Florbela Espanca (Vila Viçosa, Portugal, 8 de diciembre de 1894 - Matosinhos, Portugal, 8 de diciembre de 1930)

Traxectoria

Florbela Espanca por outros poetas

Obra

Como din varios estudosos da súa persoa e obra, Florbela xurde desligada de preocupacións de contido humanista ou social. Inserida no seu mundo pequeno burguês, como evidencian os retratos que dai de si ao longo dos seus escritos. Non manifesta interese pola política ou polos problemas sociais. Dise conservadora. […] O seu egocentrismo, que non retira beleza á súa poesía, é por demais evidente para non ser referenciado practicamente por todos. Sedenta de gloria, di Henrique Lopes de Mendonça, transcrito por Carlos Sombrio. Na súa escrita hai un certo número de palabras nas que insiste incesantemente. Antes de máis, o EU, presente, en case todas as pezas poéticas. Amplamente repetidos vocablos que reflicten paisón: alma, amor, saudade, bicos, versos, poeta e outros, e os que deles derivan. Escritos de ámbito alén dos que caracterizan esa paisón non son abundantes, particularmente na obra poética. Salvo no que se refire ao seu Alentexo. Non se coloca como observadora distante, mesmo cando tal parece, exterior a feitos, ideas, acontecementos.^{[Tienes que estar registrado y conectado para ver este vínculo]}

Obras

Poesía

• 1919 [Tienes que estar registrado y conectado para ver este vínculo]. Lisboa: Tipografia Maurício. ^{[Tienes que estar registrado y conectado para ver este vínculo]}
  
  
  
• 1923 [Tienes que estar registrado y conectado para ver este vínculo]. Lisboa: Tipografia A Americana.
  
  
  
• 1931 [Tienes que estar registrado y conectado para ver este vínculo]. Coimbra: Livraria Gonçalves.
  
  
  
• 1931 Juvenília: versos inéditos de Florbela Espanca (con 28 sonetos inéditos). Estudo crítico de Guido Battelli. Coimbra: Livraria Gonçalves.
  
  
  
• 1934 Sonetos Completos (Livro de Mágoas, Livro de Sóror Saudade, Charneca em Flor, Reliquiae). Coimbra: Livraria Gonçalves.
  
  
  

Prosa

• 1931 [Tienes que estar registrado y conectado para ver este vínculo]. Porto: Editora Marânus.
  
  
  
• 1981 [Tienes que estar registrado y conectado para ver este vínculo]. Prefácio de Natália Correia. Lisboa: Livraria Bertrand.
  
  
  
• 1982 [Tienes que estar registrado y conectado para ver este vínculo]. Prefácio de Y. K. Centeno. Lisboa: Livraria Bertrand.
  
  
  

Colectáneas

• 1985/86 Obras Completas de Florbela Espanca. 8 vols. Edição de Rui Guedes. Lisboa: Publicações Dom Quixote.
  
  
  
• 1994 [Tienes que estar registrado y conectado para ver este vínculo]. Estudo introdutório, estabelecimento de textos e notas de Maria Lúcia Dal Farra. Lisboa: [Tienes que estar registrado y conectado para ver este vínculo].
  
  
  

Epistolografía

• 1931 Cartas de Florbela Espanca (A Dona Júlia Alves e a Guido Battelli). Coimbra: Livraria Gonçalves.
  
  
  
• 1949 Cartas de Florbela Espanca. Prefácio de Azinhal Abelho e José Emídio Amaro. Lisboa: Edição dos Autores.
  
  
  

Traducións

• 1926 Ilha azul, de Georges Thiery. Figueirinhas do Porto.
  
  
  
• 1926 O segredo do marido, de M. Maryan. Biblioteca das Famílias.
  
  
  
• 1927 O segredo de Solange, de M. Maryan. Biblioteca das Famílias.
  
  
  
• 1927 Dona Quichota, de Georges de Peyrebrune. Biblioteca do Lar.
  
  
  
• 1927 O romance da felicidade, de Jean Rameau Biblioteca do Lar.
  
  
  
• 1927 O castelo dos noivos, de Claude Saint-Jean
  
  
  
• 1927 Dois noivados, de Champol. Biblioteca do Lar.
  
  
  
• 1927 O canto do cuco, de Jean Thiery. Biblioteca do Lar.
  
  
  
• 1929 Mademoiselle de la Ferté (romance da actualidade) de Pierre Benoit. Série Amarela.
  
  
  
• 1932 Máxima (romance da actualidade, de A. Palácio Váldes. Coleção de Hoje.
  
  
  

Subi ao alto, à minha Torre esguia,

Feita de fumo, névoas e luar,

E pus-me, comovida, a conversar

Com os poetas mortos, todo o dia.



Contei-lhes os meus sonhos, a alegria

Dos versos que são meus, do meu sonhar,

E todos os poetas, a chorar,

Responderam-me então: “Que fantasia,



Criança doida e crente! Nós também

Tivemos ilusões, como ninguém,

E tudo nos fugiu, tudo morreu!...”



Calaram-se os poetas, tristemente...

E é desde então que eu choro amargamente

Na minha Torre esguia junto ao Céu!...

A minha dor

A minha Dor é um convento ideal
Cheio de claustros, sombras, arcarias,
Aonde a pedra em convulsões sombrias
Tem linhas dum requinte escultural.


Os sinos têm dobres de agonias
Ao gemer, comovidos, o seu mal...
E todos têm sons de funeral
Ao bater horas, no correr dos dias...


A minha Dor é um convento. Há lírios
Dum roxo macerado de martírios,
Tão belos como nunca os viu alguém!


Nesse triste convento aonde eu moro,
Noites e dias rezo e grito e choro!
E ninguém ouve... ninguém vê... ninguém...

Que Importa?...