Aires de Libertad

¿Quieres reaccionar a este mensaje? Regístrate en el foro con unos pocos clics o inicia sesión para continuar.

https://www.airesdelibertad.com

Leer, responder, comentar, asegura la integridad del espacio que compartes, gracias por elegirnos y participar

Estadísticas

Nuestros miembros han publicado un total de 1065106 mensajes en 48375 argumentos.

Tenemos 1587 miembros registrados

El último usuario registrado es José Valverde Yuste

¿Quién está en línea?

En total hay 216 usuarios en línea: 3 Registrados, 0 Ocultos y 213 Invitados :: 2 Motores de búsqueda

clara_fuente, javier eguílaz, Ramón Carballal


El record de usuarios en línea fue de 1156 durante el Mar 05 Dic 2023, 16:39

Últimos temas

» MAIAKOVSKY Y OTROS POETAS RUSOS Y SOVIÉTICOS, 3
CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA) - Página 18 EmptyHoy a las 06:50 por Pascual Lopez Sanchez

» NO A LA GUERRA 3
CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA) - Página 18 EmptyHoy a las 03:52 por Pedro Casas Serra

» 2021-08-17 a 2021-11-24 APOCALIPSIS, 21: 8: EL GENERAL MORAGUES
CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA) - Página 18 EmptyHoy a las 03:44 por Pedro Casas Serra

» 2021-08-17 a 2021-11-24 APOCALIPSIS, 21: 8: GRATINIANA BUSTAMANTE, GITANA
CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA) - Página 18 EmptyHoy a las 03:34 por Pedro Casas Serra

» Poetas murcianos
CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA) - Página 18 EmptyHoy a las 01:46 por Pascual Lopez Sanchez

» XII. SONETOS POETAS ESPAÑOLES SIGLO XX (VII)
CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA) - Página 18 EmptyHoy a las 01:05 por Pascual Lopez Sanchez

» ANTOLOGÍA DE GRANDES POETAS HISPANOAMÉRICANAS
CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA) - Página 18 EmptyHoy a las 01:03 por Pascual Lopez Sanchez

»  FERNANDO PESSOA II (13/ 06/1888- 30/11/1935) )
CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA) - Página 18 EmptyAyer a las 20:03 por Maria Lua

»  DOSTOYEVSKI
CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA) - Página 18 EmptyAyer a las 20:01 por Maria Lua

» JULIO VERNE (1828-1905)
CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA) - Página 18 EmptyAyer a las 19:50 por Maria Lua

Noviembre 2024

LunMarMiérJueVieSábDom
    123
45678910
11121314151617
18192021222324
252627282930 

Calendario Calendario

Conectarse

Recuperar mi contraseña

Galería


CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA) - Página 18 Empty

+5
Pedro Casas Serra
Andrea Diaz
Carmen Parra
helena
Juan Martín
9 participantes

    CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA)

    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 76690
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA) - Página 18 Empty Re: CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA)

    Mensaje por Maria Lua Lun 30 Ene 2023, 09:12

    CANTAR

    CANTAR de beira de rio;
    água que bate na pedra,
    pedra que não dá resposta.

    Noite que vem por acaso,
    trazendo nos lábios negros
    o sonho de que se gosta.

    Pensamento do caminho
    pensando o rosto da flor
    que pode vir, mas não vem.

    Passam luas — muito longe,
    estrêlas — muito impossíveis,
    nuvem sem nada, também.

    Cantar de beira de rio:
    o mundo coube nos olhos,
    todo cheio, mas vazio.

    A água subiu pelo campo,
    mas o campo era tão triste...
    Ai!
    Cantar de beira de rio.



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver este vínculo]


    96


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 76690
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA) - Página 18 Empty Re: CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA)

    Mensaje por Maria Lua Mar 31 Ene 2023, 08:05

    DESTINO


    PASTORA de nuvens, fui posta a serviço
    por uma campina tão desamparada
    que não principia nem também termina,
    e onde nunca é noite e nunca madrugada.

    (Pastores da terra, vós tendes sossêgo,
    que olhais para o sol e encontrais direção.
    Sabeis quando é tarde, sabeis quando é cedo.
    Eu, não.)

    Pastora de nuvens, por muito que espere,
    não há quem me explique meu vário rebanho.
    Perdida atrás dele na planície aérea,
    não sei si o conduzo, não sei si o acompanho.

    (Pastores da terra, que saltais abismos,
    nunca entendereis a minha condição.
    Pensai que ha firmezas, pensais que ha limites.
    Eu, não.)

    Pastora de nunvens, cada luz colore
    meu canto e meu gado de tintas diversas.
    Por todos os lados o vento revolve
    os velos instáveis das reses dispersas.

    (Pastores da terra, de certeiros olhos,
    como é tão serena a vossa ocupação!
    Tendes sempre o indício da sombra que foge...
    Eu, não.)

    Pastora de nuvens, não paro nem durmo
    neste móvel prado, sem noite e sem dia.
    Estrêlas e luas que jorram, deslumbram
    o gado inconstante que se me extravia.

    (Pastores da terra, debaixo das folhas
    que entornam frescura num plácido chão,
    sabeis onde pousam ternuras e sonos.
    Eu, não.)

    Pastora de nuvens, esqueceu-me o rosto
    do dona das reses, do dono do prado.
    E às vezes parece que dizem meu nome,
    que me andam seguindo, não sei por que lado.

    (Pastores da terra, que vedes pessoas
    sem serem apenas de imaginação,
    podeis encontrar-vos, falar tanta coisa!
    Eu, não.)

    Pastora de nuvens, com a face deserta,
    sigo atrás de formas com feitios falsos,
    queimando vigílias na planície eterna
    que gira debaixo dos meus pés descalços.

    (Pastores da terra, tereis um salário,
    e andará por bailes vosso coração.
    Dormireis um dia como pedras suaves.
    Eu, não.)


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 76690
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA) - Página 18 Empty Re: CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA)

    Mensaje por Maria Lua Mar 31 Ene 2023, 08:06

    QUADRAS

    NA CANÇÃO que vai ficando
    já não vai ficando nada:
    é menos do que o perfume
    de uma rosa desfolhada.
    ///
    Os remos batem nas águas:
    têm de ferir, para andar.
    As águas vão consentindo —
    êsse é o destino do mar.
    ///
    Passarinho ambicioso
    fez nas nuvens o seu ninho.
    Quando as nuvens forem chuva,
    pobre de ti, passarinho.
    ///
    O vento do mês de Agosto
    leva as folhas pelo chão;
    só não toca no teu rosto
    que está no meu coração.
    ///
    Os ramos passam de leve
    na face da noite azul.
    É assim que os ninhos aprendem
    que a vida tem norte e sul.
    101
    ///
    A cantiga que eu cantava,
    por ser cantada morreu.
    Nunca hei de dizer o nome
    daquilo que ha de ser meu.
    ///
    Ao lado da minha casa
    morre o sol e nasce o vento.
    O vento me traz teu nome,
    leva o sol meu pensamento.


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 76690
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA) - Página 18 Empty Re: CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA)

    Mensaje por Maria Lua Mar 31 Ene 2023, 08:08

    NOTURNO


    SUSPIRO do vento,
    lágrima do mar,
    êste tormento
    ainda pode acabar?

    De dia e de noite,
    meu sonho combate:
    veem sombras, vão sombras,
    não há quem o mate!

    Suspiro do vento,
    lágrima do mar,
    as armas que invento
    são aromas no ar!

    Mandai-me soldados
    de estirpe mais forte,
    com tôdas as armas
    que levam à morte!

    Suspiro do vento,
    lágrima do mar,
    meu pensamento
    não sabe matar!

    Mandai-me êsse arcanjo
    de verde cavalo,
    que desça a êste campo
    a desbaratá-lo!

    Suspiro do vento,
    lágrima do mar,
    que leve êsse arcanjo meu longo tormento,
    e também a mim, para o acompanhar!





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver este vínculo]


    103


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 76690
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA) - Página 18 Empty Re: CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA)

    Mensaje por Maria Lua Miér 01 Feb 2023, 13:54

    ORIGEM


    O TEMPO gerou meu sonho na mesma roda de alfareiro
    que modelou Sirius e a Estrêla Polar.
    A luz ainda não nasceu, e a forma ainda não está pronta:
    mas a sorte do enigma já se sente respirar.

    Não há norte nem sul: e só os ventos sem nome
    giram com o nascimento — para o fazerem mais veloz.
    E a música geral, que circula nas veias da sombra,
    prepara o mistério alado da sua voz.

    Meu sonho quer apenas o tamanho da minha alma,
    — exato, luminoso e simples como um anel.
    De tudo quanto existe, cinge sòmente o que não morre,
    porque o céu que o inventou cantava sempre eternidade
    rodando a sua argila fiel.



    *****************





    FEITIÇARIA



    NÃO TINHA havido pássaro nem flores
    o ano inteiro.
    Nem guerras, nem aulas, nem missas, nem viagens
    e nem barca e nem marinheiro.

    Nem indústria ou comércio, nem jornal nem rádio,
    o ano inteiro!
    Nem cartas, nem modas. Tudo quanto havia
    era o feitiço de um feiticeiro
    que toldava o mundo e a melancolia.

    Chegaram agora pássaros e flores,
    e de novo guerras, aulas, missas, viagens,
    e marinheiros com remos e barcas
    veem saindo lá do horizonte.

    Brotam de novo antigas imagens
    das coleções de fotografia...
    — moços com roupas de Caronte
    e meninas iguais às Parcas.

    Por isso é que se tem saüdade
    do tempo da feitiçaria.




    [Tienes que estar registrado y conectado para ver este vínculo]

    104























    Última edición por Maria Lua el Jue 14 Nov 2024, 17:22, editado 1 vez


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 76690
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA) - Página 18 Empty Re: CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA)

    Mensaje por Maria Lua Vie 03 Feb 2023, 18:55

    MARCHA


    AS ORDENS da madrugada
    romperam por sôbre os montes:
    nosso caminho se alarga
    sem campos verdes nem fontes.
    Apenas o sol redondo
    e alguma esmola de vento
    quebram as formas do sono
    com a idea do movimento.

    Vamos a passo e de longe;
    entre nós dois anda o mundo,
    com alguns vivos pela tona,
    com alguns mortos pelo fundo.
    As aves trazem mentiras
    de países sem sofrimento.
    Por mais que alargue as pupilas,
    mais minha dúvida aumento.

    Também não pretendo nada
    senão ir andando atôa,
    como um número que se arma
    e em seguida se esborôa,
    — e caír no mesmo poço
    de inércia e de esquecimento,
    onde o fim do tempo soma
    pedras, águas, pensamento.

    Gosto da minha palavra
    pelo sabor que lhe deste:
    mesmo quando é linda, amarga
    Mesmo assim amarga, é tudo
    que tenho, entre o sol e o vento:
    meu vestido, minha música,
    meu sonho e meu alimento.

    Quando penso no teu rosto,
    fecho os olhos de saüdade;
    tenho visto muita coisa,
    menos a felicidade.
    Soltam-se os meus dedos tristes,
    dos sonhos claros que invento.
    Nem aquilo que imagino
    já me dá contentamento.

    Como tudo sempre acaba,
    oxalá seja bem cedo!
    A esperança que falava
    tem lábios brancos de mêdo.
    O horizonte corta a vida
    isento de tudo, isento...
    Não há lágrima nem grito:
    apenas consentimento.


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 76690
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA) - Página 18 Empty Re: CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA)

    Mensaje por Maria Lua Vie 03 Feb 2023, 18:57

    EPIGRAMA N.o 10

    A MINHA vida se resume,
    desconhecida e transitória,
    em contornar teu pensamento,

    sem levar dessa trajectória
    nem êsse prêmio de perfume
    que as flôres concedem ao vento.




    [Tienes que estar registrado y conectado para ver este vínculo]



    ***********************





    CÁNTICO 15 – NO QUIERAS SER



    No quieras ser.
    No ambiciones.
    No pongas límites a tu camino.
    La Eternidad está muy lejos.
    Y dentro de ella tú te mueves, eterno.
    Se lo que viene y lo que va.
    Sin forma.
    Sin término.
    Como una gran luz difusa.
    Hija de ningún sol.







    [Tienes que estar registrado y conectado para ver este vínculo]








    Última edición por Maria Lua el Jue 14 Nov 2024, 17:25, editado 1 vez


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 76690
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA) - Página 18 Empty Re: CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA)

    Mensaje por Maria Lua Lun 06 Feb 2023, 08:08

    SORDINA


    ¿Quién toca el piano bajo la lluvia?
    La tarde, turbia y despoblada.
    ¿De qué antigua, límpida música
    recibo la reminiscencia apagada?

    Mi vida en una poltrona
    yace, ante la ventana abierta.
    Veo árboles, nubes y la monótona
    ruta del tiempo, descubierta.

    Entre mis ojos descansados
    y mis descansados oídos,
    alguien coge con dedos pausados
    ramos de son, descoloridos.
    La lluvia interfiere en la música.
    ¡Tocan tan lejos El turbio día
    mezcla piano, árbol y nubes,
    y siglos de melancolía.





    ****************



    Ó vitórias, festas, flores
    das lutas da Independência!
    Liberdade - essa palavra,
    que o sonho humano alimenta:
    que não há ninguém que explique,
    e ninguém que não entenda!)
    E a vizinhança não dorme:
    murmura, imagina, inventa.
    Não fica bandeira escrita,
    mas fica escrita a sentença."



    Fragmento do Romance XXIV ou da Bandeira da Inconfidência (Cecília Meireles)
    "Romanceiro da Inconfidência", Editora Letras e Artes - Rio de Janeiro, 1965, pág. 70.


    Última edición por Maria Lua el Dom 08 Sep 2024, 16:49, editado 1 vez


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 76690
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA) - Página 18 Empty Re: CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA)

    Mensaje por Maria Lua Lun 06 Feb 2023, 08:08

    ROMANCE VII o del negro de las catas mineras



    Ya se oye cantar al negro
    y aún ha de tardar el día.
    ¿Será al lucero del alba
    con sus rayos de alegría?
    ¿Será por algún diamante,
    ardiente en la aurora fría?

    Ya se oye cantar al negro
    por la agreste inmensidad.
    Sus amos están durmiendo,
    quién sabe qué soñarán.
    Ojos clavados al suelo,
    siempre espía el capataz.

    Ya se oye cantar al negro.
    ¡Qué nostalgias por las sierras
    El cuerpo, en aquellas aguas;
    el alma, en lejanas tierras.
    En cada vida de esclavo,
    qué sordas, perdidas guerras.

    Ya se oye cantar al negro.
    ¿Por dónde se encontrarán
    esos diamantes sin mancha
    que traen la libertad,
    piedras cuyo corazón
    —más que humano—es un fanal?

    Ya se oye cantar al negro.
    Llora neblinas el alba.
    Piedra menuda no vale:
    ¡libertad, piedra granada
    La tierra, toda movida…
    El agua, toda tornada.

    .. Dios del cielo ¿y es posible
    tanto penar, para nada.


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 76690
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA) - Página 18 Empty Re: CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA)

    Mensaje por Maria Lua Lun 06 Feb 2023, 08:10

    “EPIGRAMA CINCO”

    Amo la gota de agua que se equilibra
    en la hoja plana, temblando al viento.

    En el océano del aire el universo entero
    vibra en secreto y ella resiste en su aislamiento.

    Su cristal simple contiene la forma,
    en el instante incierto: pronto a caer,
    pronto a quedar –límpido, exacto.

    Y la hoja es un pequeño desierto
    para la inmensidad del acto.




    [Tienes que estar registrado y conectado para ver este vínculo]


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 76690
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA) - Página 18 Empty Re: CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA)

    Mensaje por Maria Lua Jue 09 Feb 2023, 21:48

    HISTÓRIA

    EU FUI a de mãos ardentes
    que, triste de ser nascida,
    fui subindo altas vertentes
    para a vida
    .
    E perguntava, à subida:
    «Ó mãos, porque sois ardentes?»

    Água fina que descia,
    flor em pedras debruçada,
    nada ouvia ou respondia...
    Nada, nada.

    E eu ia desenganada,
    sorrindo, porque o sabia.
    E, afinal, no céu, presentes
    tôdas as estrêlas puras,
    pouso as mesmas mãos ardentes
    nas alturas,
    — sem perguntas, sem procuras,
    ricas por indiferentes.

    Mêdo, orgulho, desencanto
    prenderam os movimentos
    dessas mãos que, amando tanto,
    sôbre os ventos
    desfizeram seus intentos,
    vencendo um tácito pranto.
    Ai! por mais que se ande, é certo:

    Vai nascendo só deserto
    pelo peito.
    E entre o desejado e o aceito
    dorme um horizonte encoberto.
    Como esta bôca sem pedidos,
    e esperanças tão ausentes,
    e esta névoa nos ouvidos
    complacentes,
    — ó mãos, porque sois ardentes? —

    Tudo são sonhos dormidos
    ou dormentes!


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 76690
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA) - Página 18 Empty Re: CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA)

    Mensaje por Maria Lua Jue 09 Feb 2023, 21:48

    ASSOVIO


    NINGUÉM abra a sua porta
    para ver que aconteceu:
    saímos de braço dado,
    a noite escura mais eu.

    Ela não sabe o meu rumo,
    eu não lhe pergunto o seu:
    não posso perder mais nada,
    si o que houve já se perdeu.

    Vou pelo braço da noite,
    levando tudo que é meu:
    — a dôr que os homens me deram,
    e a canção que Deus me deu.




    [Tienes que estar registrado y conectado para ver este vínculo]


    114


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 76690
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA) - Página 18 Empty Re: CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA)

    Mensaje por Maria Lua Sáb 11 Feb 2023, 07:34

    PERSONAGEM



    TEU NOME é quási indiferente
    e nem teu rôsto já me inquieta.
    A arte de amar é exatamente
    a de ser poeta.

    Para pensar em ti, me basta
    o próprio amor que por ti sinto:
    és a idea, serena e casta,
    nutrida do enigma do instinto.

    O lugar da tua presença
    é um deserto, entre variedades:
    mas nêsse deserto é que pensa
    o olhar de tôdas as saüdades.

    Meus sonhos viajam rumos tristes
    e, no seu profundo universo,
    tu, sem forma e sem nome, existes,
    silencioso, obscuro, disperso.

    Tôdas as máscaras da vida
    se debruçam para o meu rôsto,
    na alta noite desprotegida
    em que experimento o meu gôsto.

    Todas as mãos vindas ao mundo
    desfalecem sôbre o meu peito,
    e escuto o suspiro profundo
    de um horizonte insatisfeito.

    Oh! que se apague a bôca, o riso,
    o olhar dêsses vultos precários,
    pelo improvável paraíso
    dos encontros imaginários!

    Que ninguém e que nada exista,
    de quanto a sombra em mim descansa:
    — eu procuro o que não se avista,
    dentre os fantasmas da esperança!

    Teu corpo, e teu rosto, e teu nome,
    teu coração, tua existência,
    tudo — o espaço evita e consome:
    e eu só conheço a tua ausência.

    Eu só conheço o que não vejo.
    E, nêsse abismo do meu sonho,
    alheia a todo outro desejo,
    me decomponho e recomponho...


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 76690
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA) - Página 18 Empty Re: CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA)

    Mensaje por Maria Lua Sáb 11 Feb 2023, 07:37

    ESTIRPE

    OS MENDIGOS maiores não dizem mais, nem fazem nada.
    Sabem que é inútil e exaustivo. Deixam-se estar. Deixam-se estar.
    Deixam-se estar ao sol e à chuva, com o mesmo ar de completa
    coragem,
    longe do corpo que fica em qualquer lugar.

    Entreteem-se a estender a vida pelo pensamento.
    Si alguém falar, sua voz foge como um pássaro que cai.
    E é de tal modo imprevista, desnecessária e surpreendente
    que, para a ouvirem bem, talvez gemessem algum ai.

    Oh! não gemiam, não... Os mendigos maiores são todos estóicos.
    Puseram sua miséria junto aos jardins do mundo feliz,
    mas não querem que, do outro lado, tenham notícia da estranha sorte
    que anda por êles como um rio num país.

    Os mendigos maiores vivem fóra da vida: fizeram-se excluídos.
    Abriram sonos e silêncios e espaços nus, em redor de si.
    Teem seu reino vazio, de altas estrêlas que não cobiçam.
    Seu olhar não olha mais, e sua bôca não chama nem ri.

    E seu corpo não sofre nem gosa. E sua mão não toma nem pede.
    E seu coração é uma coisa que, si existiu, já se esqueceu.
    Ah! os mendigos maiores são um povo que se vai convertendo em
    pedra.
    Êsse povo é que é o meu


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 76690
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA) - Página 18 Empty Re: CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA)

    Mensaje por Maria Lua Sáb 11 Feb 2023, 07:38

    TENTATIVA

    ANDEI pelo mundo no meio dos homens:
    uns compravam joias, uns compravam pão.
    Não houve mercado nem mercadoria
    que seduzisse a minha vaga mão.

    Calado, Calado, me diga, Calado
    por onde se encontra minha sedução.

    Alguns, sorririam, muitos, soluçaram,
    uns, porque tiveram, outros, porque não.
    Calado, Calado, eu, que não quis nada,
    porque ando com pena no meu coração?

    Se não vou ser santa, Calado, Calado,
    os sonhos de todos porque não me dão?

    Calado, Calado, perderam meus dias?
    ou gastei-os todos, só por distração?
    Não sou dos que levam: sou coisa levada...
    E nem sei daqueles que me levarão...

    Calado, me diga si devo ir-me embora,
    para que outro mundo e em que embarcação!





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver este vínculo]


    117


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 76690
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA) - Página 18 Empty Re: CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA)

    Mensaje por Maria Lua Lun 13 Feb 2023, 07:50

    Cecília Benevides de Carvalho Meireles, nacida el el 7 de noviembre de 1901 en Río de Janeiro, Brasil, fue una poetisa, maestra y periodista, cuya poesía lírica y altamente personal, a menudo simple pero con simbolismos complejos e imágenes, le valieron una posición importante en la literatura brasileña del siglo XX.
    Huérfana a una edad temprana, su padre muere tres meses antes de su nacimiento y su madre cuando contaba dos años y medio, acabó siendo criada por su abuela materna, Jacinta, y por su ama de llaves, Pedrina. Tanto una como otra tuvieron una fuerte influencia en la vida profesional posterior de Cecília: la abuela, en el gusto por la lectura, y Pedrina por las canciones y leyendas folklóricas, que acabaron por formar parte del repertorio literario de la escritora.
    De pequeña estudio violín, literatura e idiomas. Teorías y métodos educativos, música, folklore, las civilizaciones orientales, etc.

    Comenzó su carrera en el magisterio con 17 años. Un año después publicó su primer libro de poemas, ”Espectro”.
    Conoce, por entonces, al pintor portugués Fernando Correia Dias, radicado en Brasil desde antes de la Primera Guerra Mundial. Hombre afectado por profundas crisis depresivas y contrastantes estados anímicos, se casará con Cecilia Meireles en 1922 y compartirá con ella algunas de sus más ricas experiencias espirituales. De hecho, son suyas las interesantes ilustraciones que acompañan los textos de Nunca mais… e Poema dos poemas, libro aparecido en 1924.

    Comenzó su carrera en el magisterio con 17 años. Un año después publicó su primer libro de poemas, ”Espectro”.
    Conoce, por entonces, al pintor portugués Fernando Correia Dias, radicado en Brasil desde antes de la Primera Guerra Mundial. Hombre afectado por profundas crisis depresivas y contrastantes estados anímicos, se casará con Cecilia Meireles en 1922 y compartirá con ella algunas de sus más ricas experiencias espirituales. De hecho, son suyas las interesantes ilustraciones que acompañan los textos de Nunca mais… e Poema dos poemas, libro aparecido en 1924.

    Su lucha por una educación de mayor calidad para su país la llevó a firmar en 1932 con otros grandes educadores brasileños, el manifiesto de la Nova Escola, y dos años después, en 1934, fue invitada por Anísio Teixeira, que a la sazón era director del departamento de Educación del Distrito Federal, para que desarrollase sus ideas educativas en el Centro de Cultura Infantil de Rio, y la creación de la biblioteca para niños, siendo ésta una experiencia piloto. Se puede considerar, por todo ello, a Cecília Meireles como una educadora militante.

    El suicidio de su marido, en 1935, fue para ella terrible, teniendo que quedar de cabeza de familia criando a sus tres hijas. Pero también, porque en este mismo año, Anísio Teixeira tuvo que dimitir de su cargo, siendo sustituido por su enemigo político Francisco Campos, situación que le provocó a Cecília una gran inestabilidad profesional y educativa.
    Tampoco estos problemas le impidieron seguir criticando duramente al gobierno de Getúlio Vargas, al que trataba claramente de dictador, como realmente lo era. Y Getúlio acabó cerrando en 1937 el Centro Cultural Infantil, con la disculpa de que en él había actividades subversivas, como la divulgación del libro de Mark Twain, “ Las aventuras de Tom Sawyer publicado en 1876, por sus supuestas ideas comunistas.
    En 1934 dio conferencias sobre literatura brasileña en las universidades de Lisboa y Coimbra. Entre 1935 y 1937 enseñó literaturas luso-brasileñas, literaturas comparadas e historia y filosofía oriental en la recién fundada Universidad Federal de Río.
    En 1937 aparece Viagem, después de catorce años de silencio poético y afirma a Cecilia como poeta. Es ahí donde comienza su madurez.

    En 1940 Meireles se casa con Heitor Vinícius da Silveira Grilo, profesor e ingeniero agrónomo, con quien tiene otra hija​.
    Cecília inscribe su libro Viagem en un concurso de poesía de la Academia Brasileira de Letras. Concurrió al premio denominado Olavo Bi-lac, que ofrecía una buena cantidad de dinero. Ganó dicho premio, pero no profirió su discurso de agradecimiento, por haber sufrido censura por parte de algunos académicos.

    En 1940 pasó a ser profesora de Literatura y Cultura Brasileña en la universidad Estadounidense de Texas. En los años siguientes continuó publicando otros muchos libros, casi sin tregua: Vaga Música (1942), Mar absoluto e Outros Poemas (1945), Retrato Natural (1949), Amor em Leonoreta (1951), Doze Noturnos de Holanda y O Aeronauta (1952) y Romanceiro da Inconfidência (1953), recapitula en éste último libro, considerado como histórico, los episodios que culminaron en la insurrección antiportuguesa de Vila Rica y en la ejecución de Tiradentes, líder del alzamiento, a fines del siglo XVIII.

    Romanceiro da Inconfidencia nos entrega la memoria de los mártires de lo imposible.
    Detrás de puertas cerradas, / y bajo encendidas velas, / entre sigilo y espías / / sucede la In-confidencia. / Y dice el Vicario al Poeta: / «Escríbeme aquella letra / / del versito de Virgilio…» / y le da papel y pluma / Y el Poeta al Vicario dice / con dramática prudencia: / / «Sean mis dedos cortados / antes que tal verso escriban…» / LIBERTAD, AUNQUE SEA TARDE, / se oye en torno a la mesa. / Y la bandera está viva / / y sube en la noche inmensa. / Y sus tristes inventores / ya son reos, pues osaron / hablar de la Libertad / (que nadie sabe qué sea). / … / Y la vecindad no duerme: // murmura, imagina, inventa. / No queda bandera escrita, / queda escrita la sentencia.

    Paralelamente a sus Doze Noturnos, Cecilia Meireles compuso los Poemas escritos na India pero no los publicó hasta 1962. Tal vez la explicación del distanciamiento cronológico que separa la aparición de ambos textos se explique en parte si se atiende al hecho de que constituyen dos propuestas francamente antitéticas. El repertorio de claridades y transparencias que informa los Poemas se opone diametralmente a la opacidad sin pausa de los Doze Noturnos. Se diría, cotejándolos, que la intención fue contrastar al Oriente místico y el Occidente desacralizado en un violento contrapunto de logros y fracasos morales. Esta impresión se acentúa cuando se advierte la alta correspondencia entre paisaje natural y humano celebrada por los Poemas. La comunión del hombre y la naturaleza es allí arquetípica. Se trata, por eso, de una de las obras donde más intenso es el goce de los valores propugnados por el ideario de Cecilia Meireles y donde, en contraste con el mundo occidental, la India se recorta como sitio de alianza plena, casi sensual, entre lo secular y lo sagrado. Podría concluirse, en consecuencia, que la tardía edición de Poemas respondió al deseo de presentarlos a la manera de un último mensaje o conclusión lírica empeñada en señalar el camino necesario.



    Continuará

    [Tienes que estar registrado y conectado para ver este vínculo]


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 76690
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA) - Página 18 Empty Re: CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA)

    Mensaje por Maria Lua Lun 13 Feb 2023, 07:53

    Cronológicamente, sin embargo, el libro final fue Solombra, difundido un año antes de su muerte, en 1963. Ya el título anticipa la atmósfera esencial en que la encontraremos al terminar su vida: la ambigüedad, el insalvable claroscuro. Por una parte, el intenso misticismo, el vivo, ardiente anhelo de trascendencia; por otra, el flujo sombrío del devenir, el vértigo de un tiempo que devora lo que toca en su transcurso. Es decir que esta última obra retoma las tradicionales disyuntivas de la identidad occidental de Cecilia Meireles como si con ella hubiera querido decirnos que era suya la trágica senda de su cultura. Sin identificarse con lo secular, no pudo, tampoco, ascender definitivamente a lo sagrado. La encontramos, pues, entre el sol y la sombra, Solombra, tierra de inciertas señales. Casi geométricamente se cierra la trayectoria de Cecilia Meireles. La vivencia absurda que orientara al Poema dos Poemas reaparece, asfixiante en Solombra. Allí está, también, la tajante disyuntiva entre el polo de la luz y el de la muerte y, por último, junto a la elegiaca celebración del canto como consuelo, reaparece, en cada uno de sus poemas, el sentimiento de que la vida es un destino incumplido (Santiago Kovadloff). A lo largo de todos esos años fue una “educadora andante”, recorriendo América.

    En 1953 fue nombrada Doctora Honoris Causa por la Universidad de Nueva Delhi, donde viajó para participar en el acto. Todavía en el último año de su vida, 1964, publicó Ou isto, ou aquilo y Escolha seu sonho (O esto, o aquello y Escoja su sueño). Pero, con su salud muy debilitada, el 9 de noviembre de ese mismo año fallecía en su ciudad natal. El 6 de julio de 1932, en la revista Vida Prática de Rio había escrito:

    Es necesario creer en el sueño.
    Y salvarlo siempre. Para ser salvados.
    Para dejar la frente radiosa de nuestra alegría
    en el último canto, y en la última sombra,
    donde otras vidas después
    vengan un día a preguntar
    las cosas que hoy nos estamos preguntando.

    Gran parte de su trabajo se recoge en Obra poética (1958), en esta Antología Cecília no incluye sus tres primeros libros.
    Varios de sus poemas han sido traducidos al inglés para antologías.

    Dice de Cecília Meireles, Pedro Sevylla de Juana:

    “Conocí a Cecília Meireles hace unos años, cinco o seis quizá. Desde entonces la tengo en mi altar literario. En aquel momento, después de las primeras lecturas, escribí: ¿Son los ojos, cielo sin fondo de nubes transparentes, de Cecília, lo importante para mí? ¿Lo es la mirada abierta y confiada, esos límites del Universo que ella alcanza? ¿Es el manantial inagotable de su sonrisa lo importante? Sí, porque su palabra simple y pura, surge en la mente armónica para expresar lo que ve su mirada; y para exponer lo recibido a través de todas las lenguas que entiende y habla. Sí, porque su rostro, y lo que el rostro revela del interior armónico, me entregan el estímulo necesario para profundizar en su obra. Para llegar más allá de su fértil imaginación, y de la fascinante facilidad de encantamiento.”

    Del artículo La huella digital: “Una revista hacia Hispanoamérica” Por Luis Pablo Núñez extractamos:

    Recordando la amistad entre estas dos escritoras, Cecília Meireles (1901-1964) y Gabriela Mistral (1889-1957), premio Nobel de Literatura en 1945, la Academia Chilena de la Lengua y la Academia Brasileira de Letras realizaron hace quince años una muy cuidada edición en la que poesía de una conversaba con la de la otra. Para ello, reimprimieron el ensayo que Cecília compuso sobre la vida y obra de Gabriela y sumaron el escrito por la chilena Adriana Valdés sobre Cecília, junto con una selección de poemas de una y otra poeta con su traducción confrontada al español o portugués, según correspondiera.

    La edición bilingüe supone así un homenaje hacia la poesía de estas dos mujeres, que, más allá de la profunda religiosidad que impregna la obra de Mistral, compartieron una visión semejante de la vida y una misma profesión, pues ambas fueron maestras. Cada una ha sido reconocida en su respectivo país, como se puede ver al haber sido escogidas sus efigies para billetes de curso legal de Chile y Brasil.

    De Revista Pesquisa. En el trabajo que suscribe Ana Paula Orlandi que titula: Mucho más allá de la poesía, expresa:
    Hace 100 años, cuando en Brasil las mujeres ni siquiera podían votar, una joven de 19 años sobresalió por lo que, en su momento, fue tildado como “una osadía”. Sin pelos en la lengua, la muchacha, que oficiaba como secretaria de la asamblea fundacional de la Liga Femenina Brasileña, un grupo centrado en el debate de los derechos femeninos, no pudo contenerse y cuestionó los discursos de un obispo y un sacerdote en una ceremonia que se llevaba a cabo en el salón de la Asociación de Empleados de Comercio, en Río de Janeiro. “Esos religiosos, invitados por un grupo de católicas, generaron revuelo entre la audiencia al enumerar las penas en el infierno que algunas mujeres tendrían que saldar en caso de no avenirse a convertirse al catolicismo”, relata Valéria Lamego, investigadora visitante del Programa Avanzado de Cultura Contemporánea de la Universidad Federal de Río de Janeiro (UFRJ). “En medio del tumulto, Cecília Meireles tomó la palabra y advirtió: ‘La Liga Femenina será una institución laica, recibirá a personas de todos los credos religiosos. Yo soy una librepensadora’.

    La mujer que se describe en las líneas anteriores no condice para nada con la imagen frágil que suele adjudicársele. “De hecho, son pocos los que conocen su trayectoria, la de una mujer que siempre trajinó y bregó por sus ideas”, dice Lamego. “Ella no enarboló banderas políticas en su obra poética, pero sí fuera de ella”.

    En las últimas cuatro décadas, al alumbrar aspectos poco conocidos de la vida y obra de la autora, estudiosas tales como Lamego y Ana Maria Domingues de Oliveira han concretado una contribución para deconstruir el estereotipo de quien fuera folclorista, dramaturga, crítica literaria, docente, periodista y traductora de autores extranjeros entre quienes se cuentan la británica Virginia Woolf ), el español Federico García Lorca), el indio Rabindranath Tagore Ibsen, Rilke, Anouilh y Maeterlinck.

    Y también fue artista visual, tal como dan fe los dibujos que ilustran y que forman parte del libro intitulado Batuque, samba e macumba: Estudos de gesto e de ritmo 1926-1934, editado originalmente en 1983 por la editorial Funarte con el auspicio de una institución bancaria, y que tuvo una tercera reedición al final del año pasado que corrió por cuenta de Global Editora. “Además de ser una gran poeta, Cecília Meireles era una intelectual multifacética”, pondera Oliveira, docente jubilada de la Facultad de Ciencias y Letras de la Universidade Estadual Paulista (FCL-Unesp), campus de Assis. “Lamentablemente, quedó estigmatizada, incluso en el ámbito académico, como una ‘poeta etérea y ajena al mundo real’, que escribía ‘poesía femenina’, una cosa de menor importancia, siguiendo con el mismo punto de vista”.
    Aún existe material no publicado y se dice que los derechos de autor que pertenecen a la familia interfieren en su publicación.

    Premios recibidos
    1939 Premio de poesía Olavio Bilac, de la Academia Brasileña de Letras, por Viagem.
    1942 Socia honoraria del Real Gabinete Português de Leitura, en Río de Janeiro.
    1952 Oficial de la Orden del Mérito de Chile
    1953 Socia honoraria del Instituto Vasco da Gama, en Goa (India).
    1953 Doctora honoris causa, de la Universidad de Nueva Delhi
    1962 Premio por traducción en teatro, de la Asociación Paulista de Críticos de Arte.
    1963 Premio Jabuti, por la traducción de obra literaria del libro Poemas de Israel.
    Premio Jabuti de poesía, por su libro Solombra





    Ver má y bellas imágenes en


    [Tienes que estar registrado y conectado para ver este vínculo]


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    cecilia gargantini
    cecilia gargantini
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 41467
    Fecha de inscripción : 25/04/2009
    Edad : 71
    Localización : buenos aires

    CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA) - Página 18 Empty Re: CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA)

    Mensaje por cecilia gargantini Lun 13 Feb 2023, 10:29

    Sigo con interés este post de la gran Meirelles, aunque no comente.
    Gracias Lua y besossssss
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 76690
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA) - Página 18 Empty Re: CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA)

    Mensaje por Maria Lua Mar 14 Feb 2023, 09:05

    Gracias, Cecilia!
    Seguimos...


    ESPECTROS


    En noches de tormenta
    especialmemte
    cuando afuera
    el vendaval ruge
    y del pelágico furioso
    a la espantosa voz
    los cielos responden y
    sacuden todo.

    Del alfarrábio que esta alma
    ávida sondea
    Buscando, agotada de tanto estudio
    veo ante mí, a través de la
    habitación silenciosa,
    pasar lentmente,
    en una vuelta lenta.

    De ahí al cambio de luz
    (Cualquier cosa que el viento
    se desvanezca o el viento
    cobre vida,
    En largas sombras y
    Esplendor del sol),
    Fantasmas silenciosos de
    otra época. La sugerencia de
    la noche vivida. Dioses
    demonios, monstruos,
    reyes y hombres.



    DE VIAGEM 1039


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 76690
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA) - Página 18 Empty Re: CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA)

    Mensaje por Maria Lua Mar 14 Feb 2023, 09:07

    PERSONAJE



    Tu nombre me es casi indiferente
    Y ni tu rostro ya me inquieta.
    El arte de amar es exactamente
    el de ser poeta.

    Para pensar en ti, me basta
    el propio amor que por ti siento:
    Eres la idea, serena y casta,
    nutrida del enigma del reflejo.

    El lugar de tu presencia
    es un desierto, entre diversidades:
    pero en ese desierto es en el que piensa
    la mirada de todas las saudades.

    Mis sueños viajan rumbos tristes
    Y, en su profundo universo,
    Tú, sin forma y sin nombre, existes,
    Silencioso, oscuro, disperso.

    Todas las máscaras de la vida
    Se inclinan hacia mi rostro,
    en la alta noche desprotegida
    en que experimento mi gozo.

    Todas las manos venidas al mundo
    desfallecen sobre mi pecho,
    y escucho el sonido profundo
    de un horizonte insatisfecho

    ¡Oh! ¡que se borre la boca, la risa,
    el mirar de esos rostros precarios,
    por el improbable paraíso
    de los encuentros imaginarios!

    ¡Que nadie y que nada exista,
    De cuando la sombra en mí descansa:
    -yo busco lo que no se avista,
    de entre los fantasmas de la esperanza!
    Tu cuerpo, y tu rostro, y tu nombre,
    tu corazón, tu existencia,
    todo- el espacio evita y carcome:
    y yo sólo conozco tu ausencia.

    Yo sólo conozco lo que no veo.
    Y, en ese abismo de mi sueño,
    ajena a todo otro deseo,
    me descompongo y arreglo.




    De VAGA MUSICA (1942)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver este vínculo]


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 76690
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA) - Página 18 Empty Re: CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA)

    Mensaje por Maria Lua Miér 15 Feb 2023, 14:45

    REINVENCIÓN



    La vida solo es posible
    reinventada.

    Avanza el sol por las campiñas
    y pasa su mano dorada
    sobre las aguas, sobre las hojas…
    Ah! todo burbujas
    que surgen de hondas piscinas
    de ilusionismo… — nada más.

    Pero la vida, la vida, la vida,
    la vida sólo es posible
    reinventada.

    Viene la luna, viene, retira
    las cadenas de mis brazos
    Me proyecto por espacios
    llenos de tu Figura.
    Todo mentira! Mentira
    de la luna, en la noche oscura.

    No te encuentro, no te alcanzo…
    Sólo— en el tiempo equilibrada,
    del vaivén me desprendo
    que más allá del tiempo me lleva.

    Sola — en la tiniebla,
    quedo: recibida y dada..
    Porque la vida, la vida, la vida,
    la vida solo es posible
    reinventada.




    DE MAR ABSOLUTO 1945


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 76690
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA) - Página 18 Empty Re: CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA)

    Mensaje por Maria Lua Miér 15 Feb 2023, 14:46

    PRIMER MOTIVO DE LA ROSA


    Te veo en seda y nácar,
    y tan de rocío trémula,
    que creo ver efímera,
    toda la Belleza en lágrimas
    por ser bella y ser frágil.

    Mis ojos te ofrezco:
    espejo para la imagen
    que tendrás en mi verso,
    cuando, después que pases,
    jamás nadie te olvide.

    Entonces, de seda y nácar,
    toda de rocío trémula,
    serás eterna. Y efímero
    el rostro mío, en las lágrimas
    de tu rocío…Y frágil.


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 76690
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA) - Página 18 Empty Re: CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA)

    Mensaje por Maria Lua Miér 15 Feb 2023, 14:46

    “SEGUNDO MOTIVO DE LA ROSA
    A Mario de Andrade

    Por más que te celebre, no me escuchas,
    aunque en forma y nácar te asemejes
    a una concha, sonora, la musical oreja
    que graba el mar en las íntimas volutas.

    Te dejo en cristal, frente al espejo,
    sin eco de cisternas o de grutas…
    Ausencias y cegueras absolutas
    brindas a las avispas y a las abejas,.

    ¡Y a quien te adora, oh sorda y silenciosa,
    y ciega y hermosa e interminable rosa,
    Que en tiempo, aroma y verso te transmutas!

    Sin tierra ni estrellas brillas, presa
    en mi sueño, insensible a la belleza
    que lo eres sin saber, pues no me escuchas…


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 76690
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA) - Página 18 Empty Re: CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA)

    Mensaje por Maria Lua Miér 15 Feb 2023, 14:47

    SORDINA



    ¿Quién toca el piano bajo la lluvia?
    La tarde, turbia y despoblada.
    ¿De qué antigua, límpida música
    recibo la reminiscencia apagada?

    Mi vida en una poltrona
    yace, ante la ventana abierta.
    Veo árboles, nubes y la monótona
    ruta del tiempo, descubierta.

    Entre mis ojos descansados
    y mis descansados oídos,
    alguien coge con dedos pausados
    ramos de son, descoloridos.
    La lluvia interfiere en la música.
    ¡Tocan tan lejos El turbio día
    mezcla piano, árbol y nubes,
    y siglos de melancolía.





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver este vínculo]


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 76690
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA) - Página 18 Empty Re: CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA)

    Mensaje por Maria Lua Sáb 18 Feb 2023, 07:56

    ROMANCE VII o del negro de las catas mineras


    Ya se oye cantar al negro
    y aún ha de tardar el día.
    ¿Será al lucero del alba
    con sus rayos de alegría?
    ¿Será por algún diamante,
    ardiente en la aurora fría?

    Ya se oye cantar al negro
    por la agreste inmensidad.
    Sus amos están durmiendo,
    quién sabe qué soñarán.
    Ojos clavados al suelo,
    siempre espía el capataz.

    Ya se oye cantar al negro.
    ¡Qué nostalgias por las sierras
    El cuerpo, en aquellas aguas;
    el alma, en lejanas tierras.
    En cada vida de esclavo,
    qué sordas, perdidas guerras.

    Ya se oye cantar al negro.
    ¿Por dónde se encontrarán
    esos diamantes sin mancha
    que traen la libertad,
    piedras cuyo corazón
    —más que humano—es un fanal?

    Ya se oye cantar al negro.
    Llora neblinas el alba.
    Piedra menuda no vale:
    ¡libertad, piedra granada
    La tierra, toda movida…
    El agua, toda tornada.

    .. Dios del cielo ¿y es posible
    tanto penar, para nada.


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 76690
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA) - Página 18 Empty Re: CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA)

    Mensaje por Maria Lua Sáb 18 Feb 2023, 07:57

    MULTITUD


    Más que las ondas del largo océano
    y que las nubes en los grandes vientos,
    corre la multitud.
    Más que el fuego en la floresta seca,
    lumínicos, fluctuantes, deshilachados vestidos
    resbalan sucesivamente
    entre los pliegues, los lazos, las puntas sueltas
    de los turbantes desordenados.
    ¿Adónde van presurosos los pasos, Bhai?
    ¿Hacia qué encuentro? ¿Hacia qué llamado?
    ¿En qué lugar, por qué motivo?
    Bhai, nosotros, que parecemos inmóviles,
    acaso estaremos también sin sentirlo
    corriendo, corriendo así, Bhai, tan lejos,
    sin querernos, sin sabernos dónde,
    como agua, nube y fuego.
    Bhai, ¿quién nos espera, quién nos recibirá,
    quién tiene pena de nosotros,
    erráticos, absurdos, ciegos,
    derribados por las murallas del tiempo?


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 76690
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA) - Página 18 Empty Re: CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA)

    Mensaje por Maria Lua Sáb 18 Feb 2023, 07:58

    POBREZA


    No descendía de columna o pórtico,
    a pesar de tan viejo,
    ni era de piedra,
    áspero de arrugas;
    ni de hierro,
    aunque tan negro.
    No era una escultura,
    todavía que tan nítido,
    seco,
    moldeado en arrugas fundidas de polvo.
    No era inventado, soñado,
    acaso vivo, existente,
    inmóvil testigo.
    Casi imperceptible su voz
    parecía cantar – parecía rezar
    y suplicaba apenas.
    El mundo tenía en sus ojos de ópalo.
    Nadie le daba nada.
    ¿No veían? ¿No podían?
    Pasaban. Pasábamos.
    Las manos tenía unidas y al pedir,
    bendecía.
    Era un hombre tan antiguo
    que parecía inmortal.
    Tan pobre
    que parecía divino.


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 76690
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA) - Página 18 Empty Re: CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA)

    Mensaje por Maria Lua Sáb 18 Feb 2023, 07:58

    ARDE AMARILLA Y AZUL


    Entre pozos cavados en la tierra seca viajo.
    En la amarilla tierra seca.
    De un lado a otro, pozos y pozos.
    Amarillos y azules saris,
    hombres cubiertos de viejos mantos áureos,
    dóciles niños morenos,
    todo conexo a las vacas veneradas
    que suben y bajan alrededor de los pozos.

    Dorados campos solitarios,
    largas y largas extensiones color mostaza.
    ¿Son flores?
    Luna del crepúsculo abriendo en el cielo jardines aéreos,
    delicadas nubes de ópalo.
    Pozos y pozos, mujeres cargando ramos todavía con hojas,
    árboles caminantes a lo largo de la tarde silenciosa.
    Pasean los pavorreales luminosos y felices.
    Caminan mansos los búfalos de cuernos encaracolados.
    Caminan los búfalos junto a los hombres: una sola familia.
    Y los camellos rojizos aparecen como colinas alzándose,
    y atraviesan la última claridad del crepúsculo.
    Todas las cosas del mundo:
    hombres, flores, animales, agua, cielo…
    ¿Quién está cantando a lo lejos una pequeña tonada?
    De la maleza exigua,
    sale de repente una bandada de pájaros:
    como fuego artificial de estrellas azules.
    (Y el desierto se acerca).


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 76690
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA) - Página 18 Empty Re: CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA)

    Mensaje por Maria Lua Sáb 18 Feb 2023, 08:00

    MÚSICA


    Tan lejos iba aquella música, Bhai,
    y por más que la luz lunar brillase
    no se sabía quién la tocaba ni en qué lugar.
    Por los peldaños de aquella música, Bhai,
    podía irse más allá del mundo, más allá de las formas,
    del arabesco de estrellas por el cielo.
    Quién tocaría entre la soledad, Bhai,
    en la clara noche – toda azul como el dios Krishna
    ajeno a todo, reclinado contra el mar.
    Tan lejos iba la tenue música, Bhai,
    una pequeña melodía era
    tímida, triste, de dos o tres nítidos sonidos.
    Tan frágil soplo en flauta rústica, Bhai,
    – como la vida en nuestros labios provisorios…
    – ¿amor? ¿Quejido, pensamiento? – nombres en el aire.
    Él tocaba sin saber qué oído, Bhai,
    podía haber acompañado ese instante
    de presencia fugaz con delicada voz.
    Tan lejos iba aquella música, Bhai,
    ¿con quién hablaba, entre el agua y la noche? ¿Y qué decía?
    (De la vida a la muerte, ¿qué decimos, Bhai, y a quién
    ?




    [Tienes que estar registrado y conectado para ver este vínculo]


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    cecilia gargantini
    cecilia gargantini
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 41467
    Fecha de inscripción : 25/04/2009
    Edad : 71
    Localización : buenos aires

    CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA) - Página 18 Empty Re: CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA)

    Mensaje por cecilia gargantini Sáb 18 Feb 2023, 14:23

    En Arde amarilla y azul, pinta con palabras realmente.
    Todo el resto, de excelencia, como siempre.
    Graciassssssss Lua. Besossssssssss y buen finde

    Contenido patrocinado


    CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA) - Página 18 Empty Re: CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA)

    Mensaje por Contenido patrocinado


      Fecha y hora actual: Jue 21 Nov 2024, 08:00