Aires de Libertad

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    Mensaje por Maria Lua Sáb 12 Sep 2020, 14:32

    Cronista enamorado do sagüim
     
    O sagüim é um animalzinho assaz bonito:
    é mesmo o mais bonito de todos, pela selva;
    anda nas árvores, esconde-se, espia, foge depressa
    e há deles, na terra viçosa, número infinito.
     
    Se qualquer rei da Europa o visse, gostaria
    de possuí-lo como um brinquedo, vindo de longe, e raro.
    Mas é o sagüim animalzinho tão delicado
    que a uma viagem tão longa não resistiria.
     
    A cara do sagüim é como a de um leãozinho,
    e pode-se conseguir que ele pouse no nosso ombro.
    O sagüim mais bonito de todos é o sagüim louro,
    que tem uma expressão de inteligência e carinho.
     
    Ele pode descer a comer à nossa mão! Graciosa
    é a sua maneira de olhar. Gracioso é o movimento do seu corpo inteiro,
    tão leve e breve! Mas os melhores, só no Rio de Janeiro
    se encontram: se encontram apenas nesta cidade, a mui formosa.


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    y en ese vuelo y en ese sueño
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    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
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    Mensaje por Maria Lua Sáb 12 Sep 2020, 14:32

    Presença em Pompéia
     
    Esta conta não pagarás:
    — ficará sob uma cinza que não sabes.
     
    Sob a cinza que ainda não sabes
    ficará teu filho por nascer
    e também os meninos que já sabiam desenhar nos muros.
     
    Ficarão os figos que ontem puseste na cesta.
    Ficarão as pinturas da tua sala
    e as plantas do teu jardim, de estátuas felizes,
    sob a cinza que não sabes.
     
    Os gladiadores anunciados não lutarão
    e amanhã não verás, próximo às termas,
    a mulher que desejavas.
     
    Tu ficarás com a chave da tua porta na mão;
    tu, com o rosto da amada no peito;
    amo e servo se unirão, no mesmo grito;
    os cães se debaterão com mordaças de lava;
    a mão não poderá encontrar a parede;
    os olhos não poderão ver a rua.
     
    As cinzas que não sabes voarão sobre Apolo e Ísis.
    É uma noite ardente, a que se prepara,
    enquanto a luz contorna a coluna e o jato d'água:
    — a luz do sol que afaga pela última vez as roseiras verdes.
     


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    Mensaje por Maria Lua Dom 13 Sep 2020, 04:09

    Discurso
     
    E aqui estou, cantando.


    Um poeta é sempre irmão do vento e da água:
    deixa seu ritmo por onde passa.


    Venho de longe e vou para longe:
    mas procurei pelo chão os sinais do meu caminho
    e não vi nada, porque as ervas cresceram e as serpentes
    andaram.


    Também procurei no céu a indicação de uma trajetória,
    mas houve sempre muitas nuvens.
    E suicidaram-se os operários de Babel.


    Pois aqui estou, cantando.


    Se eu nem sei onde estou,
    como posso esperar que algum ouvido me escute?


    Ah! Se eu nem sei quem sou,
    como posso esperar que venha alguém gostar de mim?
     


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    Mensaje por Maria Lua Dom 13 Sep 2020, 05:06

    Gargalhada
     
    Homem vulgar! Homem de coração mesquinho!
    Eu te quero ensinar a arte sublime de rir.
    Dobra essa orelha grosseira, e escuta
    o ritmo e o som da minha gargalhada:


    Ah! Ah! Ah! Ah!
    Ah! Ah! Ah! Ah!


    Não vês?
    É preciso jogar por escadas de mármores baixelas de ouro.
    Rebentar colares, partir espelhos, quebrar cristais,
    vergar a lâmina das espadas e despedaçar estátuas,
    destruir as lâmpadas, abater cúpulas,
    e atirar para longe os pandeiros e as liras...


    O riso magnífico é um trecho dessa música desvairada.


    Mas é preciso ter baixelas de ouro,
    compreendes?
    — e colares, e espelhos, e espadas e estátuas.
    E as lâmpadas, Deus do céu!
    E os pandeiros ágeis e as liras sonoras e trêmulas...


    Escuta bem:


    Ah! Ah! Ah! Ah!
    Ah! Ah! Ah! Ah!


    Só de três lugares nasceu até hoje essa música heróica:
    do céu que venta,
    do mar que dança,
    e de mim.
     


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    Mensaje por Maria Lua Dom 13 Sep 2020, 05:10

    Encomenda
     
    Desejo uma fotografia
    como esta — o senhor vê? — como esta:
    em que para sempre me ria
    como um vestido de eterna festa.


    Como tenho a testa sombria,
    derrame luz na minha testa.
    Deixe esta ruga, que me empresta
    um certo ar de sabedoria.


    Não meta fundos de floresta
    nem de arbitrária fantasia...
    Não... Neste espaço que ainda resta,
    ponha uma cadeira vazia.


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    Mensaje por Maria Lua Dom 13 Sep 2020, 05:16

    Interlúdio
     
    As palavras estão muito ditas
    e o mundo muito pensado.
    Fico ao teu lado.


    Não me digas que há futuro
    nem passado.
    Deixa o presente — claro muro
    sem coisas escritas.


    Deixa o presente. Não fales,
    Não me expliques o presente,
    pois é tudo demasiado.


    Em águas de eternamente,
    o cometa dos meus males
    afunda, desarvorado.


    Fico ao teu lado.
     


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    Mensaje por Maria Lua Dom 13 Sep 2020, 07:11

    Atitude

    Minha esperança perdeu seu nome...
    Fechei meu sonho, para chamá-la.
    A tristeza transfigurou-me
    como o luar que entra numa sala.


    O último passo do destino
    parará sem forma funesta,
    e a noite oscilará como um dourado sino
    derramando flores de festa.


    Meus olhos estarão sobre espelhos, pensando
    nos caminhos que existem dentro das coisas transparentes.


    E um campo de estrelas irá brotando
    atrás das lembranças ardentes.


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    Mensaje por Maria Lua Dom 13 Sep 2020, 08:01

    Fio

    No fio da respiração,
    rola a minha vida monótona,
    rola o peso do meu coração.


    Tu não vês o jogo perdendo-se
    como as palavras de uma canção.


    Passas longe, entre nuvens rápidas,
    com tantas estrelas na mão...


    — Para que serve o fio trêmulo
    em que rola o meu coração?
     


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    Mensaje por Maria Lua Dom 13 Sep 2020, 08:27

    Suavíssima
     
    Os galos cantam, no crepúsculo dormente . . .
    No céu de outono, anda um langor final de pluma
    Que se desfaz por entre os dedos, vagamente . . .
     
    Os galos cantam, no crepúsculo dormente . . .
    Tudo se apaga, e se evapora, e perde, e esfuma . . .
     
    Fica-se longe, quase morta, como ausente . . .
    Sem ter certeza de ninguém . . . de coisa alguma . . .
    Tem-se a impressão de estar bem doente, muito doente,
     
    De um mal sem dor, que se não saiba nem resuma . . .
    E os galos cantam, no crepúsculo dormente . . .
     
    Os galos cantam, no crepúsculo dormente . . .
    A alma das flores, suave e tácita, perfuma
    A solitude nebulosa e irreal do ambiente . . .
     
    Os galos cantam, no crepúsculo dormente . . .
    Tão para lá! . . . No fim da tarde . . . além da bruma . . .
     
    E silenciosos, como alguém que se acostuma
    A caminhar sobre penumbras, mansamente,
    Meus sonhos surgem, frágeis, leves como espuma . . .
     
    Põem-se a tecer frases de amor, uma por uma . . .
    E os galos cantam, no crepúsculo dormente . . .
     


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    Mensaje por Maria Lua Dom 13 Sep 2020, 11:44

    Máquina breve
     
    O pequeno vaga-lume
    com sua verde lanterna,
    que passava pela sombra
    inquietando a flor e a treva
    — meteoro da noite, humilde,
    dos horizontes da relva;
    o pequeno vaga-lume,
    queimada a sua lanterna,
    jaz carbonizado e triste
    e qualquer brisa o carrega:
    mortalha de exíguas franjas
    que foi seu corpo de festa.
     
    Parecia uma esmeralda
    e é um ponto negro na pedra.
    Foi luz alada, pequena
    estrela em rápida seta.
    Quebrou-se a máquina breve
    na precipitada queda.
    E o maior sábio do mundo
    sabe que não a conserta.
     


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    Mensaje por Maria Lua Dom 13 Sep 2020, 13:32

    Romance II ou do ouro incansável
     
    Mil bateias vão rodando
    sobre córregos escuros;
    a terra vai sendo aberta
    por intermináveis sulcos;
    infinitas galerias
    penetram morros profundos.
     
    De seu calmo esconderijo,
    o ouro vem, dócil e ingênuo;
    torna-se pó, folha, barra,
    prestígio, poder, engenho . . .
    É tão claro! — e turva tudo:
    honra, amor e pensamento.
     
    Borda flores nos vestidos,
    sobe a opulentos altares,
    traça palácios e pontes,
    eleva os homens audazes,
    e acende paixões que alastram
    sinistras rivalidades.
     
    Pelos córregos, definham
    negros a rodar bateias.
    Morre-se de febre e fome
    sobre a riqueza da terra:
    uns querem metais luzentes,
    outros, as redradas pedras.
     
    Ladrões e contrabandistas
    estão cercando os caminhos;
    cada família disputa
    privilégios mais antigos;
    os impostos vão crescendo
    e as cadeias vão subindo.
     
    Por ódio, cobiça, inveja,
    vai sendo o inferno traçado.
    Os reis querem seus tributos,
    — mas não se encontram vassalos.
    Mil bateias vão rodando,
    mil bateias sem cansaço.
     
    Mil galerias desabam;
    mil homens ficam sepultos;
    mil intrigas, mil enredos
    prendem culpados e justos;
    já ninguém dorme tranqüilo,
    que a noite é um mundo de sustos.
     
    Descem fantasmas dos morros,
    vêm almas dos cemitérios:
    todos pedem ouro e prata,
    e estendem punhos severos,
    mas vão sendo fabricadas
    muitas algemas de ferro.
     


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    Mensaje por Maria Lua Lun 14 Sep 2020, 08:47

    O canteiro está molhado


    O canteiro está molhado.
     
    Trarei flores do canteiro,
     
    Para cobrir o teu sono.
     
    Dorme, dorme, a chuva desce,
     
    Molha as flores do canteiro.
     
    Noite molhada de chuva,
     
    Sem vento, nem ventania,
     
    Noite de mar e lembranças..."
     


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    Mensaje por Maria Lua Lun 14 Sep 2020, 08:47

    É preciso não esquecer nada
     
    É preciso não esquecer nada:
    nem a torneira aberta nem o fogo aceso,
    nem o sorriso para os infelizes
    nem a oração de cada instante.
     
    É preciso não esquecer de ver a nova borboleta
    nem o céu de sempre.
     
    O que é preciso é esquecer o nosso rosto,
    o nosso nome, o som da nossa voz, o ritmo do nosso pulso.
     
    O que é preciso esquecer é o dia carregado de atos,
    a idéia de recompensa e de glória.
     
    O que é preciso é ser como se já não fôssemos,
    vigiados pelos próprios olhos
    severos conosco, pois o resto não nos pertence.
     
    (1962)


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    Mensaje por Maria Lua Vie 18 Sep 2020, 07:42

    Murmúrio


    Traze-me um pouco das sombras serenas
    que as nuvens transportam por cima do dia!
    Um pouco de sombra, apenas,
    - vê que nem te peço alegria.


    Traze-me um pouco da alvura dos luares
    que a noite sustenta no teu coração!
    A alvura, apenas, dos ares:
    - vê que nem te peço ilusão.


    Traze-me um pouco da tua lembrança,
    aroma perdido, saudade da flor!
    - Vê que nem te digo - esperança!
    - Vê que nem sequer sonho - amor!


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    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
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    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
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    Mensaje por Maria Lua Vie 18 Sep 2020, 07:43

    Balada das dez bailarinas do cassino
     
    Dez bailarinas deslizam
    por um chão de espelho.
    Têm corpos egípcios com placas douradas,
    pálpebras azuis e dedos vermelhos.
    Levantam véus brancos, de ingênuos aromas,
    e dobram amarelos joelhos.


    Andam as dez bailarinas
    sem voz, em redor das mesas.
    Há mãos sobre facas, dentes sobre flores
    e com os charutos toldam as luzes acesas.
    Entre a música e a dança escorre
    uma sedosa escada de vileza.


    As dez bailarinas avançam
    como gafanhotos perdidos.
    Avançam, recuam, na sala compacta,
    empurrando olhares e arranhando o ruído.
    Tão nuas se sentem que já vão cobertas
    de imaginários, chorosos vestidos.


    A dez bailarinas escondem
    nos cílios verdes as pupilas.
    Em seus quadris fosforescentes,
    passa uma faixa de morte tranqüila.
    Como quem leva para a terra um filho morto,
    levam seu próprio corpo, que baila e cintila.


    Os homens gordos olham com um tédio enorme
    as dez bailarinas tão frias.
    Pobres serpentes sem luxúria,
    que são crianças, durante o dia.
    Dez anjos anêmicos, de axilas profundas,
    embalsamados de melancolia.


    Vão perpassando como dez múmias,
    as bailarinas fatigadas.
    Ramo de nardos inclinando flores
    azuis, brancas, verdes, douradas.
    Dez mães chorariam, se vissem
    as bailarinas de mãos dadas.
     
    (in Mar Absoluto e outros poemas: Retrato Natural. Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1983.)
     


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    Mensaje por Maria Lua Jue 01 Oct 2020, 13:44



    O canteiro está molhado


    O canteiro está molhado.
     
    Trarei flores do canteiro,
     
    Para cobrir o teu sono.
     
    Dorme, dorme, a chuva desce,
     
    Molha as flores do canteiro.
     
    Noite molhada de chuva,
     
    Sem vento, nem ventania,
     
    Noite de mar e lembranças..."
     


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    Mensaje por Maria Lua Jue 08 Oct 2020, 06:24

    Interlúdio
     
    As palavras estão muito ditas
    e o mundo muito pensado.
    Fico ao teu lado.


    Não me digas que há futuro
    nem passado.
    Deixa o presente — claro muro
    sem coisas escritas.


    Deixa o presente. Não fales,
    Não me expliques o presente,
    pois é tudo demasiado.


    Em águas de eternamente,
    o cometa dos meus males
    afunda, desarvorado.


    Fico ao teu lado.


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    Mensaje por Maria Lua Vie 09 Oct 2020, 13:25

    Máquina breve
     
    O pequeno vaga-lume
    com sua verde lanterna,
    que passava pela sombra
    inquietando a flor e a treva
    — meteoro da noite, humilde,
    dos horizontes da relva;
    o pequeno vaga-lume,
    queimada a sua lanterna,
    jaz carbonizado e triste
    e qualquer brisa o carrega:
    mortalha de exíguas franjas
    que foi seu corpo de festa.
     
    Parecia uma esmeralda
    e é um ponto negro na pedra.
    Foi luz alada, pequena
    estrela em rápida seta.
    Quebrou-se a máquina breve
    na precipitada queda.
    E o maior sábio do mundo
    sabe que não a conserta.
     


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    Mensaje por Maria Lua Sáb 10 Oct 2020, 04:04

    Obras de Cecília Meireles


    • Espectros, poesia (1919)

    • Nunca Mais... e Poema dos Poemas (1923)

    • Baladas Para El-Rei, poesia (1925)

    • Viagem, poesia (1925)

    • Viagem, poesia (1939)

    • Vaga Música, poesia (1942)

    • Mar Absoluto, poesia (1945)

    • Evocação Lírica de Lisboa, prosa (1948)

    • Retrato Natural, poesia (1949)

    • Doze Noturnos de Holanda, poesia (1952)

    • Romanceiro da Inconfidência, poesia (1953)

    • Pequeno Oratório de Santa Clara, poesia (1955)

    • Pístóia, Cemitério Militar Brasileiro, poesia (1955)

    • Canção, poesia (1956)

    • Giroflê, Giroflá, prosa (1956)

    • Romance de Santa Cecília, poesia (1957)

    • A Rosa, poesia (1957)

    • Eternidade em Israel, prosa (1959)

    • Metal Rosicler, poesia (1960)

    • Poemas Escritos Na Índia (1962)

    • Antologia Poética, poesia (1963)

    • Ou Isto Ou Aquilo, poesia (1965)

    • Escolha o Seu Sonho, crônica (1964)



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    Mensaje por Maria Lua Mar 13 Oct 2020, 04:20

    Epitáfio da navegadora








    A Gastón Figueira


    Se te perguntarem quem era
    essa que às areias e gelos
    quis ensinar a primavera;


    e que perdeu seus olhos pelos
    mares sem deuses desta vida,
    sabendo que, de assim perdê-los,


    ficaria também perdida;
    e que em algas e espumas presa
    deixou sua alma agradecida;


    essa que sofreu de beleza
    e nunca desejou mais nada;
    que nunca teve uma surpresa


    em sua face iluminada,
    dize: “Eu não pude conhecê-la,
    sua história está mal contada,


    mas seu nome, de barca e estrela,
    foi: SERENA DESESPERADA”.



    Cecília Meireles
    Vaga Música (1942)







             EPITAFIO DE LA NAVEGADORA
     
                                A Gastón Figueira


             Si te preguntaron quién era
             ésa que a hielos y arenales
             quiso enseñar la primavera:



             Y que sus ojos fue esparciendo
             por los mares sin dioses de esta vida,
             sabiendo que, de así perderlos,



             Quedaría también perdida;
             y que en algas y espumas presa
             dejó su alma agradecida;



             Ésa que sufrió de belleza
             y que nunca deseó más nada
             y nunca tuvo uma sorpresa



             en su faz toda iluminada,
             di t~u: "No pude conocerla;
             está su historia mal contada,


             mas su nombre de barca y estella
             fue: SIRENA DESESPERADA."






            
                      (Apud Lucia Contreras y Livia Ramh,
                      Mensaje del Brasil: Algunos Poetas, Buenos Aires,    1975)


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    Mensaje por Maria Lua Miér 14 Oct 2020, 05:42

    Do mar ao céu azul para onde sobem
     
     
    Do mar ao céu azul para onde sobem
    de azul a azul, estas escadas
    pássaros antigos caídos
    com suas asas encarnadas
    ainda abertas, ainda estendidas,
    em si mesmas desmoronadas...
     
    Ó castelos de cavaleiros,
    sangue e poeira das Cruzadas.
    O mar e o céu nas aberturas
    destas paredes arrombadas.
    Os rostos, não, nem grito ou lança.
    Mas, entre o azul e o azul, escadas.
     
                                                                      Setembro, 1962


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    Mensaje por Maria Lua Miér 14 Oct 2020, 06:16

    Mapa falso



    Quantas coisas pensei sublimes,
    merecedoras de longas lágrimas !
    Quais eram ?
    As lágrimas recordo
    e as pensativas planícies
    por onde estenderam seus longos rios,
    mas não levam nenhuma voz essas águas.
     
    Tudo foi afogado e sepulto.
    Maiores que as coisas choradas
    eram as lágrimas que as choraram.
     
    E sua imagem, de longe, é uma solidão sem mais nenhum sentido:
    mapa falso que a nossa viagem abandona,
    pois vamos sempre além de tudo, para mais longe.
     
    (1957)
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    ***************


    “MAPA FALSO”


    ¡Cuántas cosas pensé que eran sublimes,
    merecedoras de abundantes lágrimas!
    ¿Cuáles eran? Las lágrimas del recuerdo,
    y las pensativas planicies
    por donde extendieron sus largos ríos.
    Mas no llevan ninguna voz, esas aguas.
    Todo fue ahogado y sepultado.
    Mayores que las cosas lloradas
    eran las lágrimas que las lloraron.
    Y a distancia,
    su imagen es una soledad ya sin sentido,
    mapa falso que nuestro viaje abandona,
    pues vamos siempre más allá de todo, más lejos…


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    Mensaje por Maria Lua Lun 19 Oct 2020, 04:27

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    Mensaje por Maria Lua Sáb 24 Oct 2020, 04:42

    É preciso não esquecer nada
     
    É preciso não esquecer nada:
    nem a torneira aberta nem o fogo aceso,
    nem o sorriso para os infelizes
    nem a oração de cada instante.
     
    É preciso não esquecer de ver a nova borboleta
    nem o céu de sempre.
     
    O que é preciso é esquecer o nosso rosto,
    o nosso nome, o som da nossa voz, o ritmo do nosso pulso.
     
    O que é preciso esquecer é o dia carregado de atos,
    a idéia de recompensa e de glória.
     
    O que é preciso é ser como se já não fôssemos,
    vigiados pelos próprios olhos
    severos conosco, pois o resto não nos pertence.
     
    (1962)


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    Mensaje por Maria Lua Dom 25 Oct 2020, 07:13

    O REI DO MAR


    MUITAS VELAS. Muitos remos.
     Âncora é outro falar ... 
    Tempo que navegaremos
    não se pode calcular.
    Vimos as Plêiades. Vemos
    agora a Estrela Polar.
    Muitas velas. Muitos remos. 
    Curta vida. Longo mar.


    Por água brava ou serena 
    deixamos nosso cantar,
    vendo a voz como é pequena
    sobre' o comprimento do ar. 
    Se alguém ouvir, temos pena:
    só cantamos para o mar ...


    Nem tormenta nem tormento
     nos poderia parar.
    (Muitas velas. Muitos remos.
     Âncora é outro falar ... )
    Andamos entre água e vento
    procurando o Rei do Mar. 


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    Mensaje por Maria Lua Sáb 31 Oct 2020, 09:03

    Escolha o Seu Sonho

    DEVíAMOS PODER PREPARAR OS NOSSOS sonhos como os artistas, as
    suas composições. Com a matéria sutil da noite e da nossa alma, devíamos
    poder construir essas pequenas obras-primas incomunicáveis, que, ainda
    menos que a rosa, duram apenas o instante em que vão sendo sonhadas, e
    logo se apagam sem outro vestígio que a nossa memória.


     Como quem  resolve uma  viagem, devíamos  poder escolher essas
    explicações  sem  veículos  nem  companhia  –  por  mares,  grutas,  neves,
    montanhas, e até pelos astros, onde moram desde sempre heróis e deuses
    de todas as mitologias, e os fabulosos animais do Zodíaco.


     Devíamos, à vontade, passear pelas margens do Paraíba, lá onde suas
    espumas crespas correm com o luar por entre as pedras, ao mesmo tempo
    cantando  e  chorando. 
     –  Ou  habitar  uma  tarde  prateada  de  Florença,  e  ir
    sorrindo para  cada estátua dos palácios e das ruas, como quem saúda
    muitas famílias de mármore... 
    – Ou contemplar nos Açores hortênsias da
    altura de uma casa, lagos de duas cores e cestos de vime nascendo entre
    fontes, com águas frias de um   lado e, do outro, quentes... 
    – Ou chegar a Ouro Preto e continuar a ouvir aquela menina que estuda piano há duzentos
    anos, hesitante e invisível – enquanto o cavalo branco  escolhe, de  olhos
    baixos, o trevo de quatro folhas que vai comer...


     Quantos  lugares,  meu  Deus,  para  essas  excursões!  Lugares
    recordados  ou  apenas  imaginados.  Campos  orientais  atravessados  por
    nuvens de pavões. Ruas amarelas de pó, amarelas de sol, onde os camelos
    de perfil de  gôndola estacionam,  com  seus  carros.  Avenidas cor-de-rosa,
    por  onde  cavalinhos  emplumados,  de rosa  na  testa  e  colar  ao pescoço,
    conduzem leves e elegantes coches policromos...


     ... E lugares inventados,  feitos ao nosso gosto;  jardins  no meio do
    mar;  pianos  brancos  que  tocam  sozinhos;  livros  que  se  desarmam,
    transformados em música.
     Oh!  os  sonhos  do  "Poronominare"!...  Lembram-se?  Sonhos  dos
    nossos  índios:  rios  que  vão  subindo  por  cima  das  ilhas:  ...meninos
    transparentes, que deixam ver a luz do sol do outro lado do corpo... gente
    com  cabeça  de  pássaros...  flechas  voando  atrás  de  sombras  velozes...
    moscas  que  se  transformam  em  guaribas...  canoas...  serras...  bandos  de
    beija-flores e borboletas que trazem mel para a criança que tem fome e a
    levantam em suas asas...
     Devíamos  poder  sonhar  com  as  criaturas  que  nunca  vimos  e
    gostaríamos de ter  visto: Alexandre, o Grande; São João Batista; o  Rei
    David, a cantar; o Príncipe Gautama...
     E sonhar com os que amamos e conhecemos, e estão perto ou longe,
    vivos ou mortos... Sonhar com eles no seu melhor momento, quando foram
    mais merecedores de amor imortal.
     Ahl... – (que gostaria você de sonhar esta noite?)






    MEIRELES,  Cecília.  Escolha  o  seu  sonho.26  ed.,  Rio  de  Janeiro:  Record,
    2005, PP. 116,117.


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    Mensaje por Maria Lua Dom 01 Nov 2020, 06:47

    Romanceiro de Inconfidência: 




    A poetisa Cecília Meireles tem como traço singular de sua escrita um lirismo delicado e pungente. Além de ter sido um nome importante da literatura brasileira, Meireles também foi educadora e também jornalista, sendo uma dos intelectuais que assinou o Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova em 1932.
    Mas autora de poemas célebres como “Motivo” e “Retrato” também dedicou anos de sua vida a uma pesquisa minuciosa sobre um capítulo importante da história do Brasil: a “febre do ouro” de Minas Gerais e a Inconfidência Mineira. Foram 10 anos de pesquisa histórica e literária que a fizeram escrever o Romanceiro da Inconfidência, publicado pela primeira vez em 1953.
    Inspirado num gênero medieval, os poemas de Cecília no livro são “romances”, escritos populares voltados para narrativas históricas. Por isso, Meireles une sua lírica singular com o conhecimento profundo sobre a realidade de Vila Rica nos tempos dos inconfidentes.
    O resultado é uma obra narrativa em versos, que não pretende ao monumentalismo de um Lusíadas em contar a história dos que venceram, mas em encontrar matéria poética naqueles que respiraram esses tempos nas minas, nas senzalas, nas capelas.



    ****************************************


    Fala inicial




    Ó meio-dia confuso,
    ó vinte-e-um de abril sinistro,
    que intrigas de ouro e de sonho
    houve em tua formação?
    Quem ordena, julga e pune?
    Quem é culpado e inocente?
    Na mesma cova do tempo
    cai o castigo e o perdão.
    Morre a tinta das sentenças
    e o sangue dos enforcados…
    – liras, espadas e cruzes
    pura cinza agora são.
    Na mesma cova, as palavras,
    o secreto pensamento,
    as coroas e os machados,
    mentira e verdade estão.





    Cenário




    O passado não abre a sua porta
    e não pode entender a nossa pena.
    Mas, nos campos sem fim que o sonho corta,
    vejo uma forma no ar subir serena:
    vaga forma, do tempo desprendida.
    É a mão do Alferes, que de longe acena.
    Eloqüência da simples despedida:
    “Adeus! que trabalhar vou para todos!…”
    (Esse adeus estremece a minha vida.)




    Do ouro incansável




    Por ódio, cobiça, inveja,
    vai sendo o inferno traçado.
    Os reis querem seus tributos,
    – mas não se encontram vassalos.
    Mil bateias vão rodando,
    mil bateias sem cansaço.
    Mil galerias desabam;
    mil homens ficam sepultos;
    mil intrigas, mil enredos
    prendem culpados e justos;
    já ninguém dorme tranqüilo,
    que a noite é um mundo de sustos.
    Descem fantasmas dos morros,
    vêm almas dos cemitérios:
    todos pedem ouro e prata,
    e estendem punhos severos,
    mas vão sendo fabricadas
    muitas algemas de ferro.


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    Mensaje por Maria Lua Dom 01 Nov 2020, 06:49

    Do negro das Catas




    Já se ouve cantar o negro.
    Que saudade, pela serra!
    Os corpos, naquelas águas,
    – as almas, por longe terra.
    Em cada vida de escravo,
    que surda, perdida guerra!
    Já se ouve cantar o negro.
    Por onde se encontrarão
    essas estrelas sem jaça
    que livram da escravidão,
    pedras que, melhor que os homens,
    trazem luz no coração?
    Já se ouve cantar o negro.
    Chora neblina, a alvorada.
    Pedra miúda não vale:
    liberdade é pedra grada…
    (A terra toda mexida,
    a água toda revirada…
    Deus do céu, como é possível
    penar tanto e não ter nada!)


    _________________



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    Mensaje por Maria Lua Mar 10 Nov 2020, 15:31

    Coliseu
     
    Cem mil pupilas houve:
    — cem mil pupilas fitas na arena.
    Os olhos do Imperador, dos patrícios,
    dos soldados, da plebe.
     
    Os olhos da mulher formosa que os poetas cantaram.
     
    E os olhos da fera acossada,
    do lado oposto.
    Os olhos que ainda brilham fulvos,
    agora, na eternidade igual de todos.
     
    Cem mil pupilas:
    — ilustres, insensatas, ferozes, melancólicas,
    vagas, severas, lânguidas . . .
    Cem mil pupilas vêem-se, na poeira da pedra deserta.
     
    Entre corredores e escadas,
    o cavo abismo do úmido subsolo
    exala os soturnos prazeres da antiguidade:
     
    Um vozeiro arcaico vem saindo da sombra,
    — ó duras vozes romanas! —
    um quente sangue vem golfando,
    — ó negro sangue das feras!
    um grande aroma cruel se arredonda nas curvas pedras.
    — Ó surdo nome trêmulo da morte!
     
    (Não cairão jamais estas paredes,
    pregadas com este sangue e este rugido,
    a garra tensa, a goela arqueada em vácuo,
    as cordas do humano pasmo sobre o último estertor . . .)
     
    Cem mil pupilas ficam aqui,
    pregadas nas pedras do tempo,
    manchadas de fogo e morte,
    no fim do dia trágico,
    depois daquela ávida e acesa coincidência
    quando convergiram nesta arena de angústia,
    que hoje é pó e silêncio,
    esboroada solidão.
     
    (As pregas dos vestidos deslizaram, frágeis.
    E os sorrisos perderam-se, fúteis.
    Sobre o enorme espetáculo, que foi o aroma dos cosméticos?)


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    Mensaje por Maria Lua Sáb 14 Nov 2020, 05:14

    INTERLUDIO
     
                            Las palabras están muy dichas
                         y el mundo muy pensado.
                         Quedo a tu lado,
                            No me digas que hay futuro
                         ni pasado.
                         Deja el presente, es un muro
                         sin cosas escritas, claro.
                            Deja el presente.  No hables,
                         no me explsiques el presente,
                         que el total es demasiado.
                             En aguas de eternamente
                         el cometa de mis males
                         se hunde ya, desarbolado.
                         Quedo a tu lado.
     
                                  (De “Vaga música” 1942)


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