Aires de Libertad

¿Quieres reaccionar a este mensaje? Regístrate en el foro con unos pocos clics o inicia sesión para continuar.

https://www.airesdelibertad.com

Leer, responder, comentar, asegura la integridad del espacio que compartes, gracias por elegirnos y participar

Estadísticas

Nuestros miembros han publicado un total de 1055995 mensajes en 48078 argumentos.

Tenemos 1580 miembros registrados

El último usuario registrado es Anneinpaintland

¿Quién está en línea?

En total hay 355 usuarios en línea: 1 Registrado, 0 Ocultos y 354 Invitados :: 2 Motores de búsqueda

Maria Lua


El record de usuarios en línea fue de 1156 durante el Mar 05 Dic 2023, 16:39

Últimos temas

» Jardines de La Tamarita (Barcelona)
CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA) - Página 19 EmptyHoy a las 21:05 por Maria Lua

» LA POESIA MÍSTICA DEL SUFISMO. LA CONFERENCIA DE LOS PÁJAROS.
CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA) - Página 19 EmptyHoy a las 13:30 por Maria Lua

» Fabricio Carpinejar (1972-
CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA) - Página 19 EmptyHoy a las 13:24 por Maria Lua

» ALICE RUIZ (1946-
CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA) - Página 19 EmptyHoy a las 13:22 por Maria Lua

» Luís Vaz de Camões (c.1524-1580)
CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA) - Página 19 EmptyHoy a las 13:18 por Maria Lua

» LA POESÍA PORTUGUESA - LA LITERATURA PORTUGUESA
CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA) - Página 19 EmptyHoy a las 13:16 por Maria Lua

»  FERNANDO PESSOA II (13/ 06/1888- 30/11/1935) )
CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA) - Página 19 EmptyHoy a las 13:15 por Maria Lua

» FRANCESCO PETRARCA (1304-1374)
CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA) - Página 19 EmptyHoy a las 13:09 por Maria Lua

» Rabindranath Tagore (1861-1941)
CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA) - Página 19 EmptyHoy a las 13:03 por Maria Lua

» Khalil Gibran (1883-1931)
CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA) - Página 19 EmptyHoy a las 13:00 por Maria Lua

Septiembre 2024

LunMarMiérJueVieSábDom
      1
2345678
9101112131415
16171819202122
23242526272829
30      

Calendario Calendario

Conectarse

Recuperar mi contraseña

Galería


CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA) - Página 19 Empty

+5
Pedro Casas Serra
Andrea Diaz
Carmen Parra
helena
Juan Martín
9 participantes

    CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA)

    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 74055
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA) - Página 19 Empty Re: CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA)

    Mensaje por Maria Lua Jue 09 Feb 2023, 08:10

    HERANÇA



    EU VIM de infinitos caminhos,
    e os meus olho choveram lúcido pranto
    pelo chão.

    Quando é que frutifica, nos caminhos infinitos,
    essa vida, que era tão viva, tão fecunda,
    porque vinha de um coração?

    E os que vierem depois, pelos caminhos infinitos,
    do pranto que caíu dos meus olhos passados,
    que experiência, ou consôlo, ou prémio alcançarão?




    [Tienes que estar registrado y conectado para ver este vínculo]


    110


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 74055
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA) - Página 19 Empty Re: CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA)

    Mensaje por Maria Lua Jue 09 Feb 2023, 21:48

    HISTÓRIA

    EU FUI a de mãos ardentes
    que, triste de ser nascida,
    fui subindo altas vertentes
    para a vida
    .
    E perguntava, à subida:
    «Ó mãos, porque sois ardentes?»

    Água fina que descia,
    flor em pedras debruçada,
    nada ouvia ou respondia...
    Nada, nada.

    E eu ia desenganada,
    sorrindo, porque o sabia.
    E, afinal, no céu, presentes
    tôdas as estrêlas puras,
    pouso as mesmas mãos ardentes
    nas alturas,
    — sem perguntas, sem procuras,
    ricas por indiferentes.

    Mêdo, orgulho, desencanto
    prenderam os movimentos
    dessas mãos que, amando tanto,
    sôbre os ventos
    desfizeram seus intentos,
    vencendo um tácito pranto.
    Ai! por mais que se ande, é certo:

    Vai nascendo só deserto
    pelo peito.
    E entre o desejado e o aceito
    dorme um horizonte encoberto.
    Como esta bôca sem pedidos,
    e esperanças tão ausentes,
    e esta névoa nos ouvidos
    complacentes,
    — ó mãos, porque sois ardentes? —

    Tudo são sonhos dormidos
    ou dormentes!


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 74055
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA) - Página 19 Empty Re: CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA)

    Mensaje por Maria Lua Jue 09 Feb 2023, 21:48

    ASSOVIO


    NINGUÉM abra a sua porta
    para ver que aconteceu:
    saímos de braço dado,
    a noite escura mais eu.

    Ela não sabe o meu rumo,
    eu não lhe pergunto o seu:
    não posso perder mais nada,
    si o que houve já se perdeu.

    Vou pelo braço da noite,
    levando tudo que é meu:
    — a dôr que os homens me deram,
    e a canção que Deus me deu.




    [Tienes que estar registrado y conectado para ver este vínculo]


    114


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 74055
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA) - Página 19 Empty Re: CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA)

    Mensaje por Maria Lua Sáb 11 Feb 2023, 07:34

    PERSONAGEM



    TEU NOME é quási indiferente
    e nem teu rôsto já me inquieta.
    A arte de amar é exatamente
    a de ser poeta.

    Para pensar em ti, me basta
    o próprio amor que por ti sinto:
    és a idea, serena e casta,
    nutrida do enigma do instinto.

    O lugar da tua presença
    é um deserto, entre variedades:
    mas nêsse deserto é que pensa
    o olhar de tôdas as saüdades.

    Meus sonhos viajam rumos tristes
    e, no seu profundo universo,
    tu, sem forma e sem nome, existes,
    silencioso, obscuro, disperso.

    Tôdas as máscaras da vida
    se debruçam para o meu rôsto,
    na alta noite desprotegida
    em que experimento o meu gôsto.

    Todas as mãos vindas ao mundo
    desfalecem sôbre o meu peito,
    e escuto o suspiro profundo
    de um horizonte insatisfeito.

    Oh! que se apague a bôca, o riso,
    o olhar dêsses vultos precários,
    pelo improvável paraíso
    dos encontros imaginários!

    Que ninguém e que nada exista,
    de quanto a sombra em mim descansa:
    — eu procuro o que não se avista,
    dentre os fantasmas da esperança!

    Teu corpo, e teu rosto, e teu nome,
    teu coração, tua existência,
    tudo — o espaço evita e consome:
    e eu só conheço a tua ausência.

    Eu só conheço o que não vejo.
    E, nêsse abismo do meu sonho,
    alheia a todo outro desejo,
    me decomponho e recomponho...


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 74055
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA) - Página 19 Empty Re: CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA)

    Mensaje por Maria Lua Sáb 11 Feb 2023, 07:37

    ESTIRPE

    OS MENDIGOS maiores não dizem mais, nem fazem nada.
    Sabem que é inútil e exaustivo. Deixam-se estar. Deixam-se estar.
    Deixam-se estar ao sol e à chuva, com o mesmo ar de completa
    coragem,
    longe do corpo que fica em qualquer lugar.

    Entreteem-se a estender a vida pelo pensamento.
    Si alguém falar, sua voz foge como um pássaro que cai.
    E é de tal modo imprevista, desnecessária e surpreendente
    que, para a ouvirem bem, talvez gemessem algum ai.

    Oh! não gemiam, não... Os mendigos maiores são todos estóicos.
    Puseram sua miséria junto aos jardins do mundo feliz,
    mas não querem que, do outro lado, tenham notícia da estranha sorte
    que anda por êles como um rio num país.

    Os mendigos maiores vivem fóra da vida: fizeram-se excluídos.
    Abriram sonos e silêncios e espaços nus, em redor de si.
    Teem seu reino vazio, de altas estrêlas que não cobiçam.
    Seu olhar não olha mais, e sua bôca não chama nem ri.

    E seu corpo não sofre nem gosa. E sua mão não toma nem pede.
    E seu coração é uma coisa que, si existiu, já se esqueceu.
    Ah! os mendigos maiores são um povo que se vai convertendo em
    pedra.
    Êsse povo é que é o meu


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 74055
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA) - Página 19 Empty Re: CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA)

    Mensaje por Maria Lua Sáb 11 Feb 2023, 07:38

    TENTATIVA

    ANDEI pelo mundo no meio dos homens:
    uns compravam joias, uns compravam pão.
    Não houve mercado nem mercadoria
    que seduzisse a minha vaga mão.

    Calado, Calado, me diga, Calado
    por onde se encontra minha sedução.

    Alguns, sorririam, muitos, soluçaram,
    uns, porque tiveram, outros, porque não.
    Calado, Calado, eu, que não quis nada,
    porque ando com pena no meu coração?

    Se não vou ser santa, Calado, Calado,
    os sonhos de todos porque não me dão?

    Calado, Calado, perderam meus dias?
    ou gastei-os todos, só por distração?
    Não sou dos que levam: sou coisa levada...
    E nem sei daqueles que me levarão...

    Calado, me diga si devo ir-me embora,
    para que outro mundo e em que embarcação!





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver este vínculo]


    117


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 74055
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA) - Página 19 Empty Re: CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA)

    Mensaje por Maria Lua Lun 13 Feb 2023, 07:50

    Cecília Benevides de Carvalho Meireles, nacida el el 7 de noviembre de 1901 en Río de Janeiro, Brasil, fue una poetisa, maestra y periodista, cuya poesía lírica y altamente personal, a menudo simple pero con simbolismos complejos e imágenes, le valieron una posición importante en la literatura brasileña del siglo XX.
    Huérfana a una edad temprana, su padre muere tres meses antes de su nacimiento y su madre cuando contaba dos años y medio, acabó siendo criada por su abuela materna, Jacinta, y por su ama de llaves, Pedrina. Tanto una como otra tuvieron una fuerte influencia en la vida profesional posterior de Cecília: la abuela, en el gusto por la lectura, y Pedrina por las canciones y leyendas folklóricas, que acabaron por formar parte del repertorio literario de la escritora.
    De pequeña estudio violín, literatura e idiomas. Teorías y métodos educativos, música, folklore, las civilizaciones orientales, etc.

    Comenzó su carrera en el magisterio con 17 años. Un año después publicó su primer libro de poemas, ”Espectro”.
    Conoce, por entonces, al pintor portugués Fernando Correia Dias, radicado en Brasil desde antes de la Primera Guerra Mundial. Hombre afectado por profundas crisis depresivas y contrastantes estados anímicos, se casará con Cecilia Meireles en 1922 y compartirá con ella algunas de sus más ricas experiencias espirituales. De hecho, son suyas las interesantes ilustraciones que acompañan los textos de Nunca mais… e Poema dos poemas, libro aparecido en 1924.

    Comenzó su carrera en el magisterio con 17 años. Un año después publicó su primer libro de poemas, ”Espectro”.
    Conoce, por entonces, al pintor portugués Fernando Correia Dias, radicado en Brasil desde antes de la Primera Guerra Mundial. Hombre afectado por profundas crisis depresivas y contrastantes estados anímicos, se casará con Cecilia Meireles en 1922 y compartirá con ella algunas de sus más ricas experiencias espirituales. De hecho, son suyas las interesantes ilustraciones que acompañan los textos de Nunca mais… e Poema dos poemas, libro aparecido en 1924.

    Su lucha por una educación de mayor calidad para su país la llevó a firmar en 1932 con otros grandes educadores brasileños, el manifiesto de la Nova Escola, y dos años después, en 1934, fue invitada por Anísio Teixeira, que a la sazón era director del departamento de Educación del Distrito Federal, para que desarrollase sus ideas educativas en el Centro de Cultura Infantil de Rio, y la creación de la biblioteca para niños, siendo ésta una experiencia piloto. Se puede considerar, por todo ello, a Cecília Meireles como una educadora militante.

    El suicidio de su marido, en 1935, fue para ella terrible, teniendo que quedar de cabeza de familia criando a sus tres hijas. Pero también, porque en este mismo año, Anísio Teixeira tuvo que dimitir de su cargo, siendo sustituido por su enemigo político Francisco Campos, situación que le provocó a Cecília una gran inestabilidad profesional y educativa.
    Tampoco estos problemas le impidieron seguir criticando duramente al gobierno de Getúlio Vargas, al que trataba claramente de dictador, como realmente lo era. Y Getúlio acabó cerrando en 1937 el Centro Cultural Infantil, con la disculpa de que en él había actividades subversivas, como la divulgación del libro de Mark Twain, “ Las aventuras de Tom Sawyer publicado en 1876, por sus supuestas ideas comunistas.
    En 1934 dio conferencias sobre literatura brasileña en las universidades de Lisboa y Coimbra. Entre 1935 y 1937 enseñó literaturas luso-brasileñas, literaturas comparadas e historia y filosofía oriental en la recién fundada Universidad Federal de Río.
    En 1937 aparece Viagem, después de catorce años de silencio poético y afirma a Cecilia como poeta. Es ahí donde comienza su madurez.

    En 1940 Meireles se casa con Heitor Vinícius da Silveira Grilo, profesor e ingeniero agrónomo, con quien tiene otra hija​.
    Cecília inscribe su libro Viagem en un concurso de poesía de la Academia Brasileira de Letras. Concurrió al premio denominado Olavo Bi-lac, que ofrecía una buena cantidad de dinero. Ganó dicho premio, pero no profirió su discurso de agradecimiento, por haber sufrido censura por parte de algunos académicos.

    En 1940 pasó a ser profesora de Literatura y Cultura Brasileña en la universidad Estadounidense de Texas. En los años siguientes continuó publicando otros muchos libros, casi sin tregua: Vaga Música (1942), Mar absoluto e Outros Poemas (1945), Retrato Natural (1949), Amor em Leonoreta (1951), Doze Noturnos de Holanda y O Aeronauta (1952) y Romanceiro da Inconfidência (1953), recapitula en éste último libro, considerado como histórico, los episodios que culminaron en la insurrección antiportuguesa de Vila Rica y en la ejecución de Tiradentes, líder del alzamiento, a fines del siglo XVIII.

    Romanceiro da Inconfidencia nos entrega la memoria de los mártires de lo imposible.
    Detrás de puertas cerradas, / y bajo encendidas velas, / entre sigilo y espías / / sucede la In-confidencia. / Y dice el Vicario al Poeta: / «Escríbeme aquella letra / / del versito de Virgilio…» / y le da papel y pluma / Y el Poeta al Vicario dice / con dramática prudencia: / / «Sean mis dedos cortados / antes que tal verso escriban…» / LIBERTAD, AUNQUE SEA TARDE, / se oye en torno a la mesa. / Y la bandera está viva / / y sube en la noche inmensa. / Y sus tristes inventores / ya son reos, pues osaron / hablar de la Libertad / (que nadie sabe qué sea). / … / Y la vecindad no duerme: // murmura, imagina, inventa. / No queda bandera escrita, / queda escrita la sentencia.

    Paralelamente a sus Doze Noturnos, Cecilia Meireles compuso los Poemas escritos na India pero no los publicó hasta 1962. Tal vez la explicación del distanciamiento cronológico que separa la aparición de ambos textos se explique en parte si se atiende al hecho de que constituyen dos propuestas francamente antitéticas. El repertorio de claridades y transparencias que informa los Poemas se opone diametralmente a la opacidad sin pausa de los Doze Noturnos. Se diría, cotejándolos, que la intención fue contrastar al Oriente místico y el Occidente desacralizado en un violento contrapunto de logros y fracasos morales. Esta impresión se acentúa cuando se advierte la alta correspondencia entre paisaje natural y humano celebrada por los Poemas. La comunión del hombre y la naturaleza es allí arquetípica. Se trata, por eso, de una de las obras donde más intenso es el goce de los valores propugnados por el ideario de Cecilia Meireles y donde, en contraste con el mundo occidental, la India se recorta como sitio de alianza plena, casi sensual, entre lo secular y lo sagrado. Podría concluirse, en consecuencia, que la tardía edición de Poemas respondió al deseo de presentarlos a la manera de un último mensaje o conclusión lírica empeñada en señalar el camino necesario.



    Continuará

    [Tienes que estar registrado y conectado para ver este vínculo]


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 74055
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA) - Página 19 Empty Re: CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA)

    Mensaje por Maria Lua Lun 13 Feb 2023, 07:53

    Cronológicamente, sin embargo, el libro final fue Solombra, difundido un año antes de su muerte, en 1963. Ya el título anticipa la atmósfera esencial en que la encontraremos al terminar su vida: la ambigüedad, el insalvable claroscuro. Por una parte, el intenso misticismo, el vivo, ardiente anhelo de trascendencia; por otra, el flujo sombrío del devenir, el vértigo de un tiempo que devora lo que toca en su transcurso. Es decir que esta última obra retoma las tradicionales disyuntivas de la identidad occidental de Cecilia Meireles como si con ella hubiera querido decirnos que era suya la trágica senda de su cultura. Sin identificarse con lo secular, no pudo, tampoco, ascender definitivamente a lo sagrado. La encontramos, pues, entre el sol y la sombra, Solombra, tierra de inciertas señales. Casi geométricamente se cierra la trayectoria de Cecilia Meireles. La vivencia absurda que orientara al Poema dos Poemas reaparece, asfixiante en Solombra. Allí está, también, la tajante disyuntiva entre el polo de la luz y el de la muerte y, por último, junto a la elegiaca celebración del canto como consuelo, reaparece, en cada uno de sus poemas, el sentimiento de que la vida es un destino incumplido (Santiago Kovadloff). A lo largo de todos esos años fue una “educadora andante”, recorriendo América.

    En 1953 fue nombrada Doctora Honoris Causa por la Universidad de Nueva Delhi, donde viajó para participar en el acto. Todavía en el último año de su vida, 1964, publicó Ou isto, ou aquilo y Escolha seu sonho (O esto, o aquello y Escoja su sueño). Pero, con su salud muy debilitada, el 9 de noviembre de ese mismo año fallecía en su ciudad natal. El 6 de julio de 1932, en la revista Vida Prática de Rio había escrito:

    Es necesario creer en el sueño.
    Y salvarlo siempre. Para ser salvados.
    Para dejar la frente radiosa de nuestra alegría
    en el último canto, y en la última sombra,
    donde otras vidas después
    vengan un día a preguntar
    las cosas que hoy nos estamos preguntando.

    Gran parte de su trabajo se recoge en Obra poética (1958), en esta Antología Cecília no incluye sus tres primeros libros.
    Varios de sus poemas han sido traducidos al inglés para antologías.

    Dice de Cecília Meireles, Pedro Sevylla de Juana:

    “Conocí a Cecília Meireles hace unos años, cinco o seis quizá. Desde entonces la tengo en mi altar literario. En aquel momento, después de las primeras lecturas, escribí: ¿Son los ojos, cielo sin fondo de nubes transparentes, de Cecília, lo importante para mí? ¿Lo es la mirada abierta y confiada, esos límites del Universo que ella alcanza? ¿Es el manantial inagotable de su sonrisa lo importante? Sí, porque su palabra simple y pura, surge en la mente armónica para expresar lo que ve su mirada; y para exponer lo recibido a través de todas las lenguas que entiende y habla. Sí, porque su rostro, y lo que el rostro revela del interior armónico, me entregan el estímulo necesario para profundizar en su obra. Para llegar más allá de su fértil imaginación, y de la fascinante facilidad de encantamiento.”

    Del artículo La huella digital: “Una revista hacia Hispanoamérica” Por Luis Pablo Núñez extractamos:

    Recordando la amistad entre estas dos escritoras, Cecília Meireles (1901-1964) y Gabriela Mistral (1889-1957), premio Nobel de Literatura en 1945, la Academia Chilena de la Lengua y la Academia Brasileira de Letras realizaron hace quince años una muy cuidada edición en la que poesía de una conversaba con la de la otra. Para ello, reimprimieron el ensayo que Cecília compuso sobre la vida y obra de Gabriela y sumaron el escrito por la chilena Adriana Valdés sobre Cecília, junto con una selección de poemas de una y otra poeta con su traducción confrontada al español o portugués, según correspondiera.

    La edición bilingüe supone así un homenaje hacia la poesía de estas dos mujeres, que, más allá de la profunda religiosidad que impregna la obra de Mistral, compartieron una visión semejante de la vida y una misma profesión, pues ambas fueron maestras. Cada una ha sido reconocida en su respectivo país, como se puede ver al haber sido escogidas sus efigies para billetes de curso legal de Chile y Brasil.

    De Revista Pesquisa. En el trabajo que suscribe Ana Paula Orlandi que titula: Mucho más allá de la poesía, expresa:
    Hace 100 años, cuando en Brasil las mujeres ni siquiera podían votar, una joven de 19 años sobresalió por lo que, en su momento, fue tildado como “una osadía”. Sin pelos en la lengua, la muchacha, que oficiaba como secretaria de la asamblea fundacional de la Liga Femenina Brasileña, un grupo centrado en el debate de los derechos femeninos, no pudo contenerse y cuestionó los discursos de un obispo y un sacerdote en una ceremonia que se llevaba a cabo en el salón de la Asociación de Empleados de Comercio, en Río de Janeiro. “Esos religiosos, invitados por un grupo de católicas, generaron revuelo entre la audiencia al enumerar las penas en el infierno que algunas mujeres tendrían que saldar en caso de no avenirse a convertirse al catolicismo”, relata Valéria Lamego, investigadora visitante del Programa Avanzado de Cultura Contemporánea de la Universidad Federal de Río de Janeiro (UFRJ). “En medio del tumulto, Cecília Meireles tomó la palabra y advirtió: ‘La Liga Femenina será una institución laica, recibirá a personas de todos los credos religiosos. Yo soy una librepensadora’.

    La mujer que se describe en las líneas anteriores no condice para nada con la imagen frágil que suele adjudicársele. “De hecho, son pocos los que conocen su trayectoria, la de una mujer que siempre trajinó y bregó por sus ideas”, dice Lamego. “Ella no enarboló banderas políticas en su obra poética, pero sí fuera de ella”.

    En las últimas cuatro décadas, al alumbrar aspectos poco conocidos de la vida y obra de la autora, estudiosas tales como Lamego y Ana Maria Domingues de Oliveira han concretado una contribución para deconstruir el estereotipo de quien fuera folclorista, dramaturga, crítica literaria, docente, periodista y traductora de autores extranjeros entre quienes se cuentan la británica Virginia Woolf ), el español Federico García Lorca), el indio Rabindranath Tagore Ibsen, Rilke, Anouilh y Maeterlinck.

    Y también fue artista visual, tal como dan fe los dibujos que ilustran y que forman parte del libro intitulado Batuque, samba e macumba: Estudos de gesto e de ritmo 1926-1934, editado originalmente en 1983 por la editorial Funarte con el auspicio de una institución bancaria, y que tuvo una tercera reedición al final del año pasado que corrió por cuenta de Global Editora. “Además de ser una gran poeta, Cecília Meireles era una intelectual multifacética”, pondera Oliveira, docente jubilada de la Facultad de Ciencias y Letras de la Universidade Estadual Paulista (FCL-Unesp), campus de Assis. “Lamentablemente, quedó estigmatizada, incluso en el ámbito académico, como una ‘poeta etérea y ajena al mundo real’, que escribía ‘poesía femenina’, una cosa de menor importancia, siguiendo con el mismo punto de vista”.
    Aún existe material no publicado y se dice que los derechos de autor que pertenecen a la familia interfieren en su publicación.

    Premios recibidos
    1939 Premio de poesía Olavio Bilac, de la Academia Brasileña de Letras, por Viagem.
    1942 Socia honoraria del Real Gabinete Português de Leitura, en Río de Janeiro.
    1952 Oficial de la Orden del Mérito de Chile
    1953 Socia honoraria del Instituto Vasco da Gama, en Goa (India).
    1953 Doctora honoris causa, de la Universidad de Nueva Delhi
    1962 Premio por traducción en teatro, de la Asociación Paulista de Críticos de Arte.
    1963 Premio Jabuti, por la traducción de obra literaria del libro Poemas de Israel.
    Premio Jabuti de poesía, por su libro Solombra





    Ver má y bellas imágenes en


    [Tienes que estar registrado y conectado para ver este vínculo]


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 74055
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA) - Página 19 Empty Re: CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA)

    Mensaje por Maria Lua Lun 13 Feb 2023, 07:54

    PRISIÓN


    En esta ciudad
    cuatro mujeres están en la cárcel.
    Cuatro solamente
    una en la celda que da al río,
    una en la celda que da al monte,
    otra en la celda que da a la iglesia,
    y la última en la que da al cementerio
    allá abajo.
    Cuatro solamente.

    Cuarenta mujeres en otra ciudad,
    cuarenta por lo menos,
    están en la cárcel.
    Diez vueltas hacia las espumas,
    diez hacia la movediza luna,
    diez hacia piedras sin respuesta,
    diez hacia engañosos espejos.
    En celdas de aire, de agua, de vidrio
    están presas cuarenta mujeres
    cuarenta por lo menos, en aquella ciudad.

    Cuatrocientas mujeres
    cuatrocientas, digo, están presas
    cien por odio, cien por amor,
    cien por orgullo, cien por desprecio
    en celdas de hierro, en celdas de fuego,
    en celdas sin hierro y sin fuego, solamente
    de dolor y silencio,
    Cuatrocientas mujeres en otra ciudad
    Cuatrocientas digo, están presas.

    Cuatro mil mujeres en la cárcel,
    y cuatro millones y ya no llevo la cuenta,
    en ciudades que no se dicen,
    en lugares que nadie sabe
    están presas, lo están para siempre
    sin ventana, sin esperanza,
    unas vueltas hacia el presente,
    otras hacia el pasado, y las otras
    hacia el futuro, y el resto el resto,
    sin futuro, pasado o presente
    presas en la prisión giratoria,
    presas en el delirio, en la sombra,
    presas por otros y por sí mismas,
    tan presas que nadie las suelta,
    ni el rojizo rayo del sol
    tampoco la golondrina azul de la luna
    pueden llevar ningún recado
    a la prisión donde las mujeres
    se convierten en sal y muro.



    Traducción de Heloísa Costa Milto
    Del libro ESPECTROS 1919


    [Tienes que estar registrado y conectado para ver este vínculo]


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    cecilia gargantini
    cecilia gargantini
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 40885
    Fecha de inscripción : 25/04/2009
    Edad : 70
    Localización : buenos aires

    CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA) - Página 19 Empty Re: CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA)

    Mensaje por cecilia gargantini Lun 13 Feb 2023, 10:29

    Sigo con interés este post de la gran Meirelles, aunque no comente.
    Gracias Lua y besossssss
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 74055
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA) - Página 19 Empty Re: CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA)

    Mensaje por Maria Lua Mar 14 Feb 2023, 09:05

    Gracias, Cecilia!
    Seguimos...


    ESPECTROS


    En noches de tormenta
    especialmemte
    cuando afuera
    el vendaval ruge
    y del pelágico furioso
    a la espantosa voz
    los cielos responden y
    sacuden todo.

    Del alfarrábio que esta alma
    ávida sondea
    Buscando, agotada de tanto estudio
    veo ante mí, a través de la
    habitación silenciosa,
    pasar lentmente,
    en una vuelta lenta.

    De ahí al cambio de luz
    (Cualquier cosa que el viento
    se desvanezca o el viento
    cobre vida,
    En largas sombras y
    Esplendor del sol),
    Fantasmas silenciosos de
    otra época. La sugerencia de
    la noche vivida. Dioses
    demonios, monstruos,
    reyes y hombres.



    DE VIAGEM 1039


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 74055
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA) - Página 19 Empty Re: CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA)

    Mensaje por Maria Lua Mar 14 Feb 2023, 09:07

    PERSONAJE



    Tu nombre me es casi indiferente
    Y ni tu rostro ya me inquieta.
    El arte de amar es exactamente
    el de ser poeta.

    Para pensar en ti, me basta
    el propio amor que por ti siento:
    Eres la idea, serena y casta,
    nutrida del enigma del reflejo.

    El lugar de tu presencia
    es un desierto, entre diversidades:
    pero en ese desierto es en el que piensa
    la mirada de todas las saudades.

    Mis sueños viajan rumbos tristes
    Y, en su profundo universo,
    Tú, sin forma y sin nombre, existes,
    Silencioso, oscuro, disperso.

    Todas las máscaras de la vida
    Se inclinan hacia mi rostro,
    en la alta noche desprotegida
    en que experimento mi gozo.

    Todas las manos venidas al mundo
    desfallecen sobre mi pecho,
    y escucho el sonido profundo
    de un horizonte insatisfecho

    ¡Oh! ¡que se borre la boca, la risa,
    el mirar de esos rostros precarios,
    por el improbable paraíso
    de los encuentros imaginarios!

    ¡Que nadie y que nada exista,
    De cuando la sombra en mí descansa:
    -yo busco lo que no se avista,
    de entre los fantasmas de la esperanza!
    Tu cuerpo, y tu rostro, y tu nombre,
    tu corazón, tu existencia,
    todo- el espacio evita y carcome:
    y yo sólo conozco tu ausencia.

    Yo sólo conozco lo que no veo.
    Y, en ese abismo de mi sueño,
    ajena a todo otro deseo,
    me descompongo y arreglo.




    De VAGA MUSICA (1942)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver este vínculo]


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 74055
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA) - Página 19 Empty Re: CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA)

    Mensaje por Maria Lua Miér 15 Feb 2023, 14:45

    REINVENCIÓN



    La vida solo es posible
    reinventada.

    Avanza el sol por las campiñas
    y pasa su mano dorada
    sobre las aguas, sobre las hojas…
    Ah! todo burbujas
    que surgen de hondas piscinas
    de ilusionismo… — nada más.

    Pero la vida, la vida, la vida,
    la vida sólo es posible
    reinventada.

    Viene la luna, viene, retira
    las cadenas de mis brazos
    Me proyecto por espacios
    llenos de tu Figura.
    Todo mentira! Mentira
    de la luna, en la noche oscura.

    No te encuentro, no te alcanzo…
    Sólo— en el tiempo equilibrada,
    del vaivén me desprendo
    que más allá del tiempo me lleva.

    Sola — en la tiniebla,
    quedo: recibida y dada..
    Porque la vida, la vida, la vida,
    la vida solo es posible
    reinventada.




    DE MAR ABSOLUTO 1945


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 74055
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA) - Página 19 Empty Re: CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA)

    Mensaje por Maria Lua Miér 15 Feb 2023, 14:46

    PRIMER MOTIVO DE LA ROSA


    Te veo en seda y nácar,
    y tan de rocío trémula,
    que creo ver efímera,
    toda la Belleza en lágrimas
    por ser bella y ser frágil.

    Mis ojos te ofrezco:
    espejo para la imagen
    que tendrás en mi verso,
    cuando, después que pases,
    jamás nadie te olvide.

    Entonces, de seda y nácar,
    toda de rocío trémula,
    serás eterna. Y efímero
    el rostro mío, en las lágrimas
    de tu rocío…Y frágil.


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 74055
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA) - Página 19 Empty Re: CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA)

    Mensaje por Maria Lua Miér 15 Feb 2023, 14:46

    “SEGUNDO MOTIVO DE LA ROSA
    A Mario de Andrade

    Por más que te celebre, no me escuchas,
    aunque en forma y nácar te asemejes
    a una concha, sonora, la musical oreja
    que graba el mar en las íntimas volutas.

    Te dejo en cristal, frente al espejo,
    sin eco de cisternas o de grutas…
    Ausencias y cegueras absolutas
    brindas a las avispas y a las abejas,.

    ¡Y a quien te adora, oh sorda y silenciosa,
    y ciega y hermosa e interminable rosa,
    Que en tiempo, aroma y verso te transmutas!

    Sin tierra ni estrellas brillas, presa
    en mi sueño, insensible a la belleza
    que lo eres sin saber, pues no me escuchas…


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 74055
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA) - Página 19 Empty Re: CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA)

    Mensaje por Maria Lua Miér 15 Feb 2023, 14:47

    SORDINA



    ¿Quién toca el piano bajo la lluvia?
    La tarde, turbia y despoblada.
    ¿De qué antigua, límpida música
    recibo la reminiscencia apagada?

    Mi vida en una poltrona
    yace, ante la ventana abierta.
    Veo árboles, nubes y la monótona
    ruta del tiempo, descubierta.

    Entre mis ojos descansados
    y mis descansados oídos,
    alguien coge con dedos pausados
    ramos de son, descoloridos.
    La lluvia interfiere en la música.
    ¡Tocan tan lejos El turbio día
    mezcla piano, árbol y nubes,
    y siglos de melancolía.





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver este vínculo]


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 74055
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA) - Página 19 Empty Re: CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA)

    Mensaje por Maria Lua Sáb 18 Feb 2023, 07:56

    ROMANCE VII o del negro de las catas mineras


    Ya se oye cantar al negro
    y aún ha de tardar el día.
    ¿Será al lucero del alba
    con sus rayos de alegría?
    ¿Será por algún diamante,
    ardiente en la aurora fría?

    Ya se oye cantar al negro
    por la agreste inmensidad.
    Sus amos están durmiendo,
    quién sabe qué soñarán.
    Ojos clavados al suelo,
    siempre espía el capataz.

    Ya se oye cantar al negro.
    ¡Qué nostalgias por las sierras
    El cuerpo, en aquellas aguas;
    el alma, en lejanas tierras.
    En cada vida de esclavo,
    qué sordas, perdidas guerras.

    Ya se oye cantar al negro.
    ¿Por dónde se encontrarán
    esos diamantes sin mancha
    que traen la libertad,
    piedras cuyo corazón
    —más que humano—es un fanal?

    Ya se oye cantar al negro.
    Llora neblinas el alba.
    Piedra menuda no vale:
    ¡libertad, piedra granada
    La tierra, toda movida…
    El agua, toda tornada.

    .. Dios del cielo ¿y es posible
    tanto penar, para nada.


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 74055
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA) - Página 19 Empty Re: CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA)

    Mensaje por Maria Lua Sáb 18 Feb 2023, 07:57

    MULTITUD


    Más que las ondas del largo océano
    y que las nubes en los grandes vientos,
    corre la multitud.
    Más que el fuego en la floresta seca,
    lumínicos, fluctuantes, deshilachados vestidos
    resbalan sucesivamente
    entre los pliegues, los lazos, las puntas sueltas
    de los turbantes desordenados.
    ¿Adónde van presurosos los pasos, Bhai?
    ¿Hacia qué encuentro? ¿Hacia qué llamado?
    ¿En qué lugar, por qué motivo?
    Bhai, nosotros, que parecemos inmóviles,
    acaso estaremos también sin sentirlo
    corriendo, corriendo así, Bhai, tan lejos,
    sin querernos, sin sabernos dónde,
    como agua, nube y fuego.
    Bhai, ¿quién nos espera, quién nos recibirá,
    quién tiene pena de nosotros,
    erráticos, absurdos, ciegos,
    derribados por las murallas del tiempo?


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 74055
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA) - Página 19 Empty Re: CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA)

    Mensaje por Maria Lua Sáb 18 Feb 2023, 07:58

    POBREZA


    No descendía de columna o pórtico,
    a pesar de tan viejo,
    ni era de piedra,
    áspero de arrugas;
    ni de hierro,
    aunque tan negro.
    No era una escultura,
    todavía que tan nítido,
    seco,
    moldeado en arrugas fundidas de polvo.
    No era inventado, soñado,
    acaso vivo, existente,
    inmóvil testigo.
    Casi imperceptible su voz
    parecía cantar – parecía rezar
    y suplicaba apenas.
    El mundo tenía en sus ojos de ópalo.
    Nadie le daba nada.
    ¿No veían? ¿No podían?
    Pasaban. Pasábamos.
    Las manos tenía unidas y al pedir,
    bendecía.
    Era un hombre tan antiguo
    que parecía inmortal.
    Tan pobre
    que parecía divino.


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 74055
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA) - Página 19 Empty Re: CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA)

    Mensaje por Maria Lua Sáb 18 Feb 2023, 07:58

    ARDE AMARILLA Y AZUL


    Entre pozos cavados en la tierra seca viajo.
    En la amarilla tierra seca.
    De un lado a otro, pozos y pozos.
    Amarillos y azules saris,
    hombres cubiertos de viejos mantos áureos,
    dóciles niños morenos,
    todo conexo a las vacas veneradas
    que suben y bajan alrededor de los pozos.

    Dorados campos solitarios,
    largas y largas extensiones color mostaza.
    ¿Son flores?
    Luna del crepúsculo abriendo en el cielo jardines aéreos,
    delicadas nubes de ópalo.
    Pozos y pozos, mujeres cargando ramos todavía con hojas,
    árboles caminantes a lo largo de la tarde silenciosa.
    Pasean los pavorreales luminosos y felices.
    Caminan mansos los búfalos de cuernos encaracolados.
    Caminan los búfalos junto a los hombres: una sola familia.
    Y los camellos rojizos aparecen como colinas alzándose,
    y atraviesan la última claridad del crepúsculo.
    Todas las cosas del mundo:
    hombres, flores, animales, agua, cielo…
    ¿Quién está cantando a lo lejos una pequeña tonada?
    De la maleza exigua,
    sale de repente una bandada de pájaros:
    como fuego artificial de estrellas azules.
    (Y el desierto se acerca).


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 74055
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA) - Página 19 Empty Re: CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA)

    Mensaje por Maria Lua Sáb 18 Feb 2023, 08:00

    MÚSICA


    Tan lejos iba aquella música, Bhai,
    y por más que la luz lunar brillase
    no se sabía quién la tocaba ni en qué lugar.
    Por los peldaños de aquella música, Bhai,
    podía irse más allá del mundo, más allá de las formas,
    del arabesco de estrellas por el cielo.
    Quién tocaría entre la soledad, Bhai,
    en la clara noche – toda azul como el dios Krishna
    ajeno a todo, reclinado contra el mar.
    Tan lejos iba la tenue música, Bhai,
    una pequeña melodía era
    tímida, triste, de dos o tres nítidos sonidos.
    Tan frágil soplo en flauta rústica, Bhai,
    – como la vida en nuestros labios provisorios…
    – ¿amor? ¿Quejido, pensamiento? – nombres en el aire.
    Él tocaba sin saber qué oído, Bhai,
    podía haber acompañado ese instante
    de presencia fugaz con delicada voz.
    Tan lejos iba aquella música, Bhai,
    ¿con quién hablaba, entre el agua y la noche? ¿Y qué decía?
    (De la vida a la muerte, ¿qué decimos, Bhai, y a quién
    ?




    [Tienes que estar registrado y conectado para ver este vínculo]


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    cecilia gargantini
    cecilia gargantini
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 40885
    Fecha de inscripción : 25/04/2009
    Edad : 70
    Localización : buenos aires

    CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA) - Página 19 Empty Re: CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA)

    Mensaje por cecilia gargantini Sáb 18 Feb 2023, 14:23

    En Arde amarilla y azul, pinta con palabras realmente.
    Todo el resto, de excelencia, como siempre.
    Graciassssssss Lua. Besossssssssss y buen finde
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 74055
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA) - Página 19 Empty Re: CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA)

    Mensaje por Maria Lua Jue 23 Feb 2023, 22:13

    CÁNTICO 13 – RENUÉVATE


    Renuévate.
    Renace en ti mismo.
    Multiplica tus ojos, para ver más.
    Multiplica tus brazos para sembrarlo todo.
    Destruye los ojos que hayan visto.
    Crea otros, para las visiones nuevas.
    Destruye los brazos que hayan sembrado,
    Para olvidarse de cosechar.
    Sé siempre el mismo.
    Siempre otro.
    Pero siempre alto.
    Siempre lejos.
    Y dentro de todo.


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 74055
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA) - Página 19 Empty Re: CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA)

    Mensaje por Maria Lua Jue 23 Feb 2023, 22:14

    CÁNTICO 15 – NO QUIERAS SER


    No quieras ser.
    No ambiciones.
    No pongas límites a tu camino.
    La Eternidad está muy lejos.
    Y dentro de ella tú te mueves, eterno.
    Se lo que viene y lo que va.
    Sin forma.
    Sin término.
    Como una gran luz difusa.
    Hija de ningún sol.




    [Tienes que estar registrado y conectado para ver este vínculo]


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 74055
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA) - Página 19 Empty Re: CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA)

    Mensaje por Maria Lua Miér 01 Mar 2023, 21:03

    Canção



    Pus o meu sonho num navio
    e o navio em cima do mar;
    – depois, abri o mar com as mãos,
    para o meu sonho naufragar.

    Minhas mãos ainda estão molhadas
    do azul das ondas entreabertas,
    e a cor que escorre de meus dedos
    colore as areias desertas.

    O vento vem vindo de longe,
    a noite se curva de frio;
    debaixo da água vai morrendo
    meu sonho, dentro de um navio…


    Chorarei quanto for preciso,
    para fazer com que o mar cresça,
    e meu navio chegue ao fundo
    e meu sonho desapareça.

    Depois, tudo estará perfeito;
    praia lisa, águas ordenadas,
    meus olhos secos como pedras
    e as minhas duas mãos quebradas.



    ****************


    Canción


    Puse un sueño en un navío,
    y el navío sobre el mar;
    abrí el mar con mis dos manos
    y lo hice naufragar.


    Tengo las manos mojadas
    de azul y olas entreabiertas;
    color fluye de mis dedos
    tiñe arenas desïertas.

    El viento vino de lejos,
    la noche, curva de frío;
    bajo el agua va muriendo
    mi sueño, y en su navío…

    Lloraré lo necesario
    para hacer la mar crecer,
    el navío se irá al fondo,
    sueño, a desaparecer…

    Luego ya, todo perfecto:
    playa lisa, lisas aguas.
    Ojos secos como piedras,
    y mis dos manos quebradas.





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver este vínculo]


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 74055
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA) - Página 19 Empty Re: CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA)

    Mensaje por Maria Lua Vie 03 Mar 2023, 10:11

    Não perguntaram por mim


    Não perguntaram por mim,
    mas deram por minha falta.
    Na trama da minha ausência,
    inventaram tela falsa.

    Como eu andava tão longe,
    numa aventura tão larga,
    entregue à metamorfose
    do tempo fluido das águas;
    como descera sozinho
    os degraus da espuma clara,
    e meu corpo era silêncio
    e era mistério minha alma,
    - cantou-se a fábula incerta,
    segundo a linguagem da harpa:
    mas a música é uma selva
    de sal e areia na praia,
    um arabesco de cinza
    que ao vento do mar se apaga.

    E o meu caminho começa
    nessa franja solitária,
    no limite sem vestígio,
    na translúcida muralha
    que opõe o sonho vivido
    e a vida apenas sonhada.


    *********************



    No preguntaron por mí


    No preguntaron por mí
    mas notaron que no estaba.
    En la trama de mi ausencia
    inventaron tela falsa.

    Como andaba yo tan lejos,
    en aventura tan larga,
    dada a la metamorfosis
    del tiempo fluido de las aguas;
    como bajara yo solo
    los escalones de espuma clara,
    y mi cuerpo era silencio
    y era misterio mi alma,
    - se cantó la fábula incierta,
    según el lenguaje del arpa:
    pero la música es una selva
    de sal y arena en la playa,
    un arabesco de ceniza
    que el viento del mar apaga.

    Y mi camino comienza
    en esa franja solitaria,
    en el límite sin vestigio,
    en la translúcida muralla
    que opone el sueño vivido
    y la vida apenas soñada.




    ************

    Del poemario «Metal Rosicler» (1960)
    Cecília Meireles (1901-1964)
    Traducción: Juan Martín


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 74055
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA) - Página 19 Empty Re: CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA)

    Mensaje por Maria Lua Dom 05 Mar 2023, 08:57


    Epigrama N°


    Mutilados jardins e primaveras abolidas
    abriram seus miraculosos ramos
    no cristal em que pousa a minha mão.


    (Prodigioso perfume!)


    Recompuseram-se tempos, formas, cores, vidas ...


    Ah! mundo vegetal, nós, humanos, choramos
    só da incerteza da ressurreiç

    **********

    Cecília Meireles
    Viagem, 1938


    *********************


    EPIGRAMA. N.° 3


    Mutilados jardines y primaveras abolidas
    abrieron sus milagrosos ramos
    en el cristal en que se posa mi mano,

    (¡Prodigioso perfume!

    Recompusiéronse tiempos, formas, colores, vidas.

    ¡Ah, mundo vegetal, nosotros, humanos, lloramos
    sólo de la incerteza de la resurrección.


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 74055
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA) - Página 19 Empty Re: CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA)

    Mensaje por Maria Lua Miér 08 Mar 2023, 07:09

    Timidez



    Basta-me um pequeno gesto,
    feito de longe e de leve,
    para que venhas comigo
    e eu para sempre te leve…  

    – mas só esse eu não farei.

    Uma palavra caída
    das montanhas dos instantes
    desmancha todos os mares
    e une as terras mais distantes…


    – palavra que não direi.


    Para que tu me adivinhes,
    entre os ventos taciturnos,
    apago meus pensamentos,
    ponho vestidos noturnos,


    – que amargamente inventei.

    E, enquanto não me descobres,
    os mundos vão navegando
    nos ares certos do tempo
    até não se sabe quando…

    – e um dia me acabarei.



    ****************



    Timidez



    Me basta un pequeño gesto
    hecho de lejos, muy leve,
    para que vengas conmigo,
    para que siempre te lleve.

    Sólo ese, yo no lo haré.


    Una palabra caída
    de las montañas de instantes
    desmancha todos los mares,
    une tierras muy distantes.

    Palabra que no diré.

    Para que tú me adivines
    entre vientos taciturnos
    apago mis pensamientos
    visto ropajes nocturnos

    Que amargamente inventé.

    Y mientras no me descubres
    van los mundos navegando
    en aires ciertos del tiempo
    hasta no se sabe cuándo…

    Y un día me acabaré.



    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 74055
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA) - Página 19 Empty Re: CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA)

    Mensaje por Maria Lua Miér 08 Mar 2023, 07:12

    Retrato



    Eu não tinha este rosto de hoje,
    assim calmo, assim triste, assim magro,
    nem estes olhos tão vazios,
    nem o lábio amargo.

    Eu não tinha estas mãos sem força,
    tao paradas e frias e mortas;
    eu não tinha este coração
    que nem se mostra.

    Eu não dei por esta mudança,
    tão simples, tão certa, tão fácil:
    – Em que espelho ficou perdida
    a minha face?



    ******************




    Retrato


    No tenía este rostro que tengo
    tan calmo, tan triste, tan magro,
    ni estos ojos tan vacíos,
    ni el labio amargo.


    No tenía estas manos sin fuerza,
    tan paradas, tan frías, tan muertas.
    no tenía este corazón
    que ni se muestra.

    Y no entiendo esta mudanza,
    tan simple, tan cierta, tan fácil.
    ¿En qué espejo se perdïó
    mi rostro grácil?






    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 74055
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA) - Página 19 Empty Re: CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA)

    Mensaje por Maria Lua Miér 08 Mar 2023, 13:18

    Canção de Outono

    Perdoa-me, folha seca,
    não posso cuidar de ti.
    Vim para amar neste mundo,
    e até do amor me perdi.
    De que serviu tecer flores
    pelas areias do chão
    se havia gente dormindo
    sobre o próprio coração?

    E não pude levantá-la!
    Choro pelo que não fiz.
    E pela minha fraqueza
    é que sou triste e infeliz.
    Perdoa-me, folha seca!
    Meus olhos sem força estão
    velando e rogando aqueles
    que não se levantarão...

    Tu és folha de outono
    voante pelo jardim.
    Deixo-te a minha saudade
    - a melhor parte de mim.
    E vou por este caminho,
    certa de que tudo é vão.
    Que tudo é menos que o vento,
    menos que as folhas do chão...




    Cecília Meireles , Poesia completa: Volume 2. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira, 2001.


    ************************



    CANCIÓN DE OTOÑO


    Perdóname, hoja seca,
    no puedo cuidar de ti.
    Vine a amar en este mundo,
    y hasta el amor perdí.
    ¿De qué sirvió tejer flores
    en las arenas del suelo
    si había gente durmiendo
    sobre el propio corazón?

    ¡Y no pude levantarla!
    Lloro por lo que no hice
    y por esta flaqueza
    es que soy triste e infeliz.
    ¡Perdóname, hoja seca!
    Mis ojos sin fuerza están
    velando y rogando por aquéllos
    que no se levantarán.


    Tú eres hoja de otoño
    que vuela por el jardín.
    Te dejo mi nostalgia
    -la mejor parte de mí.
    Y voy por este camino,
    segura de lo inútil que es todo.
    Que todo es menos que el viento,
    menos que las hojas del suelo.


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]

    Contenido patrocinado


    CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA) - Página 19 Empty Re: CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA)

    Mensaje por Contenido patrocinado


      Fecha y hora actual: Sáb 07 Sep 2024, 21:11