientras pudo,
    ayudó a sustentar la familia del hijo perdulario, después fue doña Bega, la madre de Érico quien, cosiendo para afuera, pagó los gastos de la casa.




    continuará


    https://core.ac.uk/download/pdf/236120203.pdf


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    Mensaje por Maria Lua Mar 20 Jun - 13:39

    ***

    Como todo muchacho perteneciente a los grupos superiores de la sociedad (aunque empobrecido), Erico se mudó, en 1920, a Porto Alegre para completar su educación. Estudió en el Colegio Cruceiro del Sur, volviendo a Cruz Alta en 1922, en la época en que sus padres se separaban. Con 17 años, comenzó a trabajar para ayudar a su
    madre. Empleado de almacén, después bancario, el muchacho va descubriendo su vocación literaria, limitada –por entonces- a esbozos de narrativas. En 1924 retornó a la
    capital del Estado, acompañando a su madre y a su hermano, Enio, en el intento de fijar
    residencia en la ciudad. Fue otra vez funcionario de banco y de una compañía de seguros, pero las dificultades para mantenerse devolvieron a la familia a Cruz Alta, en 1925.
    En 1926 Erico inició un negocio propio, la Farmacia Central, que duró hasta 1930,
    cuando la firma cerró las puertas. Erico Verissimo decide mudarse definitivamente a
    Porto Alegre, aspirando ganarse la vida como escritor.

    En 1930 él ya había publicado algunos cuentos en la prensa de Porto Alegre.
    Invitado por Mansueto Bernardi comienza, en 1931, a trabajar en la Librería del Globo,
    incumbido en producir la revista de aquella empresa. En 1932, ya casado con Mafalda
    Volpe, asesora de Henrique Bertaso, responsable por el sector editorial de la librería,
    indicando obras para su traducción y su publicación. Su primer libro data de ese año,
    Fantoches, que reúne historias cortas, algunas bajo la forma de pequeños dramas dialogados. En 1933, traduce Contrapunto, de Aldous Huxley, y lanza la novela Clarissa,
    comenzando una saga, la de la familia Alburquerque, que ocupa otros tres (03) libros:
    Música ao longe [“Música a lo lejos”], de 1934, Um lugar ao sol [“Un lugar al sol”], de
    1936 y Saga, de 1940; y casi diez (10) años.






    continuará


    https://core.ac.uk/download/pdf/236120203.pdf


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    Mensaje por Maria Lua Mar 20 Jun - 13:40

    ***
    En el intervalo, Erico desempeñó múltiples actividades, todas relacionadas al
    universo de la literatura. Hizo traducciones, como la de Felicidad, de Katherine Mansfield, publicó, además de los citados anteriormente, las novelas Caminhos cruzados
    [“Caminos cruzados”], en 1935 y Olhai os lírios do campo [“Mirad los lirios del campo”], de 1938. Escribió narrativas para jóvenes, como A vida de Joana d´Arc [“La vida
    de Juana de Arco”], de 1935 y Viagem à aurora do mundo [“Viaje a la aurora del mundo”], de 1939, y para niños, como As aventuras do avião vermelho [“Las aventuras del
    avión rojo”], de 1935, y Os três porquinhos pobres [“Los tres chanchitos pobres”], de
    1936. Redactó textos didácticos, como Meu ABC [“Mi ABC”], firmado por Nanquinote, y As aventuras de Tibicuera [“Las aventuras de Tibicuera”], de 1937, relatando la
    historia de Brasil desde la óptica del indiecito del título. Dirigió colecciones de obras
    literarias, como la Nobel y la Biblioteca de los siglos, que innovaron la política editorial
    brasileña y colocaron al lector nacional delante de, por un lado, la vanguardia de la novelística contemporánea, representada por Thomas Mann, Marcel Proust y Virginia
    Woolf, y del otro, delante del canon occidental, al hacer accesibles las obras de Platón,
    Montaigne, Montesquieu y Balzac, entre otros.
    En el comienzo de los años 40, Erico Verissimo es celebridad nacional, relacionándose, personalmente o por carta, con la mayoría de los escritores e intelectuales
    brasileños. Sus novelas son bien acogidas por el público, lo que no le impide seguir innovando, como revela O resto é silêncio [“El resto es silencio”], de 1942, narrativa en la
    que se mezclan experimentalismo y crítica social, al tratar de las perspectivas diferentes
    con las que los personajes se posicionan delante del acontecimiento central de la trama







    continuará


    https://core.ac.uk/download/pdf/236120203.pdf


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    Mensaje por Maria Lua Mar 20 Jun - 13:41

    ***


    En 1941, por una invitación del Departamento de Estado norteamericano, Erico viaja a
    Estados Unidos, donde dicta conferencias y conoce las diferentes facetas culturales y
    políticas del país, de acuerdo con lo que retrata en Gato preto em campo de neve [“Gato
    negro en campo de nieve”]. Retorna a América del Norte en 1943 para enseñar literatura brasileña en la Universidad de California, aulas que resume en Brazilian Literature:
    An outline, redactado en inglés y editado en 1945.
    Retorna a Estados Unidos en 1945, publicando, en 1946, A volta do gato preto
    [“La vuelta del gato negro”], mixto de relato de viajes y memoriales. Se preocupa, de
    aquí en más, por la redacción de O tempo y o vento [“El tiempo y el viento”], en el que
    reflexiona sobre la actualidad brasileña desde la retomada de la historia de Río Grande
    do Sul. El proyecto se extiende más allá de lo previsto, pues el primer volumen, O continente [“El continente”], lanzado en 1949, aunque narre 150 años de la historia gaucha,
    no alcanza para situar a los personajes y a los acontecimientos en el siglo XX, periodo
    que es la materia de O retrato [“El retrato”], de 1951, y O arquipélago [“El archipiélago”], lanzado entre 1961 y 1962. Centrado sobre todo en los eventos que acompañaron
    al gobierno de Getulio Vargas, Erico Verissimo hace el diagnóstico más completo de la
    primera mitad del siglo XX brasileño, presentando a su público la obra prima de que
    aquél carecía hacía largo tiempo.


    continuará


    https://core.ac.uk/download/pdf/236120203.pdf


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    Mensaje por Maria Lua Mar 20 Jun - 13:42

    ***

    Erico tuvo condiciones de transformar la historia de Río Grande do Sul en alegoría de la historia nacional, porque en su infancia y juventud presenció los dos (02)
    procesos por los que pasó el Estado: de participación periférica en la política nacional
    durante el periodo imperial, Río Grande do Sul ocupó un lugar central en las primeras
    décadas de la República; después de la muerte del senador Pinheiro Machado, en 1915,
    la región fue perdiendo importancia en el contexto nacional, la que se sumó a la debilidad económica, con la decadencia de las culturas tradicionales, asociadas a la creación
    de ganado y a las plantaciones de trigo. La modernización aconteció con la ascensión
    de Getulio Vargas al poder, en 1930. Modernización que afectó, sobre todo, a los principales centros urbanos, como Porto Alegre.
    Erico Verissimo, como sus coterráneos cruzaltenses y guachos, asistió a los
    fenómenos políticos, sociales y económicos, aunque pocos hubiesen sido capaces de
    transfigurarlos en ficción, tal como él hizo

    Algunos acontecimientos ocurrieron antes del nacimiento del escritor. La consolidación de la República dependió, en parte, del apoyo intelectual y militar de un contingente importante de habitantes del estado de Río Grande do Sul. El liderazgo de Julio de Castillos, positivista ortodoxo que distanciado de los segmentos asociados a la
    pecuaria e interesado en la adhesión de las camadas urbanas emergentes, apostó en la
    renovación de los medios de producción, en la mejoría del sistema de transporte, en el
    fortalecimiento de la educación y, sobre todo, en la centralización del gobierno, implantando un régimen dictatorial que tomó su nombre: el castillismo. La oposición, inconformada con tal método de gobernar, reaccionó; del conflicto resultó una sangrienta revolución, en que luchaban los maragatos y los pica-palos, éstos simpatizantes de Julio
    de Castillos.








    continuará


    https://core.ac.uk/download/pdf/236120203.pdf



    5


    _________________



    LA LITERATURA BRASILEÑA - Página 8 Marialuaf


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





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    Mensaje por Maria Lua Jue 22 Jun - 19:01

    Luiz de Miranda
    LA LITERATURA BRASILEÑA - Página 8 200px-Luiz_de_Miranda_%28cropped%29


    Luiz Carlos Goulart de Miranda ( Uruguaiana , 6 de abril de 1945 - Porto Alegre , 29 de julio de 2022 ) fue un laureado poeta brasileño , reconocido autor de la obra poética más extensa del mundo, con 3432 páginas contadas (seguido por Pablo Neruda , 2.080 páginas; Ezra Pound , 837 páginas). [ cita requerida ] Poeta de Rio Grande do Sul con más de cuarenta y cinco años de carrera literaria, ha publicado 33 libros en un total de páginas que impresionan por su volumen, calidad y contenido. Ha trabajado y escrito para varias organizaciones de prensa enPorto Alegre , Río de Janeiro , São Paulo y Belo Horizonte .

    En 1987 fue elegido miembro de la Academia Rio-Grandense de Letras , y en 2000 fue elegido miembro de la Academia Sul Brasileira de Letras . En junio de 2010 , informado por Diva Pavesi , recibió una insignia de la Academia de Artes, Ciencias y Letras de París, junto con, entre otros, Martinho da Vila .

    En 1987 fue elegido miembro de la Academia Rio-Grandense de Letras , y en 2000 fue elegido miembro de la Academia Sul Brasileira de Letras . En junio de 2010 , informado por Diva Pavesi , recibió una insignia de la Academia de Artes, Ciencias y Letras de París, junto con, entre otros, Martinho da Vila .

    Luiz de Miranda publicó más de 30 libros y ganó el Premio de Poesía 2001 , otorgado por la Academia Brasileña de Letras , por el libro “Trilogia do Azul, do Mar, da Madrugada e da Ventania” (2000). Entre sus obras destacadas se encuentran “Memorial” (1973), “Amor de Amar” (1986), “Porto Alegre” (1996) y “Quarteto dos Mistérios, Amor e Agonias” (1999).


    OBRAS

    Andanzas. Alegrete: Cadernos do Extremo Sul, 1969.
    Monumento. Porto Alegre: La Nación/IEL, 1973.
    Soledad Temporal. São Paulo: Alfa-Omega, 1978.
    Estado de alerta. Porto Alegre: Movimiento, 1981.
    Porto Alegre: itinerario de la pasión. Porto Alegre: Che, 1985.
    Amor de Amar. Porto Alegre: LP&M, 1986.
    Antología poética. Porto Alegre: Mercado Abierto, 1987.
    Libro de pasajeros. Porto Alegre: Cultura Contemporánea, 1992.
    Libro de los Meses. San Pablo: FTD, 1992.
    Poesía recopilada. Río de Janeiro: Civilización Brasileña/IEL, 1992.
    Libro pampeano. Porto Alegre: Sulina, 1995.
    Amores imperfectos. Porto Alegre: Sulina, 1996.
    Incendios clandestinos. Porto Alegre: Colección Petit-Poa, SMC, 1996.
    Nueva Antología Poética. Porto Alegre: Sulina, 1997.
    Cuarteto de Misterios, Amor y Agonías. Porto Alegre: Sulina, 1999.
    Trilogía Azul, Mar, Amanecer y Viento. Porto Alegre, Sulina, 2000.
    Trilogía Casa de Dios. Porto Alegre: Sulina, 2002.
    Canciones de Sesmarias. Porto Alegre: Sulina, 2003.
    Poesía de los Capitales. San Pablo: FTD, 2003.
    Nunca volveremos a ser los mismos. Porto Alegre: Nova Prova, 2005.
    Monolítico. Jaraguá do Sul: Diseño, 2009.
    mejores poemas São Paulo: Global, 2010.
    Trilogie du Bleu, de la Mer, de Laube et Grands Vents. París: edición Yveline, 2010.
    Voces del Sur del Mundo. Puerto Alegre; Editorial, 2011.
    Río de Janeiro, esquina con Luz Mar Adentro. Puerto Alegre; Editorial, 2011.
    Velas de Portugal. Puerto Alegre; Editorial, 2012.
    Inmensidades de Toda la Pampa. Puerto Alegre; Editorial, 2012.
    Amores amargos. Puerto Alegre; Editorial, 2013.
    Saludos Argentina. Puerto Alegre; Editorial, 2013.
    Antología definitiva. Porto Alegre: Pradense, 2014.


    **********************



    Pozo sin luz
    a Adovaldo Fernandes Sampaio

    Todos los días caen en la oscuridad,
    la brea de las horas canta en la amplitud.

    Amo lo que no tuve.
    Fui siempre por callejuelas
    pobres y olvidadas,
    donde el mimbre de la vida
    vibra
    sus cristales más antiguos.
    Una carroza de viento
    es mi herencia mal recibida.
    América adentro;
    del vientre de la pampa,

    por agua de río
    a la estampa sagrada del mar.

    El viaje no tiene fin,

    no tiene rumbo,
    mas tiene alma,

    que exhala su luz,
    prolongando los caminos.
    La hora es acre y dulce para mi sufrimiento,
    pan, vino, palabras son mi alimento.
    No permanezco en la avenida, rememoro.
    Si miro hacia atrás, sin duda lloro.
    Existo demoradamente,
    en aquello que no sé.
    Amar martiriza el horizonte,
    con su plumaje sin viento.
    Construyo mi angustia

    y sus puentes.
    Pienso con pesadez y estoy ausente,
    el mar inmenso es mi sustento.
    En la lejanía, construyo
    una casa de madera,
    para que en ella habite
    la ingratitud y el olvido.

    Oh estrellas,

    hermanas primeras
    del laberinto,

    del pozo sin luz,
    donde fue puesta la esperanza,
    rosa púrpura, rosa sin tallo,

    creencia que me ilumina,
    sueño feliz que ya soñaste,
    pero que vibra

    donde todo termina.
    Porto Alegre, 3 de agosto



    Es tarde
    Es tarde, muy tarde para que vuelvas
    de la insolvencia del tiempo.
    Calles y calles
    cayeron en la ceniza de las horas,
    perdieron mi dirección.
    Lo cercano llora,
    la vida es lluvia,

    lluvia
    que no conozco.

    Asperezas bajo la intemperie

    permanecen
    cerca del corazón.
    Lo que era amor,

    desmaya,
    se olvidan de mí,

    como de un jazmín
    arrojado en la playa,

    lejos de su perfume

    y su raíz.
    Lentos relatos

    me quedan,
    donde antes estabas,
    bordada en oro,
    hoy, un cielo apagado,
    sólo un dolor sonando
    en la sombra de tu mirar,
    a millares de millas del verbo amar.Es tarde, muy tarde,
    mas en el horizonte se eleva
    la flor en tus ojos,
    que parece un puente
    para quien vive esperando

    la esperanza:
    son mis días
    y su triste geografía.
    Porto Alegre, tarde del 9 de mayo de 1997.



    Solo
    La ventana de mi corazón está cerrada.
    Has permitido al viento del invierno
    barrer las esperanzas

    que había en mis manos
    blancas y azules
    sobre el espacio brillante del poema.
    La ventana de mi corazón está cerrada.
    El cristal de mi canto no responde

    a la mujer amada.
    La tarde iluminada

    vence a otras tardes pálidas.
    Llega la noche.
    El cielo resplandece

    en la más alta estrella.


    Solo,
    el vino derrama
    sus ácidos de silencio.


    Y quien ama
    está solo.
    Un camino que llama
    por mí, desde los confines del mundo.

    Solo,
    iluminado por el sol de la soledad,
    y él en azules se reparte.
    Porto Alegre, Septiembre 25 de 1996


    _________________



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    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
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    Mensaje por Maria Lua Jue 22 Jun - 19:18

    Poemas de Luiz de Miranda


    A UM DIA DA ETERNIDADE

    Para onde vou não há retorno,
    os ventos zunem nas distâncias,
    nas lonjuras mais ermas.
    Estou a um dia da eternidade.
    Mas há ainda um ranger de dentes
    das plenas rebeldias.

    Teu amor não vem,
    teu amor vem tarde,
    como a paisagem da janela de um trem
    já não vem.
    Teu amor
    amortece
    na mesa vazia de um bar.

    Esguia e bela,
    somes nos nomes
    que a paixão não traz.

    O que bebo é vinho
    e ventania,
    loucura dos santos,
    que se perderam na procura
    do que nunca tive.

    És bela,
    o desejo é belo,
    e basta.
    Longe de casa,
    eu moro na rua Lima e Silva,
    em Porto Alegre,
    no fim do mundo.
    Só o coração compreende,
    que a paixão não traz,
    o barco da ternura jaz,
    neste rio Uruguai
    da minha vida inteira,
    correndo para o Mar del Plata,
    onde ainda se ata
    a dor da vida e a dor da morte,
    linho na bruma da manhã,
    metade sonho, metade morte,
    apenas um cesto de romã.

    Um dia irei além do impossível,
    serei ainda o barco de um só rio.
    A nudez é plena,
    a nudez da água navega.
    Quem me conhece pensa que sabe,
    mesmo assim, não sabe
    da solidão da porta dos hospitais,
    onde nunca entrarei.
    Prefiro a morte súbita,
    alma voando,
    num repente,
    um breve momento,
    frente a Deus.

    Tudo é solitude.
    nos descampados da pampa,
    minha lei e minha origem.
    As flores crescem para além
    dos muros da minha cidade,
    liberdade
    em tudo o que arde.

    Sereio o que sonhei,
    a mil anos daqui.
    Serei,
    como a pérola
    que vive encantada
    na sua concha,
    no fundo do mar.

    Irei ao mundo,
    como fui um dia
    à escola.

    Só os deuses
    entendem dormir
    entre estrelas,
    e acordar sem elas
    e poder vê-las
    em cada vão da tarde.

    Porto Alegre, noite de 21 de março de 1998.
    Do livro “Quarteto dos Mistério, Amor e Agonias, 1999. Considerado obra prima, no prefácio que faz Gerardo Mello Mourão, único brasileiro indicado ao Nobel de Literatura, el 1979, pela Universidade de New York.



    *****************
    XXIV

    Tu tens que tentar
    tocar as estrelas,
    destina toda a tua
    vida para esta sorte.
    Não fiques somente em vê-las.
    Acorda-as com o brandir do verso,
    que sobe do amor, antes imerso,
    e vai luzir com elas
    no esplendor da eternidade.

    Olho lasso diante da amplidão,
    dou mil passos além da solidão.
    Meia lua gris, morte e incêndios,
    ao esmeril do vento.
    O tempo dorme e é inútil,
    enorme é a dor que me assedia,
    e não estanca esta sangria.
    Rosa branca, rosa branca,
    és meu mistério e missão,
    és quando abril assume
    o tendal alto das estrelas.

    Aí estou coberto do que amo,
    sirvo a mesa e proclamo
    que o amor reina mil anos,
    e um pouco dele, talvez muito pouco,
    passa por nossa alma,
    que é lavada no orvalho da manhã
    e resplandece na sombra branca
    da minha mão magra,
    que escreve, dolorosamente, o poema,
    esse dilema de uma vida inteira.

    Minha covardia é amar demais,
    e depois chorar a perda de quem se ama.
    Mas sem isso a vida não bate na alma.
    Melhor amar e ir morrendo nos seus sulcos,
    do que deixar para outro dia o que é diamante,
    mar, azul, manto de pérolas, ramo de flores,
    que nos envolvem por dentro do corpo.
    Sou às vezes navio sem porto,
    mas navego os milagres da paixão.

    *****************

    Canto de Sesmaria

    Porto Alegre, roteiro da paixão
    I

    Porto Alegre Porto Alegre
    alegria
    para nós que precisamos
    nós que somos mais tristes
    que alegres
    e vivemos esse tempo
    essa morte
    esse pássaro de febre

    XXVIII

    Porto Alegre Porto Alegre
    eu te canto para além
    de toda a miséria
    porque em ti vive o melhor de mim
    e somos a mesma semelhança
    a luzir às frestas
    desamparadas do meio-dia

    Porto Alegre, roteiro da paixão



    *******************

    Ponto de Partida

    A Alceu valença

    Não sonharei o impossível
    nem aurora
    a luz vem luzindo
    sua desesperada agonia
    o passado move
    sua chuva de caspa e cinza

    Não me queiram cordato
    sou sempre o reverso
    o horizonte incabado
    quando me julgam morto
    renasço com os caídos e mato
    para morrer de novo
    à lucidez das palavras endurecidas

    Alerta, neste quarto emprestado
    à beira do coração
    me sustento de miudezas
    substantivos, verbos, adjetivos
    complementos do cotidiano
    e construo a esperança
    como quem se salva
    para salvar

    Alerta na pampa
    casa e coração
    cinza no osso da dor
    cinza no rosto do amor
    arsenal da solidão
    arreios da vida inteira

    Não sonharei o impossível
    revoa a angústia
    como pássaro sem prumo
    nossos mortos, nossa morte
    escuro silêncio
    espaço sem ar
    desequilibrando no céu
    o algodão das palavras

    Desequilibrando no céu
    as aves de pouso alto
    o alarme geral
    das armas e das canções

    Desequilibrando, desequilibrando



    *******************

    Estado de Alerta

    Transitório

    Amanheço com a chuva
    dos anos da memória
    e nada exaure mais
    que este gosto de sal

    E quanto queria
    amanhecer longe
    destes páramos
    e perder com justeza
    e sorrir com a vida
    mas nada transporta
    ou redime
    os amigos mortos

    A vida dói na alma
    como uma tina de fel
    e guardamos o segredo
    de continuar vivos
    para incrível surpresa
    dos que comandam a vida




    *****************


    Memorial

    Poética brava

    A Guilhermino Cesar

    O poema é o sistema
    onde a palavra
    grava o conteúdo
    grave o feroz de tudo
    grava o que não tem
    princípio ou término
    e só finda num fundo
    de olho
    onde a vida é um retrato
    transparente da verdade

    O poema não tem dilema
    entre um susto e outro
    sobrepõe-se por camadas de
    som
    é um potro vidente
    armado até os dentes
    da fúria doce da imagem




    *************


    Solidão Provisória

    Pequena elegia para mais uma esperança

    Chegarás sempre na última palavra
    na tarde noturna do desejo
    onde a paixão se recolhe
    e deposita até os fantasmas
    febris do desespero
    Chegarás na bruma
    das sílabas sonoras do amor
    o ar sonando no sonho
    como uma nuvem que se perdeu
    e fica boiando no horizonte
    Chegarás como a sombra
    quente do sol
    esquecida no adeus
    Chegarás para dizer
    que o amor revela-se
    à luz noturna das palavras

    Amor de amar


    _________________



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    Mensaje por Maria Lua Jue 22 Jun - 19:22

    Poemas de Luiz de Miranda


    Artefactos para cumprir a vida

    I

    Nasci em Uruguaiana
    com todos os benefícios da memória

    O rio Uruguai é o mar de infância
    pendurando no rosto
    a fuselagem de meus ossos

    II

    Quando indaguei
    no transe das coisas íntimas
    agora prendo nelas o tambor do meu desejo
    as fatias desprovidas destes dias

    Quanto dói a lonjura
    que fecha nossa infância
    e mais se sabemos rompido
    o caminho da lembrança

    III

    Onde tenho a injustiça
    me detenho
    não há entrave no meu canto
    e canto (prova mais dura
    de ser presente – não aparente)
    o que resiste e sem demora
    veste a roupa de sua hora

    Para tanto
    asilar as dores de cabeça
    em carreiras
    despedir dos relógios
    a despedida
    ser de resguardo
    nos guardados
    da esperança

    Asilar o primeiro amor
    o coração desabitado
    e nesse arredo
    suspender dos meses a solidão

    arredar o medo
    sem o segredo do transporte
    ao visto vigiá-lo
    como pedaço do próprio corpo

    IV

    Em todos os nortes e ventos
    disponho os trastes inábeis
    já auferi a vida outro trajeto
    e abandono de vez
    a ressaca dos domingos

    Haverá quem pergunte
    coisas mais solenes
    haverá quem indague
    no branco das camisas
    nas gravatas e sapatos
    minha altivez

    Não isso não
    a vida é corredor sem regresso
    derivando derivando
    aonde se abandona
    o mofo do rigime

    V

    Ah! uma canção
    lonjura de pó
    nas paredes que me cobrem

    Tanta morte enfeixa
    minha camisa de brim
    que morrer faz a diferença
    na distância
    onde meu sonho se anuncia

    Tanta morte equilibra no meu ombro
    no lado esquerdo
    onde escondo o pensamento
    que viver é ir com todos
    sem nunca se perder

    VI

    Na linha do horizonte
    a justiça equilibra seu pronome
    é deveras distantes
    é deveras enrolado ao falso de seu nome
    nos documentos vigentes do sistema

    A justiça é porto seguro
    represa de vento
    onde desembarcamos a vida
    é porta operária
    onde o tempo é arma acesa
    e fantasma

    VII

    Onde tenho a injustiça
    me detenho

    Sou desembarcado
    não por desejo
    nos domicílios de mil novecentos
    e setenta e dois
    num abril que resseca minha idade

    Sou desembarcado
    e desde muito
    teço junto aos irmãos
    nova rede nova arma

    Não exaspera minha descida
    nesta hora
    aprendi do caminho
    como a serpente
    o veneno de si mesma

    Aprendi não de repente
    a rebeldia elementar
    e nos seus volumes cinzentos
    fundei minha casa

    Golpe a golpe
    desmembramos o dia
    o difícil instante
    onde fundamos nossa casa

    VII

    A vida é o trajeto vivo
    cumpre movê-la
    suspendendo nos dentes
    o mal nascido

    mas até amanhã
    onde até dezembro
    colocar a mão desprovida
    o coração maduro que despencou ?

    O amor
    ainda censurado
    é permitido às palavras
    nelas fazemos muradas e abrigos
    em dia de boa paz
    o roto amar da vida

    Onde antes que a noite
    permita todo seu pasmo
    colocar o sal e a pólvora
    e tristeza e as horas
    roubadas dos relógios ?

    IX
    Ah! canção para cumprir a vida
    sempre adiada
    artefacto de sonho
    para cobrir o que me falta
    o que me resta

    Todo o desigual
    é uma distância sem perdão
    e mofa em nossos olhos

    Memorial

    Balada em Uruguaiana para Tabajara Ruas

    A fúria da linguagem desce aos infernos.
    A alvura da palavra brilha no pampa.
    Somos o que se escreve ou canta,
    luz divina, diamente interno
    que ilumina a página branca,
    onde a noite põe suas estrelas
    e é para poder ouvi-las e tê-las
    que o fogo da aurora se levanta,
    deixando em ti uma loucura santa.

    O teu ofício paira no vento,
    mais rápido que o pensamento,
    vai longe, iluminada mão,
    vai dentro, bem perto, no coração.

    Trabalhas o que move o homem,
    o cristal dourado da vida,
    e se o amor e paixão somem,
    deixando a alma perdida
    inventas na hora outro destino
    onde voltamos a ser menino.

    Amores imperfeitos

    Amor de amar

    Dispo-me dos pudores da forma
    coloco meu ouvido no teu peito
    e deixo-me levar
    na emoção de quem procura
    teu rosto na sombra
    e te purifica te revela
    te orvalhece te incendeia
    e comparece em ti
    com estas palavras
    trazidas da alma

    Se chegarei à poesia
    não o sei
    apenas escrevo estas linha na água
    para brilhar no céu
    um dia
    recolhidas pelas nuvens
    ou espremidas a longo véu das chuvas

    Agora desliza minha mão
    a auscultar a memória da tua pele
    a viver nela o tempo impensado
    dos navios perdidos
    viver na tua pele
    todos os naufrágios
    e renascer na palma
    do amanhecer
    Agora a vida é renascer
    sempre em ti

    Um pensamento fugidio
    às festas da aurora
    é teu nome em meu coração
    a romper o silêncio
    um risco de luz
    transfigurado em tua face
    é meu guia
    e seguirei
    cuidadoso
    como um cão
    e seguirei teu cheiro
    pela noite imensa da paixão

    Seguirei
    até que te convertas
    na própria tinta das palavras
    e venhas a escrever
    desde esta janela de espanto
    que é o mundo
    luz redonda de infinito

    Seguirei contigo
    ainda que estejas longe
    e te desfaleças
    noutra solidão
    noutro minuto de esperança
    e te consideres ausente
    como são ausentes as distâncias
    mas te chamarei baixinho
    para te estelar
    nas proximidades mais íntimas do amor
    Para te estelar
    na longitude dos espaços
    das geografias
    que o amor tem outro calendário
    outro itinerário
    E és tu, namorada,
    que me dás a música dos versos
    seu rebentar na carne

    Amor de amar

    Balada de Lisboa

    Há pedras neste céu
    que foram estrelas
    no coração do poeta.
    Ninguém te limita,
    ó Tejo amantíssimo,
    demônio de água doce.
    Tantos são pessoa,
    a lei e sua fome,
    que o cristal do poema
    dá teu nome
    ao que ilumina
    às raízes de Lisboa.

    Vou caminhar estas ruas,
    como quem recorda a infãncia,
    onde seremos a menor distância
    entre a flor o fruto e tua
    geografia amorosa,
    onde o sonho desperta,
    e a última estrela
    se deixa no céu,
    alerta.

    E a vida, móbil azul,
    fareja estradas no mar,
    cristais de um canto insone
    que vaga e noutra vaga
    some,
    e o amor que sai
    da alma gaúcha e sem fronteira,
    que ganha o mundo e vai
    morrendo em ais pelas esquinas
    onde o homem e a flor respira,
    e cumprimos a dolorosa sina
    que inventa a lâmina que o fira,
    ardendo em mares,
    ó senhor dos naufrágios

    Há pedras nas vastidões
    dos sonhos dos que navegaram
    o mundo sem mapas,
    dos que navegam o coração das palavras,
    O verso que

    a outro verso
    se ata,
    como a teia
    do amante e do amor,
    que ilumina
    evaporando-se na dor
    que só tem quem olha o roçar da eternidade.
    Comigo estão os que sempre estiveram,
    ferindo a linguagem no seu vôo livre,
    o que alaga e veste a sombra do tema:
    Sá-Carneiro, Seabra, Camões, Eugênio de Andrade,
    os que batizam em fogo os cantos da aurora,
    os que morrem na vida e renascem no
    poema.

    Lisboa, 10, 11, 12 de novembro de 1996.

    Quarteto dos Mistérios, Amor e Agonias

    Nada existe

    Nada existe do outro lado do mar,
    a não ser o azul que sonhamos,
    as parreiras densas de algum vinho,
    havido nos barris do sonho
    e envelhecido na resina espessa
    que em nós ensina a solidão.

    Ah, coração, solta teus fantasmas,
    o que dorme no silêncio mas vibra
    antigas cinzas, vidros, espelhos,
    paisagens esquecidas, retratos.

    Ah, coração, transporta a acidez,
    do verão, os utensílios diários da insônia,
    o que me silencia os nervos
    e arde neste vento de dezembro,
    violino enlouquecido.

    Nada existe do outro lado do mar
    que não sejam velhas cartas,
    poemas interminados,
    o silêncio das palavras.

    Nada existe do outro lado da vida,
    animal exposto a visitação pública.
    Passageira como nós, que não vai ao mar,
    e morre em ais pelos caminhos.

    Livro do Passageiro

    Madrugada santa

    O prumo da noite pende
    para o lunar da aurora,
    entre estrelas e bruma,
    a madrugada azul se levanta,
    diamante mais duro e mais puro,
    o coração é quem canta
    as esperanças mais longas,
    é uma milonga, uma canção de fronteira,
    que nos leva em luz à porta verdadeira.

    Sou tudo o que fiz e o que faço,
    espada que corta o raio e a injustiça,
    brilha alto, brilha, a força do seu aço,
    um pedaço de esperança persegue seu fio,
    pedras e musgos do velho rio.

    Toda minha vida nesta noite acordada
    é filha primeira do solar da madrugada.
    Sozinho, no vazio noturno dos meses,
    vejo a vida luzir pelas ramadas,
    e, às vezes, sem saber, ela escorre
    por nossos dedos, entre violões
    e vinho, um pouco do caminho esvai-se.
    Ah, ais perdidos nas ausências,
    na lágrima fria do adeus.

    Madrugada santa, madrugada do meu sonhar.
    Na Cidade Baixa, em Porto Alegre, conheci
    o mais denso de tua luz e de tua febre,
    que sempre, e cada vez mais, nos leva
    ao escondido da última estrela.

    Madrugada santa, madrugada azul,
    quem te canta chega sempre ao arrebol.
    Aqui ao sul do mundo, te falo em espanhol:
    El mar es tu caldal, la pampa, tu cantar.
    Todo está escrito em las alfombras
    del cielo. Contigo voy a morirme.
    En tus ojos titilan los verdes
    olvidos de mi vida ya vieja.

    Só aqui, vivo o destino esquecido,
    num antigo bar, num livro de poemas,
    antigo como Drummond, Pound, ou Lorca
    ou Neruda, ou Machado, ou Dante,
    que o poema muda em estações.
    Diante de ti, amada,
    entre outras, a mais querida,
    que dorme na velha cama de minha alma,
    perdida nos sonhos silentes
    que desde a infância
    ferem de luz as possíveis distâncias.
    Madrugada azul, esmeralda,
    a esmo me vou, ao esmeril do canto.
    Um novo tempo lapida seus cristais.
    Vou agora para não voltar jamais.

    Porto Alegre, (Madrugada azul de toda a minha vida)
    22 de março de 1999.

    Trilogia do Azul, do Mar, da Madrugada e da Ventania

    Livro – Cantos de Sesmarias

    CXI

    Eu que sou filho
    do rio e de pampa,
    não mudo minha estampa,
    quando os pátios
    me dão assombros
    ou perda de memória,
    por escombros,
    sobrevivo
    e alinho
    novos rumos
    à vida,
    ó doce e bela
    e eterna companheira.

    Sou sem fronteiras,
    e falo com todo o mundo,
    invento a linguagem
    ao longo da grande viagem.
    O meu sustento
    vem do que invento.
    Palmilho o trigo
    e o milho,
    sigo o trilho
    que vai dar
    no mar.
    Eu amo
    tudo o que tenho.
    De onde venho,
    a estrela sempre
    se levanta
    na noite imensa.
    Corro na frente
    do vento.
    Sou o que pensa
    e depois constrói
    o movimento das águas.

    Do Livro “Nunca Mais Seremos os Mesmos”

    CCXXXIX

    Último olhar sobre este livro
    tecido na aurora de todas as idades,
    o que vai célebre rumo as tuas mãos,
    cobertas de orvalho e de espanto.
    Rebelde é meu canto,
    que se multiplica em rebeldia
    que trabalha à noite
    e não vê o dia,
    que se esparrama
    na rama verde do mar,
    e sobe as montanhas,
    que desconhece o banal
    e vai tangeando o universal
    com a alma honesta
    e uma voz que atesta
    a minha terra e meu endereço,
    onde componho secreto
    do movimento deste animal doméstico.
    Baixo a cabeça e rezo,
    os cânticos de Davi
    que tanto prezo,
    como última forma
    de amor à palavra
    e ir morrendo
    à sombra de sua lavra.

    CCXL

    Por último, este final amargo,
    barcos que não encontram o cais
    e viajam uma bruma bem fina
    que nos ensina vencer as distâncias.
    Verbo verde que verte vórtices novos
    e luz no pasto o som do verbo amar.
    Eu troco de amor mas não de poema,
    ele é o tema de toda a minha vida.
    Vou com os loucos vencer os ventos,
    leio secretamente o pensamento
    e levanto alto um lençol de estrelas.
    Novamente o livro que teço termina,
    limpo um velho retrato da infância
    e procuro nova palavra cristalina.





    https://luizdemiranda.wordpress.com/alguns-poemas/


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    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
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    Mensaje por Maria Lua Dom 25 Jun - 15:58

    ***

    La Revolución Federalista, entre 1893 y 1895, señaló la división de Río Grande
    do Sul en dos (02) partes, distintas no por razones geográficas, ni económicas, sino políticas. Los maragatos preferían un sistema administrativo menos autoritario, como fuera
    el de Pedro II durante el Segundo Reinado, cuando la monarquía se transformó en un
    recuerdo lejano, mantuvieron como ideario algunos de sus principios, como los que
    abogaban por una menor interferencia del gobierno en la gestión de la economía. Sus
    integrantes venían de las áreas económicas más tradicionales, vinculadas con la pecuaria y con la industria del charque, como el más notable de ellos: Joaquín Francisco de
    Assis Brasil, republicano que acompañó a Julio de Castillos en sus primeros años de
    lucha política, pero con quien rompió más tarde.
    Julio de Castillos, al derrotar a los maragatos, garantizó el poder por más de una
    década. Pero murió prematuramente en 1903, siendo sustituido por su discípulo: Antonio Augusto Borges de Medeiros. A esa altura, el castillismo comenzaba a perder unidad interna, de lo que es síntoma la publicación del poemita campero Antonio Chimango, cuyo autor, Amaro Juvenal, seudónimo adoptado por Ramiro Barcellos, manifiesta
    la crítica más ferina del que fuera blanco el gobernante de Río Grande do Sul. Sus versos, prohibidos, circulaban en manuscritos u oralmente, expresando la creciente insatisfacción de la población con el sistema heredado de Castillos.
    El año era 1915, y el panorama se altera bastante. La República se consolida y
    el país supera disturbios económicos, como la inflación galopante de la década de 1890,
    y políticos, como la revolución de Canudos. La nación se modernizaba, y centros urba-
    nos, como San Pablo, crecían, fortaleciendo a una burguesía urbana aspirante al gobierno. Ese, sin embargo, ignoraba el apelo popular, siendo ejercido por figuras indicadas
    por los Partidos Republicanos regionales, destacándose los de San Pablo y de Minas
    Gerais. Río Grande do Sul no estaba excluido de este tipo de mando, pues uno de los
    principales líderes era Pinheiro Machado,
    sobre todo en la época de la presidencia de
    Hermes da Fonseca, entre 1910 y 1914








    continuará


    https://core.ac.uk/download/pdf/236120203.pdf


    6


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    Mensaje por Maria Lua Dom 25 Jun - 22:46

    Poemas de Luiz de Miranda



    Abril
    Quero tudo em abril
    o que é doce e juvenil
    na mão de uma menina
    em breve alucina
    é o amor que se declara
    presença matutina
    em quem antes não amara

    Quero amar em abril
    mais do que em março
    assim a voz da paixão
    é onde coloco o abraço

    Quero tudo em abril
    o sonho vem logo abrir
    o que em mim era pueril
    para o canto fazer-se ouvir
    entre as ruas da cidade

    Quero tudo em abril
    do feliz aniversário
    ao amor ordinário
    da namorada cheirosa
    que seja rosa e morada
    luz aberta na madrugada

    Quero tudo em abril
    as formas de ser gentil
    o que nunca é servil
    o que serve só ao Brasil
    toda a rima em il
    que nunca será febril
    pois nunca é noite em abril


    In: MIRANDA, Luiz de. Livro dos meses. São Paulo: FTD, 1992. (Falas poéticas).




    *************************


    O Mundo É Pequeno
    O mundo é pequeno,
    não vai além de nossa casa.
    A estrada e o aramado
    vizinham mas não se amam.
    O silêncio morre
    neste tapete de ausências
    onde procuro o sono e a manhã.
    O vinho é a esperança
    onde escrevo e permaneço.


    Publicado no livro Livro do passageiro (1992).

    In: MIRANDA, Luiz de. Poesia reunida, 1967/1992. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira; Porto Alegre: IEL, 1992. p.6





    https://www.escritas.org/pt/luiz-de-miranda


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    Mensaje por Amalia Lateano Lun 26 Jun - 1:55

    Maravillosamente explicación de los sucesos.

    Muchas gracias!!
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    Mensaje por Maria Lua Lun 26 Jun - 22:39

    ***


    El asesinato de Pinheiro Machado, en 1915, en Río de Janeiro, y la popularización casi inmediata de Antonio Chimango apuntaron hacia las mudanzas en curso. El
    modelo federativo y, sobre todo, el culto a la personalidad autoritaria provocaban insatisfacciones, incluso porque, en Río Grande do Sul, nuevos segmentos comenzaban a
    disponer de medios económicos e ideológicos para expresarse. Descendientes de los
    inmigrantes alemanes e italianos, que se mudaron para el Brasil meridional durante el
    siglo XIX, colaboran para el desarrollo agrícola e industrial en las regiones en que se
    instalaron. Se diversifica la composición étnica del Estado, acompañada por la variedad
    de actividades profesionales que modifican el perfil, hasta entonces preferentemente
    rural, de la región. La capital se desarrolla rápidamente, al canalizar los recursos llegados de las diferentes actividades regionales. Aumenta el número de diarios y de escuelas, aparecen nuevos establecimientos comerciales, fortaleciendo al mercado interno, y
    las actividades culturales se multiplican.
    Nacido en una región en la que los efectos de la decadencia de la economía pastoril se hacían sentir, educado en una familia que sufrió las consecuencias del proceso y
    transferido a una ciudad que se beneficiaba con la modernización, Erico Verissimo supo
    reproducir los dos (02) acontecimientos en sus obras, de acuerdo con una secuencia que
    inicia en 1933, con Clarissa, y concluye casi treinta (30) años después, en el último volumen de O arquipélago [“El archipiélago”], aunque Incidente em Antares [“Incidente
    en Antares”], de 1971, también su nutra de los ecos de esa trayectoria.





    continuará


    https://core.ac.uk/download/pdf/236120203.pdf


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    Mensaje por Maria Lua Lun 26 Jun - 22:40

    ***

    Desde los primeros cuentos, Erico se decidió por la forma narrativa, de la que
    nunca se apartó. Su primer libro, Fantoches, reúne relatos cortos, algunos dialogados, a
    la moda de los sketchs teatrales. El escritor, sin embargo, nunca reveló una gran estima
    por esa obra inaugural, que no vendió muchos ejemplares, ni atrajo la atención de la
    crítica. Lanzada en 1932, fue relanzada en 1972, en una edición conmemorativa al cincuentenario del estreno de Erico Verissimo en la literatura. Acompañan al volumen los
    comentarios jocosos y críticos que el autor hizo de sus primicias artísticas, reforzando el
    sentimiento de rechazo inicial.

    Es Clarissa, por lo tanto, de 1933, que Verissimo considera la primogénita de su
    obra ficcional. Narrando dos (02) años de la vida de la adolescente interiorana en la
    ciudad de Porto Alegre, para donde se muda con la intención de completar su formación
    de profesora, la obra introduce dos (02) vertientes peculiares a la novela de Erico. primeramente, la que elige al escenario urbano como espacio para el desarrollo de la trama,
    por traducir el proceso de modernización representado en el texto, así como las divisiones y conflictos que encuentra en el universo sur riograndense, matriz de representación
    de la sociedad brasileña. Y, en paralelo, la trayectoria de la familia Alburquerque, a la
    que pertenece la protagonista del libro, grupo que, a lo largo de la década del 30, sintetiza la visión que Erico tiene de la desagregación paulatina de las estirpes tradicionales de
    Río Grande do Sul. Anticipando los Torras y los Cambarás, estrellas mayores de la
    constelación veríssima, los Alburquerque servirán no apenas de síntoma de la ascensión
    y caída de determinados segmentos de la sociedad gaucha, sino también como tubo de
    ensayo del núcleo que el novelista coloca al final de la década de 40 en posición central
    en O tempo e o vento [“El tiempo y el viento”].

    Clarissa tiene un enredo bastante simple: conducido por el personaje femenino
    que le da título al libro, acompaña las impresiones de la joven durante el periodo en que
    completa su educación en la capital del Estado. Su visión de mundo es ingenua, pero no
    simple; y, por enfocar los acontecimientos principales bajo la óptica de la muchacha, el
    narrador puede valerse de un estilo moderno y ágil, caracterizado por el empleo del verbo en el presente del indicativo, en vez de adoptar el pretérito perfecto (o el indefinido)
    recurso más convencional de los contadores de historias









    continuará


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    Mensaje por Maria Lua Lun 26 Jun - 22:42

    ***


    La primera gran innovación del libro, y que garantiza su actualidad, es, pues, el
    permanente presente de las acciones. La protagonista observa lo que pasa a su alrededor, y sus anotaciones se rehacen siempre, sin envejecer. También el mundo que cerca
    a la joven se estaciona en el tiempo, sin perder la frescura y la jovialidad. Así, Erico
    consigue hacer algo concreto del ideal de la modernidad, al sumar actualidad y presente
    perene, como si nada pudiese venir después de él. El novelista capta el sentimiento del
    proyecto modernista y lo transforma en alegoría, corporeizada por la protagonista cen-
    tral de Clarissa. Por la misma razón, puede abordar la modernización, traducida y representada por la ciudad donde transcurre la acción.

    En su versión original, la novela no menciona el nombre de la ciudad donde
    transcurren las acciones. La referencia a Porto Alegre solamente aparece en el prefacio
    a la re edición de la obra, en los años 60, cuando se también se nombran locales característicos de la ciudad, como la Rua da Praia [Calle de la Playa].

    Clarissa ganó bastante con la identificación del espacio de la acción, pues
    aproxima al lector del lugar de los acontecimientos y evita la abstracción que podría
    conducir la propensión alegórica que acompaña a la creación de la protagonista. Si esa
    sintetiza la eterna juventud con que soñaban los modernos, ella habita un local concreto,
    que expresa la modernidad en su materialidad histórica. Si no es en Clarissa que Erico
    discute las contradicciones del mundo moderno, en esa novela él revela sus características más evidentes: el anonimato de sus habitantes, la expansión de los medios de comunicación de masa, las alteraciones en el diseño urbano como consecuencia del tránsito
    de vehículos automotores, y el deslumbramiento que provoca en las personas que lo
    atestiguan. Luego, Clarissa no corresponde apenas a la juventud perene de los modernos, ella incorpora la mirada maravillado de quien nunca se cansa de festejar las alteraciones incesantes en el paisaje y en los individuos.




    continuará


    https://core.ac.uk/download/pdf/236120203.pdf


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    Mensaje por Amalia Lateano Mar 27 Jun - 0:13

    Atrapante!! Como todo lo que traes al Foro!!

    Buenas noches María Lua.
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    Mensaje por Maria Lua Miér 28 Jun - 0:11

    Poemas de Luiz de Miranda


    Lá Estão os Trens


    Lá estão os trens,
    sob o calor da ausência,
    num isolamento de ferro.
    Eles carregam a dor,
    a indagação dos caminhos,
    a tristeza, a alegria,
    o espelho vivo das memórias.
    Viajamos todos
    num mesmo vagão de carga.
    Lá vão os trens
    em sua estrada interminável.


    Publicado no livro Livro do passageiro (1992).

    In: MIRANDA, Luiz de. Poesia reunida, 1967/1992. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira; Porto Alegre: IEL, 1992. p.13



    ***********************


    Viagem


    O que viaja em nós
    às vezes é infeliz
    como a alegria do meu país.
    Mas o que ama brilha,
    viaja além do ônibus, da tristeza,
    na estrada, na estrela,
    principalmente no amor
    que cala nossa dor,
    inventa a esperança
    e faz a fala da paixão.


    Publicado no livro Livro do passageiro (1992).

    In: MIRANDA, Luiz de. Poesia reunida, 1967/1992. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira; Porto Alegre: IEL, 1992. p.4



    *************


    Tonho Tropeiro



    a Geraldo Vandré

    I

    Tonho tropeiro cavalga
    entre lendas e o instante
    burocrático (democrático)

    Surgiu no morro morrente
    do desmorre, onde dorme
    o sol, e as tempestades recolhem
    os braços sobre o baço

    Suas esporas fizeram estrada
    no campo de terra lavrada
    seus pés cruzaram chão
    que nem dá pra contar

    Tonho tropeiro, fruto do campo
    uma prece, um canto
    a revolta da relva
    explodiu verde no espaço
    uma prece, um canto
    a noite engoliu o dia
    uma prece, um canto
    um morria, outro nascia
    uma prece, um canto
    é hora de sombras e assombros
    uma luta é uma luta

    II

    arado
    arando
    campo

    mil discos arando a terra
    mil valas abertas na noite
    mil corpos cobrindo a terra
    dorsalmente em decúbito.

    um ruído escasso
    um ruído distante
    um som de silêncio

    a tropa estende-se na estepe
    a trova estendida esteve
    a estrela, repórter da noite
    estende um chamado estranho
    a lua espia de longe
    até parece um monge
    o tropeiro estende o corpo
    o silêncio profundo das horas
    noturnas estende seu manto.

    três berros
    três velas
    três sustos

    um olho buscando luz
    um pé buscando apoio
    um corpo buscando ação

    (...)


    Publicado no livro Andança (1969). Poema integrante da série No Instante.

    In: MIRANDA, Luiz de. Poesia reunida, 1967/1992. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira; Porto Alegre: IEL, 1992. p.452-453

    NOTA: Poema composto de 3 parte



    https://www.escritas.org/pt/luiz-de-miranda


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    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





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    Mensaje por Maria Lua Dom 2 Jul - 17:22

    PERFILES



    Erico Verissimo


    E N sus reflexiones acerca de la novela moderna, este escritor brasilefio -uno de los mas interesantes escritores latinoamericanos
    contemporineos- ha expresado su convicci6n de que "la gran verdad es que la complejidad de la novela aumenta en raz6n directa
    con la complejidad de la vida". Y agrega: "La ciencia avanz6 y, en
    cierta manera, la gran mayoria de los conocimientos cientificos que
    en tiempos pasados eran propiedad casi exclusiva del sabio, del estudioso, del docto, hoy se vulgarizan de tal forma, que el novelista
    se ve impelido a dejar de ser solamente el hombre que cuenta una
    historia, para ser tambien el escritor que esti bien informado de los
    problemas y de los descubrimientos de su 6poca, en todos los dominios."
    Tal afirmaci6n de Erico Verissimo es, en cierto modo, suficiente para hermanar su estetica a la de los mas interesantes novelistas
    norteamericanos actuales: los norteamericanos, a los que Verissimo
    aparece bastante solidarizado, no s61o en algunos aspectos de su
    novelistica, sino hasta tambien en algfin pasaje de su vida activisima, sobre todo en su adolescencia y en su primera juventud, ya como
    estudiante, ya como periodista o bien como modesto empleado de
    una casa de comercio. Y hasta la manera vertiginosa con que logr6
    la consagraci6n, tiene algo que evoca a los escritores estadounidenses.
    Dos grandes premios, obtenidos en poco tiempo -el "Machado
    de Assis" y el "Graga Aranha"-, sefialaron su nombre a la atenci6n
    del ptlblico, y su novela Caminos cruzados (premiada con el segundo
    de los galardones mencionados) di6 amplia raz6n a quienes afirmaban ver en Verissimo a un escritor fuerte, nuevo, diferente, personalisimo.





    continuará

    file:///E:/Maria%20Lua/Downloads/erikab,+1538-6107-1-CE.pdf


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    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





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    Mensaje por Maria Lua Vie 7 Jul - 23:25

    Poemas de Luiz de Miranda


    Dezembro



    Dezembro é pura lembrança
    um brinquedo quebrado
    em nossos velhos sapatos
    traz de volta a criança
    que dança, dança, dança
    senhora de nossos atos

    Dezembro é pura lembrança
    um menino foge de casa
    mistura-se ao destino dos ciganos
    ao de um pássaro sem asas
    que vaza na noite seu vôo cego

    Dezembro é pura lembrança
    os presentes são anunciados
    e se iluminam as esperanças
    o que era perdido ou extraviado
    sonho antigo de infância
    tira dos corações a distância

    Dezembro é pura lembrança
    ocupa todo o tempo da andança
    o que era pobre se faz brilho
    veloz na noite natalina
    que em sons e sonhos alucina
    o afeto do pai ou do filho

    Dezembro é pura lembrança
    pedaços de nós batem no sino
    o silvo de um Deus pequenino
    que se apieda e nos perdoa
    A alegria bate na alma do menino
    que somos no dezembro natalino




    In: MIRANDA, Luiz de. Livro dos meses. São Paulo: FTD, 1992. (Falas poéticas)





    *******************


    Cidade


    Que será do homem
    que não sustenta
    a sua fome
    com pão, leite, feijão e ar?

    Nada é menos livre
    do que a fome
    que mata o homem
    e nada é mais livre
    do que a palavra
    que a revela
    sob o sal das horas

    Que será sob a cidade
    do homem
    onde não há lugar
    sequer às letras noturnas do luar
    aos peixes claros da alma

    Que será do menino
    que vive nele
    a idade é mineral
    emocional
    e o tempo
    esse cadáver embarcado
    nos enche de mau
    cheiro e de morte
    a nos salvar

    a música da esperança
    o eterno pássaro
    de nossa herança

    Que cidade é esta
    que nos cerca de luzes
    mas apaga o feltro
    de nossa infância
    a febre de nossa voz
    e deixa-nos ancorados
    às esquinas
    fotografia de fumaça e neblina

    Que homem é este
    que não se sustenta
    que a fome o come
    a partir do nome operário




    Publicado no livro Estado de alerta (1981).

    In: MIRANDA, Luiz de. Poesia reunida, 1967/1992. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira; Porto Alegre: IEL, 1992. p.300-30



    ********************

    Retrato da Presença de Quintana




    De repente Mario nos ensina
    o rumor da tarde e seus insetos
    a sombra no silêncio
    A vida vem do escuro
    no brilho de uma maçã madura
    na janela do verão
    vem também a dura presença
    de uma estrela deserdada
    vem a luz verde do pomar
    onde se inscrevem as vergamotas
    o aroma gentil das romãs
    o rubro amor das amoras

    Vem a vida vem o Mario
    com seu casaco cheio de asas
    sobrevoa a casa de nossos sonhos
    e circulam os anjos azuis do mar
    a namorar o amargo perfil da ausência
    vem a reticência de uma mão gelada
    na janela azul da alma

    De repente aprendemos
    que as palavras sozinhas
    não tecem a poesia
    que só podemos tratá-las
    ao calor da vida
    e mesmo da melancolia
    retiramos o mel da esperança



    Porto Alegre, 1981

    Publicado no livro Amor de amar (1986).

    In: MIRANDA, Luiz de. Poesia reunida, 1967/1992. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira; Porto Alegre: IEL, 1992. p.17





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