Aires de Libertad

¿Quieres reaccionar a este mensaje? Regístrate en el foro con unos pocos clics o inicia sesión para continuar.

https://www.airesdelibertad.com

Leer, responder, comentar, asegura la integridad del espacio que compartes, gracias por elegirnos y participar

Estadísticas

Nuestros miembros han publicado un total de 1065202 mensajes en 48377 argumentos.

Tenemos 1587 miembros registrados

El último usuario registrado es José Valverde Yuste

¿Quién está en línea?

En total hay 321 usuarios en línea: 1 Registrado, 0 Ocultos y 320 Invitados :: 3 Motores de búsqueda

Ramón Carballal


El record de usuarios en línea fue de 1156 durante el Mar 05 Dic 2023, 16:39

Últimos temas

» POETAS LATINOAMERICANOS
CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA) - Página 23 EmptyHoy a las 19:08 por Maria Lua

» LA POESIA MÍSTICA DEL SUFISMO. LA CONFERENCIA DE LOS PÁJAROS.
CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA) - Página 23 EmptyHoy a las 19:05 por Maria Lua

» LA POESÍA PORTUGUESA - LA LITERATURA PORTUGUESA
CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA) - Página 23 EmptyHoy a las 19:00 por Maria Lua

» Rabindranath Tagore (1861-1941)
CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA) - Página 23 EmptyHoy a las 18:52 por Maria Lua

» Yalal ad-Din Muhammad Rumi (1207-1273)
CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA) - Página 23 EmptyHoy a las 18:51 por Maria Lua

» EDUARDO GALEANO (1940-2015)
CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA) - Página 23 EmptyHoy a las 18:45 por Maria Lua

»  DOSTOYEVSKI
CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA) - Página 23 EmptyHoy a las 18:42 por Maria Lua

» JULIO VERNE (1828-1905)
CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA) - Página 23 EmptyHoy a las 18:37 por Maria Lua

»  FERNANDO PESSOA II (13/ 06/1888- 30/11/1935) )
CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA) - Página 23 EmptyHoy a las 18:04 por Maria Lua

» Poetas murcianos
CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA) - Página 23 EmptyHoy a las 16:33 por Pascual Lopez Sanchez

Noviembre 2024

LunMarMiérJueVieSábDom
    123
45678910
11121314151617
18192021222324
252627282930 

Calendario Calendario

Conectarse

Recuperar mi contraseña

Galería


CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA) - Página 23 Empty

+5
Pedro Casas Serra
Andrea Diaz
Carmen Parra
helena
Juan Martín
9 participantes

    CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA)

    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 76714
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA) - Página 23 Empty Re: CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA)

    Mensaje por Maria Lua Vie 12 Mayo 2023, 17:32

    EPIGRAMA N.o 11



    A VENTANIA misteriosa
    passou na árvore côr de rosa
    e sacudiu-a como um véu,
    um largo véu, na sua mão.

    Foram-se os pássaros para o céu.
    Mas as flôres ficaram no chão.





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver este vínculo]

    119


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 76714
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA) - Página 23 Empty Re: CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA)

    Mensaje por Maria Lua Sáb 13 Mayo 2023, 17:23

    PASSEIO


    QUEM ME leva adormecida
    por dentro do campo fresco,
    quando as estrêlas e os grilos
    palpitam ao mesmo tempo?

    O céu dorme na montanha,
    o mar flutua em si mesmo,
    o tempo que vai passando
    filtra a sombra nas areias.

    Quem me leva adormecida
    sôbre o perfume das plantas,
    quando, no fundos rios
    a água é nova a cada instante?

    Não ha palavras nem rostos:
    eu mesma não me estou vendo.
    Alguém me tirou do corpo,
    fez-me nome, ùnicamente,

    nome, para que as perguntas
    me chamem, com vozes tristes,
    e eu não me esqueça de tudo
    si houver um dia seguinte.

    O céu roda para oéste:
    as pontes vão para as águas.
    O vento é um silêncio inquieto
    com perspectivas de barcos.

    Quem me leva adormecida
    pelas dunas, pelas nuvens,
    com êste som inesquecível
    do pensamento no escuro?



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver este vínculo]


    122


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 76714
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA) - Página 23 Empty Re: CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA)

    Mensaje por Maria Lua Lun 15 Mayo 2023, 10:46

    CANTIGA


    NÓS SOMOS como o perfume
    da flor que não tinha vindo:
    esperança do silêncio,
    quando o mundo está dormindo.


    Pareceu que houve o perfume...
    E a flor, sem vir, se acabou.
    Oh! abelha imaginativa!
    o que o desejo inventou...


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 76714
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA) - Página 23 Empty Re: CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA)

    Mensaje por Maria Lua Lun 15 Mayo 2023, 10:47

    A MENINA ENFÊRMA



    I

    A MENINA enfêrma tem no seu quarto formas inúmeras
    que inventam espantos para seus olhos sem ilusão.
    Bonecos que enchem as grandes horas de pesadelos,
    que lhe roubam os olhos, que lhe partem a garganta,
    que arrebatam tesouros da sua mão.
    Um dia, ela descobriu sòzinha que era duas!
    a que sofre depressa, no ritmo intenso e atroz da noite
    e a que olha o sofrimento do alto do sono, do alto de tudo,
    balançada num céu de estrêlas invisíveis,
    sem contato nenhum com o chão.

    II

    A mão da menina enfêrma refratou-se também na água pura,
    como, outras vezes, sua voz, nesses rios do céu.
    Partiu-se a mão contemplativa dentro d'água:
    mas não houve mesmo amargura, mas quási delícia,
    no seu pulso quebrado e exato.
    E ela contempla a onda mansa:
    125
    e tudo isso é uma simples lembrança?
    é uma alheia notícia?
    ou algum velho retrato?

    III

    A menina enfêrma passeia no jardim brilhante,
    de plantas húmidas, de flores frescas, de água cantante,
    com pássaros sôbre a folhagem.
    A menina enfêrma apanha o sol nas mãos magrinhas:
    seus olhos longos teem um desenho de andorinhas
    num rosto sereno de imagem.
    A menina enfêrma chegou perto do dia tão mansa
    e tão simples como uma lágrima sôbre a esperança.
    E acaba de descobrir que as nuvens também teem movimento.
    Olha-as como de muito mais longe. E com um sorriso de saüdade
    põe nesses barcos brancos seus sentimentos de eternidade
    e parte pelo claro vento.


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 76714
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA) - Página 23 Empty Re: CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA)

    Mensaje por Maria Lua Lun 15 Mayo 2023, 10:50

    DESENHO

    FINO CORPO, que passeias
    na minha imaginação
    como o vento nas areias,
    serás o rei Salomão?

    Há um perfume de madeira
    e uma confusa noção
    de óleo e nardo, a noite inteira,
    na minha imaginação.

    Estendem-se no meu leito
    púrpura e marfins...Estão
    safiras pelo meu peito,
    cedros pela minha mão...

    Tôrres, piscinas, palmeiras,
    de pura imaginação,
    parecem tão verdadeiras...
    Serás o rei Salomão?

    Ondas de mel e de leite
    se derramam pelo chão,
    no silencioso deleite
    da sombra e da solidão.

    Navega nas minhas veias,
    em vagorosa invenção,
    um vinho de luas-cheias —
    Por isso, em meu corpo vão

    brotando, em mornos canteiros,
    incenso, mirra, e a canção
    de uns pássaros prisioneiros...
    Serás o rei Salomão?

    Na noite quási perfeita
    da minha imaginação,
    que é da tua mão direita?...


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 76714
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA) - Página 23 Empty Re: CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA)

    Mensaje por Maria Lua Lun 15 Mayo 2023, 10:51

    TIMIDEZ



    BASTA-ME um pequeno gesto
    feito de longe e de leve,
    para que venhas comigo
    e eu para sempre te leve...

    — mas só êsse eu não farei.

    Uma palavra caída
    das montanhas dos instantes
    desmancha todos os mares
    e une as terras mais distantes...

    —palavra que não direi.

    Para que tu me adivinhes,
    entre os ventos taciturnos,
    apago meus pensamentos,
    ponho vestidos noturnos,

    — que amargamente inventei.

    E, enquanto não me descobres,
    os mundos vão navegando
    nos ares certos do tempo,
    até não se sabe quando...

    — e um dia me acabarei.




    [Tienes que estar registrado y conectado para ver este vínculo]


    128


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 76714
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA) - Página 23 Empty Re: CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA)

    Mensaje por Maria Lua Miér 17 Mayo 2023, 18:23

    TAVERNA


    BEM SEI que, olhando p'ra minha cara,
    p'ra minha bôca, triste e incoerente,
    p'ros gestos vagos de sombra incerta
    que hoje sou eu,
    minha loucura se faz tão clara,
    minha desgraça tão evidente,
    minha alma tôda tão descoberta,
    que pensam: «Êste, não bebeu...»

    «Passei a noite, passei o dia
    de cotovelos firmes na mesa,
    de olhos sobre o vinho perdidos,
    a testa pulsando na mão:
    e muros de melancolia
    subiam pela sala acêsa,
    inutilizando os gemidos,
    mas quebrando-me o coração.

    «Deixei o copo no mesmo nível:
    bebida imóvel, espêlho atento,
    onde — só eu — vi desbrochares,
    rôsto amargo de amor!
    Vim da taverna ébrio de impossível,
    pisando sonhos, beijando o vento,
    falando às pedras, agarrando os ares...
    — Oh! deixem-me ir para onde eu fôr!...»


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 76714
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA) - Página 23 Empty Re: CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA)

    Mensaje por Maria Lua Miér 17 Mayo 2023, 18:25

    PERGUNTA


    ESTES MEUS tristes pensamentos
    vieram de estrêlas desfolhadas
    pela bôca brusca dos ventos?

    Nasceram das encruzilhadas,
    onde os espíritos defuntos
    põem no presente horas passadas?

    Originaram-se de assuntos
    pelo raciocínio dispersos,
    e depois na saüdade juntos?

    Subiram de mundos submersos
    em mares, túmulos ou almas,
    em música, em mármore, em versos?

    Caíriam das noites calmas,
    dos caminhos dos luares lisos,
    em que o sono abre mansas palmas?

    Proveem de fatos indecisos,
    acontecidos entre brumas,
    na era de extintos paraísos?

    Ou de algum cenário de espumas,
    onde as almas deslisam frias,
    sem aspirações mais nenhumas?

    Ou de ardentes e inúteis dias,
    com figuras alucinadas
    por desejos e covardias?

    Foram as estátuas paradas
    em roda da água do jardim...?
    Foram as luzes apagadas?

    Ou serão feitos só de mim,
    estes meus tristes pensamentos
    que boiam como peixes lentos

    num rio de tédio sem fim?


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 76714
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA) - Página 23 Empty Re: CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA)

    Mensaje por Maria Lua Miér 17 Mayo 2023, 18:29

    EPIGRAMA N.o 12


    A ENGRENAGEM trincou pobre e pequeno inseto.
    E a hora certa bateu, grande e exata, em seguida.

    Mas o toque daquele alto e imenso relógio
    dependia daquela exígua e obscura vida?

    Ou percebeu siquer, enquanto o som vibrava,
    que ela ficava ali, calada mas partida?



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver este vínculo]


    131


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 76714
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA) - Página 23 Empty Re: CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA)

    Mensaje por Maria Lua Mar 23 Mayo 2023, 08:48

    VENTO



    PASSARAM os ventos de Agosto, levando tudo.
    As árvores humilhadas bateram, bateram com os ramos no chão.
    Voaram telhados, voaram andaimes, voaram coisas imensas:
    os ninhos que os homens não viram nos galhos,
    e uma esperança que ninguém viu, num coração.


    Passaram os ventos de Agosto, terríveis, por dentro da noite.
    Em todos os sonos pisou, quebrando-os, o seu tropel.
    Mas, sôbre a paisagem cansada da aventura excessiva —
    sem forma e sem éco,
    o sol encontrou as crianças procurando outra vez o vento
    para soltarem papagaios de papel.


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 76714
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA) - Página 23 Empty Re: CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA)

    Mensaje por Maria Lua Mar 23 Mayo 2023, 08:50

    MISÉRIA


    HOJE é tarde para os desejos,
    e nem me interessa mais nada...
    Cheguei muito depois do tempo
    em que se pode ouvir dizer: «Oh! minha amada...»

    O mar imóvel dos teus olhos
    pode estar bem perto, e defronte.
    Mas nem navega as horas
    nem se cuida mais de horizonte.

    Durmo com a noite nos meus braços,
    sofrendo pelo mundo inteiro.
    O suspiro que em mim resvala
    bem pode ser, a cada instante, o derradeiro.

    Morrer é uma coisa tão fácil
    que tôdas as manhãs me admiro
    de ter o sono conservado
    fidelidade ao meu suspiro.

    E pergunto: «Quem é que manda
    mais do que eu sôbre a minha vida?
    Nêste mar de só desencanto,
    que sereia murmura uma canção desconhecida?

    E em meus ouvidos indiferentes,
    alheios a qualquer vontade,
    que rôstos vão reconhecendo
    os passeios da eternidade?

    Perto do meu corpo estendido,
    náufrago inerte de sombras e ares,
    quem chegará, desmanchando secretos níveis?
    Serás tu? — para me levares...»

    (Vejo a lágrima que escorre
    por cima da minha pena.
    Ai! a pergunta é sempre enorme,
    e a resposta, tão pequena...)




    [Tienes que estar registrado y conectado para ver este vínculo]


    134


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 76714
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA) - Página 23 Empty Re: CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA)

    Mensaje por Maria Lua Miér 24 Mayo 2023, 15:13

    METAMORFOSE


    SUBITO pássaro
    dentro dos muros
    caído,

    pálido barco
    na onda serena
    chegado.

    Noite sem braços!
    Cálido sangue
    corrido.

    E imensamente
    o navegante
    mudado.

    Seus olhos densos
    apenas s
    abem ter sido.

    Seu lábio leva
    um outro nome
    mandado.

    Súbito pássaro
    por altas nuvens
    bebido.

    Pálido barco
    nas flores quietas
    quebrado.


    Nunca, jámais
    e para sempre
    perdido
    o éco do corpo
    no próprio vento
    pregado.


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 76714
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA) - Página 23 Empty Re: CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA)

    Mensaje por Maria Lua Miér 24 Mayo 2023, 15:14

    DESPEDIDA

    VAIS FICANDO longe de mim
    como o sono, nas alvoradas;
    mas há estrêlas sobressaltadas
    resplandecendo além do fim.

    Bebo essas luzes sem tristeza,
    porque sinto bem que elas são
    o último vinho e o último pão
    de uma definitiva mesa.

    E olho par a fuga do mar,
    e para a ascenção das montanhas,
    e vejo como te acompanhas,
    — para me desacompanhar.

    As luzes do amanhecimento
    acharão tôda a terra igual.
    — Tudo foi sobrenatural,
    sem pêso de contentamento,

    sem noções do mal nem do bem,
    — jôgo de pura geometria,
    que eu pensei que se jogaria,
    mas não se joga com ninguém.


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 76714
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA) - Página 23 Empty Re: CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA)

    Mensaje por Maria Lua Miér 24 Mayo 2023, 15:35

    EPIGRAMA N.o 13


    PASSARAM os reis coroados de ouro,
    e os heróis coroados de louro:
    passaram por êstes caminhos.

    Depois, vieram os santos e os bardos.
    Os santos, cobertos de espinhos.
    Os poetas, cingidos de cardos.




    [Tienes que estar registrado y conectado para ver este vínculo]


    138


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 76714
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA) - Página 23 Empty Re: CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA)

    Mensaje por Maria Lua Sáb 27 Mayo 2023, 15:34

    CECÍLIA MEIRELES


    Cecília Benevides de Carvalho Meireles, nacida el el 7 de noviembre de 1901 en Río de Janeiro, Brasil, fue una poetisa, maestra y periodista, cuya poesía lírica y altamente personal, a menudo simple pero con simbolismos complejos e imágenes, le valieron una posición importante en la literatura brasileña del siglo XX.
    Huérfana a una edad temprana, su padre muere tres meses antes de su nacimiento y su madre cuando contaba dos años y medio, acabó siendo criada por su abuela materna, Jacinta, y por su ama de llaves, Pedrina. Tanto una como otra tuvieron una fuerte influencia en la vida profesional posterior de Cecília: la abuela, en el gusto por la lectura, y Pedrina por las canciones y leyendas folklóricas, que acabaron por formar parte del repertorio literario de la escritora.
    De pequeña estudio violín, literatura e idiomas. Teorías y métodos educativos, música, folklore, las civilizaciones orientales, etc.


    Comenzó su carrera en el magisterio con 17 años. Un año después publicó su primer libro de poemas, ”Espectro”.
    Conoce, por entonces, al pintor portugués Fernando Correia Dias, radicado en Brasil desde antes de la Primera Guerra Mundial. Hombre afectado por profundas crisis depresivas y contrastantes estados anímicos, se casará con Cecilia Meireles en 1922 y compartirá con ella algunas de sus más ricas experiencias espirituales. De hecho, son suyas las interesantes ilustraciones que acompañan los textos de Nunca mais… e Poema dos poemas, libro aparecido en 1924.


    El nacimiento de María Elvira, primera hija del matrimonio, constituyó un poderoso estímulo en la aproximación de Cecilia Meireles a la literatura infantil. A su labor docente y a su producción poética, añade entonces la escritora la elaboración de un libro que, poco después de su aparición, será adoptado oficialmente como texto de lectura en las escuelas. La obra se tituló Crianca, meu amor (Niño, mi amor. 1923) Nunca mais es también de 1923
    A la primera María, siguieron dos más: María Matilde y María Fernanda, y las tres habrían de convertir a Cecilia Meireles en abuela de una numerosa descendencia. El tercer libro de poesía vino a luz poco después de nacer su tercera hija. Se tituló Baladas para El-Rei,( 1925) y también lo ilustró Fernando Correia Dias.

    Por estos años se vinculó a los poetas modernistas de Río que publicaron Festa (1927-1929 y 1934-1935), haciendo que se interesara por la poesía portuguesa, cuyo simbolismo es bien diferente del francés gracias al concepto, intraducible, de saudade. El Modernismo de los poetas de Festa fue más equilibrado y meditativo que aquel postulado por los futuristas y vanguardistas de São Paulo y la Semana de Arte Moderna. El grupo modernista de Río ha sido descrito como «Tradicionalismo dinámico». Sus consignas incluían velocidade (velocidad en la expresión más que libertad formal), totalidade (ninguna forma de la realidad debía ser excluída), brasilidade (atención a la naturaleza y costumbres del Brasil) y universalidade (universalidad).

    Como profesora opositó, en 1929, a la cátedra de Literatura de la Escuela Normal del Distrito Federal, quedando en segundo lugar. Su tesis defendía una modernización de la enseñanza, siguiendo los principios de la Escuela Nueva, entre los que destacaba que el trabajo del profesor debía ser realizado con amor y enfocado al desarrollo del niño y el valor de la libertad. Y que en la enseñanza primaria debía incluirse la música, la pintura, las artes. Y conducir a los niños en su aprendizaje, escucharlo, no someterlo. Abogaba también por una educación laica El tribunal examinador consideró muy osada su propuesta. Pero ella siguió defendiendo siempre los postulados de una educación más moderna y renovadora.

    De 1930 a 1933, escribió artículos diarios sobre educación en el periódico Diário de Notícias. Y de 1941 a 1943 en el diario A Manhã (La Mañana). Siendo la primer mujer columnista de un periódico. El pensamiento de los educadores como Anísio Teixeira y Fernando de Azevedo encontró sucesivo eco en su columna periodística. Ya antes, bajo el título de Pedagogia de ministro, en el Diário de Notícias (del 30 de abril de 1931), había criticado duramente la política educativa que llevaba a cabo Francisco Campos, Ministro de Educación y Salud. En otros tres artículos en el mismo diario, continuó abundando en su crítica.




    continuará

    [Tienes que estar registrado y conectado para ver este vínculo]


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 76714
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA) - Página 23 Empty Re: CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA)

    Mensaje por Maria Lua Sáb 27 Mayo 2023, 15:36

    ***


    Su lucha por una educación de mayor calidad para su país la llevó a firmar en 1932 con otros grandes educadores brasileños, el manifiesto de la Nova Escola, y dos años después, en 1934, fue invitada por Anísio Teixeira, que a la sazón era director del departamento de Educación del Distrito Federal, para que desarrollase sus ideas educativas en el Centro de Cultura Infantil de Rio, y la creación de la biblioteca para niños, siendo ésta una experiencia piloto. Se puede considerar, por todo ello, a Cecília Meireles como una educadora militante.

    El suicidio de su marido, en 1935, fue para ella terrible, teniendo que quedar de cabeza de familia criando a sus tres hijas. Pero también, porque en este mismo año, Anísio Teixeira tuvo que dimitir de su cargo, siendo sustituido por su enemigo político Francisco Campos, situación que le provocó a Cecília una gran inestabilidad profesional y educativa.
    Tampoco estos problemas le impidieron seguir criticando duramente al gobierno de Getúlio Vargas, al que trataba claramente de dictador, como realmente lo era. Y Getúlio acabó cerrando en 1937 el Centro Cultural Infantil, con la disculpa de que en él había actividades subversivas, como la divulgación del libro de Mark Twain, “ Las aventuras de Tom Sawyer publicado en 1876, por sus supuestas ideas comunistas.
    En 1934 dio conferencias sobre literatura brasileña en las universidades de Lisboa y Coimbra. Entre 1935 y 1937 enseñó literaturas luso-brasileñas, literaturas comparadas e historia y filosofía oriental en la recién fundada Universidad Federal de Río.
    En 1937 aparece Viagem, después de catorce años de silencio poético y afirma a Cecilia como poeta. Es ahí donde comienza su madurez.

    En 1940 Meireles se casa con Heitor Vinícius da Silveira Grilo, profesor e ingeniero agrónomo, con quien tiene otra hija​.
    Cecília inscribe su libro Viagem en un concurso de poesía de la Academia Brasileira de Letras. Concurrió al premio denominado Olavo Bi-lac, que ofrecía una buena cantidad de dinero. Ganó dicho premio, pero no profirió su discurso de agradecimiento, por haber sufrido censura por parte de algunos académicos.

    En 1940 pasó a ser profesora de Literatura y Cultura Brasileña en la universidad Estadounidense de Texas. En los años siguientes continuó publicando otros muchos libros, casi sin tregua: Vaga Música (1942), Mar absoluto e Outros Poemas (1945), Retrato Natural (1949), Amor em Leonoreta (1951), Doze Noturnos de Holanda y O Aeronauta (1952) y Romanceiro da Inconfidência (1953), recapitula en éste último libro, considerado como histórico, los episodios que culminaron en la insurrección antiportuguesa de Vila Rica y en la ejecución de Tiradentes, líder del alzamiento, a fines del siglo XVIII.

    Romanceiro da Inconfidencia nos entrega la memoria de los mártires de lo imposible.
    Detrás de puertas cerradas, / y bajo encendidas velas, / entre sigilo y espías / / sucede la In-confidencia. / Y dice el Vicario al Poeta: / «Escríbeme aquella letra / / del versito de Virgilio…» / y le da papel y pluma / Y el Poeta al Vicario dice / con dramática prudencia: / / «Sean mis dedos cortados / antes que tal verso escriban…» / LIBERTAD, AUNQUE SEA TARDE, / se oye en torno a la mesa. / Y la bandera está viva / / y sube en la noche inmensa. / Y sus tristes inventores / ya son reos, pues osaron / hablar de la Libertad / (que nadie sabe qué sea). / … / Y la vecindad no duerme: // murmura, imagina, inventa. / No queda bandera escrita, / queda escrita la sentencia.

    Paralelamente a sus Doze Noturnos, Cecilia Meireles compuso los Poemas escritos na India pero no los publicó hasta 1962. Tal vez la explicación del distanciamiento cronológico que separa la aparición de ambos textos se explique en parte si se atiende al hecho de que constituyen dos propuestas francamente antitéticas. El repertorio de claridades y transparencias que informa los Poemas se opone diametralmente a la opacidad sin pausa de los Doze Noturnos. Se diría, cotejándolos, que la intención fue contrastar al Oriente místico y el Occidente desacralizado en un violento contrapunto de logros y fracasos morales. Esta impresión se acentúa cuando se advierte la alta correspondencia entre paisaje natural y humano celebrada por los Poemas. La comunión del hombre y la naturaleza es allí arquetípica. Se trata, por eso, de una de las obras donde más intenso es el goce de los valores propugnados por el ideario de Cecilia Meireles y donde, en contraste con el mundo occidental, la India se recorta como sitio de alianza plena, casi sensual, entre lo secular y lo sagrado. Podría concluirse, en consecuencia, que la tardía edición de Poemas respondió al deseo de presentarlos a la manera de un último mensaje o conclusión lírica empeñada en señalar el camino necesario.



    continuará

    [Tienes que estar registrado y conectado para ver este vínculo]


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 76714
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA) - Página 23 Empty Re: CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA)

    Mensaje por Maria Lua Sáb 27 Mayo 2023, 15:37

    ***
    Cronológicamente, sin embargo, el libro final fue Solombra, difundido un año antes de su muerte, en 1963. Ya el título anticipa la atmósfera esencial en que la encontraremos al terminar su vida: la ambigüedad, el insalvable claroscuro. Por una parte, el intenso misticismo, el vivo, ardiente anhelo de trascendencia; por otra, el flujo sombrío del devenir, el vértigo de un tiempo que devora lo que toca en su transcurso. Es decir que esta última obra retoma las tradicionales disyuntivas de la identidad occidental de Cecilia Meireles como si con ella hubiera querido decirnos que era suya la trágica senda de su cultura. Sin identificarse con lo secular, no pudo, tampoco, ascender definitivamente a lo sagrado. La encontramos, pues, entre el sol y la sombra, Solombra, tierra de inciertas señales. Casi geométricamente se cierra la trayectoria de Cecilia Meireles. La vivencia absurda que orientara al Poema dos Poemas reaparece, asfixiante en Solombra. Allí está, también, la tajante disyuntiva entre el polo de la luz y el de la muerte y, por último, junto a la elegiaca celebración del canto como consuelo, reaparece, en cada uno de sus poemas, el sentimiento de que la vida es un destino incumplido (Santiago Kovadloff). A lo largo de todos esos años fue una “educadora andante”, recorriendo América.

    En 1953 fue nombrada Doctora Honoris Causa por la Universidad de Nueva Delhi, donde viajó para participar en el acto. Todavía en el último año de su vida, 1964, publicó Ou isto, ou aquilo y Escolha seu sonho (O esto, o aquello y Escoja su sueño). Pero, con su salud muy debilitada, el 9 de noviembre de ese mismo año fallecía en su ciudad natal. El 6 de julio de 1932, en la revista Vida Prática de Rio había escrito:

    Es necesario creer en el sueño.
    Y salvarlo siempre. Para ser salvados.
    Para dejar la frente radiosa de nuestra alegría
    en el último canto, y en la última sombra,
    donde otras vidas después
    vengan un día a preguntar
    las cosas que hoy nos estamos preguntando.

    Gran parte de su trabajo se recoge en Obra poética (1958), en esta Antología Cecília no incluye sus tres primeros libros.
    Varios de sus poemas han sido traducidos al inglés para antologías.

    Dice de Cecília Meireles, Pedro Sevylla de Juana:

    “Conocí a Cecília Meireles hace unos años, cinco o seis quizá. Desde entonces la tengo en mi altar literario. En aquel momento, después de las primeras lecturas, escribí: ¿Son los ojos, cielo sin fondo de nubes transparentes, de Cecília, lo importante para mí? ¿Lo es la mirada abierta y confiada, esos límites del Universo que ella alcanza? ¿Es el manantial inagotable de su sonrisa lo importante? Sí, porque su palabra simple y pura, surge en la mente armónica para expresar lo que ve su mirada; y para exponer lo recibido a través de todas las lenguas que entiende y habla. Sí, porque su rostro, y lo que el rostro revela del interior armónico, me entregan el estímulo necesario para profundizar en su obra. Para llegar más allá de su fértil imaginación, y de la fascinante facilidad de encantamiento.”

    Del artículo La huella digital: “Una revista hacia Hispanoamérica” Por Luis Pablo Núñez extractamos:

    Recordando la amistad entre estas dos escritoras, Cecília Meireles (1901-1964) y Gabriela Mistral (1889-1957), premio Nobel de Literatura en 1945, la Academia Chilena de la Lengua y la Academia Brasileira de Letras realizaron hace quince años una muy cuidada edición en la que poesía de una conversaba con la de la otra. Para ello, reimprimieron el ensayo que Cecília compuso sobre la vida y obra de Gabriela y sumaron el escrito por la chilena Adriana Valdés sobre Cecília, junto con una selección de poemas de una y otra poeta con su traducción confrontada al español o portugués, según correspondiera.

    La edición bilingüe supone así un homenaje hacia la poesía de estas dos mujeres, que, más allá de la profunda religiosidad que impregna la obra de Mistral, compartieron una visión semejante de la vida y una misma profesión, pues ambas fueron maestras. Cada una ha sido reconocida en su respectivo país, como se puede ver al haber sido escogidas sus efigies para billetes de curso legal de Chile y Brasil.









    continuará

    [Tienes que estar registrado y conectado para ver este vínculo]


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 76714
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA) - Página 23 Empty Re: CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA)

    Mensaje por Maria Lua Sáb 27 Mayo 2023, 15:39

    ***

    De Revista Pesquisa. En el trabajo que suscribe Ana Paula Orlandi que titula: Mucho más allá de la poesía, expresa:
    Hace 100 años, cuando en Brasil las mujeres ni siquiera podían votar, una joven de 19 años sobresalió por lo que, en su momento, fue tildado como “una osadía”. Sin pelos en la lengua, la muchacha, que oficiaba como secretaria de la asamblea fundacional de la Liga Femenina Brasileña, un grupo centrado en el debate de los derechos femeninos, no pudo contenerse y cuestionó los discursos de un obispo y un sacerdote en una ceremonia que se llevaba a cabo en el salón de la Asociación de Empleados de Comercio, en Río de Janeiro. “Esos religiosos, invitados por un grupo de católicas, generaron revuelo entre la audiencia al enumerar las penas en el infierno que algunas mujeres tendrían que saldar en caso de no avenirse a convertirse al catolicismo”, relata Valéria Lamego, investigadora visitante del Programa Avanzado de Cultura Contemporánea de la Universidad Federal de Río de Janeiro (UFRJ). “En medio del tumulto, Cecília Meireles tomó la palabra y advirtió: ‘La Liga Femenina será una institución laica, recibirá a personas de todos los credos religiosos. Yo soy una librepensadora’.

    La mujer que se describe en las líneas anteriores no condice para nada con la imagen frágil que suele adjudicársele. “De hecho, son pocos los que conocen su trayectoria, la de una mujer que siempre trajinó y bregó por sus ideas”, dice Lamego. “Ella no enarboló banderas políticas en su obra poética, pero sí fuera de ella”.

    En las últimas cuatro décadas, al alumbrar aspectos poco conocidos de la vida y obra de la autora, estudiosas tales como Lamego y Ana Maria Domingues de Oliveira han concretado una contribución para deconstruir el estereotipo de quien fuera folclorista, dramaturga, crítica literaria, docente, periodista y traductora de autores extranjeros entre quienes se cuentan la británica Virginia Woolf ), el español Federico García Lorca), el indio Rabindranath Tagore Ibsen, Rilke, Anouilh y Maeterlinck.

    Y también fue artista visual, tal como dan fe los dibujos que ilustran y que forman parte del libro intitulado Batuque, samba e macumba: Estudos de gesto e de ritmo 1926-1934, editado originalmente en 1983 por la editorial Funarte con el auspicio de una institución bancaria, y que tuvo una tercera reedición al final del año pasado que corrió por cuenta de Global Editora. “Además de ser una gran poeta, Cecília Meireles era una intelectual multifacética”, pondera Oliveira, docente jubilada de la Facultad de Ciencias y Letras de la Universidade Estadual Paulista (FCL-Unesp), campus de Assis. “Lamentablemente, quedó estigmatizada, incluso en el ámbito académico, como una ‘poeta etérea y ajena al mundo real’, que escribía ‘poesía femenina’, una cosa de menor importancia, siguiendo con el mismo punto de vista”.
    Aún existe material no publicado y se dice que los derechos de autor que pertenecen a la familia interfieren en su publicación.



    Premios recibidos
    1939 Premio de poesía Olavio Bilac, de la Academia Brasileña de Letras, por Viagem.
    1942 Socia honoraria del Real Gabinete Português de Leitura, en Río de Janeiro.
    1952 Oficial de la Orden del Mérito de Chile
    1953 Socia honoraria del Instituto Vasco da Gama, en Goa (India).
    1953 Doctora honoris causa, de la Universidad de Nueva Delhi
    1962 Premio por traducción en teatro, de la Asociación Paulista de Críticos de Arte.
    1963 Premio Jabuti, por la traducción de obra literaria del libro Poemas de Israel.
    Premio Jabuti de poesía, por su libro Solombra






    [Tienes que estar registrado y conectado para ver este vínculo]


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 76714
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA) - Página 23 Empty Re: CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA)

    Mensaje por Maria Lua Sáb 27 Mayo 2023, 15:40

    PRISIÓN



    En esta ciudad
    cuatro mujeres están en la cárcel.
    Cuatro solamente
    una en la celda que da al río,
    una en la celda que da al monte,
    otra en la celda que da a la iglesia,
    y la última en la que da al cementerio
    allá abajo.
    Cuatro solamente.

    Cuarenta mujeres en otra ciudad,
    cuarenta por lo menos,
    están en la cárcel.
    Diez vueltas hacia las espumas,
    diez hacia la movediza luna,
    diez hacia piedras sin respuesta,
    diez hacia engañosos espejos.
    En celdas de aire, de agua, de vidrio
    están presas cuarenta mujeres
    cuarenta por lo menos, en aquella ciudad.

    Cuatrocientas mujeres
    cuatrocientas, digo, están presas
    cien por odio, cien por amor,
    cien por orgullo, cien por desprecio
    en celdas de hierro, en celdas de fuego,
    en celdas sin hierro y sin fuego, solamente
    de dolor y silencio,
    Cuatrocientas mujeres en otra ciudad
    Cuatrocientas digo, están presas.

    Cuatro mil mujeres en la cárcel,
    y cuatro millones y ya no llevo la cuenta,
    en ciudades que no se dicen,
    en lugares que nadie sabe
    están presas, lo están para siempre
    sin ventana, sin esperanza,
    unas vueltas hacia el presente,
    otras hacia el pasado, y las otras
    hacia el futuro, y el resto el resto,
    sin futuro, pasado o presente
    presas en la prisión giratoria,
    presas en el delirio, en la sombra,
    presas por otros y por sí mismas,
    tan presas que nadie las suelta,
    ni el rojizo rayo del sol
    tampoco la golondrina azul de la luna
    pueden llevar ningún recado
    a la prisión donde las mujeres
    se convierten en sal y muro.




    Traducción de Heloísa Costa Milto
    Del libro ESPECTROS 1919



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver este vínculo]


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 76714
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA) - Página 23 Empty Re: CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA)

    Mensaje por Maria Lua Lun 29 Mayo 2023, 19:18

    Yo, sí -¿Pero y la estrella de la tarde, que subía y descendía…


    [Poema - Texto completo.]

    Cecília Meireles


    Yo, sí -¿Pero y la estrella de la tarde, que subía y descendía
    de los cielos cansada y olvidada?
    ¿Y los pobres, que golpeaban las puertas, sin resultado, haciendo
    vibrar la noche y el día con su puño seco?
    ¿Y los niños, que gritaban con el corazón aterrado?: “¿por qué
    nadie nos responde?”
    ¿Y los caminos, y los caminos vacíos, con sus manos extendidas
    inútilmente?
    ¿Y el santo inmóvil, que deja a las cosas continuar su rumbo?
    ¿Y las músicas encerradas en cajas, suspirando con las alas
    recogidas?

    ¡Ah! –Yo, sí –porque ya lo lloré todo, y despedí mi cuerpo
    usado y triste,
    y mis lágrimas lo lavaron, y el silencio de la noche lo enjugó.
    Pero los muertos, que enterrados soñaban con palomas ligeras
    y flores claras,
    y los que en medio del mar pensaban en el mensaje que la playa
    desplegaría rápidamente hasta sus dedos…
    Pero los que se adormecieron, de tan excesiva vigilia –y que yo
    no sé si despertarán…
    y los que murieron de tanta espera… -y que no sé si fueron salvados.

    Yo, sí. Pero todo esto, todos estos ojos puestos en ti, en lo alto
    de la vida,
    no sé si te mirarán como yo,
    renacida y desprovista de venganzas,
    el día que necesites el perdón.




    [Tienes que estar registrado y conectado para ver este vínculo]


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 76714
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA) - Página 23 Empty Re: CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA)

    Mensaje por Maria Lua Sáb 03 Jun 2023, 16:43

    ¿A dónde van mis palabras…


    [Poema - Texto completo.]

    Cecília Meireles


    ¿A dónde van mis palabras,
    si ya no me escuchas?
    ¿A dónde irían cuando me escuchabas?
    ¿Y cuándo me escuchaste?
    Nunca. Perdido, perdido.
    ¡Ay, todo está perdido!
    Tú y yo perdimos todo.
    Suplicábamos el infinito.
    Nos dieron solo el mundo.
    De un lado de las aguas, de un lado de la muerte,
    brilló tu sed en las aguas oscuras. Y hoy,
    ¿qué barca te socorre? ¿Qué dios te abraza?
    ¿Con qué dios luchas? Yo, en las sombras.
    Yo, por las sombras, con las mismas preguntas.
    ¿Para qué? ¿Para qué?
    Vueltas tontas en campos de vastas arenas y de abundantes nubes.





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver este vínculo]


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 76714
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA) - Página 23 Empty Re: CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA)

    Mensaje por Maria Lua Lun 05 Jun 2023, 21:56

    Antes de tu mirar…



    Antes de tu mirar,
    no era ni será después-primavera.
    Porque vivimos de lo que perdura
    y no de lo que fuimos.
    De ese acaso de lo amado y visto:
    el plazo del Creador en la criatura…
    No soy yo, pero si el perfume que en ti me conserva,
    y resume el resto que las horas corroen.
    Pero no llores: en mi día hay más sueño y sabiduría
    que en los vagos siglos del hombre.


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 76714
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA) - Página 23 Empty Re: CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA)

    Mensaje por Maria Lua Lun 05 Jun 2023, 21:57

    Aquí mi vida está…

    Aquí mi vida está;
    esta arena tan clara con diseños
    de andares dedicados al viento.

    Aquí mi voz está;
    esta concha vacía,
    sombra de sonido
    que sufre su propio lamento.
    Aquí está mi dolor. Este coral quebrado,
    sobreviviendo a su poético momento.
    Aquí está mi heredad
    –este mar solitario que de un lado era amor,
    y del otro era olvido.


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 76714
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA) - Página 23 Empty Re: CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA)

    Mensaje por Maria Lua Lun 05 Jun 2023, 21:58

    Cada palabra una hoja

    Cada palabra una hoja
    En el lugar correcto.

    Una flor de vez en cuando
    En la rama abierta.

    Un pájaro parecía
    De pie y cerca.

    Pero no: que iba y venía el verso
    Por el universo.



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver este vínculo]


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 76714
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA) - Página 23 Empty Re: CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA)

    Mensaje por Maria Lua Mar 06 Jun 2023, 16:53

    Encomenda

    Desejo uma fotografia
    como esta — o senhor vê? — como esta:
    em que para sempre me ria
    como um vestido de eterna festa.

    Como tenho a testa sombria,
    derrame luz na minha testa.
    Deixe esta ruga, que me empresta
    um certo ar de sabedoria.

    Não meta fundos de floresta
    nem de arbitrária fantasia...
    Não... Neste espaço que ainda resta,
    ponha uma cadeira vazia.


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 76714
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA) - Página 23 Empty Re: CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA)

    Mensaje por Maria Lua Mar 06 Jun 2023, 16:54

    Canción de otoño





    Perdóname, hoja seca,
    no puedo cuidar de ti.
    Vine a amar en este mundo,
    y hasta el amor perdí.
    ¿De qué sirvió tejer flores
    en las arenas del suelo
    si había gente durmiendo
    sobre el propio corazón?

    ¡Y no pude levantarla!
    Lloro por lo que no hice
    y por esta flaqueza
    es que soy triste e infeliz.
    ¡Perdóname, hoja seca!
    Mis ojos sin fuerza están
    velando y rogando por aquéllos
    que no se levantarán.

    Tú eres hoja de otoño
    que vuela por el jardín.
    Te dejo mi nostalgia
    -la mejor parte de mí.
    Y voy por este camino,
    segura de lo inútil que es todo.
    Que todo es menos que el viento,
    menos que las hojas del suelo.



    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 76714
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA) - Página 23 Empty Re: CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA)

    Mensaje por Maria Lua Mar 06 Jun 2023, 16:56

    Canción



    En el desequilibrio de los mares,
    las proas giran solitarias…
    En una de las naves que se hundieron
    es que ciertamente vos venías.

    Yo te esperé todos los siglos
    sin desesperación y sin disgusto,
    y morí de infinitas muertes
    guardando siempre el mismo rostro.

    Cuando las olas te llevaron
    mis ojos, entre aguas y arenas,
    cegaron como los de las estatuas
    a todo lo que les es ajenas.

    Mis manos se detuvieron en el aire,
    se endurecieron, con el viento,
    perdieron el color que tenían,
    y el recuerdo del movimiento.

    Y la sonrisa que yo te llevaba,
    se desprendió y cayó de mí:
    solo tal vez ella aún viva
    dentro de estas aguas sin fin.




    [Tienes que estar registrado y conectado para ver este vínculo]


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 76714
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA) - Página 23 Empty Re: CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA)

    Mensaje por Maria Lua Jue 08 Jun 2023, 18:50

    Canción




    Puse mi sueño en un navío
    y el navío sobre el mar,
    -después, abrí el mar con las manos,
    para hacerlo naufragar.

    Mis manos aún siguen mojadas
    del azul de las olas entreabiertas,
    y el color que escurre de mis dedos
    colorea las arenas desiertas.

    De lejos viene el viento,
    y la noche se curva de frío,
    bajo el agua va muriendo
    mi sueño, dentro de un navío…

    Lloraré todo lo que sea necesario
    para hacer que la mar crezca,
    y mi navío llegue al fondo,
    y mi sueño desaparezca.

    Después, todo será perfecto;
    playa lisa, aguas calmas,
    mis ojos secos como piedras
    y mis dos manos quebradas.


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 76714
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA) - Página 23 Empty Re: CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA)

    Mensaje por Maria Lua Jue 08 Jun 2023, 18:51

    Canción

    No te fíes del tiempo de la eternidad,
    que las nubes tiran de los vestidos,
    que los vientos me arrastran contra mi deseo!
    ¡Date prisa, amor, que mañana muero y no te veo!
    No demores tan lejos, en lugar tan secreto,
    nácar de silencio que la mar comprime,
    ¡oh labio, límite del instante absoluto!
    ¡Date prisa, amor, que mañana muero,
    que mañana muero, y no te escucho!
    Aparéceme ahora,
    que aún reconozco la anémona abierta en tu cara,
    y entorno a los muros,
    el viento enemigo…
    Date prisa, amor, que mañana muero,
    que mañana muero y no te digo…




    [Tienes que estar registrado y conectado para ver este vínculo]


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]
    Maria Lua
    Maria Lua
    Administrador-Moderador
    Administrador-Moderador


    Cantidad de envíos : 76714
    Fecha de inscripción : 12/04/2009
    Localización : Nova Friburgo / RJ / Brasil

    CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA) - Página 23 Empty Re: CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA)

    Mensaje por Maria Lua Vie 09 Jun 2023, 20:54

    Cantarán los gallos


    [Poema - Texto completo.]

    Cecília Meireles


    Cantarán los gallos, cuando muramos,
    y una brisa leve, de manos delicadas,
    rozará los bordes, las sedas
    mortuorias.
    Y el sonido de la noche irá transpirando
    sobre los claros vidrios.
    Y los grillos a lo lejos truncarán los silencios,
    los tallos de cristal, fríos, largos yermos,
    y el enorme aroma de los árboles.
    ¡Ah, qué dulce luna verá nuestra calma
    faz todavía más calma que su gran espejo
    de plata!
    ¡Qué frescura espesa en nuestros cabellos,
    libres como los campos de madrugada!
    En la niebla de la aurora
    la última estrella
    asciende pálida.
    ¡Qué gran sosiego, sin hablas humanas,
    sin el labio de los rostros del lobo,
    sin odio, sin amor, sin nada!
    Como oscuros profetas perdidos,
    conversarán apenas los perros en las campiñas.
    Fuertes preguntas. Vastas pausas.
    Estaremos en la muerte
    con aquel suave contorno
    de una concha dentro del agua.





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver este vínculo]


    _________________



    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]


    "Ser como un verso volando
    o un ciego soñando
    y en ese vuelo y en ese sueño
    compartir contigo sol y luna,
    siendo guardián en tu cielo
    y tren de tus ilusiones."
    (Hánjel)





    [Tienes que estar registrado y conectado para ver esa imagen]

    Contenido patrocinado


    CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA) - Página 23 Empty Re: CECILIA MEIRELES ( POETA BRASILEÑA)

    Mensaje por Contenido patrocinado


      Fecha y hora actual: Jue 21 Nov 2024, 20:32